domingo, 18 de outubro de 2015

Ageu 1 e 2 - Zacarias 1 a 14 - Malaquias 1 a 4

AGEU

Ageu 1

Buscar Primeiro o Reino de Deus - Ageu 1

Quase tudo na Palavra de Deus aponta para a grande verdade que a Sua vontade nunca deve ser negligenciada ou postergada, em prol da realização de qualquer outra coisa que seja do nosso próprio interesse.
Importa que o reino de Deus e a Sua justiça sejam sempre buscados prioritariamente em tudo o que fizermos.
Na verdade, importa buscar em primeiro lugar o próprio Senhor, porque senão o nosso trabalho será em vão.
Os judeus estavam aprendendo esta lição na prática, depois que haviam retornado do cativeiro em Babilônia, porque em vez de priorizarem as coisas relativas ao culto do Senhor, com a reconstrução do templo, a par de toda a oposição que pudessem estar sofrendo, arrumaram a desculpa que não era ainda o tempo de se edificar a casa do Senhor, porque estavam dando prioridade à reconstrução de suas próprias casas.
Eles julgavam que não era ainda tempo para se dedicarem aos interesses do Senhor.
Do mesmo modo, um bom número de cristãos  gastam quase todo o tempo de suas vidas com os seus próprios interesses, e deixam o Senhor ficar esperando que eles se voltem para Ele.
Com que dificuldade conseguem separar míseros dez minutos para orarem por dia, ou para fazerem o que se refira à obra de Deus.
Todavia, acham tempo para tudo o mais.  
Quando fazemos isto, seja até mesmo em relação às coisas mínimas, nós invertemos a ordem de prioridades.
Os cristãos são ensinados pelo Senhor a serem dependentes dEle para tudo.
Está edificada sobre a areia e não tem telhado a casa na qual o Senhor não recebe a devida atenção dos seus membros, na devoção que Lhe é devida, e na  busca de auxílio nEle e da Sua presença, em tudo o que se pretenda fazer.
Assim, os judeus que haviam retornado de Babilônia, pretendiam ser prósperos no que faziam, negligenciando a pessoa de Deus e a Sua vontade.
Por isso nós lemos no primeiro capitulo de Ageu  que eles foram admoestados pelo profeta quanto ao grave erro que estavam cometendo, e que estava sendo a causa de não estarem sendo bem sucedidos.
“Tendes semeado muito, e recolhido pouco; comeis, mas não vos fartais; bebeis, mas não vos saciais; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o para o meter num saco furado.” (Ageu 1.6)
Por isso, tanto no verso anterior a este (v.5), quanto no posterior (v.7), o Senhor chamou os israelitas a considerarem os caminhos deles; para que pudessem verificar na própria  realidade das suas vidas, que por mais que se empenhassem em seus próprios interesses, não estavam sendo bem sucedidos, porque lhes faltava a Sua aprovação e bênção.
Se o Senhor não governar nossas vidas e casas, quem prevalecerá será o Inimigo, tal como estava ocorrendo com Judá.
A atitude de considerar o nosso caminho não é para ficarmos lamentando a nossa triste condição, por esta ausência de Deus e da Sua bênção na nossa vida, mas para nos levantarmos e ativarmos a devoção que Lhe é devida, quanto aos interesses da Sua casa, que é a Igreja.
Isto deve vir primeiro.
Esta regra se aplica às grandes e às pequenas tarefas do viver diário.
É preciso gastar tempo na presença do Senhor antes de nos lançarmos à execução de nossas tarefas, e continuarmos na Sua presença enquanto as executamos.
Então, depois de ter ordenado que os judeus, se aplicassem de modo prático às coisas necessárias, para a reconstrução do templo, no verso 8, o Senhor enumerou alguns dos Seus juízos sobre a negligência dos judeus, para que fossem despertados para o seu dever.
Então foi dito aos judeus que procedia dEle as coisas que são referidas nos versos 9 a 11:
“9 Esperastes o muito, mas eis que veio a ser pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu o dissipei com um assopro. Por que causa? diz o Senhor dos exércitos. Por causa da minha casa, que está em ruínas, enquanto correis, cada um de vós, à sua própria casa.
10 Por isso os céus por cima de vós retêm o orvalho, e a terra retém os seus frutos.
11 E mandei vir a seca sobre a terra, e sobre as colinas, sobre o trigo e o mosto e o azeite, e sobre tudo o que a terra produz; como também sobre os homens e os animais, e sobre todo o seu trabalho.”
O governador Zorobabel, e o sumo sacerdote Josué foram encarregados de dizerem as palavras de Deus, por meio de Ageu, ao povo.
E eles o fizeram, e o povo se reanimou a reconstruir, em face de terem reconhecido que ao povo que pertence ao Senhor não resta nenhuma outra alternativa, senão a de viverem para Ele e para fazerem a Sua vontade.      
  No entanto, é dito que tanto o governador, o sumo sacerdote e todo povo foram incitados em seus espíritos pelo próprio Deus, a fazerem Sua  obra.
Disto aprendemos, que é somente quando nos dispomos a obedecer ao Senhor, que Ele move os nossos espíritos, pelo poder do Espírito Santo, para que sejamos encorajados e capacitados a fazer tudo o que Ele nos tem ordenado.
Os judeus haviam retornado de Babilônia a Judá, por decreto de Ciro, em 537 a.C., e no mesmo ano começaram a reconstruir o templo de Jerusalém, que havia sido destruído por Nabucodonozor.
Mas, sofreram uma forte oposição dos samaritanos, que foram rejeitados por eles quanto à participação na reedificação do templo, ficando a obra paralisada por cerca de 16 anos.
As obras de reconstrução do templo foram reiniciadas em 520 a C., através das exortações dos profetas Ageu e Zacarias, sendo o templo concluído 4 anos depois em 516 a.C.
A primeira profecia de Zacarias, no segundo ano do rei persa Dario, pode ser situada, portanto, cerca de 17 anos após o retorno dos judeus à Palestina.
Como se afirma no primeiro versículo de Zacarias, ele começou seu ministério junto aos judeus no oitavo mês do segundo ano de Dario; sendo que o profeta Ageu começou o seu, dois meses antes, a saber, no sexto mês  do segundo ano de Dario, como se vê neste primeiro versículo do seu livro.


“1 No segundo ano do rei Dario, no sexto mês, no primeiro dia do mês, veio a palavra do Senhor, por intermédio do profeta Ageu, a Zorobabel, governador de Judá, filho de Sealtiel, e a Josué, o sumo sacerdote, filho de Jeozadaque, dizendo:
2 Assim fala o Senhor dos exércitos, dizendo: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo de se edificar a casa do Senhor.
3 Veio, pois, a palavra do Senhor, por intermédio do profeta Ageu, dizendo:
4 Acaso é tempo de habitardes nas vossas casas forradas, enquanto esta casa fica desolada?
5 Ora pois, assim diz o Senhor dos exércitos: Considerai os vossos caminhos.
6 Tendes semeado muito, e recolhido pouco; comeis, mas não vos fartais; bebeis, mas não vos saciais; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o para o meter num saco furado.
7 Assim diz o Senhor dos exércitos: Considerai os vossos caminhos.
8 Subi ao monte, e trazei madeira, e edificai a casa; e dela me deleitarei, e serei glorificado, diz o Senhor.
9 Esperastes o muito, mas eis que veio a ser pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu o dissipei com um assopro. Por que causa? diz o Senhor dos exércitos. Por causa da minha casa, que está em ruínas, enquanto correis, cada um de vós, à sua própria casa.
10 Por isso os céus por cima de vós retêm o orvalho, e a terra retém os seus frutos.
11 E mandei vir a seca sobre a terra, e sobre as colinas, sobre o trigo e o mosto e o azeite, e sobre tudo o que a terra produz; como também sobre os homens e os animais, e sobre todo o seu trabalho.
12 Então Zorobabel, filho de Sealtiel, e o sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, juntamente com todo o resto do povo, obedeceram a voz do Senhor seu Deus, e as palavras do profeta Ageu, como o Senhor seu Deus o tinha enviado; e temeu o povo diante do Senhor.
13 Então Ageu, o mensageiro do Senhor, falou ao povo, conforme a mensagem do Senhor, dizendo: Eu sou convosco, diz o Senhor.
14 E o Senhor suscitou o espírito do governador de Judá Zorobabel, filho de Sealtiel, e o espírito do sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, e o espírito de todo o resto do povo; e eles vieram, e começaram a trabalhar na casa do Senhor dos exércitos, seu Deus,
15 ao vigésimo quarto dia do sexto mês.”



Ageu 2

Primeiro Santificação Depois a Obra - Ageu 2

Como os judeus haviam sido exortados pela profecia de Ageu, que lhes fora dada por meio do governador Zorobabel, e do sumo-sacerdote Josué (Ageu 1.1), no primeiro dia do sexto mês, e se dispuseram a tomarem as medidas necessárias para a reconstrução do templo no vigésimo quarto dia do referido mês (1.15), então, nesta segunda exortação do profeta Ageu, constante deste segundo capítulo, o Senhor ordenou ao profeta, que não falasse agora,  somente a Zorobabel e a Josué, como também a todo o povo, no vigésimo primeiro dia do segundo mês (2.1-9), ou seja cerca de quase um mês depois de lhes ter falado pela primeira vez através de Ageu.
E voltaria a lhes falar através do profeta em duas outras ocasiões (2.10-19 e 2.20-23), no mesmo vigésimo quarto dia do nono mês; ou seja, cerca de dois meses depois de lhes ter falado o que lemos em 2.1-9.
O povo estava então trabalhando na reconstrução do templo cerca de um mês quando o Senhor lhes animou a prosseguirem na obra, com palavras encorajadoras, dizendo que apesar de  estarem julgando que o templo, que estavam construindo, em nada tinha da glória do templo anterior, que havia sido destruído, e que fora erigido por Salomão, teria uma glória maior do que a do primeiro.
Certamente, Deus não estava falando em termos de glória terrena, porque para Ele por maior que seja a glória da carne, ela é passageira como a flor da erva.
Então não é neste tipo de glória mundana que se encontra concentrada a Sua atenção, mas na glória espiritual.
Os serviços de culto que seriam realizados no templo que eles estavam construindo, ajudaria na manutenção da devoção dos judeus ao Senhor, até que o Messias se manifestasse a eles.
Por isso é dito no verso 4 que todos deveriam se esforçar, principalmente os líderes, e trabalharem, porque o Senhor era com eles.
Ele seria fiel ao pacto que havia feito com os israelitas, desde que haviam saído do Egito, e não deveriam portanto, temer, porque o Espírito Santo habitava em seu meio (v. 5).
Sem a presença do Espírito Santo é impossível trabalhar para Deus, porque toda obra do Senhor é dirigida e realizada pelo próprio Espírito, pela instrumentalidade dos Seus servos.
O povo de Judá estava trabalhando cerca de três meses na obra de reconstrução do templo quando lhes veio de novo a Palavra do Senhor, no vigésimo quarto dia do nono mês, porque apesar de todo o seu empenho na obra que estavam fazendo,  alguns não estavam dando a devida consideração, que todo trabalho que é feito para Deus exige que estejamos com nossas vidas santificadas.
Porque, caso contrário, todo o nosso trabalho será considerado como imundo por Ele, ou seja, inaceitável.
Daí o arrazoamento que o profeta Ageu fez primeiramente com os sacerdotes, quanto às exigências da lei, para a apresentação de ofertas no templo, as quais, não poderiam ser apresentadas por pessoas que estivessem impuras, por se encontrarem em algumas das situações descritas na lei cerimonial, quanto à condição de ser considerado imundo perante o Senhor, como por exemplo, o contato da carne ofertada no templo, daqueles sacrifícios que era permitido que fossem consumidos em casa, no máximo até três dias, e que não podiam ter contato com outros alimentos comuns, isto é, que não haviam sido consagrados a Deus no templo, na presença do sacerdote (v. 10).
E também o caso de alguém que tivesse tido contato com o corpo de uma pessoa morta, e que viesse a tocar em alguma coisa consagrada, e que a tornaria imunda (v. 13).
Depois deste arrazoamento veio a afirmação do Senhor de que toda a obra das mãos dos que trabalhavam na reconstrução do templo, e tudo o que estava sendo oferecido, era imundo (v. 14), porque não estavam dando a devida atenção às exigências da Lei de Moisés.
No caso da Igreja de Cristo, em que não há mais distinção entre coisas puras e imundas, segundo a Lei cerimonial, no entanto, aquilo que a Lei ensinava em figura, é que não se pode ter a aprovação e aceitação de Deus, nas obras que fazemos para Ele e na Sua casa, quando vivemos na impureza.
Os judeus, foram portanto, convocados a se lembrarem uma vez mais, da condição de insucesso em que estavam vivendo antes de prosseguirem lançando mãos à obra de reconstrução; e do quanto estavam cuidando apenas dos seus próprios interesses (v. 15 a 17).
Eles se dispuseram a trabalhar, e isto era louvável, mas não se podia louvar o fato de não estarem dando a devida atenção às exigências da Palavra do Senhor; porque a obra de Deus deve ser realizada em conformidade com as condições que Ele estabeleceu em Sua Palavra.
Se eles levassem em consideração esta exortação, e se aplicassem a agirem do modo correto, o Senhor prometeu que lhes abençoaria desde aquele dia em que lhes dirigiu tal palavra, a saber, no vigésimo quarto dia do nono mês (v. 19).
Então, trabalhar para Deus traz bênçãos para nossas próprias vidas, somente quando o fazemos estando santificados.
Ainda naquele mesmo vigésimo quarto dia, do nono mês, o Senhor voltou a falar, como vemos nos versos 20 a 23, especificamente a Zorobabel, governador de Judá, para lhe dizer que Ele abalaria os céus e a terra, e derrubaria o trono dos reinos, e destruiria a força dos reinos das nações; mas, naquele dia distante, ainda por vir, o Senhor prometeu a Zorobabel, seu servo, que o tomaria e faria dele um anel de selar, porque lhe havia escolhido (v. 23).
Os decretos de um rei eram firmados e reconhecidos e obedecidos por todos, por causa da marca do seu anel de selar que era fixado nos documentos que continham as suas determinações.
O Senhor disse a Zorobabel, que a Sua autoridade seria reconhecida por outros, por meio da vida do próprio Zorobabel.
Babilônia havia sido subvertida, a Pérsia e a Média também viriam a ser subvertidas, e todos os impérios que se levantassem depois deles na terra, mas os eleitos do Senhor, como Zorobabel, serão o Seu anel de selar na terra, ou seja, reinarão juntamente com Cristo, depois da Sua segunda vinda, e regerão sobre as nações da terra, na autoridade do Senhor.
Então, esta profecia dirigida a Zorobabel, tinha o propósito de encorajá-lo a fazer a obra do Senhor, não pensando propriamente na recompensa presente que teria pelo seu trabalho, mas na recompensa eterna e futura, que está reservada para todos os que servem fielmente a Deus; e é contemplando esta recompensa futura que devem se empenhar em tudo o que fizerem para Ele enquanto estiverem aqui na terra.


“1 No segundo ano do rei Dario, no sétimo mês, ao vigésimo primeiro do mês, veio a palavra do Senhor por intermédio do profeta Ageu, dizendo:
2 Fala agora ao governador de Judá, Zorobabel, filho de Sealtiel, e ao sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, e ao resto do povo, dizendo:
3 Quem há entre vós, dos sobreviventes, que viu esta casa na sua primeira glória? Em que estado a vedes agora? Não é como nada em vossos olhos?
4 Ora, pois, esforça-te, Zorobabel, diz o Senhor, e esforça-te, sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, e esforçai-vos, todo o povo da terra, diz o Senhor, e trabalhai; porque eu sou convosco, diz o Senhor dos exércitos,
5 segundo o pacto que fiz convosco, quando saístes do Egito, e o meu Espírito habita no meio de vós; não temais.
6 Pois assim diz o Senhor dos exércitos; Ainda uma vez, daqui a pouco, e abalarei os céus e a terra, o mar e a terra seca.
7 Abalarei todas as nações; e as coisas preciosas de todas as nações virão, e encherei de glória esta casa, diz o Senhor dos exércitos.
8 Minha é a prata, e meu é o ouro, diz o Senhor dos exércitos.
9 A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor dos exércitos; e neste lugar darei a paz, diz o Senhor dos exércitos.
10 Ao vigésimo quarto dia do mês nono, no segundo ano de Dario, veio a palavra do Senhor ao profeta Ageu, dizendo:
11 Assim diz o Senhor dos exércitos: Pergunta agora aos sacerdotes, acerca da lei, dizendo:
12 Se alguém levar na aba de suas vestes carne santa, e com a sua aba tocar no pão, ou no guisado, ou no vinho, ou no azeite, ou em qualquer outro mantimento, ficará este santificado? E os sacerdotes responderam: Não.
13 Então perguntou Ageu: Se alguém, que for contaminado pelo contato com o corpo morto, tocar nalguma destas coisas, ficará ela imunda? E os sacerdotes responderam: Ficará imunda.
14 Ao que respondeu Ageu, dizendo: Assim é este povo, e assim é esta nação diante de mim, diz o Senhor; assim é toda a obra das suas mãos; e tudo o que ali oferecem imundo é.
15 Agora considerai o que acontece desde aquele dia. Antes que se lançasse pedra sobre pedra no templo do Senhor,
16 quando alguém vinha a um montão de trigo de vinte medidas, havia somente dez; quando vinha ao lagar para tirar cinquenta, havia somente vinte.
17 Feri-vos com mangra, e com ferrugem, e com saraiva, em todas as obras das vossas mãos; e não houve entre vós quem voltasse para mim, diz o Senhor.
18 Considerai, pois, eu vos rogo, desde este dia em diante, desde o vigésimo quarto dia do mês nono, desde o dia em que se lançaram os alicerces do templo do Senhor, sim, considerai essas coisas.
19 Está ainda semente no celeiro? A videira, a figueira, a romeira, e a oliveira ainda não dão os seus frutos? Desde este dia hei de vos abençoar.
20 Veio pela segunda vez a palavra do Senhor a Ageu, aos vinte e quatro do mês, dizendo:
21 Fala a Zorobabel, governador de Judá, dizendo: Abalarei os céus e a terra;
22 e derrubarei o trono dos reinos, e destruirei a força dos reinos das nações; destruirei o carro e os que nele andam; os cavalos e os seus cavaleiros cairão, cada um pela espada do seu irmão.


23 Naquele dia, diz o Senhor dos exércitos, tomar-te-ei, ó Zorobabel, servo meu, filho de Sealtiel, diz o Senhor, e te farei como um anel de selar; porque te escolhi, diz o Senhor dos exércitos.”










ZACARIAS

Zacarias 1

Falsa Paz e Segurança – Zacarias 1

Os judeus haviam retornado de Babilônia a Judá, por decreto de Ciro, em 537 a.C., e no mesmo ano começaram a reconstruir o templo de Jerusalém, que havia sido destruído por Nabucodonozor.
Mas, sofreram uma forte oposição dos samaritanos, que foram rejeitados por eles quanto à participação na reedificação do templo, ficando a obra paralisada por cerca de 16 anos.
As obras de reconstrução do templo foram reiniciadas em 520 a C., através das exortações dos profetas Ageu e Zacarias, sendo o templo concluído 4 anos depois em 516 a.C.
A primeira profecia de Zacarias, no segundo ano do rei persa Dario, pode ser situada, portanto, cerca de 17 anos após o retorno dos judeus à Palestina.
Como se afirma no primeiro versículo de seu livro, Zacarias começou seu ministério junto aos judeus no oitavo mês do segundo ano de Dario; sendo que o profeta Ageu começou o seu, dois meses antes, a saber, no sexto mês  do segundo ano de Dario, como se vê em Ageu 1.1.
Os judeus estavam em grande perplexidade, porque o Senhor havia prometido lhes dar descanso quando se completassem os setenta anos de cativeiro em Babilônia, e estavam, depois de cumprido aquele prazo, ainda debaixo das aflições de seus inimigos.
No entanto, o Senhor lhes falou através do profeta Zacarias, que eles haviam se afastado dEle, e que deveriam se converter para que Ele voltasse a tornar para eles (Zac 1.3), e que deveriam aprender do que havia acontecido aos seus pais, para que não andassem nos mesmos caminhos deles, porque haviam despertado grandemente a ira do Senhor, porque não se arrependeram de suas más obras, quando o Senhor os exortou pelos profetas (Zac 1.2, 4).
Eles foram exortados do mesmo modo, pelo profeta Ageu, a se converterem ao Senhor, e a se santificarem, conforme podemos ver no livro do referido profeta.
Então, não foi pela falta de poder ou interesse de Deus, que eles se encontravam ainda debaixo da opressão dos povos inimigos, mas, por causa da sua própria infidelidade, que é descrita em Ageu, por estarem principalmente, dando prioridade aos seus próprios interesses e negócios, e não à casa do Senhor e à Sua vontade.
  Cerca de três meses depois, no décimo primeiro mês, do segundo ano, do reinado de Dario, a palavra do Senhor veio novamente a Zacarias (v. 7), numa visão, na qual viu “um homem montado num cavalo vermelho, e ele estava parado entre as murtas que se achavam no vale; e atrás dele estavam cavalos vermelhos, baios e brancos.” (v. 8).
Zacarias pediu a Deus o significado da visão, e um anjo lhe respondeu que eram aqueles que o Senhor havia enviado para percorrerem a terra (v. 9, 10).
E aqueles cavaleiros responderam ao anjo, que estava parado entre as murtas, que estavam percorrendo a terra e que toda ela estava tranqüila e em descanso (v. 11).
Nós vemos em I Tes 5.3, que quando o Senhor voltar para julgar toda a terra, os seus habitantes estarão dizendo “paz e segurança”, a par de toda a iniquidade em que estiverem vivendo.
Há fomes, pestes, assassinatos, e toda sorte de calamidades na terra, e ainda assim, seus habitantes têm este falso sentimento de paz e segurança.
Nas palavras desta profecia de Zacarias, estão tranquilos e em descanso, enquanto o povo de Deus é duramente oprimido e perseguido pelos seus inimigos.
São rejeitados por aqueles que não conhecem ao Senhor.
São desprezados e oprimidos, tal como os judeus, em seus dias.
Então o próprio anjo da visão de Zacarias clamou ao Senhor, em face de tal quadro:
  “Ó Senhor dos exércitos, até quando não terás compaixão de Jerusalém, e das cidades de Judá, contra as quais estiveste indignado estes setenta anos?” (v. 12).
Certamente, por ter o povo de Judá se arrependido pelas repreensões que vinham recebendo desde o sexto mês, por Ageu, e do oitavo, por Zacarias, veio então, neste décimo primeiro mês, da parte do Senhor para eles, palavras boas, palavras consoladoras (v. 13), por meio do anjo que falava com Zacarias.
Deus prometeu dar descanso ao Seu povo, contra aqueles que estavam lhes oprimindo, e que se encontravam em descanso, isto é, sem estarem debaixo de Seus juízos, tal como estava fazendo com o Seu próprio povo.
Então para confirmar a obra de juízo que faria contra as nações inimigas de Judá, que estavam se lhe opondo, Deus deu a Zacarias a visão de quatro chifres, que simbolizavam os poderes daquelas nações, sendo amedrontados e derrubados por quatro ferreiros, e assim seriam dispersados pelo Senhor (v. 18 a 21).
Disto aprendemos, para a Igreja de Cristo, que quando estamos empenhados numa obra de Deus, para a qual Ele nos chamou, e se somos paralisados pelas forças do Inimigo, não devemos buscar a causa da nossa falha não em outros, senão em nós mesmos, para nos humilharmos e nos arrependermos, de maneira que o Senhor disperse as forças do Inimigo e nos fortaleça a cumprir a obrar que Ele havia designado para ser feita por nós.




“1 No oitavo mês do segundo ano de Dario veio a palavra do Senhor ao profeta Zacarias, filho de Berequias, filho de Ido, dizendo:
2 O Senhor se irou fortemente contra vossos pais.
3 Portanto dize-lhes: Assim diz o Senhor dos exércitos: Tornai-vos para mim, diz o Senhor dos exércitos, e eu me tornarei para vós, diz o Senhor dos exércitos.
4 Não sejais como vossos pais, aos quais clamavam os profetas antigos, dizendo: Assim diz o Senhor dos exércitos: Convertei-vos agora dos vossos maus caminhos e das vossas más obras; mas não ouviram, nem me atenderam, diz o Senhor.
5 Vossos pais, onde estão eles? E os profetas, viverão eles para sempre?
6 Contudo as minhas palavras e os meus estatutos, que eu ordenei pelos profetas, meus servos, acaso não alcançaram a vossos pais? E eles se arrependeram, e disseram: Assim como o Senhor dos exércitos fez tenção de nos tratar, segundo os nossos caminhos, e segundo as nossas obras, assim ele nos tratou.
7 Aos vinte e quatro dias do mês undécimo, que é o mês de sebate, no segundo ano de Dario, veio a palavra do Senhor ao profeta Zacarias, filho de Berequias, filho de Ido, dizendo:
8 Olhei de noite, e vi um homem montado num cavalo vermelho, e ele estava parado entre as murtas que se achavam no vale; e atrás dele estavam cavalos vermelhos, baios e brancos.
9 Então perguntei: Meu Senhor, quem são estes? Respondeu-me o anjo que falava comigo: Eu te mostrarei o que estes são.
10 Respondeu, pois, o homem que estava parado entre as murtas, e disse: Estes são os que o Senhor tem enviado para percorrerem a terra.
11 E eles responderam ao anjo do Senhor, que estava parado entre as murtas, e disseram: Nós temos percorrido a terra, e eis que a terra toda está tranqüila e em descanso.
12 Então o anjo do Senhor respondeu, e disse: Ó Senhor dos exércitos, até quando não terás compaixão de Jerusalém, e das cidades de Judá, contra as quais estiveste indignado estes setenta anos?
13 Respondeu o Senhor ao anjo que falava comigo, com palavras boas, palavras consoladoras.
14 O anjo, pois, que falava comigo, disse-me: Clama, dizendo: Assim diz o Senhor dos exércitos: Com grande zelo estou zelando por Jerusalém e por Sião.
15 E estou grandemente indignado contra as nações em descanso; porque eu estava um pouco indignado, mas eles agravaram o mal.
16 Portanto, o Senhor diz assim: Voltei-me, agora, para Jerusalém com misericórdia; nela será edificada a minha casa, diz o Senhor dos exércitos, e o cordel será estendido sobre Jerusalém.
17 Clama outra vez, dizendo: Assim diz o Senhor dos exércitos: As minhas cidades ainda se transbordarão de bens; e o Senhor ainda consolará a Sião, e ainda escolherá a Jerusalém.
18 Levantei os meus olhos, e olhei, e eis quatro chifres.
19 Eu perguntei ao anjo que falava comigo: Que é isto? Ele me respondeu: Estes são os chifres que dispersaram a Judá, a Israel e a Jerusalém.
20 O Senhor mostrou-me também quatro ferreiros.


21 Então perguntei: Que vêm estes a fazer? Ele respondeu, dizendo: Estes são os chifres que dispersaram Judá, de maneira que ninguém levantou a cabeça; mas estes vieram para os amedrontarem, para derrubarem os chifres das nações que levantaram os seus chifres contra a terra de Judá, a fim de a espalharem.” (Zacarias 1.1-21)



Zacarias 2

O Poderoso Braço do Senhor – Zacarias 2

Zacarias teve a visão de um varão com um cordel de medir em sua mão, saindo para medir as dimensões de Jerusalém (Zac 2.1,2).
Ora, isto significava que Jerusalém seria reconstruída pela intervenção de poderes celestiais.
Deus agiria em favor do Seu povo e eles reconstruiriam, principalmente o templo, que se encontrava apenas nos alicerces, que  haviam lançado a dezessete anos atrás.
Para confirmar o trabalho que seria feito pelo Senhor, um outro anjo saiu ao encontro do que falava com Zacarias pedindo para dizer ao profeta as palavras consoladoras e animadoras, em relação a Judá, que são citadas nos versos 4 a 13.
Foi prometido que Jerusalém seria habitada (Zac 2.4), e o Senhor mesmo lhe seria como um muro de fogo ao seu redor, e no meio dela, e seria a sua glória (v. 5).
Aos judeus, que ainda se encontravam em Babilônia, por terem se acomodado à terra do cativeiro, foi ordenado que fugissem agora de lá, porque tinham sido espalhados pelo Seu próprio braço, e que escapassem para Sião, porque aquele que tocasse neles em sua própria terra, tocaria na menina do olho de Deus (v. 6 a 8).
Haveria segurança para Judá, mas não para os povos opressores, que dominavam sobre a terra, porque todos eles cairiam pelo desígnio do Senhor, como de fato caíram, uns após os outros (Assíria, Babilônia, Pérsia e Média, Grécia e Roma).
Com isto Judá saberia quem é o Senhor dos exércitos, e Ele viria e habitaria no meio do Seu povo, o que seria para eles motivo de exultação e alegria (v. 9, 10).
Deus se levantaria da sua santa morada para exercer juízos sobre a terra, e reinaria em Jerusalém, que tem sido oprimida e desprezada pelas nações.
Esta profecia dos versos 11 a 13 certamente se referem ao estabelecimento do reino de Jesus em Jerusalém, depois da Sua segunda vinda.



“1 Tornei a levantar os meus olhos, e olhei, e eis um homem que tinha na mão um cordel de medir.
2 Então perguntei: Para onde vais tu? Respondeu-me ele: Para medir Jerusalém, a fim de ver qual é a sua largura e qual o seu comprimento.
3 E eis que saiu o anjo que falava comigo, e outro anjo lhe saiu ao encontro,
4 e lhe disse: Corre, fala a este mancebo, dizendo: Jerusalém será habitada como as aldeias sem muros, por causa da multidão, nela, dos homens e dos animais.
5 Pois eu, diz o Senhor, lhe serei um muro de fogo em redor, e eu, no meio dela, lhe serei a glória.
6 Ah, ah! fugi agora da terra do norte, diz o Senhor, porque vos espalhei como os quatro ventos do céu, diz o Senhor.
7 Ah! Escapai para Sião, vós que habitais com a filha de Babilônia.
8 Pois assim diz o Senhor dos exércitos: Para obter a glória ele me enviou às nações que vos despojaram; porque aquele que tocar em vós toca na menina do seu olho.
9 Porque eis aí levantarei a minha mão contra eles, e eles virão a ser a presa daqueles que os serviram; assim sabereis vós que o Senhor dos exércitos me enviou.
10 Exulta, e alegra-te, ó filha de Sião; pois eis que venho, e habitarei no meio de ti, diz o Senhor.
11 E naquele dia muitas nações se ajuntarão ao Senhor, e serão o meu povo; e habitarei no meio de ti, e saberás que o Senhor dos exércitos me enviou a ti.
12 Então o Senhor possuirá a Judá como sua porção na terra santa, e ainda escolherá a Jerusalém.
13 Cale-se, toda a carne, diante do Senhor; porque ele se levantou da sua santa morada.” (Zacarias 2.1-13)



Zacarias 3

Tições Tirados do Fogo – Zacarias 3

Todos os cristãos são tições que foram tirados do fogo.
Tição é um pedaço de madeira que se encontrava queimando e cujo fogo foi apagado, mas que traz em si as marcas da fuligem da queima que havia sofrido.
Isto porque todos se encontravam debaixo da ira e da condenação de Deus, por causa do pecado, e sob o domínio do príncipe do inferno, que é Satanás, e que é citado neste capítulo de Zacarias, tentando se opor ao sumo sacerdote Josué, para que este não cumprisse o seu ministério nos dias de Zorobabel, quando os judeus haviam retornado de Babilônia.
Zacarias era contemporâneo do sacerdote Josué, e portanto, a visão tinha o propósito de encorajá-lo a se santificar e a realizar o seu ministério no templo, que seria reconstruído, e ser portanto, um dos principais interessados na reconstrução da casa do Senhor.
Josué estava realmente com trajes sujos, e por isso Satanás tentava se lhe opor e prevalecer contra ele.
Os trajes sujos da justiça própria.
Da incredulidade e da falta de andar nos caminhos do Senhor, e em observar as Suas ordenanças.
Por isso foi ordenado pelo Senhor que suas vestes fossem trocadas por outras limpas.
Ele seria vestido com a justiça de Cristo, que é o único traje que não pode ser sujado.
Todavia, o Senhor mandou dizer a Josué as palavras de Zac 3.7 a 10, pelas quais foi exortado a andar nos Seus caminhos e a observar os Seus mandamentos, porque se o fizesse, então julgaria a Sua casa e guardaria os Seus átrios no templo, lhe investindo no seu cargo (v. 7).
Disto aprendemos que não basta sermos justificados pela graça, mediante a fé, com a justiça de Cristo, porque a eficácia desta graça só poderá ser vista na nossa vida, caso andemos nos caminhos de Deus, guardando os Seus mandamentos, isto é, santificando as nossas vidas.
A Josué e aos demais sacerdotes e líderes, que se encontravam com ele, foi feita também a promessa da vinda do Renovo, da pedra que foi colocada diante de Josué, a única pedra de esquina que possui sete olhos (onisciência), e que sendo divina, seria por meio dela que seria tirada a iniquidade da terra num só dia (v. 9).
Esta profecia é uma afirmação direta sobre a divindade de Cristo, e como sendo Aquele que nos é dado pelo Pai, sobre o qual devemos realizar todas as Suas obras, porque é o único fundamento que nos foi dado pelo Pai.
A iniquidade que seria retirada num só dia, significa o trabalho perfeito de redenção de Jesus Cristo, por um só ato de justiça, quando morreu uma única vez, para remover a iniquidade de todos os que nEle creem, em toda a terra, naquele memorável dia da Páscoa judaica, que celebramos na Igreja com regularidade, para rememorar aquele dia da Sua morte, porque é por ela que somos lavados de todos os nossos pecados.
 


“1 Ele me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do Senhor, e Satanás estava à sua mão direita, para se lhe opor.
2 Mas o anjo do Senhor disse a Satanás: Que o Senhor te repreenda, ó Satanás; sim, o Senhor, que escolheu Jerusalém, te repreenda! Não é este um tição tirado do fogo?
3 Ora Josué, vestido de trajes sujos, estava em pé diante do anjo.
4 Então falando este, ordenou aos que estavam diante dele, dizendo: Tirai-lhe estes trajes sujos. E a Josué disse: Eis que tenho feito com que passe de ti a tua iniqüidade, e te vestirei de trajes festivos.
5 Também disse eu: Ponham-lhe sobre a cabeça uma mitra limpa. Puseram-lhe, pois, sobre a cabeça uma mitra limpa, e vestiram-no; e o anjo do Senhor estava ali de pe.
6 E o anjo do Senhor protestou a Josué, dizendo:
7 Assim diz o Senhor dos exércitos: Se andares nos meus caminhos, e se observares as minhas ordenanças, também tu julgarás a minha casa, e também guardarás os meus átrios, e te darei lugar entre os que estão aqui.
8 Ouve, pois, Josué, sumo sacerdote, tu e os teus companheiros que se assentam diante de ti, porque são homens portentosos; eis que eu farei vir o meu servo, o Renovo.
9 Pois eis aqui a pedra que pus diante de Josué; sobre esta pedra única estão sete olhos. Eis que eu esculpirei a sua escultura, diz o Senhor dos exércitos, e tirarei a iniquidade desta terra num só dia.
10 Naquele dia, diz o Senhor dos exércitos, cada um de vós convidará o seu vizinho para debaixo da videira e para debaixo da figueira.” (Zacarias 3.1-10)




Zacarias 4

As Duas Testemunhas do Apocalipse – Zacarias 4

No quarto capítulo de Zacarias, os dois ramos de oliveira que estão junto do candelabro de ouro, que verte azeite dourado, são as duas testemunhas que pregarão o evangelho no período da Grande Tribulação, conforme se vê em Apo 11.3-12.
Elas se encontram ao lado do castiçal, porque ele representa a luz de Cristo, que dá vida ao mundo.
Este castiçal esteve na Igreja antes de ser arrebatada, porque eram os cristãos, a luz do mundo.
O castiçal vertia o azeite (óleo) do Espírito Santo, e isto está sendo feito e será feito pela Igreja enquanto cumprir o seu ministério na terra, até que Cristo volte para arrebatá-la.
Mas tendo a Igreja sido arrebatada, Deus continuará fazendo a Sua obra de salvação, sempre pelo poder do Espírito, e não por força ou por violência, através da proclamação do evangelho pela boca destes dois ungidos, a saber das duas testemunhas, que falarão no poder do Espírito nos dias do Anticristo.
“3 E concederei às minhas duas testemunhas que, vestidas de saco, profetizem por mil duzentos e sessenta dias.
4 Estas são as duas oliveiras e os dois candeeiros que estão diante do Senhor da terra.”  (Apo 11.3,4).
Esta visão foi dada a Zacarias para ser passada ao governador Zorobabel, para que Ele soubesse que o próprio Senhor faria a Sua obra, pelo poder do Espírito.
A profecia aponta para cumprimentos que se dariam ainda num tempo distante, mas que estavam associados ao trabalho que o sumo sacerdote Josué, e Zorobabel estavam fazendo em Jerusalém, com a reconstrução do templo e com o ensino da Palavra de Deus ao povo de Judá.
A pedra de esquina (Jesus) viria através dos judeus, e o Espírito Santo seria derramado em razão da obra que seria realizada por Cristo.
Assim, importava que Zorobabel se empenhasse no trabalho de governar o povo nos caminhos do Senhor, e permanecer firme diante das oposições dos inimigos, porque no final, quem prevaleceria seria o Senhor, conforme fará no tempo do fim, quando os inimigos de Israel se levantassem contra eles para destruí-los.  
Portanto, ninguém deveria desprezar aqueles humildes começos da obra do Senhor nos dias de Zorobabel, especialmente em razão de Judá estar destruída, o templo ainda no alicerce, e que depois de construído não teria em suas estruturas a mesma glória que havia no templo de Salomão, que Nabucodonozor havia destruído, porque maior ainda era a obra que o Senhor tinha a realizar não apenas em Israel, mas em toda a terra.          



“1 Ora o anjo que falava comigo voltou, e me despertou, como a um homem que é despertado do seu sono;
2 e me perguntou: Que vês? Respondi: Olho, e eis um castiçal todo de ouro, e um vaso de azeite em cima, com sete lâmpadas, e há sete canudos que se unem às lâmpadas que estão em cima dele;
3 e junto a ele há duas oliveiras, uma à direita do vaso de azeite, e outra à sua esquerda.
4 Então perguntei ao anjo que falava comigo: Meu senhor, que é isso?
5 Respondeu-me o anjo que falava comigo, e me disse: Não sabes tu o que isso é? E eu disse: Não, meu senhor.
6 Ele me respondeu, dizendo: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel, dizendo: Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos exércitos.
7 Quem és tu, ó monte grande? Diante de Zorobabel tornar-te-ás uma campina; e ele trará a pedra angular com aclamações: Graça, graça a ela.
8 Ainda me veio a palavra do Senhor, dizendo:
9 As mãos de Zorobabel têm lançado os alicerces desta casa; também as suas mãos a acabarão; e saberás que o Senhor dos exércitos me enviou a vós.
10 Ora, quem despreza o dia das coisas pequenas? pois estes sete se alegrarão, vendo o prumo na mão de Zorobabel. São estes os sete olhos do Senhor, que discorrem por toda a terra.
11 Falei mais, e lhe perguntei: Que são estas duas oliveiras à direita e à esquerda do castiçal?
12 Segunda vez falei-lhe, perguntando: Que são aqueles dois ramos de oliveira, que estão junto aos dois tubos de ouro, e que vertem de si azeite dourado?
13 Ele me respondeu, dizendo: Não sabes o que é isso? E eu disse: Não, meu senhor.
14 Então ele disse: Estes são os dois ungidos, que assistem junto ao Senhor de toda a terra.” (Zacarias 4.1-14)





Zacarias 5

A Impiedade Tem Seu Próprio Lugar – Zacarias 5

Logo depois da visão do candelabro e dos dois ramos de oliveira, Zacarias teve a visão de um rolo esvoaçante, registrado no quinto capitulo do seu livro, tendo dez metros de comprimento, por cinco de largura. Exatamente as medidas do santuário do tabernáculo, correspondente ao Lugar Santo e ao Santo dos Santos.
Isto indica que aquele rolo era procedente do santuário celestial de Deus.
Aquele rolo representava a Lei de Deus, mais particularmente a maldição da lei, conforme o anjo falou a Zacarias, que viria sobre todos os transgressores da Lei do Senhor, em toda a terra.
São descritas portanto, especialmente maldições contra aqueles que transgridem os dez mandamentos, como são citados, por exemplo, o ato de furtar e jurar falsamente (v. 3 e 4), a cujos praticantes, foi dito que seriam desarraigados da terra.
Depois desta, Zacarias teve outra visão de um efa, com uma tampa de chumbo, e quando foi retirada a tampa, havia uma mulher sentada no meio do efa.
O anjo disse que o efa era a iniquidade em toda a terra de Judá, e a mulher, a impiedade.
O anjo lançou a mulher dentro do efa e o fechou com a tampa de chumbo  (v. 5 a 8).
A iniquidade se multiplica na terra por causa da prática da impiedade pelas que não têm uma vida santificada diante de Deus.
Zacarias viu em seguida duas mulheres que tinham asas como as da cegonha, e que levantaram o efa entre a terra e o céu, e quando Zacarias perguntou ao anjo para onde elas levariam o efa, este respondeu que iriam  preparar um casa na terra de Sinar, na qual o efa seria colocado (v. 9 a 11).
Esta visão significa que a iniquidade de Judá seria removida pela destruição da vida de impiedade em que eles vinham vivendo, e seria arrancada da sua terra, e seria lançada fora em outras regiões distantes da terra, representadas na profecia pela terra de Sinar, onde seria bem acolhida nas casas dos amantes da impiedade, representados nas duas mulheres com asas, que construiriam uma casa para o efa da iniquidade.
Não deve haver impiedade e iniquidade no meio do povo de Deus, porque o lugar próprio para a iniquidade é no meio daqueles que não temem e que não amam ao Senhor.
Por isso se diz no final desta profecia, que o efa seria colocado no seu lugar, ou seja, no lugar onde lhe é apropriado para estar, e não no meio do povo de Deus.



“1 Tornei a levantar os meus olhos, e olhei, e eis um rolo voante.
2 Perguntou-me o anjo: Que vês? Eu respondi: Vejo um rolo voante, que tem vinte côvados de comprido e dez côvados de largo.
3 Então disse-me ele: Esta é a maldição que sairá pela face de toda a terra: porque daqui, conforme a maldição, será desarraigado todo o que furtar; assim como daqui será desarraigado conforme a maldição todo o que jurar falsamente.
4 Mandá-la-ei, diz o Senhor dos exércitos, e a farei entrar na casa do ladrão, e na casa do que jurar falsamente pelo meu nome; e permanecerá no meio da sua casa, e a consumirá juntamente com a sua madeira e com as suas pedras.
5 Então saiu o anjo, que falava comigo, e me disse: levanta agora os teus olhos, e vê que é isto que sai.
6 Eu perguntei: Que é isto? Respondeu ele: Isto é uma efa que sai. E disse mais: Esta é a iniqüidade em toda a terra.
7 E eis que foi levantada a tampa de chumbo, e uma mulher estava sentada no meio da efa.
8 Prosseguiu o anjo: Esta é a impiedade. E ele a lançou dentro da efa, e pôs sobre a boca desta o peso de chumbo.
9 Então levantei os meus olhos e olhei, e eis que vinham avançando duas mulheres com o vento nas suas asas, pois tinham asas como as da cegonha; e levantaram a efa entre a terra e o céu.
10 Perguntei ao anjo que falava comigo: Para onde levam elas a efa?


11 Respondeu-me ele: Para lhe edificarem uma casa na terra de Sinar; e, quando a casa for preparada, a efa será colocada ali no seu lugar.”




Zacarias 6

Rei, Sacerdote e Profeta – Zacarias 6

Nesta sua sétima visão, no sexto capítulo, Zacarias viu carruagens com cavalos de cores diferentes, saindo pelos quatro cantos da terra, a partir de dois montes de bronze.
Os montes de bronze representam os decretos eternos de Deus, que não podem ser removidos, porque eram de bronze as bases do tabernáculo, e o bronze, tal como a prata e o ouro, é um metal que não se desfaz pela oxidação como o ferro e outros metais.
Os carros com os cavalos de cores diferentes, representam os poderes de Deus, especialmente os que são operados pelos anjos, pelos quais, realiza a Sua multiforme graça e providência divinas, em relação a todos os habitantes da terra.
É dito que estes poderes saem por toda a terra, depois de terem se apresentado diante de Deus.
Estes cavalos não são poderes destrutivos e não saem para destruir, conforme a visão dos quatro cavalos e seus cavaleiros, em Apocalipse, porque se diz que suas operações, tinham em vista fazer repousar o Espírito do Senhor na terra do norte (Zac 6.8).
Livrar os que haviam sido levados em cativeiro (v. 10).
Para fazerem coroas e colocarem-nas sobre a cabeça do sumo sacerdote Josué (v. 11).
E é dito também nos versos 12 e 13 que: “o homem cujo nome é Renovo; ele brotará do seu lugar, e edificará o templo do Senhor. Ele mesmo edificará o templo do Senhor; receberá a honra real, assentar-se-á no seu trono, e dominará. E Josué, o sacerdote, ficará à sua direita; e haverá entre os dois o conselho de paz.”
Josué era portanto um tipo do Sumo Sacerdócio eterno de Jesus, e por isso se ordenou que se fizesse coroas para ele, porque Josué não era rei, mas apenas sacerdote, mas Jesus é tanto Profeta, Sumo Sacerdote e Rei.
O serviço de Josué era portanto, para este grande Sumo Sacerdote que é colocado sobre a casa de Deus, e por isso se diz que haveria entre Jesus e Josué um conselho de paz (v. 13 b).
Por isso as coroas ficariam como memorial no templo do Senhor, indicando que haveria uma união futura do ofício sacerdotal com o do reinado (v. 14).
É dito que os que estavam longe viriam para ajudar a edificar o templo do Senhor, e eles saberiam em Judá, que Zacarias lhes havia falado estas coisas da parte de Deus, e tudo isto sucederia se eles obedecessem diligentemente à voz do Senhor (v. 15).
Esta profecia tinha portanto, o grande objetivo de encorajar e incentivar os judeus à tarefa de reconstrução do templo e a se santificarem para que o Senhor cumprisse todas as boas promessas que lhes havia feito.
Nosso Senhor reina nos corações dos que nele creem, há cerca de dois mil anos. E tem intercedido como Sumo-Sacerdote à direita de Deus Pai, em favor destes que lhe amam. E lhes tem instruído com a Palavra que procede da Sua boca, registrada na Bíblia, porque é Ele o Grande e Eterno Profeta, que ensina ao Seu povo a Verdade.


“1 De novo levantei os meus olhos, e olhei, e eis quatro carros que saíam dentre dois montes, e estes montes eram montes de bronze.
2 No primeiro carro eram cavalos vermelhos, no segundo carro cavalos pretos,
3 no terceiro carro cavalos brancos, e no quarto carro cavalos baios com malhas.
4 Então, dirigindo-me ao anjo que falava comigo, perguntei: Que são estes, meu senhor?
5 Respondeu-me o anjo: Estes estão saindo aos quatro ventos do céu, depois de se apresentarem perante o Senhor de toda a terra.
6 O carro em que estão os cavalos pretos sai para a terra do norte, os brancos são para o oeste, e os malhados para a terra do sul;
7 e os cavalos baios saíam, e procuravam ir por diante, para percorrerem a terra. E ele disse: Ide, percorrei a terra. E eles a percorriam.
8 Então clamou para mim, dizendo: Eis que aqueles que saíram para a terra do norte fazem repousar na terra do norte o meu Espírito.
9 Ainda me veio a palavra do Senhor, dizendo:
10 Recebe dos que foram levados cativos, a saber, de Heldai, de Tobias, e de Jedaías, e vem tu no mesmo dia, e entra na casa de Josias, filho de Sofonias, para a qual vieram de Babilônia;
11 recebe, digo, prata e ouro, e faze coroas, e põe-nas na cabeça do sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque;
12 e fala-lhe, dizendo: Assim diz o Senhor dos exércitos: Eis aqui o homem cujo nome é Renovo; ele brotará do seu lugar, e edificará o templo do Senhor.
13 Ele mesmo edificará o templo do Senhor; receberá a honra real, assentar-se-á no seu trono, e dominará. E Josué, o sacerdote, ficará à sua direita; e haverá entre os dois o conselho de paz.
14 Essas coroas servirão a Helem, e a Tobias, e a Jedaías, e a Hem, filho de Sofonias, de memorial no templo do Senhor.
15 E aqueles que estão longe virão, e ajudarão a edificar o templo do Senhor; e vós sabereis que o Senhor dos exércitos me tem enviado a vós; e isso sucederá, se diligentemente obedecerdes a voz do Senhor vosso Deus.” (Zacarias 6.1-15)




Zacarias 7

Jejum e Oração Egoístas – Zacarias 7

A profecia do sétimo capítulo foi dada a Zacarias, exatos dois anos passados desde a primeira, narrada no seu livro, porque aqui se afirma que a Palavra do Senhor lhe veio no quarto dia, do nono mês, do quarto ano, do reinado de Dario (v. 1).
A amargura estava instalada no coração de muitos judeus, especialmente dos que eram de Betel, porque estavam protestando que haviam suplicado o favor do Senhor, jejuando e chorando, por tantos anos, e as coisas não haviam mudado para melhor (Zac 7.2,3).
Mas o Senhor mandou lhes dizer que não foi para Ele que haviam jejuado e pranteado nos setenta anos, em que estiveram no cativeiro em Babilônia (v. 4,5).
Eles haviam procedido da mesma maneira que os seus pais, quando ainda se encontravam em Judá, antes do cativeiro, e que não haviam dado ouvido aos profetas, que lhes haviam exortado a deixarem a iniquidade, e a praticarem o jejum que é agradável ao Senhor, como por exemplo o fizera o profeta Isaías, que lhes havia alertado e admoestado (Is 58) quanto ao fato de buscarem ao Senhor apenas para serem atendidos os próprios interesses deles, e não os do Senhor (v 6, 7).
Aquela geração que havia vindo do cativeiro foi também repreendida por Deus, através de Zacarias, quanto ao mesmo erro, que havia sido cometido pelos seus antepassados, indagando-lhes o seguinte:
“quando comeis e quando bebeis, não é para vós mesmos que comeis e bebeis?” (v. 6).
O ímpio come e bebe para si, mas o crente deve comer e beber para Deus, ou seja, para ter saúde e vida para poder servir-Lhe.
Então foram descritos nos versos 8 a 14, as repreensões e admoestações que o Senhor havia dirigido aos seus antepassados, pelos profetas antigos, conforme podemos ver por exemplo no texto de Isaías 58; para que  soubessem qual era o motivo de seus jejuns, prantos e orações não estarem sendo ouvidos pelo Senhor; e não somente isto, por tê-los espalhado pelas nações, em face da falta de arrependimento, embora tivessem sido repreendidos por Deus, por meio dos Seus profetas.
Se nossa devoção se mostra ineficaz, quanto à produção de um viver abençoado diante do Senhor, o motivo desta ineficácia sempre será achado em nós mesmos, e nunca na falta de desejo de Deus em nos abençoar.
Atos externos de religião que não sejam acompanhados por uma sincera santificação de coração, de quem se empenha na prática da justiça evangélica, jamais nos trarão um viver abençoado, ao contrário, nos tornarão sujeitos aos juízos e correções de Deus.



“1 Aconteceu no ano quarto do rei Dario, que a palavra do Senhor veio a Zacarias, no dia quarto do nono mês, que é quisleu:
2 Ora, o povo de Betel tinha enviado Sarezer, e Regem-Meleque, e os seus homens, para suplicarem o favor do Senhor,
3 e para dizerem aos sacerdotes, que estavam na casa do Senhor dos exércitos, e aos profetas: Chorarei eu no quinto mês, com jejum, como o tenho feito por tantos anos?
4 Então a palavra do Senhor dos exércitos veio a mim, dizendo:
5 Fala a todo o povo desta terra, e aos sacerdotes, dizendo: Quando jejuastes, e pranteastes, no quinto e no sétimo mês, durante estes setenta anos, acaso foi mesmo para mim que jejuastes?
6 Ou quando comeis e quando bebeis, não é para vós mesmos que comeis e bebeis?
7 Não eram estas as palavras que o Senhor proferiu por intermédio dos profetas antigos, quando Jerusalém estava habitada e próspera, juntamente com as suas cidades ao redor dela, e quando o Sul e a campina eram habitados?
8 E a palavra do Senhor veio a Zacarias, dizendo:
9 Assim falou o Senhor dos exércitos: Executai juízo verdadeiro, mostrai bondade e compaixão cada um para com o seu irmão;
10 e não oprimais a viúva, nem o órfão, nem o estrangeiro, nem o pobre; e nenhum de vós intente no seu coração o mal contra o seu irmão.
11 Eles, porém, não quiseram escutar, e me deram o ombro rebelde, e taparam os ouvidos, para que não ouvissem.
12 Sim, fizeram duro como diamante o seu coração, para não ouvirem a lei, nem as palavras que o Senhor dos exércitos enviara pelo seu Espírito mediante os profetas antigos; por isso veio a grande ira do Senhor dos exércitos.
13 Assim como eu clamei, e eles não ouviram, assim também eles clamaram, e eu não ouvi, diz o Senhor dos exércitos;
14 mas os espalhei com um turbilhão por entre todas as nações, que eles não conheceram. Assim, pois, a terra foi assolada atrás deles, de sorte que ninguém passava por ela, nem voltava; porquanto fizeram da terra desejada uma desolação.” (Zacarias 7.1-14)



Zacarias 8

Boas Promessas Para Um Povo Infiel – Zacarias 8

A infidelidade dos judeus descrita no capitulo anterior, não poderia anular a fidelidade de Deus, que é afirmada por Ele neste capítulo oitavo de Zacarias.
Ele havia determinado fazer bem a Judá e a Jerusalém, e o faria, por causa do Seu grande zelo (Zac 8.2).
De desolada que se encontrava, ainda com seus muros destruídos, e as portas da cidade queimadas, e com o templo em fase de reconstrução, Deus prometeu tornar a engrandecer Jerusalém, e isto seria feito, como sabemos, nos dias de Esdras e de Neemias; que viriam para Judá, respectivamente, em 458 e 444 a. C., ou seja, cerca de 60 anos após Zacarias.
Jerusalém é descrita repleta de anciãos sentados nas praças da cidade, e com meninos e meninas brincando em suas ruas (v. 3 a 5).  
Deus o faria pela força do Seu braço, trazendo o seu povo de volta das terras para onde haviam sido espalhados.
Vale lembrar que nos dias de Esdras, subiram com ele a Jerusalém 1.496 cabeças de várias famílias de Israel, do sexo masculino, sem contar o número de mulheres e crianças.
Então aqueles que já se encontravam em Judá nos dias de Zacarias, e que haviam subido a Jerusalém com Zorobabel, e que haviam lançado os alicerces do templo, foram exortados pelo Senhor a fazerem fortes as suas mãos, para reiniciaram a obra de reconstrução (v. 9).
Nos anos passados, eles estiveram impedidos de trabalharem porque não havia salário (recompensa), nem paz para os que trabalhavam, por causa do inimigo que o Senhor havia incitado contra eles (v. 10).
Mas agora, Deus estava prometendo paz e prosperidade ao Seu povo (v. 11, 12), de modo que não seriam mais considerados uma maldição pelas nações, mas uma bênção (v. 13); porque o Senhor voltaria a usar de misericórdia para com eles e faria o bem a Jerusalém e a Judá, pelo que não deveriam temer o mal (v. 14, 15).
Apesar de fazer todas estas coisas, pela Sua graça, a bênção do Senhor sempre está condicionada a um andar condigno na Sua presença.
Então, para desfrutarem das bênçãos prometidas, deveriam se exercitar na prática do bem, da justiça e da verdade (v. 16, 17).
Então os jejuns que faziam se tornariam um motivo de regozijo, alegria e festas alegres, por isso deveriam amar a verdade e a paz (v. 18, 19).
De repudiada e desprezada que era, pela sua condição de ruína, Jerusalém ainda viria a ser procurada por muitos povos e pelos habitantes de muitas cidades, para virem buscar o Senhor dos exércitos, e o Seu favor e bênção (v. 20 a 22).
Assim, os judeus ganhariam prestígio entre as nações e muitos lhes procurariam por saberem que o favor de Deus se encontrava com eles (v. 23).



“1 Depois veio a mim a palavra do Senhor dos exércitos, dizendo:
2 Assim diz o Senhor dos exércitos: Zelo por Sião com grande zelo; e, com grande indignação, por ela estou zelando.
3 Assim diz o Senhor: Voltarei para Sião, e habitarei no meio de Jerusalém; e Jerusalém chamar-se-á a cidade da verdade, e o monte do Senhor dos exércitos o monte santo.
4 Assim diz o Senhor dos exércitos: Ainda nas praças de Jerusalém sentar-se-ão velhos e velhas, levando cada um na mão o seu cajado, por causa da sua muita idade.
5 E as ruas da cidade se encherão de meninos e meninas, que nelas brincarão.
6 Assim diz o Senhor dos exércitos: Se isto for maravilhoso aos olhos do resto deste povo naqueles dias, acaso será também maravilhoso aos meus olhos? diz o Senhor dos exércitos.
7 Assim diz o Senhor dos exércitos: Eis que salvarei o meu povo, tirando-o da terra do oriente e da terra do ocidente;
8 e os trarei, e eles habitarão no meio de Jerusalém; eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus em verdade e em justiça.
9 Assim diz o Senhor dos exércitos: Sejam fortes as vossas mãos, ó vós, que nestes dias ouvistes estas palavras da boca dos profetas, que estiveram no dia em que foi posto o fundamento da casa do Senhor dos exércitos, a fim de que o templo fosse edificado.
10 Pois antes daqueles dias não havia salário para os homens, nem lhes davam ganho os animais; nem havia paz para o que saia nem para o que entrava, por causa do inimigo; porque eu incitei a todos os homens, cada um contra o seu próximo.
11 Mas agora não me haverei para com o resto deste povo como nos dias passados, diz o Senhor dos exércitos;
12 porquanto haverá a sementeira de paz; a vide dará o seu fruto, e a terra dará a sua novidade, e os céus darão o seu orvalho; e farei que o resto deste povo herde todas essas coisas.
13 E há de suceder, ó casa de Judá, e ó casa de Israel, que, assim como éreis uma maldição entre as nações, assim vos salvarei, e sereis uma bênção; não temais, mas sejam fortes as vossas mãos.
14 Pois assim diz o Senhor dos exércitos: Como intentei fazer-vos o mal, quando vossos pais me provocaram a ira, diz o Senhor dos exércitos, e não me compadeci,
15 assim tornei a intentar nestes dias fazer o bem a Jerusalém e à casa de Judá; não temais.
16 Eis as coisas que deveis fazer: Falai a verdade cada um com o seu próximo; executai juízo de verdade e de paz nas vossas portas;
17 e nenhum de vós intente no seu coração o mal contra o seu próximo; nem ame o juramento falso; porque todas estas são coisas que eu aborreço, diz o senhor.
18 De novo me veio a palavra do Senhor dos exércitos, dizendo:
19 Assim diz o Senhor dos exércitos: O jejum do quarto mês, bem como o do quinto, o do sétimo, e o do décimo mês se tornarão para a casa de Judá em regozijo, alegria, e festas alegres; amai, pois, a verdade e a paz.
20 Assim diz o Senhor dos exércitos: Ainda sucederá que virão povos, e os habitantes de muitas cidades;
21 e os habitantes de uma cidade irão à outra, dizendo: Vamos depressa suplicar o favor do Senhor, e buscar o Senhor dos exércitos; eu também irei.
22 Assim virão muitos povos, e poderosas nações, buscar em Jerusalém o Senhor dos exércitos, e suplicar a bênção do Senhor.
23 Assim diz o Senhor dos exércitos: Naquele dia sucederá que dez homens, de nações de todas as línguas, pegarão na orla das vestes de um judeu, dizendo: Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus está convosco.” (Zacarias 8.1-23)



Zacarias 9

Os Presos de Esperança – Zacarias 9

Judá havia sido encurvada pelo braço forte do Senhor, que a havia disciplinado.
No entanto, não seria das nações pagãs que procederia a salvação do Senhor para todo o mundo, mas de Judá.
Não seria de Tiro, nem de Sidom, nem das cidades confederadas dos filisteus citadas nos versos 5 a 7, de Zacarias 9,  contra as quais o Senhor ainda entraria em juízo.
Damasco, Arã e estas cidades citadas, que haviam juntado muito ouro, e que estavam confiantes em suas riquezas, viriam a ser despojadas por Deus.
Nos versos 9 e 10 há uma profecia que revela que o Rei Justo e Salvador de Judá, é humilde, e viria a Jerusalém montado num jumento, um jumentinho, filho de jumenta.
E a Sua entrada triunfal em Jerusalém geraria exultação e alegria, como de fato gerou porque gritaram “Hosana! Bendito aquele que vem em nome do Senhor”, a ponto de os fariseus terem pedido a Jesus que repreendesse os Seus discípulos para não gritarem tão alto, mas Jesus lhes disse, que caso não o fizessem, as pedras clamariam, uma vez que isto estava profetizado neste texto de Zacarias 9 (v. 9).
Israel e Judá não prevaleceriam pela força de carros e de cavalos e de arcos de guerra, porque o reino deste Rei Justo e Salvador é um reino de paz para todas as nações, e o Seu domínio se estenderia de mar a mar, até as extremidades da terra (v. 10).
E por causa da nova aliança, que seria inaugurada no sangue deste Rei Justo e Salvador, seriam libertados os presos da cova em que não havia água (v. 11). Esta é a condição de todo homem sem Cristo. Ele está preso na cova do pecado, e desprovido da água viva do Espírito Santo.
Os presos são chamados a virem para a fortaleza que é o Senhor. E são chamados de presos de esperança. Ou seja, aqueles que suspiram pela salvação de Deus, e que têm a certeza de que têm em Cristo um libertador.
Para estes é prometida uma recompensa dupla, porque o Senhor traz consigo o Seu galardão para recompensar aqueles que O buscam (v. 12).
Deus tomaria vingança contra os inimigos do Seu povo, mas deles faria o que está prometido no que se afirma nos versos 16 e 17:
“16 E o Senhor seu Deus naquele dia os salvará, como o rebanho do seu povo; porque eles serão como as pedras de uma coroa, elevadas sobre a terra dele.
17 Pois quão grande é a sua bondade, e quão grande é a sua formosura! o trigo fará florescer os mancebos e o mosto as donzelas.”




“1 A palavra do Senhor está contra a terra de Hadraque, e repousará sobre Damasco, pois ao Senhor pertencem as cidades de Arã, e todas as tribos de Israel.
2 E também Hamate que confina com ela, e Tiro e Sidom, ainda que sejam mui sábias.
3 Ora Tiro edificou para si fortalezas, e amontoou prata como o pó, e ouro como a lama das ruas.
4 Eis que o Senhor a despojará, e ferirá o seu poder no mar; e ela será consumida pelo fogo.
5 Asquelom o verá, e temerá; também Gaza, e terá grande dor; igualmente Ecrom, porque a sua esperança será iludida; e de Gaza perecerá o rei, e Asquelom não será habitada.
6 Povo mestiço habitará em Asdode; e exterminarei a soberba dos filisteus.
7 E da sua boca tirarei o sangue, e dentre os seus dentes as abominações; e ele também ficará como um resto para o nosso Deus; e será como chefe em Judá, e Ecrom como um jebuseu.
8 Ao redor da minha casa acamparei contra o exército, para que ninguém passe, nem volte; e não passará mais por eles o opressor; pois agora vi com os meus olhos.
9 Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei; ele é justo e traz a salvação; ele é humilde e vem montado sobre um jumento, sobre um jumentinho, filho de jumenta.
10 De Efraim exterminarei os carros, e de Jerusalém os cavalos, e o arco de guerra será destruído, e ele anunciará paz às nações; e o seu domínio se estenderá de mar a mar, e desde o Rio até as extremidades da terra.
11 Ainda quanto a ti, por causa do sangue do teu pacto, libertei os teus presos da cova em que não havia água.
12 Voltai à fortaleza, ó presos de esperança; também hoje anuncio que te recompensarei em dobro.
13 Pois curvei Judá por meu arco, pus-lhe Efraim por seta; suscitarei a teus filhos, ó Sião, contra os teus filhos, ó Grécia; e te farei a ti, ó Sião, como a espada de um valente.
14 Por cima deles será visto o Senhor; e a sua flecha sairá como o relâmpago; e o Senhor Deus fará soar a trombeta, e irá com redemoinhos do sul.
15 O Senhor dos exércitos os protegerá; e eles devorarão, e pisarão os fundibulários; também beberão o sangue deles como ao vinho; e encher-se-ão como bacias de sacrifício, como os cantos do altar.
16 E o Senhor seu Deus naquele dia os salvará, como o rebanho do seu povo; porque eles serão como as pedras de uma coroa, elevadas sobre a terra dele.
17 Pois quão grande é a sua bondade, e quão grande é a sua formosura! o trigo fará florescer os mancebos e o mosto as donzelas.” (Zacarias 9.1-17)




Zacarias 10

Vitórias e Vitórias – Zacarias 10

No verso 7 do décimo capítulo de Zacarias Deus prometeu  que  a Igreja teria o Seu poder e a Sua  alegria. E no verso 12 se diz que  o  povo do Senhor andará em  Seu  nome,  porque Ele o fortalecerá.
E a consequência de tal promessa é  que o povo do Senhor será  um  povo  alegre nesta Sua força.
Daí se dizer que devemos nos alegrar sempre no Senhor,  porque tais promessas que Ele tem feito  e cumprido  de fortalecimento,  salvação, proteção e crescimento  da Igreja  são motivo de grande alegria para o Seu povo, conforme se vê nos versos 7 e 8  deste capitulo 10 de Zacarias.
É a alegria de Deus, isto é, a que  vem dEle, e não a nossa própria alegria, que é a nossa força.
Fiel é o que fez a promessa.
Não contemplemos portanto  aquilo  que  há  no nosso próprio coração, porque não  será ali que acharemos esta força e alegria.
Olhemos para o alto.
Olhemos para Cristo e Ele nos dará força, graça  e  alegria, pelo poder do Espírito Santo.
Mas quando a Bíblia diz que  a  alegria do Senhor é a nossa força (Ne 8.10),  e que devemos nos regozijar sempre no Senhor (Fp 4.4), a quê  tipo  de  alegria ela está se referindo?
Nós veremos que é sobretudo alegria  no fato de termos sido salvos e de  termos o Senhor, e não propriamente uma atitude permanente de ter um sorriso no rosto, e não se sentir nunca  entristecido por qualquer aflição.
Esta alegria é uma exultação  interior, um regozijo no  Espírito,  por  sabermos que somos do Senhor, e que podemos  contar com a Sua graça, ainda que  estejamos contristados por muitas  provações.
O fator determinante desta alegria cristã nas provações é a habitação do Espírito Santo, e o fato de não entristecermos o Espírito, por causa do pecado, que é a única coisa que pode apagar a Sua atuação em nosso espírito.
Por isso, antes de falar em alegria e força espiritual neste capítulo de Zacarias, Deus ordenou a Seu povo que lhe pedisse chuva no tempo da chuva serôdia.
O que ocorrerá caso não chova na época apropriada sobre a lavoura? Poderá haver colheita?
De igual modo, caso não ocorra o derramar da chuva do Espírito no tempo apropriado, não poderá haver colheita de almas e a manifestação do poder de Deus entre nós.
A Igreja é incentivada a pedir, a clamar ao Senhor para que faça chover o Espírito onde temos semeado a Palavra do evangelho.
Se o Espírito Santo não regar a lavoura de Deus, não haverá colheita.
E se o povo de Deus não orar para que Deus derrame o Espírito, Ele não será derramado.
A palavra da promessa divina é que Ele derramará chuvas abundantes (v.1) caso o Seu povo ore lhe pedindo que derrame a chuva necessária, na época apropriada.
Quando o profeta Zacarias realizou o seu ministério, a terra de Judá, apesar do retorno do povo de Babilônia, ainda estava desolada e queimada, conforme podemos ver no livro de Neemias, cujo ministério foi bem posterior ao tempo de Zacarias.
Mas em tempos de desolação, quando parece que os inimigos espirituais da Igreja conseguiram prevalecer contra ela, por estarem seus membros enfraquecidos, e de pouco se ver da glória, poder e alegria do Espírito no meio do Seu povo, e quando as conversões escasseiam, o Senhor se levanta e fixa diante de nós a promessa de que derramará a chuva do Espírito no tempo apropriado, caso oremos a Ele pedindo tal derramamento.
As promessas de bênçãos, que são feitas a esta Igreja desolada que ora, são proferidas nos versos 5 a 12:
- Serão poderosos na batalha esmagando o inimigo no lodo das ruas, porque o Senhor estará com a Sua igreja (v. 5).
- Ele fortalecerá o Seu povo e trará salvação trazendo de volta aqueles que haviam sido espalhados, porque terá misericórdia deles e os ouvirá (v.6).
- A Igreja terá o poder do Senhor e a Sua alegria, e os que se converterem pelo seu testemunho, também se alegrarão no regozijo do Senhor (v.7).
- As conversões se multiplicarão tal como ocorriam na Igreja Primitiva (v. 8).
- Assim como Israel foi reunido pelo Senhor em sua própria terra, depois de tê-los espalhado pelas nações, de igual modo o Senhor será lembrado pelos seus eleitos, que estiverem em todas as nações, os quais se converterão a Ele, e serão tantos, que não se achará lugar bastante para eles, tal como ocorre ainda hoje com Israel em suas disputas por terras com os palestinos, depois de terem sido trazidos pelo Senhor de todas as nações (v. 9,10).
- Os inimigos da Igreja não poderão prevalecer contra ela, porque o Senhor derrubará a soberba e o domínio deles (v.11).
- O povo do Senhor andará em Seu nome, porque Ele o fortalecerá (v.12).
Todas estas bênçãos virão sobre o povo do Senhor porque eles terão abandonado os seus ídolos, e toda a forma falsa de religião, na qual haviam sido enganados, porque não foram conduzidos por pastores fiéis à verdade (v.2).
Mas a ira do Senhor se acende contra estes pastores infiéis, e aqueles que dentre eles forem falsos pastores, por não conhecerem ao Senhor, Ele os castigará.
Ele mesmo visitará o Seu rebanho e fará dele como um majestoso cavalo de guerra (v. 3).
Tudo isto o Senhor fará se o Seu povo lhe pedir que faça chover no tempo apropriado.
E se diz que este tempo é o da chuva serôdia.
Esta chuva era a última que caía em Israel e que fazia o grão engordar na espiga, de maneira que pudesse haver colheita.
É portanto, uma referência ao derramar do Espírito, nos últimos dias, para a grande colheita de almas, o que se dá através da oração da Igreja, pedindo que isto ocorra.
As primeiras chuvas em Israel caíam na primavera entre março e maio, e era suficiente apenas para fazer brotar a lavoura e dar crescimento às plantas, mas não para encher as espigas de grãos, e como raramente chove em Israel nos meses de junho e julho, a chuva posterior (serôdia) era necessária para que houvesse colheita.
De igual modo, se Deus não fizer cair a chuva do Espírito, não pode haver colheita espiritual.
Os líderes de Israel haviam falhado em apascentar o povo do Senhor. Ao contrário, eles fizeram as ovelhas se desviarem do Seu caminho.
Mas Deus tornaria a reunir o Seu povo num só rebanho, e o apascentaria, e tem feito isto através do Espírito e do ministério de pastores fiéis, que são segundo o Seu coração, e não como os ladrões e salteadores, que haviam explorado e destruído as ovelhas, antes que Jesus se manifestasse.
“7 Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas.
8 Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não os ouviram.” (Jo 10.7,8).
Deus é quem salva e fortalece a casa de Judá e de José, isto é, todo o verdadeiro Israel, a saber a Igreja.
Ele trabalha pela nossa felicidade enquanto cumprimos o nosso dever para com Ele.
Deste modo, somos capacitados a sermos diligentes com a força que Deus nos dá.
Deus é nossa força, e assim se torna nossa canção e nossa salvação.
Os que forem remidos no sangue de Jesus seriam multiplicados por Deus (v. 8).
Esta é uma profecia clara quanto à multiplicação da Igreja.
“Assim as igrejas eram confirmadas na fé, e dia a dia cresciam em número.” (Atos 16.8).
A vocação da Igreja verdadeira é crescer e se multiplicar na terra.
Não podemos portanto pensar em portas fechadas enquanto permanecemos fiéis ao Senhor, porque Ele tem prometido multiplicar, fazer crescer e fortalecer e não dividir e enfraquecer.
É a glória do Seu próprio nome que está em jogo no progresso e força da Igreja, por isso Ele mesmo se tornou a nossa força e salvação.
E a consequência de tal promessa é que o povo do Senhor será um povo alegre nesta Sua força.
Daí se dizer que devemos nos alegrar sempre no Senhor, porque tais promessas que Ele tem feito e cumprido,  de fortalecimento, salvação, proteção e crescimento da Igreja são motivo de grande alegria para o Seu povo, conforme se vê no verso 8.
Não importa portanto, quais sejam as circunstâncias em que estejamos vivendo.
Se há dificuldades que não são ocasionadas pelo fato de estarmos vivendo em pecado, que é a única razão para nos entristecermos, estejamos sempre alegres no Senhor, especialmente nos serviços da Sua casa.
Louvemos o Seu santo nome por tão grande graça e bondade, que tem demonstrado para conosco em Cristo Jesus.
E que sejam cânticos de alegria que exaltem o Seu santo nome.
O nosso coração se alegrará, diz a promessa.
Então o Senhor quer que estejamos alegres e gratos em toda e qualquer circunstância, porque isto traz grande glória ao Seu nome e dá cumprimento à Sua palavra.
Levantemos portanto de todo e qualquer abatimento de espírito, pela fé na Sua promessa, e o Espírito nos fortalecerá, para que estejamos alegres na presença de Deus.
Satanás não pode prevalecer contra um  coração que se alegra no Senhor, porque um coração assim está revestido com graça, e ele tem que bater em retirada.
Importa que esta alegria seja do Espírito, produzida pela força do Senhor, porque se for da carne, se for nossa própria alegria, nossa resistência será fraca e cairemos nas tentações de Satanás.
É a alegria de Deus, isto é, a que vem dEle, e não a nossa própria alegria que é a nossa força.
Quando os filhos virem seus pais com tal alegria, eles se animarão em também servirem ao Senhor.
É portanto, fundamental que haja esta alegria de Deus em nossas vidas e em nossos lares.
Fiel é o que fez a promessa.
Não contemplemos portanto, aquilo que há no nosso próprio coração, porque não será ali que acharemos esta força e alegria.
Olhemos para o alto. Olhemos para Cristo e Ele nos dará força, graça e alegria pelo poder do Espírito Santo.
Quando as pessoas virem a alegria de um povo santo.
Quando elas virem este poder maravilhoso operando em nossas vidas, elas também se sentirão atraídas pelo evangelho.
Importa portanto, estarmos contentes em toda e qualquer situação, tal como o apóstolo Paulo havia aprendido, e este era o grande segredo de ter ganho tantos para Cristo.
Foi por causa desta força do Senhor, que vem da Sua alegria em nós, que o apóstolo pôde fazer tantas coisas para Deus, andando para cima e para baixo, vencendo todas as oposições.
Ele nos deixou um exemplo para ser seguido, e por isso nos pede que sejamos seus imitadores, porque esta é a maneira certa de se viver para Deus.
A vida Cristã exige que tenhamos força e nos movimentemos de maneira industriosa para Deus, em nosso serviço de ganhar e edificar almas.
Porque Deus ama ao homem que criou e não lhe agrada nem um pouco ver, mesmo ímpios, serem destruídos por causa do pecado.
Mas tudo o que fizermos tem que ser em nome do Senhor Jesus Cristo e debaixo do Seu governo e autorização, em completa dependência do Seu Espírito, para que Ele receba toda a glória.
 “E tudo quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.” (Col 3.17).
É por isso que tanto se exige que os cristãos não se entreguem a pensamentos vãos e deprimentes, a pensamentos de derrota, mas a aprenderem como Paulo a poderem todas as coisas em Cristo, porque Ele nos fortalece.
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.”(Fp 4.8).
Se fizermos isto, qual é o resultado prometido?
É dito que o Deus de paz será conosco, se agirmos e pensarmos tal como Paulo fazia (Fp 4.9).
Queiramos uma vida vitoriosa como esta, não para o nosso próprio interesse, mas para podermos de fato exaltar e glorificar o nome do Senhor. Ele merece isto depois de tudo o que fez e tem feito por nós.
Há toda uma multidão de testemunhas aguardando todos os dias pela nossa vitória, quer pessoas na terra, quer os anjos nos céus.



“Pedi ao SENHOR chuva no tempo da chuva serôdia, sim, ao SENHOR que faz relâmpagos; e lhes dará chuvas abundantes, e a cada um erva no campo.
2 Porque os ídolos têm falado vaidade, e os adivinhos têm visto mentira, e contam sonhos falsos; com vaidade consolam, por isso seguem o seu caminho como ovelhas; estão aflitos, porque não há pastor.
3 Contra os pastores se acendeu a minha ira, e castigarei os bodes; mas o SENHOR dos Exércitos visitará o seu rebanho, a casa de Judá, e os fará como o seu majestoso cavalo na peleja.
4 Dele sairá a pedra de esquina, dele a estaca, dele o arco de guerra, dele juntamente sairá todo o opressor.
5 E serão como poderosos que na batalha esmagam ao inimigo no lodo das ruas; porque o SENHOR estará com eles; e confundirão os que andam montados em cavalos.
6 E fortalecerei a casa de Judá, e salvarei a casa de José, e fá-los-ei voltar, porque me compadeci deles; e serão como se eu não os tivera rejeitado, porque eu sou o SENHOR seu Deus, e os ouvirei.
7 E os de Efraim serão como um poderoso, e o seu coração se alegrará como pelo vinho; e seus filhos o verão, e se alegrarão; o seu coração se regozijará no SENHOR.
8 Eu lhes assobiarei, e os ajuntarei, porque eu os tenho remido; e multiplicar-se-ão como antes se tinham multiplicado.
9 Ainda que os espalhei por entre os povos, eles se lembrarão de mim em lugares remotos; e viverão com seus filhos, e voltarão.
10 Porque eu os farei voltar da terra do Egito, e os congregarei da Assíria; e trá-los-ei à terra de Gileade e do Líbano, e não se achará lugar bastante para eles.
11 E ele passará pelo mar da angústia, e ferirá as ondas no mar, e todas as profundezas do Nilo se secarão; então será derrubada a soberba da Assíria, e o cetro do Egito se retirará.
12 E eu os fortalecerei no SENHOR, e andarão no seu nome, diz o SENHOR.”. (Zacarias 10.1-12)




Zacarias 11

O Pastor e as Ovelhas – Zacarias 11

Os versos 12 e 13 da profecia de Zacarias 11 citam detalhes da traição de Jesus por Judas.
Isto comprova que o conteúdo de toda esta profecia não pode ser limitado ao povo de Israel na Antiga Aliança, depois do retorno deles de Babilônia.
Certamente, o propósito de Deus foi o de demonstrar as Suas ações relativas especialmente aos pastores infiéis e inúteis, para o cumprimento dos Seus santos propósitos.
Há aqui uma declaração de guerra, da parte do Senhor, contra estes pastores.
A par da ação destes muitos pastores infiéis, Deus fará a Igreja prosperar e florescer, porque até mesmo a traição do Messias pelo preço ajustado de trinta moedas de prata, daria cumprimento ao plano de Deus para resgatar as Suas ovelhas, em todas nações do mundo, porque aquela traição precipitaria todos os eventos que culminariam com a morte de Jesus por nós, na cruz.
Além dos falsos pastores e todos aqueles que viessem a rejeitar a Cristo, porque são inimigos do rebanho de Deus, serão juntamente destruídos e totalmente abandonados à completa ruína.
O Senhor buscará e reunirá as Suas ovelhas desgarradas mas julgará a estes que a profecia chama de bodes, porque estes nada têm a ver com ovelhas.
São parecidos mas de natureza e hábitos bastante diferentes.
Um pastor fiel para o povo do Senhor deve amar o rebanho e dar a sua vida pela Igreja, conduzindo as ovelhas a viverem no aprisco de Deus, que é o abrigo da Sua Palavra.
No entanto, foi exatamente o contrário disto que fizeram os líderes de Israel, mesmo depois de o Senhor ter restaurado a nação depois de tê-los trazido de Babilônia.
Estes líderes gananciosos e interesseiros haviam se enriquecido às custas do rebanho do Senhor, e não tinham misericórdia do povo colocado debaixo do seu cuidado.
Eram homens ricos e elevados em sua própria estima.
Mas o Senhor os derrubaria em um só mês, quando trouxe os romanos para destruírem o templo e todas as residências de Israel, matando a muitos e espalhando os demais por todas as nações da terra.
Este mesmo juízo aguarda por todo falso líder elevado, que se enriquece às custas daqueles que eles deveriam pastorear e conduzir à verdade.
 Se o Senhor cortou e derrubou aqueles sacerdotes e  escribas de Israel; se não mostrou nenhuma consideração para com eles, quanto mais não poderiam estar certos do Seu juízo todo o restante do povo, mesmo os pobres da terra!
Ninguém se iluda portanto, com a suntuosidade de templos, e a aparente glória de muitos pastores e daqueles que se intitulam a si mesmos apóstolos e não são, quanto a que escaparão do justo juízo de Deus, caso em vez de apascentarem o rebanho do Senhor na verdade com humildade, acham ocasião para engordarem a si mesmos explorando as ovelhas do Senhor.
A queda dos grandes é um alerta do Senhor a todos. Se Ele derrubou os carvalhos, quanto mais os arbustos de espinheiros frágeis não seriam também derrubados por Ele.
Aqueles que uivavam nos dias dos seus triunfos haverão de uivar no dia dos seus horrores (v.3), quando o Senhor trouxer sobre eles os Seus juízos.
O dever dos pastores é proteger o rebanho da ação do Inimigo, e não agirem eles próprios como lobos, ainda que em pele de ovelha.
Aqueles que abusam orgulhosamente do poder que lhes foi dado, agindo como leõezinhos que uivam, em vez de serem pastores, podem esperar certamente, que Deus abaterá o seu orgulho (v.3).
Assim como o Senhor julgou aqueles líderes religiosos de Israel, que exploravam as ovelhas, oprimindo pela usura e vendendo seus próprios irmãos israelitas como escravos, de igual modo Ele julgará aqueles que têm feito da Sua Igreja ocasião de negócio.
É uma grande responsabilidade ser pastor, porque a conta terá que ser prestada diretamente a Deus, e Ele fará certamente esta prestação de contas, com todos aqueles que chamou para apascentar as suas ovelhas, no Dia do Juízo.
Parte uma ordem do Senhor desde os céus para que as ovelhas sejam apascentadas, porque aqueles que as matam não se têm culpados por isto; ao contrário, eles louvam ao Senhor pelo fato de terem enriquecido (v. 4, 5).
Eles estavam atribuindo a Deus o mérito pelo enriquecimento deles, como se Ele fosse sócio das suas maldades e iniquidades.
É somente por aquilo que nós adquirimos honestamente, que podemos dar graças a Deus.
Entretanto, como é comum vermos em nossos dias, tantos tributando a Deus a causa da prosperidade que alcançaram ilicitamente, ou para fazerem dela um uso egoísta e ímpio!
Como pode o Deus santo e justo se agradar destas coisas?
Por isso Jesus se manifestou a Israel para ser Ele próprio o Pastor das ovelhas, que estavam sendo mortas, espiritualmente, por estes falsos pastores interesseiros (v.7).
O Senhor destruiu os três pastores de Israel num só mês porque a Sua longanimidade havia se esgotado para com eles, e assim como eles haviam se enfastiado do Senhor e dos Seus mandamentos, Ele também havia se enfastiado deles (v. 8).
Estes três pastores eram os governantes, os juízes e os sacerdotes de Israel.
Todos eles haviam se corrompido na sua função de conduzirem o povo do Senhor, em justiça e debaixo do Seu temor.
Estes líderes pensavam somente nos seus próprios interesses egoístas, e de igual modo, há muitos pastores na Igreja, que não demonstram nenhuma misericórdia ou ternura pelas almas preciosas, que eles devem apascentar.
E estará doente a Igreja em que o pastor não olhar com compaixão ao ignorante, ao tolo, ao fraco e até mesmo ao mau, porque se exige que seja longânimo para com todos (I Tes 5.14).
O judeus haviam rejeitado a Cristo dizendo que não reconheciam a nenhum outro rei, senão somente a César, e tiveram o salário que lhes foi pago pelo Império Romano, sob as mãos de Tibério César em 70 d.C, que os destruiu e expulsou de Israel .
Muitos erram, ainda hoje, na Igreja, por rejeitarem o governo de Cristo, para se amoldarem e se sujeitarem aos ditames deste mundo.
E não aprendem da história do que ocorreu aos judeus no passado, por terem rejeitado o senhorio de Cristo.
Como o quadro de infidelidade ao Senhor em Israel havia se agravado muito, Ele pronunciou o juízo de quebrar a Antiga Aliança (v. 10), assim como havia profetizado antes, através de Jeremias, que faria uma Nova Aliança, diferente da antiga (Jer 31.31-34).
A graça que havia sido manifestada a Israel, mantendo-o em seu território como povo da aliança, seria quebrada, e Deus revogaria o compromisso que vinha tendo com eles, para manter a aliança que havia feito através de Moisés.
Ele promulgaria uma Nova Aliança, através da mediação de Cristo, para que houvesse maior efetividade na ação daqueles que apascentam o Seu rebanho, e na vida das próprias ovelhas que são apascentadas.
Jesus não foi dado portanto, à Igreja, para dar às ovelhas um oceano de facilidades, mas para que fossem apascentadas na verdade.
Foi por isso que ordenou a Pedro que apascentasse as Suas ovelhas, como a melhor prova do Seu amor devotado a Ele.
A Igreja não é portanto, um grupo de pessoas reunidas, para se divertirem como um clube, nem para outros fins, senão para cumprirem a missão de ganhar almas e edificá-las na verdade.
A Igreja deve andar nas pegadas do Seu Senhor e Mestre, porque Jesus andou curando e pregando o evangelho a todos, e nunca excluiu qualquer pessoa da possibilidade de ser curada, liberta, salva, inclusive os mais pecadores, até mesmo dentre os pobres e desfavorecidos.
Ele não veio devorar as ovelhas, mas para lhes dar vida abundante.  
No verso 17 há uma maldição proferida contra os pastores inúteis, que abandonam o rebanho, quando a maioria das pessoas necessita dos seus cuidados.
Afirma-se que a espada do juízo de Deus cairá sobre o braço e o olho direito deles, e que o braço se secará e o olho escurecerá completamente.
O braço direito é o principal braço, e sendo secado isto significa que aqueles aos quais é dirigida a maldição ficarão inúteis para ajudar os seus amigos quando forem solicitados.
E o fato de o olho direito ficar totalmente cego, significa que não poderá discernir o perigo que vier sobre o seu rebanho, e nem saberá o que fazer para achar alívio.
Esta maldição se cumpriu completamente nos fariseus, a quem o Senhor chamou de guias cegos (João 9.39-41).




“1 Abre, ó Líbano, as tuas portas para que o fogo consuma os teus cedros.
2 Geme, ó cipreste, porque o cedro caiu, porque os mais poderosos são destruídos; gemei, ó carvalhos de Basã, porque o bosque forte é derrubado.
3 Voz de uivo dos pastores! porque a sua glória é destruída; voz de bramido dos filhos de leões, porque foi destruída a soberba do Jordão.
4 Assim diz o SENHOR meu Deus: Apascenta as ovelhas da matança,
5 Cujos possuidores as matam, e não se têm por culpados; e cujos vendedores dizem: Louvado seja o SENHOR, porque tenho enriquecido; e os seus pastores não têm piedade delas.
6 Certamente não terei mais piedade dos moradores desta terra, diz o SENHOR; mas, eis que entregarei os homens cada um na mão do seu próximo e na mão do seu rei; eles ferirão a terra, e eu não os livrarei da sua mão.
7 Eu, pois, apascentei as ovelhas da matança, as pobres ovelhas do rebanho. Tomei para mim duas varas: a uma chamei Graça, e à outra chamei União; e apascentei as ovelhas.
8 E destruí os três pastores num mês; porque a minha alma se impacientou deles, e também a alma deles se enfastiou de mim.
9 E eu disse: Não vos apascentarei mais; o que morrer, morra; e o que for destruído, seja destruído; e as que restarem comam cada uma a carne da outra.
10 E tomei a minha vara Graça, e a quebrei, para desfazer a minha aliança, que tinha estabelecido com todos estes povos.
11 E foi desfeito naquele dia; e assim conheceram os pobres do rebanho, que me respeitavam, que isto era palavra do SENHOR.
12 Porque eu lhes disse: Se parece bem aos vossos olhos, dai-me o meu salário e, se não, deixai-o. E pesaram o meu salário, trinta moedas de prata.
13 O SENHOR, pois, disse-me: Arroja isso ao oleiro, esse belo preço em que fui avaliado por eles. E tomei as trinta moedas de prata, e as arrojei ao oleiro, na casa do SENHOR.
14 Então quebrei a minha segunda vara União, para romper a irmandade entre Judá e Israel.
15 E o SENHOR disse-me: Toma ainda para ti o instrumento de um pastor insensato.
16 Porque, eis que suscitarei um pastor na terra, que não cuidará das que estão perecendo, não buscará a pequena, e não curará a ferida, nem apascentará a sã; mas comerá a carne da gorda, e lhe despedaçará as unhas.


17 Ai do pastor inútil, que abandona o rebanho! A espada cairá sobre o seu braço e sobre o seu olho direito; e o seu braço completamente se secará, e o seu olho direito completamente se escurecerá.”. (Zacarias 11.1-17)



Zacarias 12

O Derramar do Espírito Santo – Zacarias 12

Esta expressão “carga da Palavra do Senhor” aparece em outras passagens bíblicas como por exemplo Jer 33.38 e Mal 1.1.
A palavra carga vem do hebraico massau, que significa peso.
Em outras passagens do Antigo Testamento é usada com o sentido da carga que era carregada pelos animais; e deste modo, significa fardo.
Quando vinha como Palavra do Senhor, era geralmente na forma de profecia, daí ser traduzida em algumas versões como profecia, ou sentença, em vez de carga.
Em Jeremias 23.33, 34, 36, 38, nós vemos o Senhor repreendendo o povo por chamar de carga a Sua vontade revelada pela Palavra.
E isto estava associado ao fato de que sendo um Deus misericordioso, que demonstraria o Seu amor ao Seu povo, dando o Seu próprio Filho unigênito para morrer pelos pecadores, jamais poderia ser visto como quem coloca fardos sobre os outros, porque Ele mesmo é quem carrega os nossos fardos.
Por isso, no mesmo contexto da profecia de Jeremias 23 é feito menção a Jesus como sendo dado para justificar o povo do Senhor (v. 5,6), e seria por causa dEle, que haveria pastores fiéis para apascentarem o Seu rebanho (v.4), que agiriam de modo muito diferente daqueles que estavam destruindo e dispersando as ovelhas (v.1).
Jesus havia repreendido os fariseus por atarem fardos pesados às costas do povo (Mt 23.4), porque o ministério dos homens de Deus não é o de colocar fardos sobre as pessoas, mas de aliviar os seus fardos.
Devemos lembrar que Jesus carrega as ovelhas perdidas em Seu próprio ombro, porque na verdade, as tem carregado em Seu coração.
Como pois pode ser carga a Palavra de Deus?
Ela será uma carga somente para aqueles que resistem à vontade do Senhor, por serem rebeldes.
E é para estes que a Palavra desta profecia seria uma carga.
Para todos que se opõem ao sucesso de Jerusalém.
Deus tem colocado Jerusalém para ser objeto de louvor na terra.
Na profecia, esta cidade tem um simbolismo espiritual de representar a Igreja do Senhor, porque seria nela que a Igreja seria iniciada com aquele primeiro grupo de 120 discípulos, que estavam reunidos no dia em que o Espírito Santo foi derramado.
É por isso que se faz a promessa do derramar do Espírito, nesta profecia de Zacarias (v. 10).
Mas para aqueles que gracejam da Palavra do Senhor, e que brincam com as coisas sagradas, Jerusalém seria uma pedra pesada, uma carga.
Jerusalém será uma pedra pesada para as nações, porque os exércitos coligados do Anticristo que vierem sobre ela serão destruídos pelo Senhor, na Sua segunda vinda (v. 2,3).
Jesus é a pedra angular do edifício da Igreja, e muitos judeus o rejeitaram e o têm rejeitado, assim como muitas pessoas em todas as nações do mundo, mas Ele diz que sobre quem esta pedra cair será despedaçado e reduzido a pó (Mt 21.44).
Importava que o evangelho começasse a ser pregado primeiro em Jerusalém e em Judá, para dar cumprimento à profecia do verso 7 deste 12º capítulo de Zacarias.
Nos capítulos anteriores se vê que apesar de a Igreja (Jerusalém) ser um peso para os inimigos de Deus de todas as nações, estes se oporiam duramente a ela (final do verso 3).
Mas o Senhor pronunciou uma sentença sobre eles de feri-los de espanto e de loucura (v. 4).
Os inimigos de Deus tentarão apagar o fogo do Espírito, mas os líderes fiéis da Igreja, designados na profecia por governadores de Judá, serão como um braseiro ardente e um facho de fogo (v. 6).
Deus prometeu enfraquecer a coragem e a força dos inimigos da Igreja (v. 4).
Assim, a Igreja deve cumprir a Sua missão com coragem, sem temor, sem assombro e sem se deixar intimidar por qualquer tipo de inimigo, porque o Senhor tem feito a promessa de protegê-la e de fortalecer o mais fraco dos seus membros, a ponto de compará-lo com Davi, que foi um grande guerreiro de Deus, e a casa de Davi (uma referência à Igreja reunida) como sendo como o próprio Deus, como o anjo do Senhor diante dela (v. 8).
O Senhor mesmo destruirá todas as nações (ajuntamentos de pessoas ou povos) que tentarem vir contra Jerusalém (a Igreja), para destruí-la (v. 9).
Diante de tão grande promessa que tem sido cumprida fielmente pelo Senhor, nestes dois mil anos de pregação do evangelho, como enfraqueceremos na fé e deixaremos de prosseguir adiante com a realização da Sua obra através de nós?
Foi por se firmar nestas promessas que os apóstolos puderam enfrentar toda oposição que se levantou contra eles, e prevaleceram.
Veja a palavra que o Senhor dirigiu a Paulo quanto às perseguições que havia sofrido em Corinto:
“9 E de noite disse o Senhor em visão a Paulo: Não temas, mas fala e não te cales;
10 porque eu estou contigo e ninguém te acometerá para te fazer mal, pois tenho muito povo nesta cidade.” (At 18.9,10).
Assim, portanto, incentivemo-nos mutuamente dizendo: “Adiante! Adiante!”. Adiante com a adoração, com o louvor, com a pregação, com o ensino, com as orações, com a comunhão, com a santificação, com a evangelização, com o testemunho.
Adiante! Adiante!
Não olhemos para trás conforme o Inimigo quer que façamos.      
Sejamos corajosos e não temamos o mal, porque fiel é O que fez a promessa de proteger a Sua igreja!
O Espírito Santo é derramado como Espírito de graça e de súplicas, e o Seu trabalho é principalmente o de convencer do pecado, da justiça e do juízo, por se olhar o Cristo crucificado pelos nossos pecados e que conduz todos os que são da casa de Davi, os habitantes de Jerusalém (duas formas de se referir à Igreja que está em todo o mundo) a chorarem amargamente pela morte do Senhor na cruz, porque entenderão não apenas o quanto Ele sofreu por amor de nós, mas porque aquela morte é a nossa própria morte, que Ele morreu em nosso lugar (v.10).
Por isso este choro não é apenas um pranto da Igreja reunida, como o povo de Israel chorou pela morte do piedoso rei Josias, no vale de Megido, mas um pranto em cada família, e nos membros individuais destas famílias (v. 12-14). E é exatamente isto o que tem ocorrido em todo o mundo, desde que Cristo morreu na cruz.
O choro do arrependimento tem operado conversões em muitos corações, porque Ele morreu para este propósito mesmo.
A promessa do derramar do Espírito é feita em conexão com a morte de Cristo na profecia do verso 10, porque foi por causa da morte do Senhor que a promessa do derramar do Espírito foi cumprida, e porque o Espírito é verdadeiramente derramado somente quando a cruz é pregada.
É pela pregação do evangelho da cruz, e por se viver crucificado com Cristo, que o Espírito de graça e de súplicas é derramado em nossos corações.
É dito que é Espírito de graça, porque a salvação é pela graça, somente por se olhar com os olhos espirituais da fé para Cristo, para o Cristo traspassado pelos nossos pecados.
E é Espírito de súplicas porque é Ele quem intercede pelos santos, porque não sabemos como orar e nem como convém orar (Rom 8.26).
Então em toda verdadeira oração é Ele que intercede através de nós.
Devemos aprender a descansar nestas promessas e a ter completa fé nesta Palavra que Deus tem proferido acerca da vitória da Sua igreja, para que nos empenhemos na obra de Deus, com paz e alegria nos nossos corações, a par de toda oposição do inferno que possamos sofrer.




“1 Carga da palavra do SENHOR sobre Israel: Fala o SENHOR, o que estende o céu, e que funda a terra, e que forma o espírito do homem dentro dele.
2 Eis que eu farei de Jerusalém um copo de tremor para todos os povos em redor, e também para Judá, durante o cerco contra Jerusalém.
3 E acontecerá naquele dia que farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos; todos os que a carregarem certamente serão despedaçados; e ajuntar-se-ão contra ela todo o povo da terra.
4 Naquele dia, diz o SENHOR, ferirei de espanto a todos os cavalos, e de loucura os que montam neles; mas sobre a casa de Judá abrirei os meus olhos, e ferirei de cegueira a todos os cavalos dos povos.
5 Então os governadores de Judá dirão no seu coração: Os habitantes de Jerusalém são a minha força no SENHOR dos Exércitos, seu Deus.
6 Naquele dia porei os governadores de Judá como um braseiro ardente no meio da lenha, e como um facho de fogo entre gavelas; e à direita e à esquerda consumirão a todos os povos em redor, e Jerusalém será habitada outra vez no seu lugar, em Jerusalém;
7 E o SENHOR salvará primeiramente as tendas de Judá, para que a glória da casa de Davi e a glória dos habitantes de Jerusalém não seja exaltada sobre Judá.
8 Naquele dia o SENHOR protegerá os habitantes de Jerusalém; e o mais fraco dentre eles naquele dia será como Davi, e a casa de Davi será como Deus, como o anjo do SENHOR diante deles.
9 E acontecerá naquele dia, que procurarei destruir todas as nações que vierem contra Jerusalém;
10 Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram; e pranteá-lo-ão sobre ele, como quem pranteia pelo filho unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito.
11 Naquele dia será grande o pranto em Jerusalém, como o pranto de Hadade-Rimom no vale de Megido.
12 E a terra pranteará, cada família à parte: a família da casa de Davi à parte, e suas mulheres à parte; e a família da casa de Natã à parte, e suas mulheres à parte;
13 A família da casa de Levi à parte, e suas mulheres à parte; a família de Simei à parte, e suas mulheres à parte.
14 Todas as mais famílias remanescentes, cada família à parte, e suas mulheres à parte.”. (Zacarias 12.1-14)




Zacarias 13

O Fogo Purificador de Deus – Zacarias 13

O 13º capítulo de Zacarias revela claramente, que com a manifestação de Jesus em carne, para a purificação dos nossos pecados, o ministério dos profetas do Antigo Testamento seria fechado, porque Ele daria pleno cumprimento a todas as profecias com a manifestação da Sua vinda.
Até mesmo o dom de profecia, que foi manifestado pelo Espírito Santo nos dias de produção do Novo Testamento, e que tem continuado na Igreja, também cessará com a manifestação da Sua segunda vinda, porque O conheceremos como somos por Ele conhecidos, e por isso se diz que “havendo profecias, cessarão” e não somente elas como todos os demais dons sobrenaturais extraordinários do Espírito Santo, que operam ainda hoje na Igreja.
A fonte aberta pelo Senhor, para remover o pecado e a impureza da casa de Davi, e dos habitantes de Jerusalém, isto é, daqueles que comporiam a Igreja, é o evangelho de Cristo manifestado na dispensação da graça, a qual é chamada nesta profecia de “naquele dia”, assim com é designada na profecia de Isaías como “ano aceitável do Senhor” (Is 61.2); e de “últimos dias” em várias passagens proféticas, como por exemplo  em Atos 2.17; Is 2.2; Os 3.5; Mq 4.1.
Aqueles que são da casa de Davi, a saber, os que creem em Cristo, seriam purificados por Ele quando entrassem em aliança com o Senhor, através do sangue da Nova Aliança, feita através dAquele que teve suas mãos feridas e o seu lado transpassado (v. 6,7).
Estes convertidos abandonariam os seus ídolos por causa do trabalho de purificação do Espírito Santo em suas vidas, preparando-os para aquele grande dia de glória, quando estarão com o Cordeiro no monte Sião, ocasião em que já não haverá mais ídolos, falsos profetas e espírito de impureza sobre a terra, porque Deus os terá cortado para sempre.
Chegará o tempo em que não haverá mais espíritos imundos, a saber, Satanás e os demônios, para tentarem as pessoas que estiverem sobre a terra, e este tempo começara a partir do dia da volta do Senhor.
Este trabalho será feito por causa dAquele que fez uma Nova Aliança conosco no Seu sangue, e não poderia ser realizado por qualquer outro.
Chegará o dia em que o Senhor prevalecerá completamente sobre os falsos profetas, que estão a serviço destes espíritos imundos.
E somente a Palavra da verdade permanecerá, quando todas estas mentiras, erro e falsidade forem removidos por Deus da terra.
Tal será o amor pela verdade nos corações dos cristãos aliançados com Deus, por meio da fé em Cristo, que o amor deles pela Sua Palavra será maior do que o seu afeto natural  pelos seus próprios filhos, porque os pais piedosos se levantarão contra eles, a terem que testemunhar o desvario deles profetizando mentiras em nome do Senhor (v.3).
A verdade está destinada a triunfar tão completamente na terra, que chegará o dia em que os falsos profetas sentirão vergonha das suas visões falsas e não mais se disfarçarão de profetas, para enganarem, porque a verdade mostrará de maneira muito contundente o erro deles (v. 4).
A grande e principal verdade a ser narrada é que a espada da justiça brandiu contra Cristo, o companheiro de Deus, que sendo Deus e igual a Deus não teve por usurpação ser igual a Ele, mas que se esvaziou a Si mesmo, para ser transpassado em Sua morte, para poder perdoar os nossos pecados e remover a nossa culpa diante de Deus.
A ordem da Sua morte partiu do próprio Pai, para que a Sua justiça em relação ao perdão do pecado pudesse ser satisfeita com o Seu sacrifício compensatório.
O Justo morreria pelos injustos, para que eles pudessem ser justificados por Deus.
“Ó espada, ergue-te contra o meu pastor, e contra o varão que é o meu companheiro, diz o Senhor dos exércitos; fere ao pastor, e espalhar-se-ão as ovelhas; mas volverei a minha mão para os pequenos.” (Zac 13.7).
Quando o Supremo pastor do rebanho de Deus foi ferido na cruz, as ovelhas se dispersaram, demonstrando a fragilidade da natureza humana.
Isto ficou muito claro no procedimento de Pedro.
Mas Jesus veio para apascentar estes pequeninos, e assim, volveria a sua mão abençoadora para eles.
Jesus se referiu a este texto da profecia de Zacarias, na noite em que Ele foi traído, e quando os discípulos fugiriam atemorizados.
“Então Jesus lhes disse: Todos vós esta noite vos escandalizareis de mim; pois está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersarão.” (Mt 26.31).
Agora, quanto à profecia do verso 8, esta pode ter vários significados, como por exemplo:
- a destruição de dois terços de toda a humanidade; e apenas um terço dela teria o privilégio de permanecer na terra no milênio;
- a destruição da parte hipócrita da Igreja, ficando apenas a verdadeira Igreja invisível, constituída de um terço do número global de cristãos. Apenas estes herdariam a terra conforme a promessa de Cristo nas Bem-Aventuranças.
O grande fato é que no verso 9 é dito que esta terceira parte, que herdará a terra será passada por Deus pelo fogo purificador, e será provada como se prova o ouro, e estes invocarão o nome do Senhor, e Ele os ouvirá, e dirá deles que é o Seu povo, e eles dirão que o Senhor é o seu Deus.
Não resta portanto, nenhuma dúvida que estes que serão achados dignos de herdar a terra e de estarem para sempre com Deus, são aqueles que têm sido santificados, por serem purificados e provados.
Através desta provação da sua fé, são aperfeiçoados na perseverança e são amadurecidos espiritualmente.
São somente estes que fazem valer o grande valor do sangue purificador de Cristo em Suas vidas, por se consagrarem a Ele, para que sejam efetivamente purificados dos seus pecados.
Afinal, foi para este propósito que Cristo morreu por eles na cruz do Calvário.



“1 Naquele dia haverá uma fonte aberta para a casa de Davi, e para os habitantes de Jerusalém, para remover o pecado e a impureza.
2 Naquele dia, diz o Senhor dos exércitos, cortarei da terra os nomes dos ídolos, e deles não haverá mais memória; e também farei sair da terra os profetas e o espírito da impureza.
3 E se alguém ainda profetizar, seu pai e sua mãe, que o geraram, lhe dirão: Não viverás, porque falas mentiras em o nome do Senhor; e seu pai e sua mãe, que o geraram, o traspassarão quando profetizar.
4 Naquele dia os profetas se sentirão envergonhados, cada um da sua visão, quando profetizarem; nem mais se vestirão de manto de pêlos, para enganarem,
5 mas dirão: Não sou profeta, sou lavrador da terra; porque tenho sido escravo desde a minha mocidade.
6 E se alguém lhe disser: Que feridas são essas entre as tuas mãos? Dirá ele: São as feridas com que fui ferido em casa dos meus amigos.
7 Ó espada, ergue-te contra o meu pastor, e contra o varão que é o meu companheiro, diz o Senhor dos exércitos; fere ao pastor, e espalhar-se-ão as ovelhas; mas volverei a minha mão para os pequenos.
8 Em toda a terra, diz o Senhor, as duas partes dela serão exterminadas, e expirarão; mas a terceira parte restará nela.
9 E farei passar esta terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O Senhor é  meu Deus.”. (Zacarias 13.1-9)




Zacarias 14

Profecias Relativas ao Tempo do Fim – Zacarias 14

O 14º capítulo de Zacarias se refere ao dia da volta de Jesus, e revela qual será a condição da glória de Jerusalém, diante de todas as nações, a partir daquele dia, em que o Senhor voltará com poder e grande glória, para julgar a terra e estabelecer o Seu reino em Jerusalém.
A situação referida particularmente no verso 2 desta profecia de Zacarias foi citada por Jesus no texto de Lucas 21.20-24. Compare estas palavras de Jesus com a profecia de Zacarias:
“Porque eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém; e a cidade será tomada, e as casas serão saqueadas, e as mulheres forçadas; e metade da cidade sairá para o cativeiro, mas o restante do povo não será extirpado da cidade.” (Zac 14.2).
Veja que os exércitos de todas as nações que se ajuntarão para pelejarem contra Jerusalém, serão levantados pela deliberação do próprio Deus, e não pelo Anticristo, conforme se costuma afirmar.
O Anticristo estará encabeçando esta coligação de nações mas ele nada poderia fazer caso isto não tivesse sido planejado nos conselhos eternos do Senhor.
O pobre miserável Anticristo terá caído nas redes da Soberania do Deus Altíssimo para sofrer os juízos que estão determinados contra ele e os seus seguidores.
A quem pertence verdadeiramente o poder?
Ao insolente Anticristo, que se levanta contra o Deus Criador e tudo que é santo?
Satanás que deu o seu poder à Besta?
O poder pertence ao Senhor, e isto será visto claramente pela manifestação da Sua segunda vinda.
Veja que a profecia de Zacarias cita que as mulheres de Jerusalém seriam forçadas quando a cidade fosse assolada por esta coligação de exércitos, e Jesus o confirmou citando a aflição que viria sobre as mulheres grávidas e as que estivessem amamentando, porque seria mais difícil para elas fugirem da cidade, naqueles dias de grande tribulação (Lc 21.23).
Cabe ressaltar que tanto a profecia de Zacarias quanto a de Jesus, no texto de Lucas 21.20-24, tiveram um primeiro cumprimento quando Jerusalém foi assolada pelos romanos em 70 d.C. tendo um grande número de judeus sido espalhados pelas nações da terra.
Para quem pensa que há um exagero ou crueldade na profecia que afirma as assolações que ocorrerão nos dias do Anticristo, basta lembrar que foi permitido a Hitler, pelo Senhor, que exterminasse cerca de 6 milhões de judeus.
Assim, haverá um segundo e grande cumprimento destas predições nos dias do Anticristo, quando Jesus se manifestará com poder e grande glória, para destruir o trono da Besta.
Deus permitirá que a jóia dos judeus, Jerusalém, seja saqueada e espoliada pelos seus inimigos.
A avareza receberá o seu justo castigo com o fato de serem saqueadas as riquezas deste mundo, que os judeus juntaram e que tanto apreciam.
Por isso a profecia diz que as casas serão saqueadas.
Eles recusaram o Messias, porque lhes falou de riquezas espirituais e celestiais, que eles desprezaram, porque apreciaram e amaram as riquezas materiais e terrenas, e agora eles receberiam mais uma vez uma grande juízo divino para saberem que estas riquezas terrenas não podem livrar e socorrer o homem no dia da aflição.
Eles rejeitaram o Deus do céu por causa do deus Mamom e teriam mais uma vez a oportunidade de reconhecer que Mamom nada pode contra o Deus Altíssimo, quando a Sua mão julgadora é estendida.
Entretanto, Deus fez promessas de misericórdia em relação a Jerusalém e de que a colocaria por objeto de glória em toda a terra.
Então Ele misturará a misericórdia com o juízo, e enviará livramento juntamente com o julgamento.
Muitos dos judeus que forem expulsos da cidade pelo Anticristo, retornarão a Jerusalém convertidos por Cristo, que veio em socorro do povo de Deus, e então terão abrigo e segurança para sempre debaixo do governo eterno do Messias.
Um remanescente de Israel mais uma vez será poupado pelo Senhor, no tempo do fim, e será salvo.
E as nações que forem usadas por Deus, para servirem de açoite para o povo de Israel, serão também submetidas aos Seus juízos, por causa da própria maldade delas.
O Senhor pelejará contra eles e destruirá a muitos ímpios destas nações.
Ele fará com que eles bebam do mesmo cálice da ira que eles haviam dado a beber ao povo de Israel.
Foi do monte das Oliveiras que Jesus ascendeu ao céu, depois da Sua ressurreição (At 1.12).
Ali foi o último lugar sobre o qual Ele colocou os seus pés, enquanto esteve em carne neste mundo.
E será justamente ali onde Ele descerá por ocasião da Sua segunda vinda (v.4).
Tão grande será a glória do Senhor na Sua segunda vinda, que é dito que neste dia não haverá nem a luz do dia, nem as trevas da noite, tal o refulgir da glória do Senhor em toda a terra.
A volta do Senhor precipitará vários cataclismas sobre a face da terra e até mesmo no universo, porque é dito que os fundamentos do céu e da terra serão abalados.
Isto está de acordo com as pragas descritas no livro de Apocalipse, que serão derramadas sobre a terra.
Aqui no texto de Zacarias é dito que o monte das Oliveiras será fendido ao meio quando o Senhor pisar sobre Ele, e se transformará num vale muito grande (v. 4), e que todas as terras ao redor de Jerusalém serão transformadas em planície (v. 10).
Isto será uma clara indicação de que Deus começará um trabalho de restauração de toda a terra, que culminará com a criação de um novo céu e de uma nova terra.  
Um novo e vivo caminho seria aberto em Jerusalém, e dela sairiam águas vivas (v. 8), e dali procederá a palavra de governo do Senhor que reinará sobre todas as nações da terra no milênio (v. 9).
Jerusalém se tornou a fonte de águas vivas para o mundo, desde que o Espírito Santo foi derramado pela primeira vez no dia de Pentecostes, nesta cidade.
E estas águas vivas seriam espalhadas por todo o mundo, tanto o Ocidental, quanto o Oriental.
Deus não faria nenhuma distinção entre os povos, porque o evangelho é para toda criatura debaixo do céu.
Nem a seca do verão, nem o gelo do inverno poderão deter o derramar do Espírito em todo o mundo, porque a boca do Senhor o tem prometido (v. 8).
“Irão muitos povos, e dirão: Vinde, e subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor.” (Is 2.3).
O final do verso 5 da profecia de Zacarias diz:
“Então virá o SENHOR meu Deus, e todos os santos contigo.”.
Agora compare estas palavras de Zacarias com as que foram proferidas por Jesus em Mc 8.38:
“Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também dele se envergonhará o Filho do homem quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos.”.
Depois da volta do Senhor Jerusalém nunca mais será destruída e os seus moradores estarão em completa segurança nela (v. 11).
E todos os povos que guerrearam contra Jerusalém, juntamente com o Anticristo serão feridos com uma praga do Senhor, que fará com que a carne deles apodreça estando ainda de pé, especialmente os seus olhos e línguas.
Aquelas línguas que infamaram o Senhor e o Seu povo juntamente com o Anticristo serão apodrecidas (v. 12).
Estes exércitos se destruirão mutuamente.
Haverá uma desavença entre eles, e isto procederá do Senhor para humilhar a tentativa do Anticristo de formar uma unidade de governo em toda a terra (v. 13).
O despojo destas nações vencidas será muito grande, e Jerusalém de desprezada e rejeitada que era, terá que ser agora honrada por todas as nações, que serão tributárias de Cristo e da Igreja em Jerusalém (v. 14).
Anualmente, todas as nações terão que subir a Jerusalém para adorar o Rei de toda a terra, o Senhor Jesus, e para celebrarem a festa dos tabernáculos (v. 16).
A promessa feita por Cristo aos mansos, de que herdariam a terra terá sido finalmente cumprida quando estiverem reinando juntamente com Ele em Jerusalém (Mt 5.5).
Nenhuma das nações da terra poderá se recusar a subir a Jerusalém para adorar o Senhor, sob a ameaça de que Ele reterá a chuva sobre elas; isto é, Ele reterá as suas bênçãos e os ferirá com Suas pragas (v. 17 a 19).
É feita menção à festa dos tabernáculos, porque o teor desta festa era de louvor e de alegria.
Esta festa celebrava a comunhão do povo do Senhor com Ele.
E este será um tempo para pura alegria e louvor; quando Cristo estiver reinando sobre toda a terra; e quando os ímpios tiverem sido desarraigados dela.
Os que restaram da grande destruição do juízo da Sua segunda vinda terão um grande motivo para celebrar a Sua grande misericórdia para com eles.
Neste tempo se tornará muito claro o dever da adoração exigido pelo evangelho.
Deus busca adoradores porque é dever de todo homem adorá-lO.
Não é nenhum favor que eles fazem a Ele quando O adoram, mas a justa obediência que é devida ao Criador de todas as coisas e Salvador e Senhor dos pecadores.
E para que nunca se esqueçam que este dever de adoração deve ser em espírito e em verdade, isto é, em verdadeira santificação, até mesmo nas campainhas dos cavalos será gravado SANTIDADE AO SENHOR (v. 20).
Já não haverá mais joio na Igreja, e os verdadeiros salvos não adorarão ao lado daqueles que não conhecem ao Senhor (cananeus).
Somente os verdadeiros israelitas, a saber, os que foram lavados no sangue de Jesus, prestar-Lhe-ão culto de adoração (v. 21).
A profecia aponta para as atitudes que prevalecerão no futuro, para que nós as tenhamos no presente, isto é, nós devemos viver desde agora aquilo que seremos no futuro.
Por isso se diz em II Pe 3.10-14:
“10 Virá, pois, como ladrão o dia do Senhor, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se dissolverão, e a terra, e as obras que nela há, serão descobertas.
11 Ora, uma vez que todas estas coisas hão de ser assim dissolvidas, que pessoas não deveis ser em santidade e piedade,
12 aguardando, e desejando ardentemente a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se dissolverão, e os elementos, ardendo, se fundirão?
13 Nós, porém, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e uma nova terra, nos quais habita a justiça.
14 Pelo que, amados, como estais aguardando estas coisas, procurai diligentemente ser achados por ele em paz,  imaculados e irrepreensíveis,”.
O cristão deve se santificar com um olho no futuro.
Ele deve suportar sofrimentos olhando para a recompensa futura prometida.
Ele deve contemplar em espírito aquele dia em que o Senhor voltará para restaurar todas as coisas (At 3.21), e deve pautar a sua vida em conformidade com a perfeição de santidade, que será manifestada na volta do Senhor.
É para isto que todo cristão foi chamado por Deus, e é para isto que Ele deve viver, e por isso o Senhor nos tem falado pela palavra profética, que brilha como um farol, apontando-nos o porto seguro da Sua santa vontade para conosco em Cristo Jesus.
“E temos ainda mais firme a palavra profética à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma candeia que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça e a estrela da alva surja em vossos corações;” (II Pe 1.19).




“1 Eis que vem o dia do SENHOR, em que teus despojos se repartirão no meio de ti.
2 Porque eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém; e a cidade será tomada, e as casas serão saqueadas, e as mulheres forçadas; e metade da cidade sairá para o cativeiro, mas o restante do povo não será extirpado da cidade.
3 E o SENHOR sairá, e pelejará contra estas nações, como pelejou, sim, no dia da batalha.
4 E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul.
5 E fugireis pelo vale dos meus montes, pois o vale dos montes chegará até Azel; e fugireis assim como fugistes de diante do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá. Então virá o SENHOR meu Deus, e todos os santos contigo.
6 E acontecerá naquele dia, que não haverá preciosa luz, nem espessa escuridão.
7 Mas será um dia conhecido do SENHOR; nem dia nem noite será; mas acontecerá que ao cair da tarde haverá luz.
8 Naquele dia também acontecerá que sairão de Jerusalém águas vivas, metade delas para o mar oriental, e metade delas para o mar ocidental; no verão e no inverno sucederá isto.
9 E o SENHOR será rei sobre toda a terra; naquele dia um será o SENHOR, e um será o seu nome.
10 Toda a terra em redor se tornará em planície, desde Geba até Rimom, ao sul de Jerusalém, e ela será exaltada, e habitada no seu lugar, desde a porta de Benjamim até ao lugar da primeira porta, até à porta da esquina, e desde a torre de Hananeel até aos lagares do rei.
11 E habitarão nela, e não haverá mais destruição, porque Jerusalém habitará segura.
12 E esta será a praga com que o SENHOR ferirá a todos os povos que guerrearam contra Jerusalém: a sua carne apodrecerá, estando eles em pé, e lhes apodrecerão os olhos nas suas órbitas, e a língua lhes apodrecerá na sua boca.
13 Naquele dia também acontecerá que haverá da parte do SENHOR uma grande perturbação entre eles; porque cada um pegará na mão do seu próximo, e cada um levantará a mão contra o seu próximo.
14 E também Judá pelejará em Jerusalém, e as riquezas de todos os gentios serão ajuntadas ao redor, ouro e prata e roupas em grande abundância.
15 Assim será também a praga dos cavalos, dos mulos, dos camelos e dos jumentos e de todos os animais que estiverem naqueles arraiais, como foi esta praga.
16 E acontecerá que, todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém, subirão de ano em ano para adorar o Rei, o SENHOR dos Exércitos, e para celebrarem a festa dos tabernáculos.
17 E acontecerá que, se alguma das famílias da terra não subir a Jerusalém, para adorar o Rei, o SENHOR dos Exércitos, não virá sobre ela a chuva.
18 E, se a família dos egípcios não subir, nem vier, não virá sobre ela a chuva; virá sobre eles a praga com que o SENHOR ferirá os gentios que não subirem a celebrar a festa dos tabernáculos.
19 Este será o castigo do pecado dos egípcios e o castigo do pecado de todas as nações que não subirem a celebrar a festa dos tabernáculos.
20 Naquele dia será gravado sobre as campainhas dos cavalos: SANTIDADE AO SENHOR; e as panelas na casa do SENHOR serão como as bacias diante do altar.


21 E todas as panelas em Jerusalém e Judá serão consagradas ao SENHOR dos Exércitos, e todos os que sacrificarem virão, e delas tomarão, e nelas cozerão. E, naquele dia não haverá mais cananeu na casa do SENHOR dos Exércitos.”. (Zacarias 14.1-21)







MALAQUIAS

Malaquias 1

No original hebraico, encontramos para o início do primeiro versículo de Malaquias “massau dabar Jeová”, que significa literalmente, “fardo da Palavra de Jeová”.
A palavra massau no hebraico significa peso, fardo, carga.
Apesar de omitida na nossa versão, consta na maior parte das versões bíblicas. E é importante que seja considerada porque a Palavra do Senhor para Israel não era como a dos falsos profetas, que era como palha, mas algo que tinha peso, consistência, como o grão, porque não tinha em vista tornar as coisas fáceis para o seu povo, ou fazer comichões em seus ouvidos, senão expor-lhes toda a verdade, tanto a relativa a Deus, quanto à deles, especialmente, quanto aos seus pecados.
A profecia escrita do Velho Testamento seria fechada com Malaquias, e não seria portanto de se esperar que a sua mensagem não contivesse o mesmo vigor dos profetas que lhe haviam antecedido e que protestaram veementemente contra as apostasias de Israel.
Os profetas eram levantados por Deus especialmente nos tempos de crise, e especialmente quando Israel dava as costas para Ele.
Não podemos esquecer que Malaquias profetizou muito tempo depois de Ageu e Zacarias, que haviam sido levantados por Deus nos dias de Zorobabel, quando os judeus haviam retornado do cativeiro em Babilônia, para a Palestina.
Por meio de Malaquias, Deus reafirmaria a promessa do envio do Messias, mas, para tanto, Israel deveria guardar a Lei que havia recebido desde os dias de Moisés, e andar nos Seus caminhos.
Como a profecia de Malaquias tinha em vista especialmente este caráter de confirmar os judeus na esperança messiânica, então o teor de sua profecia é eminentemente judaico, porque eles ficariam sem novas revelações da parte de Deus, por seus profetas, por cerca de 400 anos – chamado período interbíblico.
Não é portanto para nos surpreendermos que ainda nos dias de Malaquias fossem reafirmadas muitas das ordenanças típicas da Antiga aliança, para serem guardadas pelos judeus, porque importava que aquela aliança vigorasse até que Jesus viesse.
Assim, apesar de ter passado muito tempo  desde Ageu e Zacarias, a vontade de Deus não havia mudado em um só til em tudo o que havia ordenado ao povo através de Moisés.
Na verdade, a Sua vontade jamais mudará, e Jesus deixou isto registrado de modo muito claro quando disse que nem um só jota ou til passarão da Lei até que tudo se cumpra. O que Ele quis afirmar com isto, senão a vontade imutável de Deus?
Erram portanto, aqueles que consideram a Bíblia uma teologia ultrapassada, e tentam criar uma nova doutrina, que esteja ajustada à mentalidade do homem moderno. A mensagem do evangelho jamais mudará, porque são palavras de vida, e vida eterna.
 Isto aprendemos em Malaquias, que estando há mais de mil anos depois de Moisés, protestou contra o povo de Israel, da parte de Deus, nos mesmos termos que Moisés havia feito, e todos os profetas que haviam sido levantados depois dele.
A Palavra que Deus tem proferido para vigorar em cada dispensação jamais será revogada por Ele, e faríamos bem, portanto, em dar-lhe a devida atenção e consideração, para o bem de nossas próprias almas.
As prescrições cerimoniais para o culto de adoração no Velho Testamento foram removidas por Deus, pela Sua própria autoridade, desde que institui uma nova aliança por meio de Jesus Cristo, mas ele manteve todos os deveres morais prescritos na Lei, cujo cumprimento pelos cristãos fazem também parte da adoração que é requerida por Ele.
As ordenanças de adoração de caráter cerimonial do Velho Testamento duraram até a vinda de Cristo, e por isso é dito que o fim da lei é Cristo em Rom 10.4.
Aquelas ordenanças ensinavam em figura tudo aquilo que se cumpriu em nosso Senhor Jesus Cristo, pois que haviam sido estabelecidas para este fim mesmo.
Então, especialmente neste sentido “a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, para que fôssemos justificados pela fé. Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo de aio." Gál 3.24,25.
Deus é o Grande e Eterno Legislador de todo o universo. No entanto, fala ao Seu povo, não como um juiz togado, que Ele é para os ímpios, mas como um pai de amor.
Por isso lembrou Israel, através de Malaquias, que lhes havia amado desde que os escolhera na pessoa de Jacó, a quem havia amado e separado para formar o seu povo a partir dele.
Eles poderiam entender isto quanto ao modo diferenciado que havia tratado Israel em relação aos edomitas (descendentes de Esaú, irmão de Jacó).
Quando rejeitou a Esaú, havia rejeitado aos edomitas, e lhes deu por herança aos chacais do deserto, fazendo dos seus montes uma desolação, porque Esaú e sua descendência lhe haviam desprezado, conforme Ele havia conhecido em sua Presciência.
Na ocasião do proferimento desta profecia por Malaquias, o povo de Edom já havia sido destruído pelos babilônios, mas os israelitas permaneciam como povo em sua própria terra, como sendo um sinal do amor providente e cuidadoso de Deus por eles.
Ainda que os remanescentes de Edom se dispusessem a se reerguerem de sua ruína, o Senhor afirmou por meio de Malaquias, que caso edificassem Ele demoliria, para demonstrar a Sua ira eterna contra eles.
Um grande amor como o que o Senhor tem pelo Seu povo é digno de ser plenamente correspondido.
Todavia, o que estava fazendo Israel?
Estavam Lhe honrando como Pai, assim como um filho honra a seu pai? Estavam Lhe dando a honra de Senhor, assim como um servo teme ao seu amo? Não. E tal repreensão se aplica principalmente ao sacerdotes de Israel que haviam desprezado o nome do Senhor (v. 6)
Eles julgavam ser um ato de reverência, o simples fato de não pronunciarem o nome sagrado YWHW, cuja pronúncia se perdeu, e que chamamos de JEOVÁ, numa tentativa incerta de nos aproximarmos da pronúncia original.
Ensinados pelos sacerdotes, através dos séculos, os israelitas liam, conforme fazem até hoje, o nome YWHW (Jeová) como Adonai, que significa Senhor, no hebraico.
Mas Deus protestou pelo profeta que a honra do Seu nome é muito mais do que isto. Não tomar o seu nome em vão, não é uma simples omissão de pronúncia, mas um viver obediente à Sua vontade, demonstrada sobretudo na guarda dos Seus mandamentos.
Portanto, para ilustrar este ponto, protestou contra os sacerdotes que pensavam não estarem desprezando o Seu nome, que eles o faziam, quando deixavam de apresentar as ofertas, na forma como estava prescrita na Lei de Moisés.
Não, pelo mero cumprimento cerimonial e ritualístico, mas pela compreensão do significado daqueles atos, que apontavam para a santidade de vida exigida por Deus, e pela consagração do melhor que temos para Ele.
Para lhes convencer da irreverência e da maldade das suas ações, o Senhor fez uma comparação, dizendo se porventura apresentavam o pior que possuíam aos seus governantes terrenos?
Eles tinham temor para com os homens (o que se deve ter, dando honra a quem é devido honra), mas não tinham nenhum temor para com Deus.
Quando a intenção é a de apresentar uma oferta de maneira inaceitável, as nossas próprias pessoas não são aceitas por Deus, tal como não são aceitas pelos próprios homens, que estão constituídos como líderes sobre nós.  
Como Israel poderia ser aceito por Deus, e achar o Seu favor com a apresentação de ofertas inaceitáveis, que não eram dadas conforme o que estava prescrito na Lei, e sem qualquer temor no coração?
O Senhor lamentou não ter achado um só entre eles que fechasse as portas por um reto procedimento, de forma que o fogo do altar não fosse acendido em vão. Deus tinha perdido o prazer no Seu povo, por causa disso, e nem aceitaria tais ofertas de animais com defeitos que eles vinham apresentando (v. 10 - 14).
Enquanto durasse o Velho Testamento, eles estavam obrigados ao exato cumprimento de todas aquelas prescrições cerimoniais que lhes haviam sido dadas através da mediação de Moisés.


“1 A palavra do Senhor a Israel, por intermédio de Malaquias.
2 Eu vos tenho amado, diz o Senhor. Mas vós dizeis: Em que nos tens amado? Acaso não era Esaú irmão de Jacó? diz o Senhor; todavia amei a Jacó,
3 e aborreci a Esaú; e fiz dos seus montes uma desolação, e dei a sua herança aos chacais do deserto.
4 Ainda que Edom diga: Arruinados estamos, porém tornaremos e edificaremos as ruínas; assim diz o Senhor dos exércitos: Eles edificarão, eu, porém, demolirei; e lhes chamarão: Termo de impiedade, e povo contra quem o Senhor está irado para sempre.
5 E os vossos olhos o verão, e direis: Engrandecido é o Senhor ainda além dos termos de Israel.
6 O filho honra o pai, e o servo ao seu amo; se eu, pois, sou pai, onde está a minha honra? e se eu sou amo, onde está o temor de mim? diz o Senhor dos exércitos a vós, ó sacerdotes, que desprezais o meu nome. E vós dizeis: Em que temos nós desprezado o teu nome?
7 Ofereceis sobre o meu altar pão profano, e dizeis: Em que te havemos profanado? Nisto que pensais, que a mesa do Senhor é desprezível.
8 Pois quando ofereceis em sacrifício um animal cego, isso não é mau? E quando ofereceis o coxo ou o doente, isso não é mau? Ora apresenta-o ao teu governador; terá ele agrado em ti? ou aceitará ele a tua pessoa? diz o Senhor dos exércitos.
9 Agora, pois, suplicai o favor de Deus, para que se compadeça de nós. Com tal oferta da vossa mão, aceitará ele a vossa pessoa? diz o Senhor dos exércitos.
10 Quem dera, que entre vós houvesse até um que fechasse as portas para que não acendesse debalde o fogo do meu altar. Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos exércitos, nem aceitarei oferta da vossa mão.
11 Mas desde o nascente do sol até o poente é grande entre as nações o meu nome; e em todo lugar se oferece ao meu nome incenso, e uma oblação pura; porque o meu nome é grande entre as nações, diz o Senhor dos exércitos.
12 Mas vós o profanais, quando dizeis: A mesa do Senhor é profana, e o seu produto, isto é, a sua comida, é desprezível.
13 Dizeis também: Eis aqui, que canseira! e o lançastes ao desprezo, diz o Senhor dos exércitos; e tendes trazido o que foi roubado, e o coxo e o doente; assim trazeis a oferta. Aceitaria eu isso de vossa mão? diz o Senhor.
14 Mas seja maldito o enganador que, tendo animal macho no seu rebanho, o vota, e sacrifica ao Senhor o que tem mácula; porque eu sou grande Rei, diz o Senhor dos exércitos, e o meu nome é temível entre as nações.”





Malaquias 2

De todas as doze tribos de Israel, Deus havia separado a tribo de Levi para o exercício do sacerdócio; para o serviço do santuário e para o ensino da lei em todo Israel; de sorte que a Levi não foi designado um território específico como herança em Canaã, senão cidades em todas as tribos.
Neste capítulo de Malaquias, Deus protesta contra a violação do pacto que havia feito com Levi, de ser Ele próprio, a herança deles, para que conduzissem Israel no conhecimento e na obediência da Sua vontade.
Mas os levitas, especialmente os sacerdotes, dentre eles, haviam falhado na missão que lhes havia sido dada.
Enquanto os sacerdotes não se dispusessem em seus corações a darem honra ao nome do Senhor, não poderiam, de modo algum, cumprir o que lhes havia sido designado.
De modo, que foram ameaçados com maldições pelo Senhor caso continuassem endurecidos (v. 2).
A posteridade deles seria reprovada e Deus espalharia sobre os rostos deles o esterco dos sacrifícios que Lhe apresentavam, e com ele seriam levados para fora, a saber, seriam expulsos do seu ofício (v. 3 - isto ocorreu nos dias de Antíoco Epifânio, e principalmente quando os israelitas foram expulsos por todo o mundo pelos romanos).
O pacto que o Senhor fizera com Levi não fora no entanto, para a morte e para a destruição, senão para a vida e para a paz de Seu povo, porque cabia à referida tribo ensinar às demais, o temor devido ao Senhor, e os lábios do sacerdote deveriam guardar o conhecimento de Deus, e da sua boca os homens deveriam procurar a instrução, porque foram levantados para serem os mensageiros do Senhor (v. 4 a 7).
Contudo, os levitas, e dentre eles os sacerdotes, haviam se desviado do caminho e fizeram com que muitos tropeçassem na Lei, corrompendo o pacto que o Senhor havia feito com eles (v. 8).
Deus tinha portanto, um juízo com eles, e lhes tornaria desprezíveis e indignos diante de todo o povo de Israel, porque não guardaram os Seus caminhos, antes, fizeram acepção de pessoas na lei (v. 9).
O sacerdócio em Israel era altamente honrado, mas como haviam desonrado ao Senhor, Ele faria com que também fossem desonrados.
O mesmo sucede aos ministros do evangelho, que são levantados por Deus e não lhe dão a devida honra. Eles são expostos aos olhos do povo cristão em desonra, pelo próprio Deus.
 A partir do verso 10 a profecia se dirige a todos os israelitas, e não apenas aos levitas e sacerdotes.
Deus protestou contra a profanação do Seu santuário, não propriamente por causa do pecado de sacrilégio (contra as coisas sagradas do templo), mas por causa da religiosidade superficial, externa e falsa. A verdadeira religião é do coração, e por uma sincera guarda dos mandamentos de Deus.
Nesta passagem de Malaquias, o Senhor protestou contra a falsa religiosidade, dizendo que não levava em conta as lágrimas, os choros e os gemidos com que o povo cobria o Seu altar, porque não olhava mais para a oferta deles e nem a aceitava mais com prazer (v. 13) porque não estavam dando a devida honra à instituição do matrimônio (v. 14 a  16).
O Senhor declarou expressamente pelo profeta que não aceitava a deslealdade do marido para com sua esposa, porque tinha feito uma aliança com ela e com Ele.
A infidelidade conjugal foi claramente reprovada (v. 15) e Deus declarou no verso 16 que Ele detesta o divórcio e a violência.
Deus estava enfadado com as palavras de Israel que denotavam que Ele não julga o mal, e que aquele que praticava o mal passava por bom aos olhos do Senhor, e que era desses, segundo eles, que Ele se agradava.
Eles julgavam errado, por desconhecerem a longanimidade de Deus, que abrevia, mas que não suspende o juízo. Ele é tardio em se irar, e por isso pode parecer a muitos que não está julgando a ninguém e nenhum mal que é praticado na terra.

Os que perguntam ironicamente como os israelitas dos dias de Malaquias: “onde está o Deus do juízo?”, haverão de encontrá-lO no dia do grande juízo final em que prestarão contas não somente de seus atos como de toda palavra ociosa que proferiram.


“1 Agora, ó sacerdotes, este mandamento é para vós.
2 Se não ouvirdes, e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz o Senhor dos exércitos, enviarei a maldição contra vós, e amaldiçoarei as vossas bênçãos; e já as tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isso o vosso coração.
3 Eis que vos reprovarei a posteridade, e espalharei sobre os vossos rostos o esterco, sim, o esterco dos vossos sacrifícios; e juntamente com este sereis levados para fora.
4 Então sabereis que eu vos enviei este mandamento, para que o meu pacto fosse com Levi, diz o Senhor dos exércitos.
5 Meu pacto com ele foi de vida e de paz; e eu lhas dei para que me temesse; e ele me temeu, e assombrou-se por causa do meu nome.
6 A lei da verdade esteve na sua boca, e a impiedade não se achou nos seus lábios; ele andou comigo em paz e em retidão, e da iniqüidade apartou a muitos.
7 Pois os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução, porque ele é o mensageiro do Senhor dos exércitos.
8 Mas vós vos desviastes do caminho; a muitos fizestes tropeçar na lei; corrompestes o pacto de Levi, diz o Senhor dos exércitos.
9 Por isso também eu vos fiz desprezíveis, e indignos diante de todo o povo, visto que não guardastes os meus caminhos, mas fizestes acepção de pessoas na lei.
10 Não temos nós todos um mesmo Pai? não nos criou um mesmo Deus? por que nos havemos aleivosamente uns para com outros, profanando o pacto de nossos pais?
11 Judá se tem havido aleivosamente, e abominação se cometeu em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou o santuário do Senhor, o qual ele ama, e se casou com a filha de deus estranho.
12 O Senhor extirpará das tendas de Jacó o homem que fizer isto, o que vela, e o que responde, e o que oferece dons ao Senhor dos exércitos.
13 Ainda fazeis isto: cobris o altar do Senhor de lágrimas, de choros e de gemidos, porque ele não olha mais para a oferta, nem a aceitará com prazer da vossa mão.
14 Todavia perguntais: Por que? Porque o Senhor tem sido testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, para com a qual procedeste deslealmente sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança.
15 E não fez ele somente um, ainda que lhe sobejava espírito? E por que somente um? Não é que buscava descendência piedosa? Portanto guardai-vos em vosso espírito, e que ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade.
16 Pois eu detesto o divórcio, diz o Senhor Deus de Israel, e aquele que cobre de violência o seu vestido; portanto cuidai de vós mesmos, diz o Senhor dos exércitos; e não sejais infiéis.
17 Tendes enfadado ao Senhor com vossas palavras; e ainda dizeis: Em que o havemos enfadado? Nisto que dizeis: Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do Senhor, e desses é que ele se agrada; ou: Onde está o Deus do juízo?”





Malaquias 3

Ainda que Israel estivesse sendo infiel à aliança que o Senhor havia feito com eles, no entanto, Ele permaneceria fiel e cumpriria tudo o que havia prometido em relação a eles.
O Messias viria ao Seu templo para restaurar todas as coisas, e a Sua vinda seria repentina, mas seria precedida por um mensageiro que lhe prepararia o Seu caminho (João Batista).
Ele, Jesus era o Anjo da aliança que havia guiado os israelitas no deserto, o qual eles desejavam ver de novo nos dias de Malaquias.
Ele viria, mas não do modo que os israelitas esperavam, porque viria para santificar o Seu povo, como um fogo de ourives que separa a escória do ouro, como um sabão dos lavandeiros, que limpa a sujeira.
Deus requer ofertas em justiça, e para tanto, os ofertantes devem ser justificados e purificados. Este trabalho é feito pelo Messias através do fogo e do lavar do Espírito Santo, que Ele dá a todo aquele que nEle crê.
Aqueles que em Judá e Jerusalém fossem purificados pelo Messias, seriam aceitos pelo Senhor, e tanto eles quanto as suas ofertas Lhe seriam de novo agradáveis, como no princípio, nos dias antigos, quando o povo andou em conformidade com a vontade de Deus, tal como nos dias de Josué.
Deus seria uma bênção para os justificados e purificados pelo Messias, mas seria um juízo contra os feiticeiros, os adúlteros, os que juram falsamente, contra os que defraudam o trabalhador em seu salário, a viúva, e o órfão, e que pervertem o direito do estrangeiro, e que não O temiam (v. 5).
Na verdade, todos de Israel não eram consumidos, não por causa do próprio mérito e justiça deles, mas porque o Senhor é imutável em Sua fidelidade e misericórdia em cumprir as boas promessas que fez para o Seu povo (v. 6).
Porque o povo sempre andou errado para com Ele, desde os dias dos patriarcas, e se desviou dos seus estatutos e não os cumpriram (v. 7).
Contudo, mesmo a um povo infiel o Senhor permanece fiel, chamando-o ao arrependimento (v. 7).
E o modo de retornar para Deus é declarado por Ele a partir do verso 8:
Não Lhe roubando nos dízimos e nas ofertas alçadas.
Ambos eram determinações específicas da Lei de Moisés, que a propósito enumerava diversos tipos de ofertas e o modo da sua apresentação, especialmente para a manutenção do ministério e do serviço do santuário. O dízimo para o sustento dos levitas e dos sacerdotes, e as ofertas alçadas, para a manutenção dos serviços da casa de Deus.
Os israelitas sempre se desviavam do cumprimento desta ordenança, e este havia sido um dos motivos de os levitas não cumprirem fielmente o dever deles em Israel.
Nós vemos mesmo nos dias de Neemias quando ele havia restaurado o serviço do templo, que os levitas voltaram para suas possessões porque o povo estava sendo infiel nos dízimos e nas ofertas, de modo que os levitas não podiam ser sustentados vivendo somente dos serviços da casa de Deus.
Por isso há uma promessa de bênção feita através do profeta Malaquias, para eles, associada ao ato de obediência a estes dois mandamentos da Lei.
Em vez de serem amaldiçoados, como estava acontecendo, Israel seria abençoado caso cumprisse a ordenança relativa aos dízimos e às ofertas, para que o serviço do templo e do ensino da Lei em Israel, não sofresse pela falta de recursos.
Certamente, isto não é tudo, porque os sacerdotes e escribas dos dias de Jesus viviam em grande abastança, resultado da exploração do povo e de um serviço religioso corrompido. Não era de modo  nenhum pela falta de bens que eram infiéis no serviço que deveriam prestar para Deus.
No entanto, a carência total de recursos, pode paralisar qualquer ministério.
A falta de piedade de todo o povo de Israel nos dias de Malaquias levava-os a considerarem que servir a Deus era perda de tempo e de recursos. Afinal, as nações ímpias, com seus falsos deuses prosperavam e não sofriam juízos conforme o que eles próprios,  israelitas, haviam experimentado ao longo da sua história como nação.
Contudo, Deus chamou tal atitude de palavras agressivas dirigidas contra Ele.
E lhes falou acerca do juízo vindouro, no qual se verá a diferença entre o justo e o ímpio, entre aquele que serve a Deus, e o que não O serve; porque aqueles que são do Senhor, ainda que sofram injustiças neste mundo, serão poupados por Ele no juízo final, porque são o seu tesouro particular, e são como filhos, que são poupados pelo pai ao qual eles servem (v. 16 a 18).


“1 Eis que eu envio o meu mensageiro, e ele há de preparar o caminho diante de mim; e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, e o anjo do pacto, a quem vós desejais; eis que ele vem, diz o Senhor dos exércitos.
2 Mas quem suportará o dia da sua vinda? e quem subsistirá, quando ele aparecer? Pois ele será como o fogo de fundidor e como o sabão de lavandeiros;
3 assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; e purificará os filhos de Levi, e os refinará como ouro e como prata, até que tragam ao Senhor ofertas em justiça.
4 Então a oferta de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias antigos, e como nos primeiros anos.
5 E chegar-me-ei a vós para juízo; e serei uma testemunha veloz contra os feiticeiros, contra os adúlteros, contra os que juram falsamente, contra os que defraudam o trabalhador em seu salário, a viúva, e o órfão, e que pervertem o direito do estrangeiro, e não me temem, diz o Senhor dos exércitos.
6 Pois eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.
7 Desde os dias de vossos pais vos desviastes dos meus estatutos, e não os guardastes. Tornai vós para mim, e eu tornarei para vós diz o Senhor dos exércitos. Mas vós dizeis: Em que havemos de tornar?
8 Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas.
9 Vós sois amaldiçoados com a maldição; porque a mim me roubais, sim, vós, esta nação toda.
10 Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós tal bênção, que dela vos advenha a maior abastança.
11 Também por amor de vós reprovarei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; nem a vossa vide no campo lançará o seu fruto antes do tempo, diz o Senhor dos exércitos.
12 E todas as nações vos chamarão bem-aventurados; porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o Senhor dos Exércitos.
13 As vossas palavras foram agressivas para mim, diz o Senhor. Mas vós dizeis: Que temos falado contra ti?
14 Vós tendes dito: inútil é servir a Deus. Que nos aproveita termos cuidado em guardar os seus preceitos, e em andar de luto diante do Senhor dos exércitos?
15 Ora pois, nós reputamos por bem-aventurados os soberbos; também os que cometem impiedade prosperam; sim, eles tentam a Deus, e escapam.
16 Então aqueles que temiam ao Senhor falaram uns aos outros; e o Senhor atentou e ouviu, e um memorial foi escrito diante dele, para os que temiam ao Senhor, e para os que se lembravam do seu nome.
17 E eles serão meus, diz o Senhor dos exércitos, minha possessão particular naquele dia que prepararei; poupá-los-ei, como um homem poupa a seu filho, que o serve.
18 Então vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que o não serve.”



Malaquias 4

Este capítulo é uma continuação do final do anterior.
Naquele nós vimos Deus proferindo que não era correta a idéia que o Seu povo tinha acerca dos soberbos e das nações ímpias que prosperavam, enquanto eles, o povo da aliança, sofriam.
O Senhor declarou deles, daqueles que O serviam, serem o seu particular tesouro que Ele pouparia no dia do Juízo.
E nada foi declarado quanto aos injustos e que não O servem no capítulo anterior, senão que se veria outra vez a grande diferença que há entre eles, e aqueles que são justos e que O servem.
Mas aqui, é declarado deles, logo no início deste capitulo, que, no dia do juízo “que vem ardendo como uma fornalha, todos os soberbos, e todos os que cometem impiedade, serão como restolho; e o dia que está para vir os abrasará, diz o Senhor dos exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo” (v. 1).
E mais uma vez, se declara promessas de bênçãos para os justos que temem o nome do Senhor, para os quais é proferido que “nascerá o sol da justiça, trazendo curas nas suas asas; e vós saireis e saltareis como bezerros da estrebaria.” (v. 2).
O sol da justiça prometido é Cristo, que cura o povo do Senhor das suas enfermidades, especialmente do pecado, e isto é para eles motivo de alegria, tal como os bezerros que saem saltando quando são livrados da estrebaria.
E aqueles ímpios que os israelitas invejam na prosperidade deles aqui neste mundo, seriam pisados pelos santos no dia do juízo, e seriam feitos como cinza debaixo das plantas dos seus pés (v. 3).
Isto significa que o mal será subjugado pelo bem no dia do grande juízo de Deus.
Então Israel foi incentivado pelo profeta à perseverança,  porque há grande diferença entre o destino daqueles que servem e dos que não servem a Deus.
Como Israel foi vocacionado para ser uma nação santa, conforme a Sua eleição declarada no primeiro capítulo desta profecia, pela escolha de Jacó, em contraposição à rejeição de Esaú, deveriam portanto, lembrar-se continuamente da lei de Moisés, e de todos os seus estatutos e ordenanças (v. 4).
O grande e terrível dia do juízo do Senhor, que fora predito anteriormente, seria no entanto, precedido pela vinda do profeta Elias, a saber, João Batista, que viria no mesmo ministério de Elias, conforme está claramente explicitado no Novo Testamento.
Ele viria conforme prometido, para que houvesse conversão real em Israel, demonstrada na harmonia de coração entre pais e filhos, de modo que a terra de Israel não fosse amaldiçoada por Deus, por causa da sua permanência no pecado.
Este seria mais um sinal relativo à vinda do Messias, a saber, Ele seria precedido por um mensageiro que lhe prepararia o caminho.
Quanto à referência ao profeta Elias como sendo João, cabe uma análise mais detalhada, quanto ao que encontramos relativamente à mesma, no primeiro capítulo do evangelho de João.

João 1.19 a 28

“19 E este é o testemunho de João, quando os judeus mandaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu?
20 E confessou, e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo.
21 E perguntaram-lhe: Então quem? És tu Elias? E disse: Não sou. És tu profeta? E respondeu: Não.
22 Disseram-lhe pois: Quem és? para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes de ti mesmo?
23 Disse: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.
24 E os que tinham sido enviados eram dos fariseus.
25 E perguntaram-lhe, e disseram-lhe: Por que batizas, pois, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?
26 João respondeu-lhes, dizendo: Eu batizo com água; mas no meio de vós está um a quem vós não conheceis.
27 Este é aquele que vem após mim, que é antes de mim, do qual eu não sou digno de desatar a correia da alparca.
28 Estas coisas aconteceram em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando.”

Nos versos 15 a 18 nós vemos o testemunho geral que João dava de Jesus, e aqui nestes versos 19 a 28 nós temos registrado o testemunho que ele deu em certa ocasião quando os judeus lhe enviarem sacerdotes e levitas de Jerusalém para lhe perguntarem quem ele era (v. 19).
João confessou que não era o Cristo. Que ele não era o grande profeta prometido desde Moisés (Dt 18.18). E também disse que não era o profeta Elias, que eles pensavam que voltaria à terra por causa da profecia de Malaquias 4.5, que era de fato uma referência a João Batista sob o codinome de Elias (Mt 17.10-13), mas isto não significava que João fosse de fato Elias.
Ele viria no mesmo tipo de espírito e poder do profeta Elias, conforme o anjo preanunciou o nascimento de João a seu pai Zacarias (Lc 1.17).
João disse aos sacerdotes e levitas que ele era aquele do qual havia falado o profeta Isaías. A voz que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor. Ele mostrou a eles que o seu ministério estava apoiado nas Escrituras.
Aqueles sacerdotes e levitas que eram fariseus não retrucaram a resposta que João lhes dera, mas questionaram ainda por que ele batizava, já que não era o Cristo, nem Elias e nem o profeta.

João lhes respondeu que ele batizava com água, mas já se encontrava entre os judeus Alguém que eles não conheciam, e que viria após ele, apesar de ser antes dele (até mesmo de Abraão e de tudo e de todos) do qual ele disse humildemente não ser digno sequer de lhe desatar a correia da sua sandália, serviço este que era prestado pelos escravos de mais baixa categoria aos seus senhores. Deste modo João testificou a respeito da dignidade dAquele que veio anunciando, a saber, nosso Senhor Jesus Cristo.


“1 Pois eis que aquele dia vem ardendo como fornalha; todos os soberbos, e todos os que cometem impiedade, serão como restolho; e o dia que está para vir os abrasará, diz o Senhor dos exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo.
2 Mas para vós, os que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, trazendo curas nas suas asas; e vós saireis e saltareis como bezerros da estrebaria.
3 E pisareis os ímpios, porque se farão cinza debaixo das plantas de vossos pés naquele dia que prepararei, diz o Senhor dos exércitos.
4 Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo, a qual lhe mandei em Horebe para todo o Israel, a saber, estatutos e ordenanças.
5 Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor;
6 e ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha, e fira a terra com maldição.”






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