sábado, 17 de outubro de 2015

Apocalipse 1 a 22


Apocalipse 1

A Revelação do Tempo do Fim
Quando nos preparamos para ler um comentário sobre o livro de Apocalipse é bem provável que o pensamento dominante que povoe a nossa imaginação seja o relativo à expectativa de quando se dará o tempo do fim, e mais precisamente quando ocorrerá o arrebatamento da Igreja e o retorno de Jesus em sua segunda vinda.
Todavia, devemos refletir e considerar que tendo esta revelação sido dada há cerca de dois mil anos, seria de se supor que Jesus, em sua infinita sabedoria, jamais teria dado a mesma com o intuito de sabermos apenas quando Ele voltaria, senão e principalmente que soubéssemos que haverá um fim para a condição presente da criação de estar sujeita ao domínio do pecado e de Satanás, e que há um modo correto pelo qual importa vivermos para sermos dignos de participar do Seu reino futuro de justiça, verdade e glória.
Tanto é assim, que os primeiros discípulos foram por Ele repreendidos, quando da ocasião da Sua ascensão ao céu, porque lhe perguntaram acerca do tempo exato do cumprimento de todas as coisas que havia predito e disse-lhes que nem mesmo Ele sabia, senão somente o Pai.
Então, o Apocalipse não foi dado para levantar cogitações e alimentar a nossa imaginação quanto ao tempo de cumprimento de cada profecia ali contida, senão para vigiarmos e andarmos em santidade, de modo que ninguém venha a roubar a coroa que está prometida àquele que vencer o pecado, o diabo e o mundo, pela perseverança na fé e na piedade.
Em muitos sentidos se aplica e se cumpre a bênção prometida no terceiro versículo do primeiro capítulo do livro de Apocalipse, que estaremos comentando:
“Bem-aventurado aquele que lê e bem-aventurados os que ouvem as palavras desta profecia e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo.”
Primeiro e antes de tudo, porque aponta para a vitória certa e segura do reino de Cristo sobre o império das trevas, que opera presentemente no mundo.
Segundo, porque é um alerta para as igrejas quanto às muitas tentações e apostasias a que estarão expostas, especialmente no tempo do fim.
Assim, isto serve para que os cristãos atendam à convocação ao arrependimento (mudança de vida e constância no testemunho fiel), e a se ouvir o que o Espírito está dizendo às igrejas, bem como a se disporem a serem diligentes e a perseverarem nas tribulações e provações que terão que enfrentar enquanto aguardam o triunfo final de Cristo.
Além destes, há inúmeros fatores que demonstram que, de fato, são bem-aventurados todos os que leem e ouvem a profecia desta Revelação (tradução da palavra grega Apocalipse, usada logo no início do primeiro versículo deste livro) e que guardam as coisas que estão nela escritas.
Se lermos, portanto, este livro profético, procurando conhecer em minúcias a quais épocas e personagens se aplicam cada uma das realidades nele apresentadas em linguagem simbólica, erraremos certamente o objetivo para o qual foi escrito, que foi o de fortalecer a nossa fé e confiança, especialmente nos dias difíceis do tempo do fim, e a firmamos um testemunho de vida cada vez maior na fé em Jesus.
A extensa saudação inicial dos versos 4 a 6 é na verdade, uma grande afirmação do sacerdócio, do reinado, da redenção, da fidelidade, da essência e do testemunho eterno de Jesus Cristo.
Aquele “que é, que era e que há de vir” é um dos modos de se referir ao Salvador e Senhor eterno, do qual somente por meio dEle é possível ser redimido do pecado e ser adotado como filho de Deus.
Nunca é demais lembrar que isto foi revelado por Deus desde Adão, quando disse a Eva que seria dela que descenderia no futuro Aquele que esmagaria a cabeça da serpente e do qual foi prometido a Abraão que nEste seu descendente seriam benditas todas as nações da terra.
O próprio Abraão foi justificado pela fé nEle. O modo de Deus salvar sempre foi pela fé no Seu Filho Jesus Cristo e no Seu sacrifício por nós, prefigurado nos sacrifícios de animais oferecidos por Adão, Abel, Abraão, e pelo povo de Israel, que lhes foram exigidos por Deus na Antiga Dispensação, para servirem de figura dAquele único e Grande Sacrifício pelo qual somos redimidos, perdoados e reconciliados com Deus.
Então, é afirmado no verso 6 que é por Cristo, e pelo Seu sangue, que somos feitos reino e sacerdotes para Deus Pai, porque toda a nossa aceitação por Deus é decorrente de termos a Cristo por causa da fé nEle.
Tudo o que temos e somos procede dEle; e por meio dEle, de modo que se afirma no verso primeiro deste livro que a revelação que está sendo feita nele foi dada pelo Pai ao Filho, para ser mostrada aos seus servos, porque somente Jesus é o único Mediador e Fiduciário da aliança que foi feita entre Deus e o Seu povo.
Ele não é somente o autor da salvação e da fé, como também o Seu consumador. Isto implica que é Ele que começa a nossa salvação; e é Ele mesmo que a confirma, aperfeiçoa e completa.
Como veremos, especialmente nos capítulos segundo e terceiro deste livro de Apocalipse, esta fé deve ser expressada num viver condigno com a condição de filhos de Deus, que foi alcançada por meio da união com Cristo.
Ele é quem faz Sua obra avançar e que triunfa sobre os poderes das trevas, mas é exigido dos seus servos que se consagrem a Ele, para que possam ser os canais por meio dos quais fará a Sua obra avançar no mundo.
Esta consagração inclui arrependimento, amor, oração, serviço, fidelidade, santidade e tudo o mais que nos é ordenado por Deus em Sua Palavra; especialmente obediência à Palavra e vida de oração, porque é por meio de ambas que se pode ter comunhão com Deus, conhecimento da Sua vontade e poder para poder realizá-la.
De modo que nenhuma obra de Deus prevalecerá onde não houver cobertura de oração para a pregação da Palavra no poder do Espírito.
Esta é a fé que vence o mundo. Uma fé que se manifesta vencedora sobre as tentações, o diabo, a carne e o mundo, e que se aplica às obras de justiça segundo o evangelho.
Então, o livro de Apocalipse vai revelar em quão grande batalha espiritual estão envolvidos os servos de Cristo, especialmente os que estiverem presentes no mundo no tempo do fim, para que possam vigiar e se empenharem em viver em santificação diante de Deus, para que todos os inimigos que se levantam contra Cristo, contra a Sua obra e os cristãos possam ser vencidos, porque somente aos vencedores são feitas promessas de reinarem juntamente com Cristo.
É importante frisar que a revelação dada a João neste livro é destinada às sete igrejas que estão na Ásia, conforme referido no verso 4, as quais são especificadas no verso 11, e detalhadas nos capítulos segundo e terceiro.
Todavia, é óbvio que ao ter falado àquelas sete igrejas que existiam na Ásia Menor nos dias de João, o Senhor não estava limitando a mensagem do livro às mesmas, porque as coisas que nele são referidas, especialmente a partir do quarto capítulo dizem respeito ao período da Grande Tribulação, sob o Anticristo, que antecederá a Segunda Vinda de Jesus.
Assim, aquelas sete igrejas são representativas de todas as igrejas da história cristã, mais particularmente, das igrejas do tempo do fim.
Nós veremos que há uma constante chamada ao arrependimento às igrejas que estão mortas, mornas, afastadas, que abandonaram seu primeiro amor, que estão tolerando mundanismo e heresias.
Disto, concluímos que o livro tem o propósito de mostrar às igrejas de todas as épocas, especialmente às do tempo do fim, a necessidade de vigilância e de um constante arrependimento.
Das coisas que são reveladas no livro, se diz que são as coisas que em breve devem acontecer (v. 1), e que o tempo deste acontecimento está próximo (v. 3).
A Dispensação do Evangelho é a última dispensação até a consumação de todas as coisas.
É a dispensação dos dias difíceis nos quais opera o mistério da iniquidade (II Tes 2.7).
A perseguição à Igreja e a multiplicação da iniquidade se intensificarão, quanto mais se aproximar o tempo do fim.
Então, do ponto de vista de Deus tudo está praticamente consumado desde que Jesus morreu, ressuscitou e subiu ao céu, inaugurando uma Nova Aliança e dispensação, com o derramar do Espírito; porque desde então, foi precipitada a contagem regressiva para a manifestação do Seu reino e de todas as coisas que são relativas a Ele, o qual está sendo implantado nesta presente dispensação, e que será consumada com a Sua segunda vinda.
Todavia, esta glória será seguida por sofrimentos da Igreja, assim como Cristo padeceu antes de entrar na Sua glória.
Por isso, João destaca seu próprio exemplo de companheirismo com os demais cristãos na aflição que sofriam neste mundo, mas também no reino de Deus, e na perseverança, pois se encontrava deportado e preso na Ilha de Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus (v. 4).
No entanto, a glória vindoura da Igreja é certa, porque João viu Jesus vindo com as nuvens em grande glória, e todo olho O verá, quer de justos, quer de ímpios (v. 7).
Por isso o próprio Senhor se proclama no verso 8, o Alfa e o Ômega (primeira e última letras do alfabeto grego), ou seja, o princípio e o fim de todas as coisas, porque é nEle que tudo subsiste, e mais uma vez é afirmado por Ele ser o Deus Todo-Poderoso que é, que era e que há de vir.
Jesus afirma claramente ser o Deus Todo-Poderoso neste versículo, e há ainda muitos debatendo acerca da divindade de Jesus.
Deixem que debatam, enquanto simplesmente creiamos nisto como um fato consumado, porque somente quem fosse divino poderia realizar tão grande obra de salvação, conforme a que Jesus realizou em nosso favor, e reinando e transformando os corações de milhões, ao longo da história do mundo.
Afinal, de qual outro ser, senão de quem é divino se poderia afirmar as coisas que são referidas nos versos 10 a 20?
Porque João ouviu a Sua voz como de trombeta (v. 10), e de muitas águas (v. 15).
Os olhos como chamas de fogo (v. 14).
O rosto como o sol em toda a sua força (v. 16).
Tendo em sua mão direita sete estrelas e uma espada afiada de dois gumes saindo de sua boca (v. 16), além de outras características maravilhosas, que são destacadas nos versos 10 a 20.
Quem, senão somente o próprio Deus pode receber tais descrições?
E, de quem se dizem tais coisas é afirmado ser aquele que vive e que foi morto, mas que está vivo para todo o sempre, e que tem as chaves da morte e do inferno.
Quem, senão somente Jesus Cristo pode ser Aquele que falou com João tais palavras?
Não restou a João, como não resta a nenhum de nós, senão cairmos prostrados aos Seus pés.
Mas em Seu infinito amor, bondade e misericórdia a nós, Seus servos, Ele nos dirá o mesmo que disse a João quando nos prostrarmos diante dEle:
“Não temas, eu sou o primeiro e o último.”
Qual anjo, arcanjo, querubim ou serafim pode afirmar ter em seu poder as chaves da morte e do inferno?
Somente Jesus, sendo Deus, pode afirmá-lo, porque de fato recebeu da parte do Pai autoridade para julgar vivos e mortos.
E também qual anjo, arcanjo, querubim ou serafim pode ter em suas mãos os pastores das igrejas de todas as épocas, conforme representados nas sete estrelas que o Senhor tem em sua mão direita?
Quem tem o poder de estabelecer ou remover os sete candeeiros, que são representativos de todas as igrejas, senão somente o próprio Deus Filho?
Nós não poderíamos fechar o comentário deste primeiro capítulo sem afirmar que João recebeu esta revelação, porque estava em espírito no dia do Senhor, ou seja, ele estava certamente orando em Espírito, num dia de domingo, quando recebeu as visões, porque coisas espirituais só podem ser recebidas e discernidas, espiritualmente.
Não foi com os olhos naturais da carne que João viu, mas com os olhos do espírito, porque estava em espírito, e foi arrebatado em espírito para poder receber as revelações deste livro (v. 10).
O Senhor disse que a revelação não era somente para João, mas para as sete igrejas da Ásia que são nomeadas no verso 11, as quais representam as igrejas de toda a história do cristianismo, conforme já comentamos anteriormente.
Destas sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia, falaremos pormenorizadamente nos dois capítulos seguintes.
João deveria escrever num livro a revelação recebida, para ser enviada às sete Igrejas, e cremos que não foi enviada apenas a parte relativa a cada igreja, conforme consta nos segundo e terceiro capítulos, mas em todo este livro de Apocalipse.
João escreveria em livro aquilo que ouviu como uma voz de trombeta, porque esta mensagem de Apocalipse é um toque de alerta para todas as igrejas de Cristo, para que vejam principalmente aquelas coisas das quais Ele as convoca ao arrependimento, e aquelas coisas contra as quais devem vigiar, especialmente as muitas tribulações e tentações, que se intensificarão à medida que o tempo da Sua volta se aproximar.
As igrejas são comparadas a castiçais, porque elas exibem a luz de Cristo e do evangelho.
Os anjos das igrejas, isto é, seus pastores ou ministros, são comparados a  estrelas, porque devem brilhar como estrelas e não como velas, pois o brilho da luz de Cristo é grande e intenso como o das estrelas, e é esta luz que deve ser refletida por eles.
A glória com a qual Jesus apareceu a João é a glória que Ele tinha com o Pai antes da fundação do mundo, na qual Ele entrou de novo em Sua posse depois de ter consumado Sua obra de redenção na terra.
Portanto, pastores que tentam apontar às suas ovelhas uma glória que devem alcançar neste mundo, e que se referem à simples conquista de posições e coisas terrenas, que estão destinadas a desaparecer, estão errando completamente o alvo quanto a Cristo e à glória que estão encarregados de pregar, que é celestial e não terrena; que é divina e não humana.
A João foi exibida a glória que se seguiu aos sofrimentos de Cristo, que é a mesma glória que está reservada para os cristãos fiéis, que guardarem até o fim a confiança da sua esperança, que é a de que aquilo que é mortal seja revestido pelo que é imortal; e o que é terreno, pelo que é celestial; e o natural pelo espiritual; conforme a esperança da palavra do evangelho que deve ser pregado em todo o mundo.
“1 Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e, enviando-as pelo seu anjo, as notificou a seu servo João;
2 o qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, de tudo quanto viu.
3 Bem-aventurado aquele que lê e bem-aventurados os que ouvem as palavras desta profecia e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo.
4 João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça a vós e paz da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono;
5 e da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o Príncipe dos reis da terra. Àquele que nos ama, e pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados,
6 e nos fez reino, sacerdotes para Deus, seu Pai, a ele seja glória e domínio pelos séculos dos séculos. Amém.
7 Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém.
8 Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso.
9 Eu, João, irmão vosso e companheiro convosco na aflição, no reino, e na perseverança em Jesus, estava na ilha chamada Patmos por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus.
10 Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor, e ouvi por detrás de mim uma grande voz, como de trombeta,
11 que dizia: O que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas: a Éfeso, a Esmirna, a Pérgamo, a Tiatira, a Sardes, a Filadélfia e a Laodiceia.
12 E voltei-me para ver quem falava comigo. E, ao voltar-me, vi sete candeeiros de ouro,
13 e no meio dos candeeiros um semelhante a filho de homem, vestido de uma roupa talar, e cingido à altura do peito com um cinto de ouro;
14 e a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve; e os seus olhos como chama de fogo;
15 e os seus pés, semelhantes a latão reluzente que fora refinado numa fornalha; e a sua voz como a voz de muitas águas.
16 Tinha ele na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois gumes; e o seu rosto era como o sol, quando resplandece na sua força.
17 Quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último.
18 Eu sou o que vivo; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre! e tenho as chaves da morte e do inferno.
19 Escreve, pois, as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de suceder.
“20 Eis o mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete candeeiros de ouro: as estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas.” (Apocalipse 1.1-20)









Apocalipse 2

O Significado de Abandonar o Primeiro Amor

As cartas específicas dirigidas a cada uma das igrejas citadas no décimo primeiro versículo do primeiro capítulo foram ditadas a João na mesma ordem em que as igrejas são apresentadas neste segundo capítulo de Apocalipse (cujos versos 1 a 7 estaremos comentando), bem como no próximo capítulo.
É principalmente em razão desta coincidência de ordem de apresentação, que muitos comentaristas interpretam que cada uma destas igrejas estão relacionadas a períodos específicos da história, e que, por exemplo,  esta primeira Igreja citada, a de Éfeso, corresponde aos três primeiros séculos do cristianismo; que a repreensão recebida de Cristo quanto ao abandono do seu primeiro amor seria uma referência à paganização da Igreja a partir do imperador romano Constantino.
No entanto, devemos considerar que a repreensão foi dirigida pelo Senhor ao problema que estava ocorrendo em Éfeso nos dias do próprio apóstolo João, e não apenas no que viria a ocorrer somente dois séculos depois. Todavia, devemos considerar também que a profecia aponta para coisas que se encontram em forma embrionária, que  crescerão e se intensificarão com o passar do tempo.
Assim, aquela pequena apostasia localizada em Éfeso viria a se tornar grande e universal em dias posteriores.
Isto explica, em parte, a ameaça do Senhor de remover o candeeiro da igreja de Éfeso, em face da falta de arrependimento.
Todavia, a aceitação plena deste tipo de interpretação meramente histórica, cria algumas dificuldades, especialmente a de que a repreensão dirigida a Éfeso, uma vez plenamente consumada na Igreja dos dias de Constantino, nada mais teria a ver, consequentemente, com as demais igrejas dos períodos posteriores da história do cristianismo.
Tomando ainda como exemplo, os cristãos da Igreja fiel de Filadélfia, que é identificada pelos historicistas, com o período dos avivamentos e da criação das sociedades missionárias, notadamente dos séculos XVII e XVIII, nada teriam com que se importar com o perigo de esfriarem no primeiro amor, conforme a advertência que encontramos citada em Apocalipse, relativa à Igreja de Éfeso; como também não haveria a possibilidade de ter tais cristãos de Filadélfia, nos dias em que a Igreja infiel de Laodiceia estivesse predominando no mundo.
Deve também ser considerado que o Senhor não trata com Sua Igreja especificamente, no atacado, em grandes períodos históricos, conforme costumam fazer os historiadores.
Ele tem interesse e trata até mesmo individualmente, com cada membro da Igreja.
Então a advertência é para todas as Igrejas e todos os cristãos, de todas as épocas, para que sigam o exemplo das Igrejas fiéis citadas nestes dois capítulos de Apocalipse (2 e 3), e que vigiem e sejam diligentes para não caírem nos erros que tornaram algumas igrejas dignas da repreensão do Senhor.
Nós sabemos pelas epístolas de Paulo, especialmente pelas que escreveu a Timóteo, e da profecia que dirigiu aos presbíteros de Éfeso, quanto aos lobos vorazes que penetrariam naquela Igreja depois da sua partida, conforme relato que lemos em Atos 20, que houve de fato um esfriamento do amor cristão, motivado principalmente por desvio doutrinário, conforme se subentende de I Timóteo 1.1-5, tendo Paulo solicitado a Timóteo que fossem ordenados pastores para a Igreja de Éfeso, que não ensinassem outra doutrina, conforme estava ocorrendo naquela Igreja.
Pelas palavras que são dirigidas pelo Senhor à Igreja de Éfeso, neste texto de Apocalipse, nós podemos inferir que apesar de terem decorrido mais de trinta anos, desde a ação de Timóteo naquela Igreja, até a revelação dada a João, aqui referida, houve uma preocupação em se guardar a sã doutrina, conforme as palavras elogiosas que o Senhor lhes dirigiu no início da carta, afirmando que eles eram operosos e perseverantes, e que não podiam suportar os maus, inclusive colocando à prova os falsos apóstolos, e que não haviam recuado na fé nEle, mesmo em meio aos sofrimentos que estavam padecendo por causa do Seu nome.
Então, qual era o problema com Éfeso, já que eram guardiões da doutrina correta, a ponto de aborrecerem as obras dos nicolaítas, que Cristo afirma também aborrecer?
Ortodoxia fria e morta.
Este era o problema de Éfeso. Eram corretos na defesa da doutrina, mas faltosos no fervor.
É o tipo de Igreja que guarda a Palavra, mas que não tem a unção e governo do Espírito.
Defendem a Cristo e a doutrina. Suportam sofrimentos por Cristo. Pregam a sã doutrina, mas não é Cristo que opera neles porque não oram, ou oram pouco, ou então oram com os motivos errados, sem buscarem a glória de Deus e o avanço da Sua obra na terra, mediante o poder do Espírito.
Este esfriamento do amor ágape do Espírito na Igreja pode ser visto no esfriamento da manifestação do amor entre os irmãos e nos cultos.
A unidade não é de caráter espiritual e vinculada pelos laços de amor do Espírito, mas pela cortesia e educação cristãs.
Éfeso pregava a verdade, defendia a verdade, mas não podia sustentar o amor a Cristo e entre os cristãos, porque faltava vida de oração fervorosa para dar base e sustentação ao relacionamento com Deus e dos cristãos na Igreja, porque sem isto, é impossível vencer a carne, o diabo e o mundo.
Quando isto sucede, o nome de Deus não pode ser glorificado pela manifestação da vida de Cristo na Igreja.
Quando isto ocorre com qualquer igreja, já não é mais Cristo que faz a obra, mas o homem.
Por isso o Senhor se apresentou na carta que dirigiu à Igreja de Éfeso como “aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete candeeiros de ouro”, para que lembrassem que é Ele o Senhor da Igreja, e que os pastores estão em Sua mão direita para serem usados por Ele.
Por isso se diz mão direita, porque é normalmente a mão que é usada para fazermos a maioria das coisas.
Quando se esquece isso, deixamos de depender do governo do Senhor em nosso espírito, para podermos conhecer Sua vontade, e permitirmos que Ele faça Sua obra através de nós.
Por isso Jesus diz que as obras de Éfeso são numerosas, mas não as Suas  próprias obras através daquela Igreja. São as obras da Igreja feitas em Seu nome, mas que têm a marca do homem, e não a do Espírito Santo.
Há grande perigo, portanto, em nos iludirmos pensando que por simplesmente pregar a sã doutrina, temos cumprido todo nosso dever para com Cristo.
Não basta pregar a sã doutrina, porque importa viver o que pregamos. Daí Paulo descrever o dever dos ministros como sendo não apenas o de pregar, mas também de instar (aplicar), admoestar, repreender e exortar a Igreja (II Tim 4.2).
Por exemplo, em Lc 18.1 Jesus diz que a oração importuna e incessante, sem esmorecer é um dever de cada cristão. Entre saber este dever e cumpri-lo, vai uma distância que corresponde ao infinito.
Sabemos o quão difícil é para muitos manter uma vida de oração conforme nos é ordenado por Cristo.
Se não fazemos isto, não O amamos, porque Ele diz que aquele que O ama é o que guarda os Seus mandamentos.
Este é um dos Seus principais mandamentos, porque sem vida de oração não pode haver comunicação real e espiritual entre o cristão e Deus.
Os cristãos e as Igrejas que se encontram na condição de Éfeso, são exortados por Cristo a se lembrarem de onde caíram, isto é, no que têm falhado, e o que se exige além de serem ortodoxos e operosos.
Eles necessitam comparar a sua condição presente com a que existia na Igreja Primitiva, para se arrependerem, ou seja, voltarem à prática da vida cristã, conforme o Senhor nos ensinou o modo pelo qual ela deve ser vivida.
Retornar ao primeiro amor, às primeiras obras, significa ter humildade para reconhecer que é necessário recomeçar tudo, desde o princípio. É admitir que a casa não está estabelecida sobre um firme fundamento, e que é necessário não fazer reparos, mas reconstruir tudo a partir do zero.
Bem-aventurados são aqueles que atendem a tal ordem de Cristo, porque a estes é prometido, caso deem ouvidos ao que o Espírito Santo está lhes dizendo, que serão vencedores do mal e tudo aquilo que se opõe a uma vida verdadeira com Cristo, de forma que Ele lhes dará que comam da árvore da vida, que está no paraíso de Deus.
Aos que se humilham, e permitem o governo real de Cristo em seus corações é dada a vida abundante do próprio Cristo, que é a Videira Verdadeira, a Árvore da Vida, sem a qual não é possível ter a vida plena, que foi projetada por Deus para  Seus filhos.
Às Igrejas que se encontram na condição da Igreja de Éfeso, Cristo dá um tempo para arrependimento, e caso não se lembrem de onde caíram, e não se arrependam para praticarem as primeiras obras da Igreja Primitiva dos primeiros dias, Ele ameaça de vir brevemente a tais igrejas, não para abençoar, mas para remover o seu castiçal do seu lugar, pela falta de arrependimento (v. 5).
Se a função do castiçal é iluminar, isto significa que ficariam sem a iluminação do Espírito Santo, portanto, uma vez que o Espírito não opera mais na Igreja, ela passa a ser uma igreja morta, sem vida; logo, incapaz de cumprir a Sua missão, que é a de ser luz do mundo.
O Senhor não deixa de ser doce, manso, cordial e terno ao nos repreender, mas Ele nunca deixará de fazê-lo, porque sempre haverá nEle o sim, sim e o não, não, que nos exortou a também praticarmos, para não sermos achados nos laços do maligno.
Jesus disse que próximo da Sua volta, o mundo estaria tal como nos dias de Noé, antes do dilúvio, ou seja, tudo correria com aparência normal na vida das pessoas, mas, será apenas uma aparência de que tudo sempre continuará como antes, no entanto, a terra estava cheia de violência nos dias de Noé, tal como se encontra em nossos dias.
Violência é uma palavra derivada do verbo violar (transgredir). A violação à qual o Senhor se refere na Sua Palavra não é meramente transgressão dos Seus mandamentos morais, como por exemplo, o adultério, a mentira, o homicídio, mas, sobretudo, violação da santidade que lhe é devida num viver verdadeiramente piedoso.
Para se vencer um mundo que tem aparência de piedoso, uma igreja que tem aparência de piedosa, mas que está no fundo, cheia de violência contra a vontade de Deus, isto jamais poderá ser feito por uma igreja como a de Éfeso, que abandonou o primeiro amor.
Porque não se vence a mentira somente com a verdade. A mentira e o erro são vencidos somente com a vida do próprio Cristo em nós. A morte é vencida pela vida de Deus. Onde faltar, portanto, esta vida, quem prevalecerá será sempre o mal, ainda que preguemos contra o mal ou façamos várias obras de caridade, porque somente o poder da vida do Espírito pode desarraigar o pecado que opera na carne, ou seja, arrancá-lo pelas raízes, combatendo-o na fonte de onde procede todo o mal, a saber, no nosso próprio coração.
“1 Ao anjo da igreja em Éfeso escreve: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete candeeiros de ouro:
2 Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua perseverança; sei que não podes suportar os maus, e que puseste à prova os que se dizem apóstolos e não o são, e os achaste mentirosos;
3 e tens perseverança e por amor do meu nome sofreste, e não desfaleceste.
4 Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor.
5 Lembra-te, pois, donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; e se não, brevemente virei a ti, e removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres.
6 Tens, porém, isto, que aborreces as obras dos nicolaítas, as quais eu também aborreço.
7 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus. (Apocalipse 2.1-7)
Entregues ao Inimigo para Aperfeiçoamento na Provação – Apocalipse 2.8-11
“8 Ao anjo da igreja em Esmirna escreve: Isto diz o primeiro e o último, que foi morto e reviveu:
9 Conheço a tua tribulação e a tua pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que dizem ser judeus, e não o são, porém são sinagoga de Satanás.
10 Não temas o que hás de padecer. Eis que o Diabo está para lançar alguns de vós na prisão, para que sejais provados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida.
11 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. O que vencer, de modo algum sofrerá o dado da segunda morte.” (Apocalipse 2.8-11)
Jesus se apresenta à Igreja fiel de Esmirna, como Aquele que foi morto e reviveu, para lembrar àquela igreja que havia grande recompensa para sua perseverança e fidelidade, em face das tribulações que estavam suportando, e que ainda suportariam por causa do amor ao Seu nome.
Ele lhes avisou que haveria um ataque feroz de Satanás contra eles, e que alguns seriam lançados por ele na prisão por certo período, que o Senhor chamou de “dez dias”, mas isto seria permitido por Deus para que a fé e o amor deles fossem colocados à prova, porque o Senhor recebe grande glória quando Seu nome e Palavra não são negados pelos Seus nas tribulações que sofrem por causa da sua fidelidade;  ainda que seja necessário permanecer fiel mesmo em face da morte.
Daí o encorajamento que Jesus deu aos cristãos de Esmirna para que fossem fiéis até a morte, porque com certeza lhes estava reservada a coroa da vida.
Ainda que morressem neste mundo, jamais sofreriam o dano da segunda morte, que é a morte espiritual eterna, para a qual não há cura, a qual se segue à morte física neste mundo, e que será consumada com o lançamento dos ímpios no lago de fogo e enxofre para ali permanecerem por toda a eternidade.
Esta promessa de bênção eterna é dirigida ao que vencer; a saber, aos que perseverarem em fidelidade até o fim, vencendo todas as tentações e tribulações pela fé no Senhor; porque são estes que perseverarem, que comprovam que foram resgatados da maldição e da condenação por Cristo.
Então, passar por provações duras e difíceis não é nenhuma prova de falta de amor ou cuidado de Deus para com Seus filhos.
Ao contrário, Ele prova aqueles que são fiéis, para que receba, como já dissemos antes, grande glória pela perseverança deles no amor, na fé e na esperança, ao mesmo tempo em que são aperfeiçoados na paciência, no amor, na fé, na longanimidade, na misericórdia, por meio dessas tribulações.
Esta carta dirigida à Igreja de Esmirna está aqui para nos lembrar esta verdade, para que nenhum cristão ou Igreja recue na fé diante das tribulações que estiver padecendo, e para que não interprete erroneamente que isto significa que foram abandonados por Deus.
Igrejas mornas ou mortas não são perseguidas pelo diabo, porque não lhes oferecem qualquer ameaça ou dano.
Mas, igrejas fiéis como Esmirna são uma grande ameaça para ele e seu reino de trevas, e por isso se levanta com grande fúria para tentar enfraquecê-las na fé, e afastá-las da sua devoção a Cristo.
É importante destacar que Jesus disse da Igreja de Esmirna que além de conhecer a tribulação deles, conhecia também a sua pobreza, mas ao mesmo tempo, afirmou que eram ricos; assim como conhecia a blasfêmia daqueles que afirmavam serem judeus, isto é, filhos de Deus, mas que na verdade, não eram, senão sinagoga de Satanás.
Sinagoga significa congregação, ajuntamento.
Então, estes se reuniam como um grupo de cristãos, mas a Igreja de Ermirna discernia espiritualmente, que eles não estavam a serviço de Deus, mas de Satanás, apesar de pensarem que eram cristãos autênticos, por auto ilusão, ou por inspiração enganosa do diabo.
Quanto à pobreza de Esrmirna, Jesus se referiu à pobreza de espírito daquela Igreja, que reconhecia que dependia inteiramente da Sua graça e dEle, para tudo.
Destes pobres de espírito se diz que são bem-aventurados, porque são ricos da graça; por isso Jesus disse que por serem pobres, eles eram ricos.
Diferentemente da Igreja de Laodiceia, que afirmava ser rica, mas da qual Jesus afirmou ser pobre, cega, miserável e nua.
Cabe destacar que a Igreja de Esmirna era uma Igreja que vivia numa sociedade próspera, e certamente, grande parte dos seus membros era rica de bens materiais, porém não era nisto em que estava o coração deles, senão no tesouro celestial.
Jesus fortalece com a Sua graça o cristão fiel em suas tribulações.
Por isso disse que os cristãos de Esmirna não deviam temer o que haviam de padecer quando o diabo lançasse alguns deles na prisão.
Deus usa as aflições e as adversidades para aperfeiçoar a fé dos Seus filhos e amadurecê-los espiritualmente.
O Nome Escrito na Pedra Branca – Apocalipse 2.12-17
“12 Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Isto diz aquele que tem a espada aguda de dois gumes:
13 Sei onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; mas reténs o meu nome e não negaste a minha fé, mesmo nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.
14 entretanto, algumas coisas tenho contra ti; porque tens aí os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, introduzindo-os a comerem das coisas sacrificadas a ídolos e a se prostituírem.
15 Assim tens também alguns que de igual modo seguem a doutrina dos nicolaítas.
16 Arrepende-te, pois; ou se não, virei a ti em breve, e contra eles batalharei com a espada da minha boca.
17 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer darei do maná escondido, e lhe darei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe.” (Apocalipse 2.12-17)
A Igreja de Pérgamo tinha em sua membresia, cristãos que viviam na impureza e na avareza, que eram características destacadas em Balaão, e também um grupo de licenciosos em relação à graça, porque conforme a tradição, a doutrina dos nicolaítas consistia num cristianismo de concessões à carne, ao mundo e ao pecado, sob o argumento de que a graça de Cristo já cobriu de uma vez por todas qualquer imputação do juízo de Deus aos cristãos; de forma que eles podem viver na carne, no pecado e amando o mundo, desde que confessem que são de Cristo.
Todavia, a liderança de Pérgamo (anjo da Igreja - pastor) permanecia retendo o nome de Cristo e não havia negado sua fé, mesmo quando um cristão fiel daquela Igreja havia sido perseguido até à morte, porque aquela Igreja funcionava numa área difícil para o evangelho, porque havia nela um principado satânico instalado, ao qual Jesus chama de trono de Satanás.
O pastor permanecia fiel com alguns cristãos daquela Igreja, mas não confrontava os cristãos que andavam de braços dados com as falsas doutrinas e com a luxúria da carne.
Por isso Jesus se apresentou ao mesmo como sendo “aquele que tem a espada aguda de dois gumes”, a saber, a Palavra de Deus.
Porque é dever dos ministros fazer valer a  Palavra de disciplina de Cristo na Igreja.
Como estava havendo concessão da parte da liderança, quanto ao pecado, apesar da própria liderança permanecer fiel a Cristo, no entanto, Ele advertiu aquela liderança e exortou a Igreja ao arrependimento, de maneira que, caso não se arrependesse, o Senhor disse que viria em breve contra os cristãos rebeldes e pelejaria contra eles com a espada da Sua boca.
Isto significa que seriam confrontados com a Palavra da verdade, não para bênção, mas para correção e juízo.
Em vez de louvor, eles seriam repreendidos pela Palavra, e julgados em suas más obras, mediante o padrão da Palavra.
Àqueles que vencessem o pecado, pelo atendimento à convocação ao arrependimento, Cristo fez a promessa que receberiam do maná escondido, e uma pedra branca com um novo nome escrito, que ninguém conhece senão somente aquele que o recebesse.
Ora, quando se deixa a Palavra e a vida de santidade, o cristão morre espiritualmente, porque não pode ser alimentado senão com a Palavra.
Cristo tem prometido saciar a todos os que tiverem fome e sede da justiça do reino de Deus, que está revelada na Sua Palavra.
A Palavra será então, o alimento que os fortificará. O maná escondido, que é o próprio Cristo, o pão que desceu do céu, e pelo qual temos vida espiritual eterna.
Os que estão se alimentando assim de Cristo são distinguidos por Ele com um novo nome, escrito numa rocha, para que não seja apagado.
A pedra é branca, indicando que receberam tal nome distintivo por causa de terem se purificado do pecado.
Eles terão conhecimento disto em espírito; desta distinção honrosa que Cristo faz deles, ainda que outros não o saibam ou o reconheçam.
Pela Verdade Escrita e Não por Adivinhação – Apocalipse 2.18-29
É realmente de pasmar, mas é a pura realidade que um grande número de Igrejas avivadas, senão todas, podem viver a mesma experiência da Igreja de Tiatira, citada em Apocalipse 2.18-29, porque ao mesmo tempo que o amor, a fé, o serviço, a perseverança, e as obras da igreja avançam, sendo mais numerosas do que as primeiras, por causa da manifestação do poder do Espírito Santo, também, cresce, paralelamente, a facilidade de a igreja ficar sujeita à influência de falsos profetas, que se levantam em seu meio com visões e revelações, que não procedem do Senhor, e por conseguinte, tornam a igreja repreensível aos olhos de Cristo.
Por isso o Senhor se apresentou a esta Igreja de Tatira como sendo aquele que tem os olhos como chama de fogo, e os pés semelhantes a latão reluzente.
Os olhos que tudo veem e sabem, e os pés puros que estão firmemente estabelecidos na justiça, nas coisas afirmadas sobre o modo pelo qual importa que os cristãos vivam; de forma, que não deve ser por nenhuma alegada profecia, visão ou revelação não procedentes de Cristo, que não sejam conformes com a Sua Palavra, que Sua vontade poderá ser alterada ou removida.
Cristo permanece o mesmo ontem, hoje e  sempre, inclusive no que se refere à Sua vontade revelada na Sua Palavra.
Aos que se desviam dela, seguindo estas Jezabéis que se dizem profetizas, que representam todos os falsos profetas, que se levantam na igreja, ainda que sejam verdadeiros cristãos, só que ensinando contra a verdadeira doutrina de Cristo, ensinam os cristãos a viverem na impureza e no pecado; até o ponto extremo de servirem a ídolos, cujo culto está associado a demônios.
Destes o Senhor diz que lhes dá um tempo para arrependimento, porém caso não se arrependam, diz que os matará.
De fato esta é a condição de todo cristão que não permanece na doutrina de Cristo, por alegar possuir altas e diretas revelações de Deus: eles estarão como mortos espiritualmente, e até mesmo muitos deles são punidos com um juízo extremo do Senhor, com a morte física, tal como fizera com muitos cristãos rebeldes da Igreja de Corinto.
Mesmo os cristãos fiéis de Tiatira, que não se dobravam à doutrina da falsa profetiza, e não estavam, portanto, interessados em conhecer as chamadas profundezas de Satanás, que operava naqueles cristãos, que andavam contra a Palavra de Deus, que Ele não lhes poria outra carga, mas que retivessem o que tinham recebido dEle, até que voltasse.
A razão de tal admoestação é que mesmo aqueles que se santificam e permanecem fiéis a Cristo, ficam expostos a muitas tentações para caírem, quando se relacionam ou se deixam influenciar por aqueles que transitam como “profetas” e “pessoas muito espirituais”, mas que no fundo não sustentam um testemunho de vida que seja conforme a Palavra de Cristo revelada na Bíblia.
Então devem vigiar e serem diligentes para não perderem o que alcançaram em Sua fidelidade; por isso, Jesus diz que eles não precisam de nenhum outro jugo, senão de permanecerem naquele em que têm permanecido, que é o jugo suave da obediência aos mandamentos do Senhor.
A estes que permanecem fiéis em meio a tais tentações é prometido governo sobre as nações.
Porque o caráter que é assim refinado, para permanecer firme diante daqueles que tentam nos afastar da nossa firmeza em Cristo, está apto para liderar juntamente com Ele, quando inaugurar Seu reino na terra, no milênio, depois da Sua segunda vinda.
Além do governo, lhes foi prometido receberem a estrela da manhã, que é a glória refulgente do próprio Cristo.
“18 Ao anjo da igreja em Tiatira escreve: Isto diz o Filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo, e os pés semelhantes a latão reluzente:
19 Conheço as tuas obras, e o teu amor, e a tua fé, e o teu serviço, e a tua perseverança, e sei que as tuas últimas obras são mais numerosas que as primeiras.
20 Mas tenho contra ti que toleras a mulher Jezabel, que se diz profetisa; ela ensina e seduz os meus servos a se prostituírem e a comerem das coisas sacrificadas a ídolos;
21 e dei-lhe tempo para que se arrependesse; e ela não quer arrepender-se da sua prostituição.
22 Eis que a lanço num leito de dores, e numa grande tribulação os que cometem adultério com ela, se não se arrependerem das obras dela;
23 e ferirei de morte a seus filhos, e todas as igrejas saberão que eu sou aquele que esquadrinha os rins e os corações; e darei a cada um de vós segundo as suas obras.
24 Digo-vos, porém, a vós os demais que estão em Tiatira, a todos quantos não têm esta doutrina, e não conhecem as chamadas profundezas de Satanás, que outra carga vos não porei;
25 mas o que tendes, retende-o até que eu venha.
26 Ao que vencer, e ao que guardar as minhas obras até o fim, eu lhe darei autoridade sobre as nações,
27 e com vara de ferro as regerá, quebrando-as do modo como são quebrados os vasos do oleiro, assim como eu recebi autoridade de meu Pai;
28 também lhe darei a estrela da manhã.”
29 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito dia às igrejas.” (Apocalipse 2.18-29)







Apocalipse 3

As Três Igrejas Predominantes do Tempo do Fim

Como as três igrejas citadas por último, na profecia das sete igrejas de Apocalipse, e isto indica certamente, que são as igrejas que estarão predominando no tempo do fim, nós estudaremos as três em conjunto, conforme se encontram citadas em Apocalipse 3, porque, especialmente, as duas últimas (Filadélfia e Laodiceia), são as igrejas predominantes em nossos dias, principalmente a última, a saber, a de Laodiceia.
Laodiceia é uma palavra grega composta que significa “opinião do povo”  (diceia = opinião; laos = povo).
Uma igreja assim dirigida pela opinião das pessoas (povo) que a compõem, e não pelo Espírito Santo, pela verdadeira fraternidade espiritual em amor, conforme era o caso de Filadélfia (filo = amor fraterno; delfos = irmãos), somente poderia ser conforme é apresentada pela repreensão do Senhor neste terceiro capítulo de Apocalipse.
Quando a igreja deixa este governo em amor do Espírito, por falta de uma real obediência de seus membros à Palavra de Deus, e não a aplicando de fato à vida com pregações do verdadeiro evangelho, com repreensões, exortações e exercício da disciplina devida a Cristo, ela se transforma em Laodiceia.
Assim, sempre há o perigo de Filadélfia se transformar em Laodiceia; daí a necessidade de vigilância e empenho de todos os seus membros em manter a verdade entre eles; rejeitando todo tipo de prática antibíblica, que alguns membros tentam introduzir no modo da igreja servir e adorar a Deus, contra o modo que está prescrito na Palavra.
A adoração devida ao Senhor exclui todo tipo de atividade ou manifestação carnal, porque importa adorar a Deus em espírito e em verdade.
A Igreja de Sardes é composta por membros que vivem uma piedade aparente.
Ela se entrega à realização de muitas obras, mas os seus membros estão mortos, espiritualmente falando.
Eles agem no exterior aquilo que não vivem no seu interior, a saber, uma vida de comunhão espiritual com Deus e seus irmãos.
Por isso, o Senhor se referiu a esta igreja dizendo que ela tem fama de que é uma igreja viva, por causa das suas muitas atividades, mas Ele afirma que na verdade é uma igreja morta, porque tudo o que faz é na energia da carne e não pela Sua graça e poder.
É preciso, portanto, vigiar contra este tipo de espiritualidade aparente e dissimulada, para que não nos enganemos cultivando-a em nosso meio, de maneira que venhamos a cair no desagrado de Deus e não façamos nenhuma obra real para Cristo.
Tal como se dá com a Igreja de Laodiceia, os membros de Sardes chegam a esta condição porque na verdade, o que eles fazem na igreja tem a ver apenas com os próprios interesses e não com os de Cristo.
Até mesmo aquilo que fazem para a comunidade é para alcançarem renome de cristãos destacados, e assim, o que fazem não é propriamente para o Senhor e para o Seu povo, mas para o aumento da própria glória deles.
Esta atitude está definida por Paulo em FP 2.21: “Pois todos buscam o que é seu, e não o que é de Cristo Jesus”.
Quando Paulo nos exorta em Efésios 6 a orarmos em todo tempo no Espírito, por todos os santos, ele quer dizer que o foco da nossa atenção, como cristãos, deve estar centrado na Igreja e nos interesses de Jesus em relação a ela, e não propriamente no que seja do nosso interesse particular, porque fomos colocados no corpo como servos, para sermos úteis ao nosso próximo.
A base da cura das coisas que criam uma Sardes é VIGIAR.
Por isso Jesus exortou em Apo 3.2, a Igreja de Sardes através do Seu ministro, que eles vigiassem e fossem confirmados na fé os que estavam para morrer, por serem impedidos de ter comunhão com Deus, uma vez que suas obras não eram perfeitas diante de DEle, nem mesmo poderiam ser, enquanto almejassem serem carnais e não espirituais.
Eles foram exortados (Apo 3.3) pelo Senhor a se recordarem do que haviam recebido e ouvido, e não somente para reter em suas memórias, mas para guardá-lo, ou seja, praticá-lo realmente na vida.
Para isto, necessitariam de arrependimento (se converterem à vontade de Deus).
Além desta exortação, o Senhor lhes ameaçou dizendo que caso não vigiassem para se manterem fiéis a Deus, Ele viria a eles como um ladrão, a saber, inesperadamente, caso abusassem da Sua longanimidade, não se convertendo no tempo que estava dando para se arrependerem.
Isto demonstra que esta Igreja de Sardes é uma das igrejas do tempo do fim, porque o Senhor afirma que ela estará na terra quando da Sua segunda vinda.
Esta Igreja de Sardes tem apenas alguns cristãos que são verdadeiramente fiéis ao Senhor, e que caminham em santidade, não seguindo o exemplo carnal dos seus demais irmãos; por isso o Senhor Jesus elogiou apenas a estes, na carta que dirigiu àquela igreja.
O Senhor assegurou que estes que andam com suas vestes brancas, que representam a santidade, são dignos e podem estar seguros quanto à sua salvação, porque terão seus nomes registrados para sempre no livro da vida, e Jesus confessará que eles lhe pertencem, diante do Pai e dos anjos.
A Igreja de Filadélfia contrasta tanto com Sardes quanto com Laodiceia, porque tem na totalidade dos seus membros um procedimento santo e fiel à vontade de Deus revelada na Sua Palavra.
Eles têm no Senhor, Aquele que lhes abre portas para proclamarem o evangelho da verdade com liberdade, portas estas que ninguém pode fechar (Apo 3.7,8).
Esta abertura de portas para a evangelização, pelo acompanhamento do poder do Espírito é consequência das obras aprovadas em santidade da Igreja de Filadélfia, que é forte, não pela quantidade dos seus membros, ou pela quantidade de recursos materiais que possua, mas por causa de ser rica da graça de Jesus, que é derramada abundantemente sobre ela.
Esta Igreja de Filadélfia é assim porque está determinada a guardar a Palavra do Senhor, e a não negar o Seu santo nome por nada deste mundo, ou por qualquer oposição que possa sofrer dele, até mesmo daqueles que se dizem cristãos (judeus no texto) e não são de fato, e que combatem ferrenhamente estes que procuram consagrar suas vidas a Deus.
O verdadeiro Israel de Deus é composto por aqueles que O adoram em espírito e em verdade.
O Senhor prometeu que fará com que estes que são na verdade da sinagoga (assembleia, congregação) de Satanás, venham e adorem aos pés de Filadélfia.
Eles reconhecerão o amor que o Senhor tem por esta igreja (v. 9), porque apesar de afirmarem serem cristãos, de serem zelosos pela Igreja de Cristo, eles fazem na verdade a vontade do diabo, já que não vivem em obediência aos mandamentos da Sua Palavra.
O que isto quer significar, senão que muitos dos que perseguem os cristãos desta igreja fiel de Filadélfia, acabarão se convertendo no final, em face do testemunho do poder que há na mesma?
Assim, ao se converterem, reconhecerão que Cristo opera de fato em Filadélfia.
A causa principal deste amor é a fidelidade na perseverança; a constância desta igreja em viver a verdade, em santidade.
O Senhor Jesus faz a promessa de guardar estes cristãos de sofrerem debaixo da Grande Tribulação, que virá sobre o mundo inteiro (v. 10).
Como há o risco, pela falta de vigilância, de Filadélfia vir a se transformar em Sardes ou Laodiceia, o Senhor lhe ordenou que guardasse o que tem recebido para que não viesse a perder sua coroa.
É preciso, portanto, perseverar em santidade para a plena certeza do agrado do Senhor, de que estaremos com Ele na Sua volta, para arrebatar a Igreja, que anda fielmente com Ele (v. 11), e saber que o fim desta perseverança é que sejamos disciplinados por Deus a vivermos segundo Sua vontade, como se vê em Hb 12.7, onde se afirma “... é para disciplina que perseverais”.
Vejamos, finalmente, as repreensões que o Senhor dirige à igreja degenerada de Laodiceia.
Eles não vigiaram e não atentaram para as exortações da Palavra para um viver em santidade, e por não darem a devida atenção a isto, não tendo se esforçado para se aplicarem à consagração de suas vidas a Deus, esta igreja vem a ser achada na condição deplorável que é descrita em Apo 3.14-22.
Apesar de se considerarem a seus próprios olhos  da seguinte forma, conforme o Senhor disse deles: “sou rico, e estou enriquecido, e de nada tenho falta”; a real condição desta igreja não é de verdadeira riqueza espiritual, pois  Jesus afirma em relação a ela o seguinte:
“não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu; aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio, a fim de ungires os teus olhos, para que vejas.” (Apo 3.17b, 18)
Mesmo a uma igreja como a de Laodiceia, Jesus exibe Sua longanimidade, dando-lhe a oportunidade para que se arrependa voltando-se de fato para um viver segundo a vontade de Deus; que é um viver em santidade, conforme se pode inferir das coisas a que Jesus se refere no verso 18.
Estes cristãos devem descer do pedestal de orgulho em que se encontram, e devem curvar sua cerviz diante de Deus, reconhecendo sua miséria espiritual.
Como podem os cristãos de Laodiceia, que são dominados pelo orgulho, viverem na comunhão em amor, na qual vivem os cristãos de Filadélfia?
Eles terão que se arrepender desta presunção de serem justos a seus próprios olhos.
Eles terão que se submeter ao trabalho de humilhação, que é realizado pela cruz.
Eles terão que renunciar ao seu ego, para que possam enxergar a vontade de Deus (este é o colírio da graça referido por Jesus no verso 18).
Estes cristãos de Laodiceia devem se voltar da sua apostasia, para Deus, exibindo a veste branca da justiça de Jesus em suas vidas, andando no Espírito, vivendo pela fé e não por vista; e não do modo vergonhoso que eles caminham diante de Deus, pela sua nudez  perante Ele, uma vez que aqueles que não andam na justiça de Cristo, não estão vestidos para Deus, mas estão nus e em vergonha tal como Adão estava no Éden, quando pecou, e não tinha achado ainda uma cobertura adequada para a vergonha da sua nudez, resultante do pecado.
O estado morno de Laodiceia, que não é quente nem fria (v. 15), fala da sua indiferença para com a verdade do evangelho.
Fala da sua falta de zelo e fervor para com as coisas de Deus.
A indiferença para com o Criador é indesculpável.
Há mais esperança para um pagão que é inteiramente frio, já que não conhece a Deus, porque ele pode ter esperança de se converter, e Deus lançará no mar do esquecimento todos os seus pecados cometidos antes da sua conversão.
Mas, o cristão morno de Laodiceia vai juntando dia após dia o seu comportamento perverso diante de Deus, do qual dará contas no Tribunal de Cristo.
Uma igreja tal como esta, caso não se arrependa, está fadada a continuar se reunindo, mas não terá a presença de Cristo, por ter sido vomitada da sua boca, se não vier a se arrepender.
Estes que não pregam e não vivem o verdadeiro evangelho, contrariam o coração de Cristo, e por serem mornos são vomitados da Sua boca, a saber, as palavras deles podem ser as que estão escritas na Bíblia, mas não serão propriamente as palavras de Cristo, porque não receberão dEle iluminação, inspiração e unção para proclamá-la.
A nudez deles diante de Deus acabará por se manifestar algum dia; e aqueles que têm sido fiéis ao Cordeiro perceberão que eles estão nus, ou seja, não estão cobertos com a justiça de Jesus.
A obsessão, a presunção, o autoconvencimento e a autoilusão são os fatores que mais produzem cristãos indiferentes à verdade, como os de Laodiceia.
Eles se esforçam por afirmarem que estão muito bem na igreja e com Deus, apesar de terem tão pouca ou nenhuma verdadeira graça operando em suas vidas.
Eles consideram que já se encontram  muito bem no que tange à vida espiritual, e assim, não demonstram fome e sede da verdadeira justiça, para que possam ser saciados por Deus, por alimentá-los continuamente com a graça e com a verdade.
Eles estão satisfeitos com a pouca ou nenhuma graça que possuem, porque apesar de serem pobres, miseráveis, cegos e nus, pensam que são ricos e que não precisam fazer qualquer progresso espiritual rumo à maturidade, quando esta deve ser buscada durante todo o curso da vida do cristão, por mais longo que ele possa ser neste mundo.
A fome e sede de justiça é cada vez maior no cristão fiel, porque este é o mover normal da graça operante de Jesus. Ela sempre incita a um maior crescimento espiritual, e este não pode ser obtido, a não por um constante se alimentar da verdade.  
Há uma grande diferença entre o pensamento que estes cristãos de Laodiceia têm de si mesmos (que a propósito são numerosos em nossos dias, porque estamos no tempo do fim), e o pensamento que Cristo tem em relação a eles.
Estes cristãos se acomodaram ao ensino que receberam em relação ao evangelho, que pode ter sido nenhum ou muito fraco, e ficaram satisfeitos, agarrados a isto; ou por ignorância ou por conveniência, para não terem o trabalho de serem diligentes e terem que se consagrarem e se empenharem na santificação de suas vidas pela Palavra, conforme é da vontade de Deus, para que possam efetivamente produzir frutos espirituais para Ele.
Quão enganoso é o nosso coração!
Ele precisa ser mudado de coração de pedra em coração de carne, por ser submetido à iluminação e instrução do Espírito!
Pessoas cegas como as de Laodiceia não podem enxergar as coisas invisíveis do reino de Deus.
Elas precisam implorar a Cristo que lhes venda o colírio celestial para que vejam.
A pobreza espiritual é a verdadeira pobreza diante de Deus.
Ninguém que seja pobre de recursos materiais deste mundo é considerado pobre por Deus, caso esteja enriquecido com o ouro refinado no fogo da vida santificada pela graça de Jesus.
Uma pessoa assim enriquecida, pela graça em sua vida, poderá enriquecer a muitos, porque ela tem recebido suficientemente da parte de Deus para poder compartilhar com outros, conforme é da Sua vontade.
O que uma igreja que não vive no poder da graça do Espírito tem para oferecer da parte de Deus para outros, quando ela mesma se encontra em estado de miséria e de extrema necessidade espiritual?
Os membros de Laodiceia devem derrubar a opinião vã e falsa que eles têm acerca de si mesmos.
Tal como Sardes, eles não devem viver de uma aparente riqueza, de uma aparente piedade; porque Deus tudo considera segundo a verdade e não segundo a aparência.
Ele contempla o coração e leva em consideração até mesmo os nossos pensamentos e intenções.
Ele não se deixa impressionar pela aparência externa dos nossos supostos atos de bondade. Ele quer antes de tudo obediência à Sua Palavra.
Nada de uma verdadeira santidade pode ser obtido sem que se pague o preço necessário da consagração, a qual nos impõe muitas renúncias; por isso Jesus diz que devemos comprar o ouro refinado pelo fogo. Ele tem preço.
A salvação é pela graça e não nos custa preço algum, senão o arrependimento e a fé, mas a santificação tem o custo da nossa consagração e submissão à disciplina do Espírito Santo, durante todo o curso da nossa vida.
Por isso também é dito na parábola das Dez Virgens que o azeite para a lâmpada deveria ser comprado.
Este óleo é o óleo do Espírito que é derramado nas nossas vidas, quando pagamos o preço da obediência e consagração.
Estas palavras, que podem parecer duras a muitos, são na verdade palavras de advertência verdadeiras de quem ama àqueles aos quais repreende, porque o Senhor afirma nos versos 19 a 21:
“Eu repreendo e castigo a todos quantos amo: sê pois zeloso, e arrepende-te. Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. Ao que vencer, eu lhe concederei que se assente comigo no meu trono”.
Mais uma vez, percebemos a afirmação do Senhor de que é necessário zelo e arrependimento para que se possa ter comunhão com Ele, e uma vez ouvida a Sua voz, abrirmos o nosso coração para que Ele possa entrar e fazer a necessária obra de transformação em nossa vida, para que possamos ter intimidade com Ele,  Lhe agradarmos e sermos dignos da Sua confiança; o que se infere dEle ter falado que se assim o fizermos, cearemos com Ele e Ele conosco.
Esta é uma grande luta contra a carne, contra o diabo e contra o mundo de pecado.
Aqueles que se converterem dos seus maus caminhos, por obedecerem ao Senhor serão vencedores de todas estas coisas, e por isso se assentarão juntamente com Ele no Seu trono na glória.
Devemos então receber toda palavra de reprovação e correção, que nos venha da parte do Senhor, diretamente ou através de Seus ministros, como demonstrações práticas do Seu amor para conosco, pois estas palavras visam à nossa cura e salvação, e não a produzirem qualquer dano ou perdição (v. 19).
O espírito que prevalece em Laodiceia é um espírito que faz barganha com o pecado e passa por alto a tudo que se opõe à vontade de Deus e à Sua Palavra.
Não é este o modo de Cristo operar com fidelidade, porque nunca deixará de confrontar o pecado, ainda que tenha que fazer feridas para produzir a cura.
É por este motivo que Filadélfia é o que é, porque não nega a Palavra do Senhor, antes se submete a Ela.  


“1 Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Isto diz aquele que tem os sete espíritos de Deus, e as estrelas: Conheço as tuas obras; tens nome de que vives, e estás morto.
2 Sê vigilante, e confirma o restante, que estava para morrer; porque não tenho achado as tuas obras perfeitas diante do meu Deus.
3 Lembra-te, portanto, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. Pois se não vigiares, virei como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.
4 Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram as suas vestes e comigo andarão vestidas de branco, porquanto são dignas.
5 O que vencer será assim vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; antes confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos.
6 Quem tem ouvidos, ouça o que o espírito diz às igrejas.
7 Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre:
8 Conheço as tuas obras (eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, que ninguém pode fechar), que tens pouca força, entretanto guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome.
9 Eis que farei aos da sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus, e não o são, mas mentem, eis que farei que venham, e adorem prostrados aos teus pés, e saibam que eu te amo.
10 Porquanto guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para pôr à prova os que habitam sobre a terra.
11 Venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.
12 A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, donde jamais sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, da parte do meu Deus, e também o meu novo nome.
13 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
14 Ao anjo da igreja em Laodiceia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:
15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; oxalá foras frio ou quente!
16 Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca.
17 Porquanto dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;
18 aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio, a fim de ungires os teus olhos, para que vejas.
19 Eu repreendo e castigo a todos quantos amo: sê pois zeloso, e arrepende-te.
20 Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.
21 Ao que vencer, eu lhe concederei que se assente comigo no meu trono.
22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” (Apocalipse 3.1-22)


Apocalipse 4

O Início da Grande Tribulação

A citação “depois destas coisas”, constante do início do 4º capítulo de Apocalipse, isto é, depois de tudo o que foi dirigido por carta às Igrejas nos dois capítulos precedentes a este, abriu um novo quadro de cenas, e provavelmente, essa citação indica que tudo o que será dito dali por diante se refere ao período de três anos e meio da Grande Tribulação, em cujo final se dará a volta de Cristo.
A Igreja foi arrebatada. Os elogios à perseverança, ao amor, à fé e às obras das igrejas fiéis, e as suas repreensões aos cristãos que deixaram o amor, a fé, a doutrina, já são coisas que ficaram para trás, no passado, porque uma nova situação é instalada, e os que forem salvos, ou os cristãos rebeldes, que finalmente se arrependerem de seu mau procedimento, no breve período da tribulação, sofrerão em sua grande maioria o martírio sob o Anticristo.
À citação “depois destas coisas” também foi acrescida no mesmo primeiro versículo deste quarto capítulo, com a seguinte afirmação:
“Sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer”.
Este “sobe aqui” indica que João está sendo convidado a perceber a partir do céu as coisas que sucederão na terra, no período da Grande Tribulação.
Como vemos, foi dito também que lhe seriam mostradas as coisas que depois destas deviam acontecer, ou seja, o que se seguiria, ao período da Igreja.
Cristo havia escrito cartas para confirmar as igrejas na maneira de viverem para que a obra do evangelho avançasse no mundo, de forma a precipitar a Sua Segunda vinda.
A Igreja cumpriu a missão que lhe foi designada pela graça de Cristo, e pelo poder e disciplina do Espírito Santo.
Então chegou o tempo da ceifa.
É isto que se descortinará deste quarto capítulo em diante.
Sendo arrebatado em espírito ao terceiro céu, João descreveu em poucas palavras, a glória do trono de Deus, e a presença dos quatro querubins, que ele chamou de seres viventes, dos vinte e quatro anciãos, que se prostram em adoração diante de Deus, e que lançam suas coroas diante do trono, glorificando o nome do Senhor, dizendo o seguinte:
“Digno és, Senhor nosso e Deus nosso, de receber a glória e a honra e o poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade existiram e foram criadas.”
É afirmado, portanto, que Deus sendo o Criador, entrará na posse plena de todas as coisas, recebendo a glória, a honra e o poder que lhe são devidos, porque foi por Sua vontade que tudo foi criado e chegou à existência.
Chegou a hora do Filho entregar ao Pai o domínio e o reino, conforme afirmado por Paulo em I Cor 15.24:
“Então virá o fim quando ele entregar o reino a Deus o Pai, quando houver destruído todo domínio, e toda autoridade e todo poder.”
Cristo formou um povo que é reino sacerdotal para o Pai, pela Sua obra de redenção.
Agora é chegada a hora de o reino ser estabelecido em sua forma final.
“1 Depois destas coisas, olhei, e eis que estava uma porta aberta no céu, e a primeira voz que ouvira, voz como de trombeta, falando comigo, disse: Sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer.
2 Imediatamente fui arrebatado em espírito, e eis que um trono estava posto no céu, e um assentado sobre o trono;
3 e aquele que estava assentado era, na aparência, semelhante a uma pedra de jaspe e sárdio; e havia ao redor do trono um arco-íris semelhante, na aparência, à esmeralda.
4 Havia também ao redor do trono vinte e quatro tronos; e sobre os tronos vi assentados vinte e quatro anciãos, vestidos de branco, que tinham nas suas cabeças coroas de ouro.
5 E do trono saíam relâmpagos, e vozes, e trovões; e diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete espíritos de Deus;
6 também havia diante do trono como que um mar de vidro, semelhante ao cristal; e ao redor do trono, um ao meio de cada lado, quatro seres viventes cheios de olhos por diante e por detrás;
7 e o primeiro ser era semelhante a um leão; o segundo ser, semelhante a um touro; tinha o terceiro ser o rosto como de homem; e o quarto ser era semelhante a uma águia voando.
8 Os quatro seres viventes tinham, cada um, seis asas, e ao redor e por dentro estavam cheios de olhos; e não têm descanso nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, e que é, e que há de vir.
9 E, sempre que os seres viventes davam glória e honra e ações de graças ao que estava assentado sobre o trono, ao que vive pelos séculos dos séculos,
10 os vinte e quatro anciãos prostravam-se diante do que estava assentado sobre o trono, e adoravam ao que vive pelos séculos dos séculos; e lançavam as suas coroas diante do trono, dizendo:
11 Digno és, Senhor nosso e Deus nosso, de receber a glória e a honra e o poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade existiram e foram criadas.”(Apocalipse 4.1-11)








Apocalipse 5

O Início da Retomada do Domínio Total da Terra

No quinto capítulo de Apocalipse é descrito como o reino será entregue pelo Filho ao Pai.
Isto se dará pela abertura de um testamento de propriedade que está lacrado com sete selos e que somente pode ser aberto pelo único que tem o direito legal de abri-lo, porque adquiriu tal certificado de propriedade para os que entrarão na posse da herança do reino de Deus, comprando-o com o Seu próprio sangue, a saber, nosso Senhor Jesus Cristo.
A posse será feita com juízos sobre os inimigos de Deus, que ainda operam na terra, a saber: Satanás, seus demônios, os perversos e todo o reino do Anticristo.
O reino será tomado por poder e violência.
Cristo mesmo pelejará contra eles com a espada da Sua boca, ou seja, com o poder da Sua Palavra.
Os inimigos de Deus devem ser vencidos, e o último inimigo a ser vencido é a morte.
O modo como isto será feito, será descrito do sexto capítulo em diante.
À abertura do último selo corresponderão às últimas ações de Deus para o estabelecimento do Seu reino.
Obviamente, o livro só poderia ser totalmente aberto depois que fosse removido o seu sétimo e último selo, significando, portanto, que poderia ser lido e proclamado a quem pertence de fato o reino, o domínio e o poder pelos séculos dos séculos.
Cristo, por Sua exclusiva dignidade, para realizar a obra que o Pai lhe designou para ser feita, recebe honra e glória tanto no céu quanto na terra.
Ele é antes de tudo descrito como um Cordeiro como tendo sido morto, e que tinha sete chifres (isto simboliza onipotência perfeita), sete olhos (onisciência perfeita), que são designados por sete espíritos de Deus enviados por toda a terra, porque Jesus tinha toda a plenitude do Espírito para realizar a obra que fez em favor dos pecadores.
Somente Deus Filho poderia pegar o livro que estava na mão direita de Deus Pai, e assim que Jesus pegou o livro, os quatro querubins (ou seres viventes) e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante dEle com suas harpas e taças de ouro cheias das orações dos santos, porque o reino foi estabelecido por meio da cooperação da Igreja com a Sua cabeça, que é Cristo.
A noiva de Cristo foi Sua auxiliadora e então tem parte na honra e glória que Cristo recebe no céu, ao serem lembradas as suas orações, em favor do estabelecimento do reino.
Logo a seguir, os querubins e os vinte e quatro anciãos cantavam um novo cântico dizendo que Cristo era digno de tomar o livro e abrir os seus selos, por causa de ter morrido e comprado com o Seu sangue para Deus Pai, homens de toda tribo, língua, povo e nação, fazendo deles reino e sacerdotes para reinarem sobre a terra.
Além deles, João viu miríades e miríades de anjos dizendo que digno era o Cordeiro que foi morto, de receber o poder, riqueza, sabedoria, força, honra, glória e louvor.
Ao coro destes milhões de anjos se juntaram as vozes de todas as demais criaturas tanto do céu quanto da terra e debaixo da terra, e no mar, dizendo:
“Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos”.
A isto os querubins diziam Amém, e os vinte e quatro anciãos prostraram-se e adoraram.
Cristo virá com poder e grande glória, e isto é antecedido e manifestado no céu, quando estiver próximo tal evento.
E o mesmo foi dado a conhecer a João, conforme ele o descreveu neste quinto capítulo.
“1 Vi na destra do que estava assentado sobre o trono um livro escrito por dentro e por fora, bem selado com sete selos.
2 Vi também um anjo forte, clamando com grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de romper os seus selos?
3 E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele.
4 E eu chorava muito, porque não fora achado ninguém digno de abrir o livro nem de olhar para ele.
5 E disse-me um dentre os anciãos: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, venceu para abrir o livro e romper os sete selos.
6 Nisto vi, entre o trono e os quatro seres viventes, no meio dos anciãos, um Cordeiro em pé, como havendo sido morto, e tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus, enviados por toda a terra.
7 E veio e tomou o livro da destra do que estava assentado sobre o trono.
8 Logo que tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos.
9 E cantavam um cântico novo, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo e nação;
10 e para o nosso Deus os fizeste reino, e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra.
11 E olhei, e vi a voz de muitos anjos ao redor do trono e dos seres viventes e dos anciãos; e o número deles era miríades de miríades; e o número deles era miríades de miríades e milhares de milhares,
12 que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor.
13 Ouvi também a toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e no mar, e a todas as coisas que neles há, dizerem: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos:
14 e os quatro seres viventes diziam: Amém. E os anciãos prostraram-se e adoraram.” (Apocalipse 5.1-14)














Apocalipse 6

Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse

Nós temos no sexto capítulo de Apocalipse a descrição dos eventos correspondentes à abertura dos seis primeiros selos do livro lacrado, pelo Cordeiro.
O que vemos aqui é a liberação de poderes de destruição que estarão operando na terra de um modo como nunca puderam agir antes.
Jesus se referiu a este período da Grande Tribulação com as seguintes palavras em Seu ministério terreno:
“21 porque haverá então uma tribulação tão grande, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá.
“22 E se aqueles dias não fossem abreviados, ninguém se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias.” (Mateus 24.21-22).
É a esta abertura de selos que correspondem tais palavras.
Não ao princípio de dores que será vivido pela Igreja antes do arrebatamento, nos períodos sucessivos da história cristã, especialmente quando estiver se aproximando o período da Grande Tribulação, em que tais dores se intensificarão por causa da multiplicação da iniquidade.
Temos motivos para crer que estamos vivendo estes dias do princípio das dores, pelas ocorrências que temos testemunhado em todo o mundo, e que têm afetado profundamente a vida da Igreja, notadamente no que se refere à dificuldade profetizada na Palavra quanto a se viver uma vida santificada, sem estar  conformada ao mundo.
A abertura dos quatro primeiros selos corresponde a eventos que estão acontecendo na terra, tipificados nos quatro cavalos e seus cavaleiros.
O quinto selo corresponde à determinação da marcha das ocorrências relativas ao tempo do fim, com o clamor daqueles que foram mortos por causa do testemunho de Cristo.
O sexto e sétimo selos correspondem à segunda vinda do Senhor, e os eventos que sucederão próximo e durante este seu retorno.
Os selos são simbólicos.
Um testamento que era deixado a alguém no passado deveria ser lacrado sete vezes, segundo a lei romana, e assim não poderia ser violado sem que fosse percebido.
Este é um testamento lacrado.
É Deus que está legando o mundo a Cristo.
Cada selo revela que eventos acontecem para que Ele retome o mundo para dá-lo a Seu Pai.
Em Apo 6.4 lemos:
“E saiu outro cavalo, vermelho, e ao seu cavaleiro foi-lhe dado tirar a paz da terra para que os homens se matassem uns aos outros; também foi-lhe dada uma grande espada.”
Assim, temos aqui a guerra, e o começo da nova ordem mundial para uma matança volumosa, que terá o seu ápice nos dias do Anticristo.
Nos verso 5 e 6:
“quando abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro ser vivente, dizendo: Vem. Então vi, e eis um cavalo preto e o seu cavaleiro com uma balança na mão. E ouvi uma como que voz no meio dos quatro seres viventes, dizendo: Uma medida de trigo por um denário; três medidas de cevada por um denário; e não danifiques o azeite e o vinho.”
Isto se refere às condições de fome.
Não há bastante comida para todos e isto é o resultado de guerras.
Então temos o quarto selo nos versos 7 e 8:
“Quando o Cordeiro abriu o quarto selo, ouvi a voz do quarto ser vivente dizendo: Vem. E olhei, e eis um cavalo amarelo e o seu cavaleiro, sendo este chamado Morte: e o Inferno o estava seguindo, e foi-lhes dada autoridade sobre a quarta parte da terra para matar à espada, pela fome, com a mortandade e por meio das feras da terra.”
Temos aqui o massacre de um quarto da população do mundo.
Muitos identificam o cavaleiro do cavalo branco correspondente ao primeiro selo com Cristo, mas nos parece uma forma errônea de interpretação, porque, como vimos antes, estão em referência poderes destruidores que não serão mais retidos pelo Espírito.
O mistério da iniquidade não estará sendo mais retido.
É a hora do Anticristo ser coroado e receber o arco com o qual ferirá principalmente os santos, é a hora  de Satanás e dos demônios agirem com grande liberdade, para afligirem os homens, que não se encontram debaixo da proteção de Deus nesta hora difícil, e por isso é chamada de Grande Tribulação, que deve ter os seus dias abreviados, de forma que se Deus não previsse um tempo para a sua duração, nenhuma carne restaria sobre a terra.
Assim, o cavalo branco e seu cavaleiro representam a falsa paz e segurança que são oferecidas, com engano, pelo Anticristo, e que encantará a muitos, a ponto de ser adorado por eles, como se fosse um deus.
Esta é mais uma forma de juízo, porque Deus os deixou entregues a si mesmos, para darem crédito à mentira, porque se recusaram dar ouvidos à verdade.    
Diz-se que saiu vencendo e para vencer porque será dado ao Anticristo que faça guerra contra os santos e prevaleça contra eles nesse período. Não propriamente sobre seus espíritos, mas sobre  seus corpos, conforme está declarado em Daniel, e em outras passagens deste livro de Apocalipse, conforme veremos adiante.
É importante frisar que estes poderes destrutivos são liberados debaixo da ordem dos querubins ou seres viventes.
Eles dizem: “Vem!”.
Não seria de se esperar que dessem tal ordem a Cristo caso fosse o cavaleiro do cavalo branco.
Os querubins são os guardiões da santidade de Deus.
Eles foram colocados no Éden para guardar o caminho para a árvore da vida.
Então se estão dizendo “vem” no sentido de “que podem operar agora”, o significado claro é que tais poderes queriam operar, mas estavam retidos pelo poder de Deus, até que lhes foi permitido agirem debaixo da Sua permissão, no tempo que estava designado para a sua ação.
O diabo veio roubar, matar e destruir.
Este é o seu desejo latente e grande vocação.
O seu grande desejo é especialmente o de magoar os santos do Altíssimo, o que nunca foi e jamais será o desejo de Cristo, que veio em oposição ao diabo, dar aos cristãos vida em abundância.
Deste modo, se o diabo não destrói mais do que vemos é porque isto não lhe é permitido por Deus.
Ele poderia se conter nestas destruições para tentar frustrar o propósito de Deus, mas ele não pode se conter, porque isto não está na Sua natureza perversa e cheia de ódio contra a humanidade, contra Deus e contra tudo o que Ele criou.
Ele não deixará, portanto, de agir rápido para destruir, tão logo seja aberta para ele tal oportunidade.
Por isso, lemos no final deste capítulo o seguinte, relativamente à abertura do sexto selo:
“15 E os reis da terra, e os grandes, e os chefes militares, e os ricos, e os poderosos, e todo escravo, e todo livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas;
16 e diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos da face daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro;
17 porque é vindo o grande dia da ira deles; e quem poderá subsistir?”
Ora, alguém dirá: afinal a ira é de Deus ou do diabo?
A ira de Deus é contra o mundo de pecado.
A ira do diabo é contra Deus e tudo quanto é santo e contra tudo que Deus criou.
Se Deus fica irado com o pecado a ponto de permitir as destruições que são descritas neste livro, então é porque a medida da iniquidade dos homens foi completada, depois de ter usado de grande longanimidade para com a humanidade, por um longo período em toda a dispensação da graça, e em face da falta de arrependimento dos homens, Ele manifestará por fim a Sua ira contra o pecado,  permitindo que as forças do Inimigo operem, como forma de juízo contra todos aqueles que resistiram à Sua vontade.
É importante destacar que nesta hora a Igreja já havia sido arrebatada.
Aqueles que vierem a se converter e se arrependerem de seus maus caminhos, neste período difícil da Grande Tribulação, o farão debaixo da manifestação destes juízos que sobrevirão a todas as partes do mundo por causa do pecado.
Aos que amaram o erro e a mentira, os maus senhores deles, o diabo e o pecado, dar-lhes-ão a devida paga por lhes terem servido, e não ao único Deus amoroso, fiel e verdadeiro.
“1 E vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos, e ouvi um dos quatro seres viventes dizer numa voz como de trovão: Vem!
2 Olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava montado nele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vencendo, e para vencer.
3 Quando ele abriu o segundo selo, ouvi o segundo ser vivente dizer: Vem!
4 E saiu outro cavalo, um cavalo vermelho; e ao que estava montado nele foi dado que tirasse a paz da terra, de modo que os homens se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada.
5 Quando abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro ser vivente dizer: Vem! E olhei, e eis um cavalo preto; e o que estava montado nele tinha uma balança na mão.
6 E ouvi como que uma voz no meio dos quatro seres viventes, que dizia: Um queniz de trigo por um denário, e três quenizes de cevada por um denário; e não danifiques o azeite e o vinho.
7 Quando abriu o quarto selo, ouvi a voz do quarto ser vivente dizer: Vem!
8 E olhei, e eis um cavalo amarelo, e o que estava montado nele chamava-se Morte; e o inferno seguia com ele; e foi-lhe dada autoridade sobre a quarta parte da terra, para matar com a espada, e com a fome, e com a peste, e com as feras da terra.
9 Quando abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que deram.
10 E clamaram com grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano, santo e verdadeiro, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?.
11 E foram dadas a cada um deles compridas vestes brancas e foi-lhes dito que repousassem ainda por um pouco de tempo, até que se completasse o número de seus conservos, que haviam de ser mortos, como também eles o foram.
12 E vi quando abriu o sexto selo, e houve um grande terremoto; e o sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua toda tornou-se como sangue;
13 e as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira, sacudida por um vento forte, deixa cair os seus figos verdes.
14 E o céu recolheu-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram removidos dos seus lugares.
15 E os reis da terra, e os grandes, e os chefes militares, e os ricos, e os poderosos, e todo escravo, e todo livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas;
16 e diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos da face daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro;
17 porque é vindo o grande dia da ira deles; e quem poderá subsistir?” (Apocalipse 6.1-17)










Apocalipse 7

Quem são os 144.000 de Apocalipse?

O 7º capítulo de Apocalipse descreve os mártires da Grande Tribulação que serão achados  em honra no céu, porque não negaram o nome do Senhor, e por isso padeceram sob o Anticristo na terra.
A graça do Senhor e o Seu favor operarão no período da Grande Tribulação, porque se vê aqui, que não será permitido por Ele que nenhum dano seja feito pelos anjos destruidores, antes que sejam selados para a salvação os 144.000 das doze tribos de Israel.
Este número é o resultado de 12 x 12 x 1.000, que é um número simbólico para uma perfeição completa sem falta, pois nenhum dos eleitos será martirizado sem que antes seja selado para a salvação, ou seja, eles terão um encontro pessoal com Cristo antes de serem martirizados, de modo que possam entrar na glória celestial.
É feito um destaque de honra especial a eles neste capítulo porque será um ato de grande coragem afirmar a fé em Cristo no período sangrento da Grande Tribulação.
Não se pode afirmar com plena certeza que se trata apenas da salvação de pessoas da nação de Israel, porque a Bíblia define como verdadeiros israelitas aqueles que são circuncidados não no prepúcio, mas no coração.
Deve ser tido em conta também que já não há pessoas das demais onze tribos de Israel vivendo atualmente, porque apenas a tribo de Judá e parte da tribo de Benjamim foram poupadas da destruição pelos assírios em 722 a. C.
Neste texto se faz referência a pessoas destas doze tribos. Isto pode indicar que são verdadeiros israelitas (que são de Cristo) que se convertem a Ele em todas as nações.
Mas, como dissemos não se pode descartar também a hipótese que seja de fato uma referência ao número total de eleitos da nação de Israel que estiverem vivendo nos dias da Grande Tribulação.
Isto explicaria o motivo da referência às doze tribos, e não apenas à tribo de Judá, porque Deus não fizera uma promessa de salvar apenas aos de Judá, mas a todo o Israel no tempo do fim, conforme predito em Isaías 59.20,21, e confirmado por Paulo em Romanos 11.26:
“e assim todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades;”
“1 Depois disto vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma.
2 E vi outro anjo subir do lado do sol nascente, tendo o selo do Deus vivo; e clamou com grande voz aos quatro anjos, quem fora dado que danificassem a terra e o mar,
3 dizendo: Não danifiques a terra, nem o mar, nem as árvores, até que selemos na sua fronte os servos do nosso Deus.
4 E ouvi o número dos que foram assinalados com o selo, cento e quarenta e quatro mil de todas as tribos dos filhos de Israel:
5 da tribo de Judá havia doze mil assinalados; da tribo de Rúben, doze mil; da tribo de Gade, doze mil;
6 da tribo de Aser, doze mil; da tribo de Naftali, doze mil; da tribo de Manassés, doze mil;
7 da tribo de Simeão, doze mil; da tribo de Levi, doze mil; da tribo de Issacar, doze mil;
8 da tribo de Zabulom, doze mil; da tribo de José, doze mil; da tribo de Benjamim, doze mil assinalados.
9 Depois destas coisas olhei, e eis uma grande multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, que estavam em pé diante do trono e em presença do Cordeiro, trajando compridas vestes brancas, e com palmas nas mãos;
10 e clamavam com grande voz: Salvação ao nosso Deus, que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro.
11 E todos os anjos estavam em pé ao redor do trono e dos anciãos e dos quatro seres viventes, e prostraram-se diante do trono sobre seus rostos, e adoraram a Deus,
12 dizendo: Amém. Louvor, e glória, e sabedoria, e ações de graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém.
13 E um dos anciãos me perguntou: Estes que trajam as compridas vestes brancas, quem são eles e donde vieram?
14 Respondi-lhe: Meu Senhor, tu sabes. Disse-me ele: Estes são os que vêm da grande tribulação, e levaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.
15 Por isso estão diante do trono de Deus, e o servem de dia e de noite no seu santuário; e aquele que está assentado sobre o trono estenderá o seu tabernáculo sobre eles.
16 Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem cairá sobre eles o sol, nem calor algum;
“17 porque o Cordeiro que está no meio, diante do trono, os apascentará e os conduzirá às fontes das águas da vida; e Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima.” (Apocalipse 7.1-17)










Apocalipse 8

A Grande Tribulação e o Anticristo – Apocalipse 8 a 14

(MESMO COMENTÁRIO DO CAPÍTULO 8 a 14)

Como a partir da abertura do sétimo selo, no oitavo capítulo de Apocalipse, há uma série de eventos conjugados em todos os demais capítulos do citado livro, estaremos apresentando um comentário em resumo destes demais capítulos, sob títulos dos grandes e principais eventos que ocorrerão deste ponto em diante.
Para melhor acompanhar esta parte, leia os capítulos 8 a 14 de Apocalipse.
A Grande Tribulação e o Anticristo
O engano citado em Mt 24.4,5, culminará com o maior engano de todos na pessoa do Anticristo que agirá pela eficácia de Satanás, enganando a muitos, que depositarão nele inteira confiança para a resolução dos problemas mundiais.
Ele será o último falso salvador que o mundo verá. O último falso messias. Por isso é chamado de Anticristo, porque é um cristo falso.
O abominável da desolação citado em Mt 24.15 é uma referência à profanação pelo Anticristo, do templo que ainda será reconstruído em Jerusalém. Esta é citada em Daniel 9.27.
Agora o que é o lugar santo? Algumas pessoas dizem que é a terra. Algumas pessoas dizem que é a  cidade de Jerusalém. O que é o lugar santo? Há somente outro uso dessa frase em todo o Novo Testamento e encontra-se em Atos 21:28. O Lugar Santo era um dos ambientes do tabernáculo e do templo de Jerusalém.
A profecia de Daniel 11.31 teve um primeiro cumprimento na pessoa de Antíoco Epifânio, e terá um último cumprimento na pessoa do Anticristo:
“Dele sairão forças que profanarão o santuário, a fortaleza nossa, e tirarão o sacrifício costumado, estabelecendo a abominação desoladora.”
A primeira parte de Daniel 11 descreve fatos que já tiveram cumprimento na história, e a parte posterior se refere a coisas que ainda terão cumprimento no tempo do fim.
O verso 31 trata de um duplo cumprimento, e historicamente já se cumpriu entre 175 e 165 a.C. correspondente ao governo do rei sírio Antíoco.
Ele se chamava Epifânio que quer dizer "o grande".
Ele foi um grande perseguidor do povo de Israel, sendo assim um tipo perfeito do Anticristo.
Ele tentou acabar com a religião judaica e matou milhares e milhares de judeus, inclusive mulheres e crianças.
Ele profanou o templo entrando nele e matando um porco no altar e obrigando os sacerdotes a comerem a sua carne.
Além disso, ele colocou a imagem de um deus grego no templo, provavelmente Zeus. Com o templo assim profanado, os judeus deixaram de apresentar seus sacrifícios no mesmo, e o sacrifício diário determinado pela lei foi completamente parado.
Foi exatamente isso que Daniel profetizou cerca de 400 antes, que ele faria (11:31). Assim, o templo ficou desolado por causa daquela abominação, isto é, daquele ato detestável aos olhos de Deus e do seu povo.
O Anticristo também profanará o templo que será reconstruído, para afrontar os judeus e o Deus de Israel, e pelo mesmo efeito de rejeição que isto produzirá, tal como no passado, nos dias de Antioco Epifânio, diz-se que será uma abominação desoladora.
É por isso que ao se referir à profecia exclusiva ao Anticristo em 9.26,27, Daniel usa as palavras desolação e abominação, para se referir aos atos do Anticristo.
Em Daniel 9.24-27 temos a conhecida profecia das setenta semanas.
São setenta semanas de anos.
Referem-se, portanto a 490 anos, sendo que a profecia estabelece dois períodos distintos, um que vai desde a “saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém até o Ungido, ao Príncipe” são sessenta e nove semanas, isto é, 483 anos.
Depois da morte do Ungido se levantaria um príncipe que governaria por uma semana (a septuagésima semana), e que faria cessar o sacrifício e a oferta de manjares no meio da semana (versos 26,27).
A profecia determina então, um período “para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos Santos.” (9.24).
Isto está vinculado de fato a duas fases: ao primeiro advento de Cristo trazendo a graça e a redenção para os habitantes da terra, e ao seu segundo advento para estabelecer Seu reino de justiça na terra.
Por isso, foi declarado a Daniel o prazo para a primeira vinda de Jesus, e também o prazo que determinaria a Sua segunda vinda, que está relacionada ao período da Grande Tribulação, que será precipitada no governo de sete anos do Anticristo, e que corresponde à septuagésima semana da profecia de Daniel.
Esta semana é isolada das demais 69 que se cumpriram no primeiro advento de Cristo, porque Israel tem permanecido endurecido até hoje à recepção de Jesus como o Salvador e Messias.
Será exatamente no tempo do fim que se voltará para o Senhor como nação, para a sua redenção.
Daniel queria saber de Deus quando acabaria o cativeiro de Israel, e quando este seria firmado como nação e reino sacerdotal, conforme havia sido prometido por Deus desde Moisés.
A resposta de Deus foi dada com a profecia das setenta semanas, porque Daniel pensava que uma vez findo os setenta anos de cativeiro babilônico, conforme havia sido profetizado por Jeremias, Israel seria estabelecido como reino de Deus na terra.
Desde a “saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém, até o Ungido, ao Príncipe”, temos 69 semanas, isto é, 483 anos.
O decreto para a reconstrução do templo e da cidade de Jerusalém foi baixado em cerca de 450 a.C.
A contagem vai, portanto, até a morte de Jesus, e não até o seu nascimento, porque somando-se 33 a 450 temos os 483 anos referidos na profecia.
De fato, “para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade, para trazer a justiça eterna”, conforme se encontra registrado na profecia, isto somente seria possível com a morte de Jesus.
Por isso a profecia de Daniel faz referência à morte do Senhor.
Mas, “para selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos Santos”, conforme também está na profecia de Daniel, haverá necessidade de que o Senhor volte e estabeleça o Seu reino na terra, de maneira que o veremos assim como Ele é, e o que é em parte, será aniquilado.
As visões e as profecias terão tido o seu cumprimento, e já não andaremos somente por fé, mas também pelo que veremos.
Hoje não há um único ser humano perfeito vivendo na terra, porque mesmo o maior dos santos é pecador, e ainda está sujeito ao pecado, em razão da natureza terrena.
Mas, quando o Senhor voltar, e nós juntamente com Ele, em glória, todos seremos perfeitos, assim como Ele é perfeito.
O plano de Deus de restaurar a criação original terá cumprimento na volta de Jesus e no estabelecimento do seu reino milenar com os salvos na terra.
Deus criou a terra para este propósito, para que fosse herdada pelos justos, pelos que são puros de coração, e sem pecado.
Ele cumprirá cabalmente aquilo que planejou desde antes da fundação do mundo.    
Em Daniel 12.11 lemos:
“Depois do tempo em que o costumado sacrifício for tirado, e posta a abominação desoladora, haverá ainda mil duzentos e noventa dias.”
Decorrerão três anos e meio para o retorno de Cristo e a consequente destruição do governo do Anticristo, a contar do momento em que for posta a abominação desoladora no Lugar Santo.
Observe que Daniel acrescenta mais 30 dias aos 1260 referidos em Apocalipse 12.6, como tempo da perseguição do diabo aos judeus através do Anticristo durante o período da Grande Tribulação.
Isto pode ser explicado pelo fato, de que a profecia de Daniel está enfocando o tempo para o estabelecimento do Reino do Senhor Jesus, e não para o término do governo do Anticristo.
Isto demandará o estabelecimento da separação entre os cabritos e as ovelhas, e temos assim uma primeira contagem de um prazo já determinado para o início do estabelecimento do reino.
Em Daniel 12.12 lemos:
“Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e cinco dias.”
Isto é, 45 depois dos 1290 já referidos.
Muitas providências deverão ser tomadas para que a terra seja restaurada a uma condição adequada para o governo dos santos juntamente com Cristo.
Para a separação das ovelhas dos cabritos e tudo o mais que for necessário.
Haveria assim, provavelmente, um período de transição de 75 dias desde o retorno do Senhor até o estabelecimento do seu reino milenar.
Jesus começou a remover a maldição do pecado da terra.
A terra foi restaurada.
Em Ezequiel 36.36 lemos:
“Então as nações que tiverem restado ao redor de vós saberão que eu, o Senhor, reedifiquei as cidades destruídas, e plantei o que estava desolado. Eu, o Senhor, o disse, e o farei.”
A palavra de Romanos 8.19-21 terá cabal cumprimento quando da volta do Senhor:
“A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.”
Daniel chama o Anticristo de pequeno chifre, o rei com a face feroz, o rei voluntarioso.
João o chama de a besta.
Paulo o chama de filho da perdição e homem do pecado.
Ele é a culminação de todos os falsos cristos.
Ele é tão convincente nisto, que Daniel 9:27 diz que Israel fará um pacto com ele, crendo que ele seja o seu libertador e protetor.
E todas as nações do mundo, em razão das suas perseguições, vêm a ficar debaixo do seu poder, e ele engana a muitos.
Ele tem comunhão com os demônios do inferno. Ele é poderoso, mas não pelo seu próprio poder. Ele causará estupendas destruições, prosperará e fará o que lhe aprouver, e destruirá os poderosos e o povo santo (Dn 8.24).
Não é seu próprio poder, é o poder do inferno.
Pela astúcia dos seus empreendimentos políticos, fará prosperar o engano (Dn 8.25). Ele usa a paz, ele usa a negociação para seduzir o mundo e trazê-lo sob o seu poder.
No capítulo 11 de Daniel nós descobrimos mais coisas sobre ele nos versos 36-45.
Assim, seu engano é incrível.
Na realidade, o engano dele é descrito em maior detalhe em Apocalipse 13.
Lá, João não o vê com uma face feroz, nem como um rei voluntarioso, mas em outra perspectiva, como uma besta. Ele é uma besta que governa sobre  as nações e o simbolismo é muito vívido.
Ele é uma besta poderosa. Ele é uma besta devastadora. O verso 5 diz que lhe foi dado 42 meses para agir com autoridade. Isto equivale a três anos e meio, correspondentes à metade final do sete anos referidos em Daniel 9.27, como o tempo total do seu governo.
Assim, ele passará a empreender suas perseguições contra Israel desde a colocação da abominação desoladora no lugar santo, neste período de três anos e meio, correspondente à Grande Tribulação.
Em II Tes 2.3,4, Paulo cita o Anticristo nestes termos:
“Ninguém de nenhum modo vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia, e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus, ou objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus.”. E sobre esta sua arrogância e blasfêmia João também registrou em Apo 13.5,6: “Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias, e autoridade para agir quarenta e dois meses; e abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus; para lhe difamar o nome e difamar o tabernáculo, a saber, os que habitam no céu.”
 Também lemos em Daniel 7.8,25 e 11.36:
“Estando eu a observar os chifres, eis que entre eles subiu outro pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres, foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava com insolência.” (7.8). “Proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e os santos lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e metade dum tempo”
Esta é também uma linguagem profética para designar os três anos e meio a que nos temos referido (7.25).
“Este rei fará segundo a sua vontade, e se levantará e se engrandecerá sobre todo deus; contra o Deus dos deuses, falará cousas incríveis,” (11.36).
Esta exaltação do Anticristo se dará por conta do fato de ter vencido as nações  e exercido domínio sobre elas, e de ao subjugar o povo de Israel matando milhares deles, ter se considerado superior ao Deus de Israel, a ponto de se assentar no templo, proferindo palavras contra o Altíssimo.
Ele incorrerá no mesmo erro do rei Assírio Senaqueribe, que se exaltou contra Deus e lhe dirigiu palavras de afrontas em desafio através de Rabsaqué, seu porta-voz (Is 36 e 37).
Aliado ao poder obtido sobre as nações e sobre Israel, o Anticristo também terá por motivo de exaltação o fato de ser enganado pelo próprio Satanás e demônios, aos quais estava servindo, porque o falso sistema religioso que estará a seu serviço, personificado na pessoa do chamado falso profeta (Apo 13.11-15), fará uma imagem dele e a imagem falará, e será determinado que todos adorem a imagem, instituindo-se assim um culto idolátrico, e todo aquele que se recusar a adorar a imagem da besta será morto.
Será tal o sentimento de grandeza e de posse do Anticristo sobre toda a humanidade, que será determinado que todos recebam certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o nome da besta ou o número relativo ao seu nome que é 666 (Apo 13.16-18).
Muitos poderão estar perguntando como poderia Israel se aliançar com a besta.
No entanto, antes que ele assuma o controle sobre as nações, revelando seu caráter maligno, ele deve, pela sua aliança com os israelitas, livrá-los da ameaça do mundo árabe.
O ódio incurável e histórico do mundo islâmico contra Israel não cessará por qualquer tratado de paz.
Daí, possivelmente a razão de Israel ter buscado apoio no poder político que estará em evidência na ocasião sob o governo do Anticristo, tal como os israelitas dependem da sua aliança histórica com os Estados Unidos para a sua segurança no Oriente Médio.
É possível mesmo, que nos três primeiros anos e meio de seu governo, ele seja tido como o próprio messias pelos israelitas, sem que saibam que ele é um falso libertador.
Em Mt 24.29 o Senhor disse que “logo em seguida à tribulação daqueles dias”, isto é, imediatamente após o período da Grande Tribulação, ocorrerá a Sua segunda vinda, e quando isto ocorrer, o sol escurecerá e a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento e os poderes do céu serão abalados.
Isto indica que eventos cataclísmicos antecederão a Sua manifestação vindo sobre as nuvens do céu com poder e muita glória.” (verso 30).
Assim, o Senhor virá imediatamente após a Grande Tribulação.
E, como mais um sinal da sua vinda, o Senhor disse na parábola da figueira que deveríamos aprender da lição que ela nos dá, porque quando os seus ramos se renovam, e as folhas brotam, é um sinal de que o verão está próximo.
Assim, a geração que testemunhasse estas coisas não passaria sem que tudo aconteça, pois ao virem todas estas coisas, saberão que Ele está próximo às portas (Mt 24.32-34).
A figueira dá frutos no verão, e antes que isto ocorra, ela renova suas folhas.
Assim, quando a geração que presenciar a Grande Tribulação referida pelo Senhor, precipitada pela profanação pelo Anticristo, do templo que será reconstruído em Jerusalém, ela pode estar certa de que presenciará a volta do Senhor, assim como sabemos que o verão se aproxima quando a figueira renova os seus ramos e as folhas brotam.
Assim, os sinais estão reservados para as pessoas que estiverem vivendo no tempo do fim.
No capítulo 9 de Apocalipse, a partir do verso 13, vemos que um exército de duzentos milhões de soldados saiu pela terra induzidos por quatro anjos que foram soltos e que se achavam atados junto ao rio Eufrates, e que dizimou a terça parte da humanidade.
Apocalipse 13.7 nos conta outra coisa interessante sobre esta guerra. O poder poderoso nesta guerra, em parte, não é somente das forças demoníacas do inferno e do próprio Satanás, mas do Anticristo, a besta:
“Foi-lhe dado também que pelejasse contra os santos e os vencesse. Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação.”
Assim, é o Anticristo da mesma maneira que nós vimos no Velho Testamento, em Daniel.
É ele que massacra o rei do sul, o exército do norte; derrota o exército do leste, e expande o seu poder mundialmente.
Outra passagem em Apocalipse 16.13,14 revela que três espíritos imundos, operadores de sinais, saem da boca do dragão, da besta e do falso profeta e se dirigem aos reis da terra para congregá-los para a batalha do Armagedom, no grande dia do Senhor, isto é, na segunda vinda de Cristo.
Mas, o intento deles será marchar contra Jerusalém para devastá-la. E, no meio desta batalha Jesus virá e os destruirá.
Os capítulos 8 e 9 de Apocalipse contêm os juízos relativos ao toque das 6 primeiras trombetas.
Estes prenunciam o grande juízo de Deus contra os ímpios, contra a iniquidade que se multiplicou na terra, e serão despejados durante o período de governo do Anticristo, e culminarão com a sétima trombeta, correspondente à segunda vinda de Jesus, que consumará a destruição final dos ímpios.
Somente os que tiverem se convertido durante o período do governo do Anticristo serão poupados.
A igreja terá sido arrebatada antes da Grande Tribulação, não sendo assim, atingida por estes juízos.
Será lançado granizo misturado com fogo e sangue à terra.
Uma terceira parte das árvores será queimada.
E isto vai gerar fome.
Uma como que grande montanha em chamas foi lançada ao mar e um terço da vida do mar morreu, e um terço das embarcações foi destruído.
Aqueles que dependem do mar para seu sustento foram prejudicados.
Uma terça parte das águas dos rios e das fontes se tornou amarga, imprópria para o consumo.
Uma terça parte do sol, da lua e das estrelas foi atingida, para que a terça parte deles escurecesse, afetando assim o ciclo das estações na terra, prejudicando, sobretudo as atividades agrícolas.
Tudo isso constitui desastres de proporções volumosas.
Além disso, ao toque da quinta trombeta corresponderá à soltura de demônios que estavam aprisionados no abismo, e eles atormentarão a terra por cinco meses.
No toque da sexta trombeta ocorrerá a destruição da terça parte da humanidade, à qual já nos referimos pelo exército de duzentos milhões de soldados.
“1 Foi-me dada uma cana semelhante a uma vara; e foi-me dito: Levanta-te, mede o santuário de Deus, e o altar, e os que nele adoram.
2 Mas deixa o átrio que está fora do santuário, e não o meças; porque foi dado aos gentios; e eles pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses.
3 E concederei às minhas duas testemunhas que, vestidas de saco, profetizem por mil duzentos e sessenta dias.
4 Estas são as duas oliveiras e os dois candeeiros que estão diante do Senhor da terra.” (Apo 11.1-4)
Estes 42 meses referidos no verso 2, correspondem aos 1260 dias citados no verso 3, que são exatamente três anos e meio, que é o tempo da Grande Tribulação no qual é dito que os gentios pisarão a cidade santa, isto é, terão domínio sobre ela, e que no mesmo tempo duas testemunhas de Deus, vestidas de saco profetizarão neste período e terão poder de destruir pelo fogo que sai de suas bocas aqueles que tentarem lhes fazer mal (v. 5), além dos outros poderes que são descritos no verso 6.
 “E, quando acabarem o seu testemunho, a besta que sobe do abismo lhes fará guerra e as vencerá e matará.” (Apo 11.7)
Será permitido por Deus que o Anticristo mate as duas testemunhas depois do tempo em que darem o seu testemunho, que corresponde ao final da Grande Tribulação, e, portanto, isto é o marco do final do reinado do Anticristo.
“8 E jazerão os seus corpos na praça da grande cidade, que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde também o seu Senhor foi crucificado.”
Jerusalém é chamada de Sodoma e Egito, nesta profecia, por causa da iniquidade dos que estarão dominando a cidade nos últimos dias, e que profanarão o santuário, razão porque não é designada aqui por cidade santa.
“1 Então vi subir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças nomes de blasfêmia.” (Apo 13.1)
A besta sobe do mar da humanidade, porque será pelas mãos e aprovação dos próprios homens que o Anticristo será conduzido ao poder, como uma espécie de “salvador” das condições difíceis que estarão prevalecendo na terra, próximo do tempo em que ele assumir o governo sobre várias nações.
Ele recebe grande poder, o que está representado nos chifres; as sete cabeças representam os países que o apoiam, e apesar do esplendor externo do seu reino, representado nos diademas, no entanto, o que há no interior de suas mentes são blasfêmias, porque se levantam, não em nome de Cristo, mas para blasfemarem o Seu santo nome.

Apocalipse 8.1 Quando abriu o sétimo selo, fez-se silêncio no céu, quase por meia hora.
Apocalipse 8.2 E vi os sete anjos que estavam em pé diante de Deus, e lhes foram dadas sete trombetas.
Apocalipse 8.3 Veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para que o oferecesse com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que está diante do trono.
Apocalipse 8.4 E da mão do anjo subiu diante de Deus a fumaça do incenso com as orações dos santos.
Apocalipse 8.5 Depois do anjo tomou o incensário, encheu-o do fogo do altar e o lançou sobre a terra; e houve trovões, vozes, relâmpagos e terremoto.
Apocalipse 8.6 Então os sete anjos que tinham as sete trombetas prepararam-se para tocar.
Apocalipse 8.7 O primeiro anjo tocou a sua trombeta, e houve saraiva e fogo misturado com sangue, que foram lançados na terra; e foi queimada a terça parte da terra, a terça parte das árvores, e toda a erva verde.
Apocalipse 8.8 O segundo anjo tocou a sua trombeta, e foi lançado no mar como que um grande monte ardendo em fogo, e tornou-se em sangue a terça parte do mar.
Apocalipse 8.9 E morreu a terça parte das criaturas viventes que havia no mar, e foi destruída a terça parte dos navios.
Apocalipse 8.10 O terceiro anjo tocou a sua trombeta, e caiu do céu uma grande estrela, ardendo como uma tocha, e caiu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas.
Apocalipse 8.11 O nome da estrela era Absinto; e a terça parte das águas tornou-se em absinto, e muitos homens morreram das águas, porque se tornaram amargas.
Apocalipse 8.12 O quarto anjo tocou a sua trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, a terça parte da lua, e a terça parte das estrelas; para que a terça parte deles se escurecesse, e a terça parte do dia não brilhante, e semelhantemente a da noite.
Apocalipse 8.13 E olhei, e ouvi uma águia que, voando pelo meio do céu, dizia com grande voz: Ai, ai, ai dos que habitam sobre a terra! por causa dos outros toques de trombeta dos três anjos que ainda vão tocar.
Apocalipse 9.1 O quinto anjo tocou a sua trombeta, e vi uma estrela que do céu caíra sobre a terra; e foi-lhe dada a chave do poço do abismo.
Apocalipse 9.2 E abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço, como fumaça de uma grande fornalha; e com a fumaça do poço escureceram-se o sol e o ar.
Apocalipse 9.3 Da fumaça saíram gafanhotos sobre a terra; e foi-lhes dado poder, como o que têm os escorpiões da terra.
Apocalipse 9.4 Foi-lhes dito que não fizessem dano à erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma, mas somente aos homens que não têm na fronte o selo de Deus.
Apocalipse 9.5 Foi-lhes permitido, não que os matassem, mas que por cinco meses os atormentassem. E o seu tormento era semelhante ao tormento do escorpião, quando fere o homem.
Apocalipse 9.6 Naqueles dias os homens buscarão a morte, e de modo algum a acharão; e desejarão morrer, e a morte fugirá deles.
Apocalipse 9.7 A aparência dos gafanhotos era semelhante à de cavalos aparelhados para a guerra; e sobre as suas cabeças havia como que umas coroas semelhantes ao ouro; e os seus rostos eram como rostos de homens.
Apocalipse 9.8 Tinham cabelos como cabelos de mulheres, e os seus dentes eram como os de leões.
Apocalipse 9.9 Tinham couraças como couraças de ferro; e o ruído das suas asas era como o ruído de carros de muitos cavalos que correm ao combate.
Apocalipse 9.10 Tinham caudas com ferrões, semelhantes às caudas dos escorpiões; e nas suas caudas estava o seu poder para fazer dano aos homens por cinco meses.
Apocalipse 9.11 Tinham sobre si como rei o anjo do abismo, cujo nome em hebraico é Abadom e em grego Apoliom.
Apocalipse 9.12 Passado é já um ai; eis que depois disso vêm ainda dois ais.
Apocalipse 9.13 O sexto anjo tocou a sua trombeta; e ouvi uma voz que vinha das quatro pontas do altar de ouro que estava diante de Deus,
Apocalipse 9.14 a qual dizia ao sexto anjo, que tinha a trombeta: Solta os quatro anjos que se acham presos junto do grande rio Eufrates.
Apocalipse 9.15 E foram soltos os quatro anjos que haviam sido preparados para aquela hora e dia e mês e ano, a fim de matarem a terça parte dos homens.
Apocalipse 9.16 O número dos exércitos dos cavaleiros era de duas miríades de miríades; pois ouvi o número deles.
Apocalipse 9.17 E assim vi os cavalos nesta visão: os que sobre eles estavam montados tinham couraças de fogo, e de jacinto, e de enxofre; e as cabeças dos cavalos eram como cabeças de leões; e de suas bocas saíam fogo, fumaça e enxofre.
Apocalipse 9.18 Por estas três pragas foi morta a terça parte dos homens, isto é, pelo fogo, pela fumaça e pelo enxofre, que saíam das suas bocas.
Apocalipse 9.19 Porque o poder dos cavalos estava nas suas bocas e nas suas caudas. Porquanto as suas caudas eram semelhantes a serpentes, e tinham cabeças, e com elas causavam dano.
Apocalipse 9.20 Os outros homens, que não foram mortos por estas pragas, não se arrependeram das obras das suas mãos, para deixarem de adorar aos demônios, e aos ídolos de ouro, de prata, de bronze, de pedra e de madeira, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar.
Apocalipse 9.21 Também não se arrependeram dos seus homicídios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem dos seus furtos.

Apocalipse 10.1 E vi outro anjo forte que descia do céu, vestido de uma nuvem; por cima da sua cabeça estava o arco-íris; o seu rosto era como o sol, e os seus pés como colunas de fogo,
Apocalipse 10.2 e tinha na mão um livrinho aberto. Pôs o seu pé direito sobre o mar, e o esquerdo sobre a terra,
Apocalipse 10.3 e clamou com grande voz, assim como ruge o leão; e quando clamou, os sete trovões fizeram soar as suas vozes.
Apocalipse 10.4 Quando os sete trovões acabaram de soar eu já ia escrever, mas ouvi uma voz do céu, que dizia: Sela o que os sete trovões falaram, e não o escrevas.
Apocalipse 10.5 O anjo que vi em pé sobre o mar e sobre a terra levantou a mão direita ao céu,
Apocalipse 10.6 e jurou por aquele que vive pelos séculos dos séculos, o qual criou o céu e o que nele há, e a terra e o que nela há, e o mar e o que nele há, que não haveria mais demora,
Apocalipse 10.7 mas que nos dias da voz do sétimo anjo, quando este estivesse para tocar a trombeta, se cumpriria o mistério de Deus, como anunciou aos seus servos, os profetas.
Apocalipse 10.8 A voz que eu do céu tinha ouvido tornou a falar comigo, e disse: Vai, e toma o livro que está aberto na mão do anjo que se acha em pé sobre o mar e sobre a terra.
Apocalipse 10.9 E fui ter com o anjo e lhe pedi que me desse o livrinho. Disse-me ele: Toma-o, e come-o; ele fará amargo o teu ventre, mas na tua boca será doce como mel.
Apocalipse 10.10 Tomei o livrinho da mão do anjo, e o comi; e na minha boca era doce como mel; mas depois que o comi, o meu ventre ficou amargo.
Apocalipse 10.11 Então me disseram: Importa que profetizes outra vez a muitos povos, e nações, e línguas, e reis.

Apocalipse 11.1 Foi-me dada uma cana semelhante a uma vara; e foi-me dito: Levanta-te, mede o santuário de Deus, e o altar, e os que nele adoram.
Apocalipse 11.2 Mas deixa o átrio que está fora do santuário, e não o meças; porque foi dado aos gentios; e eles pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses.
Apocalipse 11.3 E concederei às minhas duas testemunhas que, vestidas de saco, profetizem por mil duzentos e sessenta dias.
Apocalipse 11.4 Estas são as duas oliveiras e os dois candeeiros que estão diante do Senhor da terra.
Apocalipse 11.5 E, se alguém lhes quiser fazer mal, das suas bocas sairá fogo e devorará os seus inimigos; pois se alguém lhes quiser fazer mal, importa que assim seja morto.
Apocalipse 11.6 Elas têm poder para fechar o céu, para que não chova durante os dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue, e para ferir a terra com toda sorte de pragas, quantas vezes quiserem.
Apocalipse 11.7 E, quando acabarem o seu testemunho, a besta que sobe do abismo lhes fará guerra e as vencerá e matará.
Apocalipse 11.8 E jazerão os seus corpos na praça da grande cidade, que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde também o seu Senhor foi crucificado.
Apocalipse 11.9 Homens de vários povos, e tribos e línguas, e nações verão os seus corpos por três dias e meio, e não permitirão que sejam sepultados.
Apocalipse 11.10 E os que habitam sobre a terra se regozijarão sobre eles, e se alegrarão; e mandarão presentes uns aos outros, porquanto estes dois profetas atormentaram os que habitam sobre a terra.
Apocalipse 11.11 E depois daqueles três dias e meio o espírito de vida, vindo de Deus, entrou neles, e puseram-se sobre seus pés, e caiu grande temor sobre os que os viram.
Apocalipse 11.12 E ouviram uma grande voz do céu, que lhes dizia: Subi para cá. E subiram ao céu em uma nuvem; e os seus inimigos os viram.
Apocalipse 11.13 E naquela hora houve um grande terremoto, e caiu a décima parte da cidade, e no terremoto foram mortos sete mil homens; e os demais ficaram atemorizados, e deram glória ao Deus do céu.
Apocalipse 11.14 É passado o segundo ai; eis que cedo vem o terceiro.
Apocalipse 11.15 E tocou o sétimo anjo a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: O reino do mundo passou a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.
Apocalipse 11.16 E os vinte e quatro anciãos, que estão assentados em seus tronos diante de Deus, prostraram-se sobre seus rostos e adoraram a Deus,
Apocalipse 11.17 dizendo: Graças te damos, Senhor Deus Todo-Poderoso, que és, e que eras, porque tens tomado o teu grande poder, e começaste a reinar.
Apocalipse 11.18 Iraram-se, na verdade, as nações; então veio a tua ira, e o tempo de serem julgados os mortos, e o tempo de dares recompensa aos teus servos, os profetas, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra.
Apocalipse 11.19 Abriu-se o santuário de Deus que está no céu, e no seu santuário foi vista a arca do seu pacto; e houve relâmpagos, vozes e trovões, e terremoto e grande saraivada.

Apocalipse 12.1 E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça.
Apocalipse 12.2 E estando grávida, gritava com as dores do parto, sofrendo tormentos para dar à luz.
Apocalipse 12.3 Viu-se também outro sinal no céu: eis um grande dragão vermelho que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete diademas;
Apocalipse 12.4 a sua cauda levava após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que estava para dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe devorasse o filho.
Apocalipse 12.5 E deu à luz um filho, um varão que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono.
Apocalipse 12.6 E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias.
Apocalipse 12.7 Então houve guerra no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão. E o dragão e os seus anjos batalhavam,
Apocalipse 12.8 mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou no céu.
Apocalipse 12.9 E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, que se chama o Diabo e Satanás, que engana todo o mundo; foi precipitado na terra, e os seus anjos foram precipitados com ele.
Apocalipse 12.10 Então, ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e o poder, e o reino do nosso Deus, e a autoridade do seu Cristo; porque já foi lançado fora o acusador de nossos irmãos, o qual diante do nosso Deus os acusava dia e noite.
Apocalipse 12.11 E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até a morte.
Apocalipse 12.12 Pelo que alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais. Mas ai da terra e do mar! porque o Diabo desceu a vós com grande ira, sabendo que pouco tempo lhe resta.
Apocalipse 12.13 Quando o dragão se viu precipitado na terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão.
Apocalipse 12.14 E foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente.
Apocalipse 12.15 E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para fazer que ela fosse arrebatada pela corrente.
Apocalipse 12.16 A terra, porém acudiu à mulher; e a terra abriu a boca, e tragou o rio que o dragão lançara da sua boca.
Apocalipse 12.17 E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra aos demais filhos dela, os que guardam os mandamentos de Deus, e mantêm o testemunho de Jesus.
Apocalipse 12.18 E o dragão parou sobre a areia do mar.

Apocalipse 13.1 Então vi subir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças nomes de blasfêmia.
Apocalipse 13.2 E a besta que vi era semelhante ao leopardo, e os seus pés como os de urso, e a sua boca como a de leão; e o dragão deu-lhe o seu poder e o seu trono e grande autoridade.
Apocalipse 13.3 Também vi uma de suas cabeças como se fora ferida de morte, mas a sua ferida mortal foi curada. Toda a terra se maravilhou, seguindo a besta,
Apocalipse 13.4 e adoraram o dragão, porque deu à besta a sua autoridade; e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? quem poderá batalhar contra ela?
Apocalipse 13.5 Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias; e deu-se-lhe autoridade para atuar por quarenta e dois meses.
Apocalipse 13.6 E abriu a boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do seu nome e do seu tabernáculo e dos que habitam no céu.
Apocalipse 13.7 Também lhe foi permitido fazer guerra aos santos, e vencê-los; e deu-se-lhe autoridade sobre toda tribo, e povo, e língua e nação.
Apocalipse 13.8 E adora-la-ão todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.
Apocalipse 13.9 Se alguém tem ouvidos, ouça.
Apocalipse 13.10 Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá; se alguém matar à espada, necessário é que à espada seja morto. Aqui está a perseverança e a fé dos santos.
Apocalipse 13.11 E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava como dragão.
Apocalipse 13.12 Também exercia toda a autoridade da primeira besta na sua presença; e fazia que a terra e os que nela habitavam adorassem a primeira besta, cuja ferida mortal fora curada.
Apocalipse 13.13 E operava grandes sinais, de maneira que fazia até descer fogo do céu à terra, à vista dos homens;
Apocalipse 13.14 e, por meio dos sinais que lhe foi permitido fazer na presença da besta, enganava os que habitavam sobre a terra e lhes dizia que fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida da espada e vivia.
Apocalipse 13.15 Foi-lhe concedido também dar fôlego à imagem da besta, para que a imagem da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta.
Apocalipse 13.16 E fez que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, lhes fosse posto um sinal na mão direita, ou na fronte,
Apocalipse 13.17 para que ninguém pudesse comprar ou vender, senão aquele que tivesse o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome.
Apocalipse 13.18 Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis.

Apocalipse 14.1 E olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o Monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que traziam na fronte escrito o nome dele e o nome de seu Pai.
Apocalipse 14.2 E ouvi uma voz do céu, como a voz de muitas águas, e como a voz de um grande trovão e a voz que ouvi era como de harpistas, que tocavam as suas harpas.
Apocalipse 14.3 E cantavam um cântico novo diante do trono, e diante dos quatro seres viventes e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil, aqueles que foram comprados da terra.
Apocalipse 14.4 Estes são os que não se contaminaram com mulheres; porque são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá. Estes foram comprados dentre os homens para serem as primícias para Deus e para o Cordeiro.
Apocalipse 14.5 E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis.
Apocalipse 14.6 E vi outro anjo voando pelo meio do céu, e tinha um evangelho eterno para proclamar aos que habitam sobre a terra e a toda nação, e tribo, e língua, e povo,
Apocalipse 14.7 dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.
Apocalipse 14.8 Um segundo anjo o seguiu, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia, que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição.
Apocalipse 14.9 Seguiu-os ainda um terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na fronte, ou na mão,
Apocalipse 14.10 também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se acha preparado sem mistura, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro.
Apocalipse 14.11 A fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem, nem aquele que recebe o sinal do seu nome.
Apocalipse 14.12 Aqui está a perseverança dos santos, daqueles que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.
Apocalipse 14.13 Então ouvi uma voz do céu, que dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, pois as suas obras os acompanham.
Apocalipse 14.14 E olhei, e eis uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem, que tinha sobre a cabeça uma coroa de ouro, e na mão uma foice afiada.
Apocalipse 14.15 E outro anjo saiu do santuário, clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem: Lança a tua foice e ceifa, porque é chegada a hora de ceifar, porque já a seara da terra está madura.
Apocalipse 14.16 Então aquele que estava assentado sobre a nuvem meteu a sua foice à terra, e a terra foi ceifada.
Apocalipse 14.17 Ainda outro anjo saiu do santuário que está no céu, o qual também tinha uma foice afiada.
Apocalipse 14.18 E saiu do altar outro anjo, que tinha poder sobre o fogo, e clamou com grande voz ao que tinha a foice afiada, dizendo: Lança a tua foice afiada, e vindima os cachos da vinha da terra, porque já as suas uvas estão maduras.
Apocalipse 14.19 E o anjo meteu a sua foice à terra, e vindimou as uvas da vinha da terra, e lançou-as no grande lagar da ira de Deus.
Apocalipse 14.20 E o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar até os freios dos cavalos, pelo espaço de mil e seiscentos estádios.














Apocalipse 15 a 18
Os Juízos de Deus Sobre o Anticristo
Os capítulos 15 e 16 de Apocalipse descrevem os sete flagelos despejados em taças, por sete anjos, sobre a terra, com os quais se consumou a ira de Deus.
Por meio de Jesus Cristo, os cristãos são livrados da ira de Deus, e isto é evidência suficiente para afirmarmos que a Igreja não passará pelo período da Grande Tribulação, por ter sido arrebatada antes que o Senhor comece a despejar a sua ira sobre os ímpios, desde a abertura dos sete selos e do toque das trombetas.
Muitos dos que estavam endurecidos até o arrebatamento da Igreja, haverão de se converter durante o período da tribulação, porque se diz que por amor dos eleitos, estes dias serão abreviados.
A tribulação será, portanto, um fator que contribuirá para a sua conversão livrando-os assim dos tormentos eternos do inferno.
Quando o primeiro anjo despejou os flagelos de sua taça, os portadores da marca da besta e adoradores da sua imagem sofreram úlceras malignas e perniciosas.
Desde os dias de Moisés Deus havia prometido que não traria as enfermidades que lançou sobre os egípcios, sobre aqueles que andassem nos seus estatutos, cumprindo a Sua vontade.
Vemos assim que estas úlceras serão visitações de juízos sobre o pecado.
Então, o segundo anjo despejou a sua taça no mar e ele se tornou como o sangue de um homem morto.
Você se lembra que no juízo dos selos aconteceu a morte de um terço do mar, mas agora todo o mar é atingido. Isto faz parte da palavra dada por Jesus em Lc 21.25-27:
“Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas, sobre a terra, angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas; haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das cousas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados. Então se verá o Filho do homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória.”
Vemos assim, que a precipitação destes juízos será rápida e próxima da vinda do Senhor, dando cumprimento à palavra de que estes dias finais da Grande Tribulação seriam abreviados por amor dos escolhidos.
Não temos nisto, portanto, uma sucessão de eventos de grande impacto catastrófico e grande tormento, por um extenso período.
São juízos rápidos e sucessivos que precipitarão e coincidirão com o retorno do Senhor, tanto para a consumação da destruição dos ímpios pela liberação da palavra da Sua boca, como para destruir as obras do diabo e do Anticristo, dando início ao Seu reino milenar sobre a terra.
“O terceiro anjo derramou a sua taça nos rios e nas fontes das águas, e se tornaram em sangue, e o anjo declarou que Deus é justo por ter julgado estas cousas, porquanto haviam derramado o sangue de santos e de profetas, e assim lhes estava dando sangue a beber porque eram dignos disso” (Apo 16.4-7).
A humanidade estava apoiando o Anticristo no seu trabalho de destruir aqueles que não estavam aceitando adorá-lo como deus. E o Senhor estava lhes dando a devida paga.
Quando o quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, foi dado ao sol queimar os homens com fogo.
Eles não se arrependeram para darem glória a Deus, antes blasfemaram o Seu nome (16.8,9).
O quinto anjo despejou a sua taça sobre o trono da besta, e o reino do Anticristo se tornou em trevas; os homens, por causa das angústias e das úlceras que sofriam, não se arrependeram, mas blasfemaram o Deus do céu (16.10,11).
O sexto anjo derramou a sua taça sobre o rio Eufrates, cujas águas se secaram para preparar o caminho para os reis que vêm do leste, para que pudessem se ajuntar no lugar chamado Armagedom (16.12-16).
O sétimo anjo derramou a sua taça no ar e sobrevieram relâmpagos, vozes e trovões, e ocorreu grande terremoto como nunca houve igual desde que há gente sobre a terra.
A grande cidade se dividiu em três partes e caíram as cidades das nações, e lembrou-se Deus da grande Babilônia, para dar-lhe o cálice do vinho do furor da sua ira.
Toda ilha fugiu e os montes não foram achados. Houve grande saraivada sobre os homens com pedras que pesavam cerca de um talento, e por causa da chuva de pedras os homens blasfemaram de Deus (16.17-21).
Como vimos, Lucas fala de eventos horríveis, eventos amedrontadores que irão acontecer.
Você pode voltar ao capítulo 6 de Apocalipse, e ver ali coisas horríveis como guerra e morte, fomes e massacre.
Como o céu começa a se quebrar, como a terra começa a tremer com eventos terríveis.
Indo para o capítulo 9, vemos o abismo sem fundo sendo aberto para a libertação de demônios.
Os homens serão atormentados por eles; eles buscarão a morte e a morte fugirá deles.
O líder destes demônios (9.11) chama-se em hebraico Abadom, e em grego Apolion, que significa destruidor.
Estes demônios levantam um exército terrível.
No capítulo 14, também se descrevem coisas que ocorrerão próximo e durante a segunda vinda de Jesus.
O resultado de todos estes juízos da ira de Deus e da ação direta do Senhor e dos seus anjos, quando da sua volta, está relatado no verso 20:
“E o lagar foi pisado fora da cidade, e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos estádios.”
Isto é um banho de sangue incrível e inconcebível, pois cobre uma extensão de quase trezentos quilômetros.
A chave de interpretação destes juízos de Apocalipse desde o capítulo 6 até o 19, que tratam da Grande Tribulação e da volta de Cristo, está, portanto, no entendimento de que tudo o que ali está referido, não se dará num longo período de tempo, mas dentro do governo de sete anos do Anticristo, cujos três últimos anos e meio correspondem à chamada Grande Tribulação.
Não há, portanto, uma sequência cronológica exata das coisas narradas nestes capítulos.
João passou a visão das coisas que viu, neste período próximo da volta do Senhor.
A referência à queda de Babilônia, designada como grande cidade é possivelmente ao sistema econômico mundial, porque os mercadores da terra prantearam a sua queda.
Esta queda se dará depois que o Anticristo tiver se manifestado e em meio a todos estes juízos que estarão sendo despejados sobre a terra.
Os sinais que ocorrerão no céu e que farão os homens desmaiarem de terror, que são citados nos evangelhos pelo Senhor, como indicações da proximidade da sua vinda, são também citados no Velho Testamento, como em Joel 2, e que são repetidos por Pedro em Atos 2:
“Mostrarei prodígios no céu e na terra; sangue, fogo, e colunas de fumo. O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.” (Joel 2.30,31).
Muitos eventos cataclísmicos já acontecem desde há muito sobre a face da terra, mas em nada poderão ser comparados com as coisas que acontecerão próximo da vinda de Jesus, depois que o Anticristo tiver se manifestado.
Os que creem em Cristo têm sido perseguidos e odiados pelo mundo ao longo da história da Igreja.
Muitos, em várias épocas e locais específicos foram vítimas de perseguições terríveis.
Mas nada se comparará à que será empreendida contra os que confessarem a Cristo no período da Grande Tribulação, depois do arrebatamento da igreja.
Os que se converterem depois do arrebatamento haverão de sofrer as angústias terríveis relatadas em Mt 24.9,10.
Isso excederá todas as outras perseguições.
O mundo todo odiará por inspiração do Anticristo tanto os judeus quantos os cristãos.
Depois que a Igreja for arrebatada Deus dará duas testemunhas ao mundo, e todos ouvirão a sua pregação do evangelho, e elas serão mortas, mas depois de três dias e meio elas serão ressuscitadas por Deus e serão ascendidas ao céu na nuvem diante do olhar de seus inimigos, e isto trará grande medo sobre muitos, e naquela hora haverá um grande terremoto, e ruirá a décima parte da cidade, e morrerão sete mil pessoas, e as demais ficarão sobremodo aterrorizadas, e darão glória a Deus (Apo 11.11-13).
Certamente, muitos dentre estes se converterão ao Senhor, e serão duramente perseguidos pelo Anticristo, juntamente com os judeus, dando cumprimento à palavra profética da destruição dos santos, do povo santo, pela besta.
Estes que forem massacrados na Grande Tribulação são os que clamam debaixo do altar dizendo: “Até quando, Ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?” (Apo 6.10).
E, lhes foi respondido que aguardassem ainda por pouco tempo, até que se completasse o número dos seus conservos e irmãos, que iam ser mortos como eles.
Note que na sequência desta visão, João descreve que de fato seria muito breve o tempo que eles deveriam aguardar, porque o sexto selo foi aberto e precipitou os juízos finais da cólera de Deus sobre o mundo, tendo antes determinado que se selassem na fronte os 144.000 servos de Deus de todas as tribos dos filhos de Israel, doze mil de cada tribo.
Uma referência provável aos judeus que ainda se converteriam por ocasião da volta do Senhor, conforme comentamos anteriormente. Estes, juntamente com os gentios, que se converteram no referido período, foram vistos em grande multidão que ninguém poderia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos.
Um dos anciãos perguntou a João quem eram estes, e o próprio ancião respondeu dizendo:
“São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras, e as alvejaram no sangue do Cordeiro.” (Apo 6.9-7.17).
João está descrevendo as coisas que estavam ocorrendo na terra no período da Grande Tribulação, e a conexão destas coisas com o céu.
O prêmio do martírio daqueles que estavam sendo massacrados pelo Anticristo foi-lhe revelado por Deus nestas visões de Apo 6.9-7-17.
No capítulo 12 vemos o dragão perseguindo uma mulher com uma coroa de doze estrelas na cabeça, vestida do sol e com a lua debaixo dos pés.
Isto pode ser uma referência aos judeus que fugirão para os montes, seguindo a instrução de Jesus dada em Mateus 24.15-22, em face da Grande Tribulação.
É de Israel que descende o filho da mulher que há de reger as nações com cetro de ferro, o Senhor Jesus (Apo 12.5).
Mas “a mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias.” (Apo 12.6).
Repare que estes mil duzentos e sessenta dias correspondem a três anos e meio.
É exatamente este o período da Grande Tribulação correspondente à perseguição do Anticristo.
Muitos dos que forem poupados em Israel fugirão da cidade para o deserto e para os montes, e ali serão sustentados por Deus.
E, diz-se mais, que quando Satanás foi atirado à terra por Miguel e seus anjos, de modo que não teria dali em diante mais acesso à presença de Deus, onde acusava os cristãos de dia e de noite, isto fez com que ele ficasse muito encolerizado contra os habitantes da terra.
Isto significa um aumento na fúria das perseguições contra os santos no tempo do fim (os que se converterem a Cristo no período da Grande Tribulação, depois do arrebatamento da Igreja) e contra os judeus de um modo geral, dado ser a nação eleita através da qual Deus trouxe o Messias ao mundo.
Assim, lemos mais sobre a mulher que deu à luz o filho varão que regerá o mundo com cetro de ferro, em Apo 12.13-18:
“Quando, pois, o dragão se viu atirado para a terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão; e foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse até ao deserto, ao seu lugar, aí onde é sustentada durante um tempo, tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente. Então a serpente arrojou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, a fim de fazer com que ela fosse arrebatada pelo rio. A terra, porém, socorreu a mulher; e a terra abriu a boca e engoliu o rio que o dragão tinha arrojado de sua boca. Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus; e se pôs em pé sobre a areia do mar.”
Note mais uma vez, o período de três anos e meio, designado agora na profecia como “um tempo, tempos, e metade de um tempo”.
O lançamento de Satanás sobre a terra não significa que somente a partir de então passaria a perseguir os cristãos, pois tem feito isto desde o princípio, mas sim o impedimento de ir à presença de Deus para acusá-los.
Assim, os eventos do capítulo 13, como já dissemos, correm em paralelo com o que foi dito anteriormente, pois são ocorrências da Grande Tribulação.
Aqui, se descreve o Anticristo como o agente destas perseguições de Satanás citadas no capítulo anterior (12).
Nos versos 7 e 8 lemos:
“Foi-lhe dado também que pelejasse contra os santos e os vencesse. Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação; e adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto, desde a fundação do mundo.”
Vemos no capítulo 17 a descrição da grande meretriz, isto é, do falso sistema religioso da Grande Tribulação que está embriagado com o sangue dos santos, dos mártires de Jesus. Em 16:6 se diz que eles derramaram o sangue de santos e profetas.
Em Lucas 21 temos o paralelo ao ensino de Mateus 24. E no verso 20 de Lucas, temos o paralelo à abominação desoladora citada em Mateus 24.15. Lucas diz: “Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação.”
Então, complementa com as mesmas instruções que se seguem a Mateus 24.15: “Então os que estiverem na Judeia fujam para os montes...” e assim sucessivamente.
O que significa isto? Em Zacarias 14.1-3 lemos:
“Eis que vem o dia do Senhor, em que os teus despojos se repartirão no meio de ti. Porque eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém; e a cidade será tomada, e as casas serão saqueadas, e as mulheres forçadas; metade da cidade sairá para o cativeiro, mas o restante do povo não será expulso da cidade. Então sairá o Senhor e pelejará contra essas nações, como pelejou no dia da batalha.”
Isto não é uma referência ao cativeiro babilônico, porque já havia acontecido; nem é uma referência à destruição pelos romanos, porque a profecia diz que as nações seriam juntadas contra Jerusalém.
Isto se dará no tempo do fim como está registrado em Lucas:
“quando virdes Jerusalém rodeada de exércitos”.

Apocalipse 15.1 Vi no céu ainda outro sinal, grande e admirável: sete anjos, que tinham as sete últimas pragas; porque nelas é consumada a ira de Deus.
Apocalipse 15.2 E vi como que um mar de vidro misturado com fogo; e os que tinham vencido a besta e a sua imagem e o número do seu nome estavam em pé junto ao mar de vidro, e tinham harpas de Deus.
Apocalipse 15.3 E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e admiráveis são as tuas obras, ó Senhor Deus Todo-Poderoso; justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei dos séculos.
Apocalipse 15.4 Quem não te temerá, Senhor, e não glorificará o teu nome? Pois só tu és santo; por isso todas as nações virão e se prostrarão diante de ti, porque os teus juízos são manifestos.
Apocalipse 15.5 Depois disto olhei, e abriu-se o santuário do tabernáculo do testemunho no céu;
Apocalipse 15.6 e saíram do santuário os sete anjos que tinham as sete pragas, vestidos de linho puro e resplandecente, e cingidos, à altura do peito com cintos de ouro.
Apocalipse 15.7 Um dos quatro seres viventes deu aos sete anjos sete taças de ouro, cheias da ira do Deus que vive pelos séculos dos séculos.
Apocalipse 15.8 E o santuário se encheu de fumaça pela glória de Deus e pelo seu poder; e ninguém podia entrar no santuário, enquanto não se consumassem as sete pragas dos sete anjos.

Apocalipse 16.1 E ouvi, vinda do santuário, uma grande voz, que dizia aos sete anjos: Ide e derramai sobre a terra as sete taças, da ira de Deus.
Apocalipse 16.2 Então foi o primeiro e derramou a sua taça sobre a terra; e apareceu uma chaga ruim e maligna nos homens que tinham o sinal da besta e que adoravam a sua imagem.
Apocalipse 16.3 O segundo anjo derramou a sua taça no mar, que se tornou em sangue como de um morto, e morreu todo ser vivente que estava no mar.
Apocalipse 16.4 O terceiro anjo derramou a sua taça nos rios e nas fontes das águas, e se tornaram em sangue.
Apocalipse 16.5 E ouvi o anjo das águas dizer: Justo és tu, que és e que eras, o Santo; porque julgaste estas coisas;
Apocalipse 16.6 porque derramaram o sangue de santos e de profetas, e tu lhes tens dado sangue a beber; eles o merecem.
Apocalipse 16.7 E ouvi uma voz do altar, que dizia: Na verdade, ó Senhor Deus Todo-Poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos.
Apocalipse 16.8 O quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe permitido que abrasasse os homens com fogo.
Apocalipse 16.9 E os homens foram abrasados com grande calor; e blasfemaram o nome de Deus, que tem poder sobre estas pragas; e não se arrependeram para lhe darem glória.
Apocalipse 16.10 O quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da besta, e o seu reino se fez tenebroso; e os homens mordiam de dor as suas línguas.
Apocalipse 16.11 E por causa das suas dores, e por causa das suas chagas, blasfemaram o Deus do céu; e não se arrependeram das suas obras.
Apocalipse 16.12 O sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates; e a sua água secou-se, para que se preparasse o caminho dos reis que vêm do oriente.
Apocalipse 16.13 E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta, vi saírem três espíritos imundos, semelhantes a rãs.
Apocalipse 16.14 Pois são espíritos de demônios, que operam sinais; os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha do grande dia do Deus Todo-Poderoso.
Apocalipse 16.15 (Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua nudez.)
Apocalipse 16.16 E eles os congregaram no lugar que em hebraico se chama Armagedom.
Apocalipse 16.17 O sétimo anjo derramou a sua taça no ar; e saiu uma grande voz do santuário, da parte do trono, dizendo: Está feito.
Apocalipse 16.18 E houve relâmpagos e vozes e trovões; houve também um grande terremoto, qual nunca houvera desde que há homens sobre a terra, terremoto tão forte quão grande;
Apocalipse 16.19 e a grande cidade fendeu-se em três partes, e as cidades das nações caíram; e Deus lembrou-se da grande Babilônia, para lhe dar o cálice do vinho do furor da sua ira.
Apocalipse 16.20 Todas ilhas fugiram, e os montes não mais se acharam.
Apocalipse 16.21 E sobre os homens caiu do céu uma grande saraivada, pedras quase do peso de um talento; e os homens blasfemaram de Deus por causa da praga da saraivada; porque a sua praga era mui grande.

Apocalipse 17.1 Veio um dos sete anjos que tinham as sete taças, e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas;
Apocalipse 17.2 com a qual se prostituíram os reis da terra; e os que habitam sobre a terra se embriagaram com o vinho da sua prostituição.
Apocalipse 17.3 Então ele me levou em espírito a um deserto; e vi uma mulher montada numa besta cor de escarlata, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e que tinha sete cabeças e dez chifres.
Apocalipse 17.4 A mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, e adornada de ouro, pedras preciosas e pérolas; e tinha na mão um cálice de ouro, cheio das abominações, e da imundícia da prostituição;
Apocalipse 17.5 e na sua fronte estava escrito um nome simbólico: A grande Babilônia, a mãe das prostituições e das abominações da terra.
Apocalipse 17.6 E vi que a mulher estava embriagada com o sangue dos santos e com o sangue dos mártires de Jesus. Quando a vi, maravilhei-me com grande admiração.
Apocalipse 17.7 Ao que o anjo me disse: Por que te admiraste? Eu te direi o mistério da mulher, e da besta que a leva, a qual tem sete cabeças e dez chifres.
Apocalipse 17.8 A besta que viste era e já não é; todavia está para subir do abismo, e vai-se para a perdição; e os que habitam sobre a terra e cujos nomes não estão escritos no livro da vida desde a fundação do mundo se admirarão, quando virem a besta que era e já não é, e que tornará a vir.
Apocalipse 17.9 Aqui está a mente que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada;
Apocalipse 17.10 são também sete reis: cinco já caíram; um existe; e o outro ainda não é vindo; e quando vier, deve permanecer pouco tempo.
Apocalipse 17.11 A besta que era e já não é, é também o oitavo rei, e é dos sete, e vai-se para a perdição.
Apocalipse 17.12 Os dez chifres que viste são dez reis, os quais ainda não receberam o reino, mas receberão autoridade, como reis, por uma hora, juntamente com a besta.
Apocalipse 17.13 Estes têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder e autoridade à besta.
Apocalipse 17.14 Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os que estão com ele, os chamados, e eleitos, e fiéis.
Apocalipse 17.15 Disse-me ainda: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, multidões, nações e línguas.
Apocalipse 17.16 E os dez chifres que viste, e a besta, estes odiarão a prostituta e a tornarão desolada e nua, e comerão as suas carnes, e a queimarão no fogo.
Apocalipse 17.17 Porque Deus lhes pôs nos corações o executarem o intento dele, chegarem a um acordo, e entregarem à besta o seu reino, até que se cumpram as palavras de Deus.
Apocalipse 17.18 E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra.

Apocalipse 18.1 Depois destas coisas vi descer do céu outro anjo que tinha grande autoridade, e a terra foi iluminada com a sua glória.
Apocalipse 18.2 E ele clamou com voz forte, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, e guarida de todo espírito imundo, e guarida de toda ave imunda e detestável.
Apocalipse 18.3 Porque todas as nações têm bebido do vinho da ira da sua prostituição, e os reis da terra se prostituíram com ela; e os mercadores da terra se enriqueceram com a abundância de suas delícias.
Apocalipse 18.4 Ouvi outra voz do céu dizer: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos sete pecados, e para que não incorras nas suas pragas.
Apocalipse 18.5 Porque os seus pecados se acumularam até o céu, e Deus se lembrou das iniquidades dela.
Apocalipse 18.6 Tornai a dar-lhe como também ela vos tem dado, e retribuí-lhe em dobro conforme as suas obras; no cálice em que vos deu de beber dai-lhe a ela em dobro.
Apocalipse 18.7 Quanto ela se glorificou, e em delícias esteve, tanto lhe dai de tormento e de pranto; pois que ela diz em seu coração: Estou assentada como rainha, e não sou viúva, e de modo algum verei o pranto.
Apocalipse 18.8 Por isso, num mesmo dia virão as suas pragas, a morte, e o pranto, e a fome; e será consumida no fogo; porque forte é o Senhor Deus que a julga.
Apocalipse 18.9 E os reis da terra, que com ela se prostituíram e viveram em delícias, sobre ela chorarão e prantearão, quando virem a fumaça do seu incêndio;
Apocalipse 18.10 e, estando de longe por medo do tormento dela, dirão: Ai! ai da grande cidade, Babilônia, a cidade forte! pois numa só hora veio o teu julgamento.
Apocalipse 18.11 E sobre ela choram e lamentam os mercadores da terra; porque ninguém compra mais as suas mercadorias:
Apocalipse 18.12 mercadorias de ouro, de prata, de pedras preciosas, de pérolas, de linho fino, de púrpura, de seda e de escarlata; e toda espécie de madeira odorífera, e todo objeto de marfim, de madeira preciosíssima, de bronze, de ferro e de mármore;
Apocalipse 18.13 e canela, especiarias, perfume, mirra e incenso; e vinho, azeite, flor de farinha e trigo; e gado, ovelhas, cavalos e carros; e escravos, e até almas de homens.
Apocalipse 18.14 Também os frutos que a tua alma cobiçava foram-se de ti; e todas as coisas delicadas e suntuosas se foram de ti, e nunca mais se acharão.
Apocalipse 18.15 Os mercadores destas coisas, que por ela se enriqueceram, ficarão de longe por medo do tormento dela, chorando e lamentando,
Apocalipse 18.16 dizendo: Ai! ai da grande cidade, da que estava vestida de linho fino, de púrpura, de escarlata, e adornada com ouro, e pedras preciosas, e pérolas! porque numa só hora foram assoladas tantas riquezas.
Apocalipse 18.17 E todo piloto, e todo o que navega para qualquer porto e todos os marinheiros, e todos os que trabalham no mar se puseram de longe;
Apocalipse 18.18 e, contemplando a fumaça do incêndio dela, clamavam: Que cidade é semelhante a esta grande cidade?
Apocalipse 18.19 E lançaram pó sobre as suas cabeças, e clamavam, chorando e lamentando, dizendo: Ai! ai da grande cidade, na qual todos os que tinham naus no mar se enriqueceram em razão da sua opulência! porque numa só hora foi assolada.
Apocalipse 18.20 Exulta sobre ela, ó céu, e vós, santos e apóstolos e profetas; porque Deus vindicou a vossa causa contra ela.
Apocalipse 18.21 Um forte anjo levantou uma pedra, qual uma grande mó, e lançou-a no mar, dizendo: Com igual ímpeto será lançada Babilônia, a grande cidade, e nunca mais será achada.
Apocalipse 18.22 E em ti não se ouvirá mais o som de harpistas, de músicos, de flautistas e de trombeteiros; e nenhum artífice de arte alguma se achará mais em ti; e em ti não mais se ouvirá ruído de mó;
Apocalipse 18.23 e luz de candeia não mais brilhará em ti, e voz de noivo e de noiva não mais em ti se ouvirá; porque os teus mercadores eram os grandes da terra; porque todas as nações foram enganadas pelas tuas feitiçarias.
Apocalipse 18.24 E nela se achou o sangue dos profetas, e dos santos, e de todos os que foram mortos na terra.











Apocalipse 19

A Segunda Vinda de Cristo

Um das verdades mais amedrontadoras de todas da Bíblia se refere ao evento que é identificado em I Tes 5.2 como o dia do Senhor. Aquele termo é um termo técnico da Bíblia para descrever o dia quando Jesus voltará trazendo a cólera flamejante e a ira de Deus sobre todos os pecadores do mundo. É um dia de devastação. É um dia de destruição.
Em várias outras passagens da Bíblia é usada a expressão o "dia do Senhor" para revelar que é um dia de angústia, de sofrimento, de juízo: Atos 2:20, 2 Tes 2:2;  2 Pe 3:10; Is 2:12, 13:6, 9; Jer 46:10;  Joel 1:15; 2:11, 31; Amós 5:18,:20; Mal 4:5; Sof 1:14, 15.
Toda palavra profética relativa ao dia do Senhor é sobre julgamento, é sobre ira, desolação, vingança e destruição terríveis. É dito que é um tempo de melancolia e escuridão e angústia. Seis vezes é chamado de um dia de destruição. Quatro vezes é chamado de um dia de vingança.
Agora, o dia do Senhor sempre se refere ao julgamento final mais cataclísmico de Deus sobre a terra, para visitar o pecado dos homens ímpios. É a culminação da cólera de Deus numa explosão final que consome o ímpio. Agora é verdade que especialmente no Velho Testamento houve épocas em que Deus manifestou a sua ira sobre os homens, e usou meios providenciais humanos, como uma nação destruindo outra nação, ou usando fomes, terremotos ou pestes e doenças, como forma de juízo, mas nada disso se compara ao grande e final julgamento que ele despejará sobre a terra sob a forma de situações angustiantes.
Assim, todos os terremotos, fomes, desastres, doenças, tempestades, inundações, operações demoníacas, guerras, violências e todas as formas de tribulações que afligem os homens são apenas prelúdios da manifestação da explosão final da ira do Filho de Deus quando ele se manifestar para desarraigar o ímpio da terra, na sua segunda vinda.
O dia do Senhor deve ser visto, então, exclusivamente como um período de julgamento dos ímpios. Assim, todas as manifestações de juízos que encontramos desde Apo 6 até 19 estão associadas ao dia do Senhor, isto é, à segunda vinda de Cristo, que como já vimos, ocorrerá no final do período de três anos e meio da Grande Tribulação.
São várias as passagens das Escrituras que afirmam que o dia do Senhor está próximo: Ez 30.3; Joel 2.1; 3.14; Ob 15; Sof 1.7; Zac 14.1. Sempre houve assim, a ideia de que ele pudesse vir a qualquer momento.
O Novo Testamento diz que neste dia o Senhor virá como um ladrão. Não que o Senhor seja um ladrão, mas ele virá inesperadamente e não para dar boas-vindas, mas para produzir destruição. Aqueles que não se aprontarem para serem livrados da surpresa deste dia terão que enfrentar as terríveis consequências da sua negligência.
Joel 2.30,31 nos dá o caráter deste dia:
“Mostrarei prodígios no céu e na terra; sangue, fogo, e colunas de fumo. O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.”
Então, o Senhor virá com poder e muita glória. Uma glória tal que escurecerá a própria luz do sol, da lua e das estrelas. Este será o chamado dia do Senhor. Um dia singular. Um dia totalmente diferente. Um dia profético, não necessariamente um dia de 24 horas. Como diz a palavra, porque "será um dia que será conhecido a Jeová."(Zac 14.7)
O que ele está dizendo é que não há ninguém que possa descrever este dia. Ninguém poderia entender este dia. Não há nenhuma explicação científica para este dia. Nenhum ser humano poderia ter a compreensão completa deste dia. É um dia que somente o Senhor pode explicar. É um dia somente conhecido a Ele. Não haverá nenhum modo de entendê-lo. Porque poderes miraculosos procederão do Senhor nos céus e na terra e os fundamentos do mundo serão abalados.
Então, o profeta Zacarias diz mais adiante (14.7):
"Não será nem dia nem noite, mas haverá luz à tarde.”
Não é dia claro e nem noite. Assim, não é nem dia e nem noite. Mas, o verso 7 diz: "mas haverá luz à tarde". No término daquele dia, no fim daquele período profético, a luz virá. Assim Zacarias vê a mesma coisa. Tudo fica escuro. Ninguém pode entender o que aconteceu. Não há nenhuma explicação humana. Somente Deus sabe. Não é nem um dia claro, nem uma noite escura. É um dia singular.
Então, no fim daquele período de trevas, a luz voltará. E o que é aquela luz? É o sinal do Filho do Homem no céu que vem nas nuvens do céu com poder e grande glória. Qual será a intensidade e a majestade desta luz divina?
Apocalipse 21.23 nos dá uma ideia sobre isto porque na Jerusalém celestial, o Cordeiro é a Sua lâmpada, e não necessita de nenhuma luz natural, nem do sol, nem da lua, nem das estrelas. Jesus encherá os céus com a glória da Sua luz.
Mas esta luz que brilhará na escuridão, será para os ímpios não um motivo de alegria, mas de puro terror. Por amarem as trevas os pecadores fogem da luz. Esta luz é para eles uma luz de julgamento vingador. Daí se dizer em Lucas 21.26 quanto a este dia: “haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das cousas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados.”.
Hebreus 1.2.3 diz que;
“Jesus foi constituído por Deus herdeiro de todas as cousas, e pelo qual também fez o universo, e que Ele é o resplendor da glória e a expressão exata do Seu ser, sustentando todas as cousas pela palavra do seu poder.”
Observe que Jesus não é somente criador do universo, mas também sustentador do equilíbrio de tudo o que há no universo. E como Ele fez e faz isto? Simplesmente pela palavra do seu poder. É nEle que tudo é sustentado e mediante a sua palavra de ordem. Ele disse no princípio: “Haja luz”, e houve luz, e assim se fez com todas as coisas criadas, visíveis e invisíveis. Da mesma forma que Ele criou e sustenta pela sua palavra, Ele também destruirá pela mesma palavra poderosa que procede de sua boca.
Ele mostrou Seu poder abundantemente em Seu ministério terreno, expelindo demônios, curando enfermidades, operando maravilhas meramente com a palavra proferida pelos seus lábios. Este mesmo poder ainda opera na Igreja dentro dos limites estabelecidos e controlados por Ele, fazendo com que a palavra poderosa inspirada pelo Espírito, que procede da boca dos seus servos, faça tudo quanto Lhe apraz.
O homem pode contar com a regularidade com que o Senhor sustenta todas as coisas, para enviar satélites ao espaço sideral, sabendo que eles não se desviarão de suas órbitas, porque há um poder que mantém o universo em equilíbrio.
Os corpos celestes são controlados pelo poder sustentador da palavra de Deus. Mas, se de repente, o Senhor deixa de exercer este poder sustentador, o que nós temos? O caos, e tudo o que está unido no universo passa a se descontrolar e desintegrar. A terra se torna uma vítima deste desarranjo incrível de todo o universo. Os poderes dos céus serão abalados e nós já sabemos por que isto ocorrerá.
Deus manifestará o Seu desagrado relativamente à impiedade dos homens que chegará a níveis insuportáveis nos últimos dias conforme descrito na Bíblia, através da remoção das condições de sustentação regular da vida do mundo físico que os homens tanto apreciam. Tal como um pai que priva o filho de um brinquedo muito querido quando o castiga.
Deus quebrará os pontos de apoio em que os homens costumam colocar a sua confiança e segurança. Haverá escassez de alimento e de água, de condições climáticas favoráveis à saúde, haverá pragas e pestilências sem medida, acidentes provocados por terremotos, e outros eventos cataclísmicos, destruições e aflições decorrentes de guerras, operações de demônios, e tantas outras condições desfavoráveis para a vida do homem na terra, em decorrência dos juízos de Deus. A alteração no poder que sustenta o equilíbrio do universo terá em vista principalmente produzir tais condições desfavoráveis na terra.
É inconcebível como a terra não será totalmente destruída com isto, mas poderoso é o Senhor para mantê-la em plena ordem, se assim o desejasse, mesmo retirando tudo o mais do universo que a rodeia. Deus produzirá caos na terra, mas Ele controlará o caos pelo Seu poder, porque Ele restaurará  a terra para o reino milenar paradisíaco de Cristo na terra.
Em Isaías 34.6 lemos:
“A espada do Senhor está cheia de sangue, engrossada da gordura e do sangue de cordeiros e de bodes, da gordura dos rins de carneiros; porque o Senhor tem sacrifício em Bozra, e grande matança na terra de Edom.”
Em outras palavras, haverá uma matança mundial da parte do Senhor, quando Ele vier com os seus santos e os anjos para julgar o reino do Anticristo e a coligação de nações que se ajuntarão no lugar chamado de Armagedom para destruir Israel. O Senhor virá e destruirá os ímpios não somente que estiverem marchando contra Israel com o Anticristo, mas os de todas as nações. O ímpio será morto, mas o justo viverá. Os homens serão mais raros que o ouro de Ofir. E, com estes cristãos que estiverem vivendo sobre a terra e que sobreviverão à volta do Senhor, o mundo será repovoado para o período do milênio.
A espada referida em Is 34.6 que está cheia de sangue, não é uma espada física, nem mesmo a ação de uma guerra conforme a ideia que temos de uma guerra, porque esta espada é a espada afiada de dois gumes. A espada que procede da boca do Senhor, que é a Sua Palavra. Será meramente por meio da palavra de ordem que Ele proferir que os ímpios serão mortos em todas as nações do mundo, por ocasião da Sua segunda vinda.
É aqui que se cumpre em plenitude a palavra que Ele proferiu enquanto neste mundo que deveríamos temer aquele que tem poder para matar o corpo e lançar a alma no inferno. Esta é uma referência a Si mesmo como Deus que é.
É Ele quem tem as chaves da morte e do inferno, isto é, Ele é quem tem o domínio sobre ambos. Ele revelará isto claramente na sua segunda vinda. Esta destruição dos ímpios não significa aniquilação, mas morte física, porque continuarão existindo em espírito, mas sendo lançados no inferno para aguardarem a condenação final ao lago de fogo e enxofre depois de serem ressuscitados depois do milênio e serem julgados diante do grande trono branco (Apo 20.11).
Apo 19.11-21, e 20.1-3a, descrevem parte dos eventos relativos à segunda vinda de Jesus, e ali se diz que;
 “sai da sua boa uma espada afiada, para com ela ferir as nações,” (v 15),
E,
“que a besta e o falso profeta foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre (verso 20),
E que;
“os restantes foram mortos com a espada que saía da boca daquele que estava montado no cavalo. E todas as aves se fartaram das suas carnes.” (verso 21).
Veja então, que pela sua palavra o Senhor destruirá os ímpios de todas as nações por ocasião da sua segunda vinda.
Lembramos mais uma vez que os santos estarão com o Senhor na sua vinda (Zac 14.5), e também os anjos (I Tes 1.7). Vale lembrar as poderosas destruições de milhares de ímpios que o Senhor efetuou na terra nos dias do Velho Testamento, através do poder dos anjos. Haverá, portanto uma mortandade real de ímpios na segunda vinda de Jesus.
O centro do governo de Jesus durante o milênio será em Jerusalém. Daí que, quando Ele voltar, o teatro de operações da guerra de coligação de nações com o Anticristo estará se dirigindo para a referida cidade.
Em Zac 12.3 lemos:
“Naquele dia farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos; todos os que a erguerem se ferirão gravemente; e, contra ela, se ajuntarão todas as nações da terra.”
Na batalha de Armagedon há um foco sobre Jerusalém, e Jerusalém vai ser um lugar onde o Anticristo tentará estabelecer o seu governo. Até nisto ele tentará ocupar o lugar de Cristo.
Is 63.1-6 descreve vivamente as condições de mortandade geral em todo o mundo por ocasião da segunda vinda do Senhor. Apocalipse 19.13 apresenta as vestes do Senhor salpicadas de sangue, tanto quanto em Is 63, como resultado da matança dos seus inimigos, no trabalho de desarraigar o ímpio da terra. Pela sua própria impiedade é que eles serão desarraigados, tendo recusado voluntariamente a chamada de Deus para o arrependimento e salvação.

Apocalipse 19.1 Depois destas coisas, ouvi no céu como que uma grande voz de uma imensa multidão, que dizia: Aleluia! A salvação e a glória e o poder pertencem ao nosso Deus;
Apocalipse 19.2 porque verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande prostituta, que havia corrompido a terra com a sua prostituição, e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos.
Apocalipse 19.3 E outra vez disseram: Aleluia. E a fumaça dela sobe pelos séculos dos séculos.
Apocalipse 19.4 Então os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes prostraram-se e adoraram a Deus que está assentado no trono, dizendo: Amém. Aleluia!
Apocalipse 19.5 E saiu do trono uma voz, dizendo: Louvai o nosso Deus, vós, todos os seus servos, e vós que o temeis, assim pequenos como grandes.
Apocalipse 19.6 Também ouvi uma voz como a de grande multidão, como a voz de muitas águas, e como a voz de fortes trovões, que dizia: Aleluia! porque já reina o Senhor nosso Deus, o Todo-Poderoso.
Apocalipse 19.7 Regozijemo-nos, e exultemos, e demos-lhe a glória; porque são chegadas as bodas do Cordeiro, e já a sua noiva se preparou,
Apocalipse 19.8 e foi-lhe permitido vestir-se de linho fino, resplandecente e puro; pois o linho fino são as obras justas dos santos.
Apocalipse 19.9 E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. Disse-me ainda: Estas são as verdadeiras palavras de Deus.
Apocalipse 19.10 Então me lancei a seus pés para adorá-lo, mas ele me disse: Olha, não faças tal: sou conservo teu e de teus irmãos, que têm o testemunho de Jesus; adora a Deus; pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia.
Apocalipse 19.11 E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava montado nele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga a peleja com justiça.
Apocalipse 19.12 Os seus olhos eram como chama de fogo; sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito, que ninguém sabia sabia senão ele mesmo.
Apocalipse 19.13 Estava vestido de um manto salpicado de sangue; e o nome pelo qual se chama é o Verbo de Deus.
Apocalipse 19.14 Seguiam-no os exércitos que estão no céu, em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro.
Apocalipse 19.15 Da sua boca saía uma espada afiada, para ferir com ela as nações; ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso.
Apocalipse 19.16 No manto, sobre a sua coxa tem escrito o nome: Rei dos reis e Senhor dos senhores.
Apocalipse 19.17 E vi um anjo em pé no sol; e clamou com grande voz, dizendo a todas as aves que voavam pelo meio do céu: Vinde, ajuntai-vos para a grande ceia de Deus,
Apocalipse 19.18 para comerdes carnes de reis, carnes de comandantes, carnes de poderosos, carnes de cavalos e dos que neles montavam, sim, carnes de todos os homens, livres e escravos, pequenos e grandes.
Apocalipse 19.19 E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos para fazerem guerra àquele que estava montado no cavalo, e ao seu exército.
Apocalipse 19.20 E a besta foi presa, e com ela o falso profeta que fizera diante dela os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e os que adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre.
Apocalipse 19.21 E os demais foram mortos pela espada que saía da boca daquele que estava montado no cavalo; e todas as aves se fartaram das carnes deles.





Apocalipse 20

O Milênio e a Prisão de Satanás

Jesus disse que os mansos são bem-aventurados, porque eles herdarão a terra. Isto é uma referência clara ao retorno dos cristãos à terra, para reinarem juntamente com Ele, durante os mil anos citados em Apocalipse,  e da permanência na terra daqueles que se converterem no período da Grande Tribulação, no que podemos chamar de reino milenar.
Este reino de mil anos será o cumprimento de várias profecias bíblicas, e especialmente da promessa feita a Davi de que da sua descendência sairia um rei que governaria Israel com justiça.
Este reino de mil anos é citado em várias porções das Escrituras, especialmente no Velho Testamento, conforme estaremos comentando adiante.
No Novo Testamento há versículos que chamam este período de Regeneração, como em Mt 19.28:
“Jesus lhes respondeu: Em verdade vos digo que vós os que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.”
Em Atos 3.21 é chamado de Tempos da Restauração:
 “ao qual é necessário que o céu receba até aos tempos da restauração de todas as cousas, de que Deus falou por boca dos seus santos profetas desde a antiguidade.”
Em Ef 1.10 é chamado de Dispensação da Plenitude dos Tempos:
“de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as cousas, tanto as do céu como as da terra;”
Na realidade, podemos afirmar que o Reino é o tema fundamental de toda a Bíblia.
Que tudo da Bíblia realmente se orienta ao fato de que Deus governa; que Deus é soberano, e que a meta da história redentora é um Reino eterno no qual Deus governará.
Jesus mesmo, logo que começou o seu ministério pregava e continuou pregando a necessidade de fé e arrependimento, porque o Reino de Deus estava próximo.
Deus sempre prometeu um reino que seria eterno, mas Ele prometeu que seria também um reino terrestre, tanto quanto Ele prometeu a esperança do céu eterno.
Agora como Deus pode cumprir tudo isso?
Um reino eterno que é um reino terrestre e é também um reino celestial e divino?
Bem a resposta é que o reino milenar é parte terrestre daquele reino eterno.
No Velho Testamento, como estaremos vendo, as promessas dos profetas para Israel, falam de um reino que é terrestre... mas eles também falam de um reino que é divino, um reino que está aqui neste planeta e que é um reino que tem uma dimensão completamente diferente, um reino que não é medido pelo tempo porque está além do tempo.
É necessário que Deus faça isto deste modo.
Ele prometeu um reino terrestre.
Naquele reino terrestre haverá pessoas com um corpo terreno, tal como o nosso, que não morreram na segunda vinda de Cristo.
Eles sobreviverão ao tempo da Tribulação e eles serão os resgatados.
Eles virão da nação de Israel e de outras nações do mundo.
Eles entrarão no reino terrestre glorioso renovado e reavivado na terra.
Por isso, o anjo disse a Daniel que são bem-aventurados os que esperam e chegam até mil trezentos e trinta e cinco dias, isto é, setenta e cinco dias após o término da Grande Tribulação, que como já vimos, é o provável prazo para o preparo e admissão final no Reino daqueles que sobreviveram à Grande Tribulação.
Eles terão filhos, como veremos no estudo das profecias, especialmente no livro do profeta Isaías.
A reprodução natural prosseguirá, e os processos naturais da  vida seguirão seu curso, só que Deus operará de tal forma que a longevidade dos primeiros dias conforme relatado no Gênesis será restaurada.
Assim, ainda haverá um grupo de pessoas na terra, descendentes destes cristãos do Reino, tal qual no princípio, quando o mundo de hoje foi formado a partir da família de Noé, e dentre estes que tiverem descendido deles, haverá também não eleitos, pessoas que não se converterão, e que serão no fim dos mil anos seduzidas por Satanás quando ele for solto de sua prisão no abismo, por um breve tempo, para a sua condenação final no lago de fogo e enxofre.
Logo, o reino, enquanto é na realidade um reino que é dado às pessoas de Deus por via de cumprimento da Sua promessa, é também o tempo final no qual a redenção poderá acontecer nas vidas de seres humanos.
Cumpre dizer que haverá dois tipos de seres humanos vivendo na terra, os cristãos que receberão corpos glorificados na primeira ressurreição e no arrebatamento, e que retornaram à terra com Cristo na sua segunda vinda, e estes que citamos, ainda em corpos naturais, que sobreviveram à Grande Tribulação, cujo término coincidiu com a segunda vinda de Jesus.
A prisão de Satanás durante os mil anos não será no lago de fogo, mas num lugar chamado de abismo, que é muito mencionado na Palavra (Apo 20.1, 3; II Pe 2.4; Lc 8.31).
Todas as sete vezes que este abismo ou cova sem fundo é citado em Apocalipse isto se refere ao lugar onde os anjos caídos são mantidos aprisionados.
O lugar onde eles esperam o encarceramento final deles no lago de fogo.
Diz-se de forma muito interessante em Is 24:21-23:
“Naquele dia o Senhor castigará os exércitos do alto nas alturas, e os reis da terra sobre a terra. E serão ajuntados como presos numa cova, e serão encerrados num cárcere; e serão punidos depois de muitos dias. Então a lua se confundirá, e o sol se envergonhará, pois o Senhor dos exércitos reinará no monte Sião e em Jerusalém; e perante os seus anciãos manifestará a sua glória."
Quais são os exércitos do céu? Anjos.
Estes são anjos maus.
O Senhor castigará naquele dia os anjos maus.
Eles serão reunidos como prisioneiros no calabouço e serão limitados em prisão, e então depois de muitos dias serão castigados.
Primeiro eles são limitados e Isaías está vendo isto.
Eles são limitados por um período para depois então serem sujeitados ao castigo eterno.
Então, o primeiro elemento do Reino é a remoção de Satanás e seus demônios. Olhemos para o segundo elemento; o reinado dos santos. Da remoção de Satanás para o reinado dos santos:
“E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e o amarrou por mil anos. Lançou-o no abismo, o qual fechou e selou sobre ele, para que não enganasse mais as nações até que os mil anos se completassem. Depois disto é necessário que ele seja solto por um pouco de tempo.” (Apo 20.1-3)
Tendo sido removido Satanás, lemos nos versos 4 a  6:
“Então vi uns tronos; e aos que se assentaram sobre eles foi dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados por causa do testemunho de Jesus e da palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na fronte nem nas mãos; e reviveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se completassem. Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele durante os mil anos.”
Aqueles que morreram durante a Grande Tribulação não estarão, portanto, em desvantagem diante daqueles que estiverem vivendo na terra depois da segunda vinda de Jesus, porque eles serão ressuscitados em corpos glorificados, para voltarem à terra com Cristo na segunda vinda, para reinarem com Ele no milênio.
Apo 20.5,6 chama de primeira ressurreição a todos quantos foram ressuscitados antes da segunda vinda de Jesus e inauguração do milênio. Os cristãos que haviam morrido antes do arrebatamento foram ressuscitados na ocasião do próprio arrebatamento, antes da Grande Tribulação, e estes que se converteram durante o governo do Anticristo e que morreram antes da segunda vinda de Jesus foram também ressuscitados, conforme se depreende de Apo 20.4, antes de terem retornado à terra com o Senhor, na sua segunda vinda.
Todos os líderes mundiais, simplesmente todos os governadores, todos os primeiros-ministros, todos os magistrados, todos aqueles que são responsáveis por educação, todos os legisladores, todos aqueles que são responsáveis pelo governo da sociedade na face de toda a terra serão os santos glorificados, que já não se casam e não se dão em casamento, que terão autoridade delegada do próprio Senhor Jesus Cristo para levar a cabo a Sua vontade em todos os lugares.
Então, haverá verdade na educação, então haverá justiça nas salas de tribunais.
Então haverá padrões morais reais em todas as áreas da vida humana, porque estes que seguem o Cordeiro já terão sido aperfeiçoados completamente em santidade e justiça.
E se cumprirá plenamente a palavra de que bem-aventurados são os que têm fome e sede de justiça porque serão fartos (Mt 5.6).
Haverá honestidade nos noticiários.
Não haverá poluição na terra, seja ela do tipo que for.
Os livros estarão cheios de verdade, e a televisão somente transmitirá a verdade.
Apocalipse 20 faz referência ao início e ao fim do período do milênio, quando ocorrerá a batalha final chamada de Gogue e Magogue (20.8), com a destruição pelo fogo de todos os que marcharem contra a cidade central do governo de Cristo com os santos, em Jerusalém, e o lançamento de Satanás no lago de fogo.
Então, todos os ímpios terão sido mortos, tanto os do período do milênio, quanto os do passado, desde Adão terão seus corpos ressuscitados para que sejam julgados e condenados à segunda morte, que é o lago do fogo.
Daí por diante a morte será finalmente vencida, porque já não haverá mais reprodução, e assim a possibilidade de nascerem pecadores.
Por isso se diz também em Apo 20.14, que tanto a morte quanto o inferno foram também lançados no lago de fogo, indicando que já não haverá mais julgamento, nem condenação, daí por diante, motivo por que serão criados novo céu e nova terra, conforme relatado em Apo 21, onde estará a Nova Jerusalém como a morada eterna dos santos com o Cordeiro.
Mas, até que Satanás seja solto da prisão com seus demônios, o milênio será um período de justiça e de paz na terra, porque terá tal governo sobre a mesma.
Com a ausência de Satanás e dos demônios, não haverá qualquer obstrução, qualquer obstáculo, para a manutenção da justiça e da paz.
Por isso se diz em Is 65.20:
“Não haverá mais nela criança para viver poucos dias, nem velho que não cumpra os seus; porque morrer aos cem anos é morrer ainda jovem, e quem pecar só aos cem anos será amaldiçoado.”
Observe que quem pecar somente aos cem anos será amaldiçoado.
A maldição não se apressará em vir sobre aquele que pecar, porque não haverá condições favoráveis para viver pecando deliberadamente.
Tudo chamará à paz, à justiça, à pureza.
Não haverá um só governante injusto, porque o governo será dado aos santos, conforme o afirmam tantas passagens das Escrituras, dentre as quais gostaríamos de destacar Dn 7.18:
“Mas os santos do Altíssimo receberão o reino, e o possuirão para todo o sempre, de eternidade em eternidade.”
Dn 7.22:
“até que veio o Ancião de dias, e fez justiça aos santos do Altíssimo; e veio o tempo em que os santos possuíram o reino.”
As palavras de Jesus ganham um gosto especial quando contemplamos estas coisas relativas ao Seu governo futuro com os santos na terra:
“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.” (Mt 5.2).
“Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.” (Mt 5.4).
“Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.” (Mt 5.10).
“Deles é o reino...”, é a nota que se repete. Aprouve ao Pai dar aos santos o reino.
O governo lhes pertence, juntamente com Cristo, e daí se dizer em Apo 20.6:
“Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele os mil anos.”
Não se trata mais de ser bem-aventurado, simplesmente por ter escapado da condenação futura, mas por ser reino sacerdotal de Cristo na terra pela eternidade afora.
A palavra de II Pe 2.9 terá cabal cumprimento, quanto ao exercício da função daqueles que estiverem em corpos glorificados na terra governando juntamente com Cristo: “sois raça eleita”, isto é, escolhidos para este propósito; “sacerdócio real”, isto é, governantes justos que intercedem em favor dos homens junto ao Rei dos reis; “nação santa”, um povo eleito de sacerdotes reais porque é santo, porque tem o caráter santo do próprio Cristo.
Nós seremos sacerdotes de Deus e de Cristo e reinaremos com Ele durante os mil anos.
Este mundo será maravilhoso. Satanás não será mais o seu príncipe, porque Jesus será eternamente o seu Rei, com domínio pleno sobre todos os seus habitantes.
Os santos não terão que tentar entender o que devem fazer, porque estarão glorificados e aperfeiçoados em santidade, justiça e amor, e levarão a cabo a vontade de Cristo perfeitamente.
Isaías 60 retrata a glória da cidade de Jerusalém tanto durante o governo milenar de Cristo, quanto a sua glória final, quando for estabelecida a Nova Jerusalém depois do milênio, quando forem criados novo céu e nova terra.
Certamente, até o verso 17, a referência é à glória da Jerusalém do milênio, porque se fala ainda de destruição de nações (verso 12, esta condição não existirá depois do milênio).
A partir do verso 18 a profecia se desloca para a Nova Jerusalém, porque se diz que nunca mais se ouvirá de violência na tua terra, de desolação ou ruínas nos teus termos, pois sabemos que haverá ainda uma conflagração final no levante que for efetuado por Satanás, quando for solto no final do milênio.
E, também porque se diz que nunca mais te servirá o sol para luz do dia, nem a lua com seu resplendor te alumiará, mas o Senhor será a tua luz perpétua (verso 20), e que todos o do teu povo serão justos e para sempre herdarão a terra (verso 21).
Sabemos que nem todos durante o milênio que estiverem vivendo na terra, mesmo na cidade de Jerusalém, serão justos durante o milênio.
As portas da cidade de Jerusalém estarão continuamente abertas, porque não haverá ameaça de invasão e violência contra a cidade até que Satanás seja solto no final dos mil anos.
Muitos dos que nascerem durante o milênio serão conduzidos à fé e ao conhecimento de Cristo, e tal como nós, estarão unidos a Ele espiritualmente para sempre.
Israel será abençoado. A terra de Israel, a cidade de Jerusalém voltará a ser gloriosa, e se cumprirá o que foi dito pelo profeta Zacarias:
“Todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém, subirão de ano em ano para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, e para celebrar a festa dos tabernáculos. Se alguma das famílias da terra não subir a Jerusalém para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos não fará vir sobre ele a chuva.” (Zac 14.16,17).
Haverá um julgamento imediato sobre as pessoas que não adorarem o Senhor Jesus em Jerusalém.
Olhando então, agora, política e espiritualmente para o Reino, nós podemos ver como o Senhor Jesus domina tudo.
O texto de Is 11.4-10 é uma descrição vívida da forma como será o milênio: “mas julgará com justiça os pobres, e decidirá com equidade a favor dos mansos da terra; ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará o perverso. A justiça será o cinto dos seus lombos, e a fidelidade o cinto dos seus rins. O lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito; o bezerro, o leão novo e o animal cevado andarão juntos, e um pequenino os guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas, e as suas crias juntas se deitarão; o leão comerá palha como o boi. A criança de peito brincará sobre a toca da áspide, e o já desmamado meterá a mão na cova do basilisco. Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar. Naquele dia recorrerão as nações à raiz de Jessé que está posta por estandarte dos povos; a glória lhe será a morada.”
É interessante notar a citação da presença pacífica de animais ditos selvagens, no período do milênio. Assim como o Senhor reuniu os animais na arca de Noé preservando-os da extinção, Ele também os preservará na segunda vinda de Cristo para que continuem se multiplicando sobre a terra.
O capítulo 34 de Isaías, depois de citar na primeira parte do capítulo a destruição dos ímpios das nações na volta de Jesus, e da derrubada dos reinos deste mundo (versos 12 e 13), cita na parte final animais como o pelicano, ouriço, bufo, corvo, chacais, avestruzes, corujas e abutres, que não são animais nobres, que se fartarão das carnes dos que forem mortos na volta de Jesus; a estes assim se refere nos versos 16 e 17:
“Buscai no livro do Senhor, e lede; nenhuma destas criaturas falhará, nem uma nem outra faltará; porque a boca do Senhor o ordenou, e o seu Espírito mesmo as ajuntará. Porque ele lançou as sortes a favor delas, e a sua mão lhes repartiu a terra com o cordel; para sempre a possuirão, através de gerações habitarão nela.”
O ímpio não herdará a terra, porque será desarraigado dela, mas Deus preservará os animais na terra.
Na sequência, o capítulo 35 de Isaías descreve a restauração da terra e alegria dos justos que habitarão nela.
E em Is 65.19-25 lemos:
“E exultarei por causa de Jerusalém, e folgarei do meu povo, e nunca mais se ouvirá nela nem voz de choro nem de clamor. Não haverá mais nela criança para viver poucos dias, nem velho que não cumpra os seus; porque morrer aos cem anos é morrer ainda jovem, e quem pecar só aos cem anos será amaldiçoado. Eles edificarão casas, e nelas habitarão, plantarão vinhas, e comerão o seu fruto. Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para que outros comam; porque a longevidade do meu povo será como a da árvore, e os meus eleitos desfrutarão de todo as obras das suas próprias mãos. Não trabalharão debalde, nem terão filhos para a calamidade, porque são a posteridade bendita do Senhor, e os seus filhos estarão com eles. E será que antes que clamem, eu responderei; estando eles ainda falando, eu os ouvirei. O lobo e o cordeiro pastarão juntos, e o leão comerá palha como o boi; pó será a comida da serpente. Não farão mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o Senhor.”
Veja que o texto se refere a uma taxa de natalidade alta que contribuirá para o rápido repovoamento da terra. As condições reinantes no milênio serão quase semelhantes às existentes no Éden antes do pecado, no que diz respeito aos que fizeram parte da primeira ressurreição, que se encontram em corpos glorificados e que já não estão mais sujeitos ao pecado.
Mas, os descendentes daqueles cristãos que entraram no milênio, vindos da Grande Tribulação, bem como eles que não passaram pela morte, estarão sujeitos ainda ao pecado, tal como nós no presente. Estes também gerarão filhos não eleitos, que não estarão sujeitos à intensidade de tentações, em razão do governo justo de Cristo e do fato da ausência de Satanás e dos demônios, mas a sua carnalidade se manifestará no final do período dos mil anos, quando Satanás for solto e seduzi-los para lutarem contra o governo de Cristo e dos seus santos.
Se este mundo é um lugar bonito mesmo estando amaldiçoado, imagine como será quando a maldição for retirada e o Senhor restaurar todas as coisas.
Bem, como vimos, não se pode admitir à luz de toda a revelação outra interpretação verdadeiramente bíblica para o milênio, senão a pré-milenista, que acabamos de enfocar. Os chamados pós-milenistas creem que as coisas melhorarão e a Igreja dominará algumas das instituições humanas, e isto fará com que haja um governo de justiça na terra.
Alguns deles são chamados os teólogos do reino; eles acreditam que de alguma maneira a Igreja vai ganhar grande poder de milagres, e que por este poder nós vamos superar os demônios e vencer os poderes das trevas de um modo definitivo. A Igreja estabelecerá o reino, e o fim não virá porque as coisas melhorarão.
Mas, sabemos que o fim virá porque as coisas se tornarão piores.
A Igreja nunca conquistará os reinos deste mundo, a Igreja nunca assumirá as instituições sociais deste século, sem que haja uma intervenção direta do próprio Cristo na Sua segunda vinda.
Por isso somos chamados a pregar o reino que se manifestará na segunda vinda do Senhor, a exercer o ministério da reconciliação do pecador com Deus, e não simplesmente levantar bandeiras de movimentos moralistas com vistas a reformar a sociedade.
Este mundo não melhorará enquanto o ímpio não for desarraigado da terra, e somente Cristo poderá fazer isto pelo Seu poder, e Ele o fará no momento oportuno.
Por isso somos pré-milenistas, como claramente a revelação é pré-milenista, porque aguardamos a Cristo para a inauguração do seu reino milenar sobre a terra.

Apocalipse 20.1 E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo e uma grande cadeia na sua mão.
Apocalipse 20.2 Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e o amarrou por mil anos.
Apocalipse 20.3 Lançou-o no abismo, o qual fechou e selou sobre ele, para que não enganasse mais as nações até que os mil anos se completassem. Depois disto é necessário que ele seja solto por um pouco de tempo.
Apocalipse 20.4 Então vi uns tronos; e aos que se assentaram sobre eles foi dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados por causa do testemunho de Jesus e da palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na fronte nem nas mãos; e reviveram, e reinaram com Cristo durante mil anos.
Apocalipse 20.5 Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se completassem. Esta é a primeira ressurreição.
Apocalipse 20.6 Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele durante os mil anos.
Apocalipse 20.7 Ora, quando se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão,
Apocalipse 20.8 e sairá a enganar as nações que estão nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, a fim de ajuntá-las para a batalha.
Apocalipse 20.9 E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade querida; mas desceu fogo do céu, e os devorou;
Apocalipse 20.10 e o Diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados pelos séculos dos séculos.
Apocalipse 20.11 E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiram a terra e o céu; e não foi achado lugar para eles.
Apocalipse 20.12 E vi os mortos, grandes e pequenos, em pé diante do trono; e abriram-se uns livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida; e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.
Apocalipse 20.13 O mar entregou os mortos que nele havia; e a morte e o hades entregaram os mortos que neles havia; e foram julgados, cada um segundo as suas obras.
Apocalipse 20.14 E a morte e o hades foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo.
Apocalipse 20.15 E todo aquele que não foi achado inscrito no livro da vida, foi lançado no lago de fogo.









Apocalipse 21

Novo Céu e Nova Terra

Agora, olhemos para uma alteração sem precedentes que Jesus cita em Mt 24.35, em que Ele diz que depois da sua vinda com poder e muita glória “passará o céu e a terra”. Isso é uma declaração clara de que o céu e a terra atuais serão destruídos, e no lugar deles haverá uma nova criação, de um novo céu e de uma nova terra.
Pedro diz como isto vai acontecer:
“Virá, entretanto, como ladrão, o dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas. Visto que todas estas cousas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo procedimento e piedade, esperando e apressando a vinda do dia de Deus, por causa do qual os céus incendiados serão desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão.” (II Pe 3.10-12).
A palavra no grego para estrondo ou barulho, é rhoizedonque significa o som de crepitação. É usada para descrever um som zumbindo, produzido por movimento rápido pelo ar. Em outras palavras, os céus começarão a se desintegrar com um estrondo. É o estrondo de uma explosão nuclear. É bem possível que Deus use a fissão nuclear do átomo para desintegrar o universo, como é dito por Pedro que os elementos abrasados se derreterão.
Os elementos atômicos básicos começaram a derreter, enquanto liberam intenso calor. E a terra será atingida por isto.
A Palavra diz que os céus se enrolarão como um rolo de pergaminho. Isto significa compressão e não expansão. Encolhimento. Redução.
No verso 11, ele diz, que a terra e as obras que nela existem serão atingidas. O verbo no grego para “atingidas” é lúo, que significa desatar, soltar, desprender. O poder de coesão dos elementos pelo Senhor, pela palavra do seu poder, como já vimos em Hebreus 1, será alterado. Os elementos serão soltos, desprendidos; esta coesão que garante a sua estabilidade será modificada, e tudo se desfará. Agora, isso é uma alteração sem precedentes do universo, e está a caminho.
No fim do milênio, e depois do juízo de Deus sobre todos os ímpios, João fala a partir de Apo 21.1 de um novo céu e uma nova terra. Este processo de recriação será feito em duas fases. Na segunda vinda de Jesus haverá uma modificação no universo. Ao término do milênio haverá uma recriação total de um novo céu e de uma nova terra que são eternos.
Durante o Reino milenar será uma terra restaurada, e assim também o universo, como afirma a própria Palavra.
Mas, no estado eterno final há uma nova criação, algo que não foi restaurado, mas refeito completamente, para ser a habitação eterna dos justos, por não mais existir nem morte, nem pecado, nem ímpios, nem Satanás, nem demônios, nesta nova terra.
Poderoso é o Senhor para fazer novas todas as coisas.
Alguns pensam que tudo será destruído pelo próprio homem com suas armas atômicas.
Mas, veja que será todo o universo que se desfará. Isto não será feito pelo homem, é Deus quem o fará.
Em Is 34, lemos:
“Todo o exército dos céus se dissolverá, e os céus se enrolarão como um pergaminho; todo o seu exército cairá, como cai a folha da vide e a folha da figueira.”
Deus destruirá, para fazer algo inteiramente novo.
Podemos ver o dia profético do Senhor em duas fases, porque para Ele mil anos são como um dia. A primeira fase, na segunda vinda de Jesus; e a segunda, ao término dos mil anos, quando fará novos céus e nova terra.
Na visão profética, isto pode ser dado como um só evento aos olhos de Deus. Assim como temos isto no texto de II Pe 3.10-12. Ele fala do dia do Senhor, e ali se refere tanto à segunda vinda, quanto à criação do novo céu e nova terra, como se fosse um só evento. Isto porque este é o propósito revelado do Senhor de fazer novas todas as coisas, a partir da segunda vinda de Jesus.
Em Apo 8.7 temos uma pequena amostra do que irá ocorrer no final do milênio. Aqui se descreve o que irá acontecer no período da Grande Tribulação próximo da segunda vinda de Jesus, mas, como dissemos, é uma pequena demonstração da destruição final quando do término do milênio:
“O primeiro anjo tocou a trombeta, e houve saraiva e fogo de mistura com sangue, e foram atirados à terra. Foi, então, queimada a terça parte da terra, e das árvores, e também toda erva verde.”
Os juízos relativos ao toque da segunda e terceira trombetas, trouxeram também fogo sobre a terra.
É descrito também que a destruição final dos ímpios no término do milênio será também com fogo que descerá do céu para consumi-los (Apo 20.9).
É bom, portanto, que aqueles que resistem quanto à probabilidade da ocorrência destes eventos com larga destruição da terra pelo fogo de Deus, se lembrem que o Senhor já deu mostras suficientes de destruição pelo fogo no passado, quer em Sodoma e Gomorra, quer entre os próprios israelitas rebeldes nos dias de Moisés.
Saía fogo da parte do Senhor sobre eles, para que ninguém duvide que Ele fará uma destruição final pelo fogo por causa do pecado.
Por isso se lê em II Pe 3.7:
“Ora, os céus que agora existem, e a terra, pela mesma palavra têm sido entesourados para fogo, estando reservados para o dia do juízo e destruição dos homens ímpios.”
Isto, Ele fará na segunda vinda de Cristo.
E também, pelo fogo, destruirá todas as obras da terra e o universo, no final do milênio para criar novo céu e nova terra.

Apocalipse 21.1 E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já se foram o primeiro céu e a primeira terra, e o mar já não existe.
Apocalipse 21.2 E vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que descia do céu da parte de Deus, adereçada como uma noiva ataviada para o seu noivo.
Apocalipse 21.3 E ouvi uma grande voz, vinda do trono, que dizia: Eis que o tabernáculo de Deus está com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e Deus mesmo estará com eles.
Apocalipse 21.4 Ele enxugará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.
Apocalipse 21.5 E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve; porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.
Apocalipse 21.6 Disse-me ainda: está cumprido: Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A quem tiver sede, de graça lhe darei a beber da fonte da água da vida.
Apocalipse 21.7 Aquele que vencer herdará estas coisas; e eu serei seu Deus, e ele será meu filho.
Apocalipse 21.8 Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago ardente de fogo e enxofre, que é a segunda morte.
Apocalipse 21.9 E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das sete últimas pragas, e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro.
Apocalipse 21.10 E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou- me a santa cidade de Jerusalém, que descia do céu da parte de Deus,
Apocalipse 21.11 tendo a glória de Deus; e o seu brilho era semelhante a uma pedra preciosíssima, como se fosse jaspe cristalino;
Apocalipse 21.12 e tinha um grande e alto muro com doze portas, e nas portas doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das doze tribos dos filhos de Israel.
Apocalipse 21.13 Ao oriente havia três portas, ao norte três portas, ao sul três portas, e ao ocidente três portas.
Apocalipse 21.14 O muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles estavam os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro.
Apocalipse 21.15 E aquele que falava comigo tinha por medida uma cana de ouro, para medir a cidade, as suas portas e o seu muro.
Apocalipse 21.16 A cidade era quadrangular; e o seu comprimento era igual à sua largura. E mediu a cidade com a cana e tinha ela doze mil estádios; e o seu cumprimento, largura e altura eram iguais.
Apocalipse 21.17 Também mediu o seu muro, e era de cento e quarenta e quatro côvados, segundo a medida de homem, isto é, de anjo.
Apocalipse 21.18 O muro era construído de jaspe, e a cidade era de ouro puro, semelhante a vidro límpido.
Apocalipse 21.19 Os fundamentos do muro da cidade estavam adornados de toda espécie de pedras preciosas. O primeiro fundamento era de jaspe; o segundo, de safira; o terceiro, de calcedônia; o quarto, de esmeralda;
Apocalipse 21.20 o quinto, de sardônica; o sexto, de sárdio; o sétimo, de crisólito; o oitavo, de berilo; o nono, de topázio; o décimo, de crisópraso; o undécimo, de jacinto; o duodécimo, de ametista.
Apocalipse 21.21 As doze portas eram doze pérolas: cada uma das portas era de uma só pérola; e a praça da cidade era de ouro puro, transparente como vidro.
Apocalipse 21.22 Nela não vi santuário, porque o seu santuário é o Senhor Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro.
Apocalipse 21.23 A cidade não necessita nem do sol, nem da lua, para que nela resplandeçam, porém a glória de Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada.
Apocalipse 21.24 As nações andarão à sua luz; e os reis da terra trarão para ela a sua glória.
Apocalipse 21.25 As suas portas não se fecharão de dia, e noite ali não haverá;
Apocalipse 21.26 e a ela trarão a glória e a honra das nações.
Apocalipse 21.27 E não entrará nela coisa alguma impura, nem o que pratica abominação ou mentira; mas somente os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro.
Apocalipse 22

A Eternidade

Depois do Grande Julgamento do Trono Branco, somente a Trindade, os anjos eleitos, e os santos resgatados permaneceram no terceiro céu, que é a habitação do Deus Altíssimo.
O universo, que é designado por céu, e a terra que hoje existem foram inteiramente destruídos, e Deus fez um novo céu e uma nova terra.
Os inimigos de Cristo, tanto anjos quanto homens foram lacrados para sempre no lago de fogo onde sofrerão agonias e tormentos eternos.
Jesus trouxe a Nova Jerusalém desde o terceiro céu até a nova terra criada, onde não existe como já dissemos, mais nenhum pecado.
Então, o próprio Deus desceu à terra para viver para sempre com o homem resgatado (Apo 21:1-3).
A vida no estado eterno está perfeita.
Não há mais morte, nem luto, nem choro ou dor (Apo 21.4).
Então se cumprirá a palavra de Is 65.17:
“Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das cousas passadas, jamais haverá memória delas.”
Quando Pedro se refere ao novo céu e à nova terra, a palavra utilizada no grego é kainos, que significa novo em qualidade, não novo em cronologia, nem tampouco novo em ordem, mas novo em qualidade, diferente, um gosto que nós nunca conhecemos antes.
Nesta nova terra habita a justiça plena e perfeita, conforme é citado em II Pe 3.13. Uma justiça permanente, inalterável.
Este é o mundo que nós esperamos. Este é o mundo que nos foi prometido em Jesus Cristo.
É isso que Deus tem preparado para aqueles que O amam.
O Senhor mesmo será a luz deste novo mundo, conforme se lê em Is 60.19 e Apo 21.23 e 22.5.
Uma luz de glória espiritual e eterna que jamais acaba.
O sol é um corpo físico natural que se gasta ao longo do tempo, mas a luz de Deus é eterna.
Lemos em Apo 21.1-3:
“Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo. Então ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus e Deus mesmo estará com eles.”
Veja que a habitação de Deus está entre os homens, e Ele se estabelecerá e estará em casa com eles.
E pensar que tudo isto começou com uma nova criação espiritual, realizada ao longo dos séculos, pela conversão de milhões de pecadores a Cristo.
A isto se refere Tiago, dizendo que todos os pecadores que estão sendo transformados em santos, pelo poder de Jesus, são as primícias desta nova criação de Deus, porque o novo céu, a nova terra, e tudo o mais que Ele criará, virão somente em seguida, ao fechamento, ao completamento do números dos que devem ser salvos.
Tiago 1:18 “Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas.”
Somente o Senhor é digno de todo o louvor e toda a glória, porque somente Ele, pelo seu próprio poder pode realizar e trazer à existência todas estas coisas.
Tudo isto teremos recebido por graça e simplesmente por meio da nossa fé em Cristo.
Todo o mérito é, portanto, do Senhor; por isso devemos adorar o Seu santo nome por  toda a eternidade.
Maranata! Vem, Senhor Jesus.
(Este comentário sobre o livro de Apocalipse inclui citações do Pr John Macarthur, que foram traduzidas e adaptadas pelo Pr Silvio Dutra, de textos do citado pastor, do original em inglês, em domínio público.)
Apocalipse 22.1 E mostrou-me o rio da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro.
Apocalipse 22.2 No meio da sua praça, e de ambos os lados do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore são para a cura das nações.
Apocalipse 22.3 Ali não haverá jamais maldição. Nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão,
Apocalipse 22.4 e verão a sua face; e nas suas frontes estará o seu nome.
Apocalipse 22.5 E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de luz de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os alumiará; e reinarão pelos séculos dos séculos.
Apocalipse 22.6 E disse-me: Estas palavras são fiéis e verdadeiras; e o Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas, enviou o seu anjo, para mostrar aos seus servos as coisas que em breve hão de acontecer.
Apocalipse 22.7 Eis que cedo venho; bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro.
Apocalipse 22.8 Eu, João, sou o que ouvi e vi estas coisas. E quando as ouvi e vi, prostrei-me aos pés do anjo que mas mostrava, para o adorar.
Apocalipse 22.9 Mas ele me disse: Olha, não faças tal; porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus.
Apocalipse 22.10 Disse-me ainda: Não seles as palavras da profecia deste livro; porque próximo está o tempo.
Apocalipse 22.11 Quem é injusto, faça injustiça ainda: e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, santifique-se ainda.
Apocalipse 22.12 Eis que cedo venho e está comigo a minha recompensa, para retribuir a cada um segundo a sua obra.
Apocalipse 22.13 Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o derradeiro, o princípio e o fim.
Apocalipse 22.14 Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestes [no sangue do Cordeiro] para que tenham direito à arvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas.
Apocalipse 22.15 Ficarão de fora os cães, os feiticeiros, os adúlteros, os homicidas, os idólatras, e todo o que ama e pratica a mentira.
Apocalipse 22.16 Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas a favor das igrejas. Eu sou a raiz e a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã.
Apocalipse 22.17 E o Espírito e a noiva dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, receba de graça a água da vida.
Apocalipse 22.18 Eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro: Se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus lhe
acrescentará as pragas que estão escritas neste livro;
Apocalipse 22.19 e se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus lhe tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão descritas neste livro.
Apocalipse 22.20 Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho. Amém; vem, Senhor Jesus.
Apocalipse 22.21 A graça do Senhor Jesus seja com todos.








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