domingo, 18 de outubro de 2015

Daniel 1 a 12 - Oséias 1 a 14

DANIEL


Daniel 1

O nome de Jacó foi mudado para Israel, porque este significa príncipe de Deus, indicando que aqueles que levam este nome, como participantes daquele a partir do qual Deus formou a nação eleita para reger povos e nações, também são príncipes de Deus tal como Jacó, porque reinarão juntamente com Cristo, conforme o propósito eterno de Deus.
É muito significativo que se saiba isto, para que possamos não somente compreender tal propósito eterno de Deus, como também, entender o caráter de grande parte das profecias da Bíblia.
Deus prometeu fazer de Israel uma nação santa e reino sacerdotal para todas as nações (Ex 19.6).
Dentre tantas nações, Ele elegeu e formou somente uma para que regesse através dela.
Será em Israel, e mais especificamente em Judá que estará o cetro de governo de todas as nações sob o império do Messias, que é o Rei dos reis e Senhor do senhores da terra (Gên 49.10).
Muitas nações estarão debaixo do Seu governo, mas governarão juntamente com Ele, aqueles que pertencem ao verdadeiro Israel, que é formado tanto por gentios, quanto por judeus convertidos a Cristo (Apo 5.10; 20.4,6; 22.5).
Assim, como as nações dominadas da antiguidade ficavam debaixo do domínio do rei da nação que as havia subjugado, dar-se-á o mesmo em relação ao reino do Messias, só que o Seu governo é um governo perfeitamente justo.
Por isso, Jesus, em Seu ministério terreno ministrou somente a Israel (Rom 15.8), porque foi dado pelo Pai como Rei para Israel, e como luz para as demais nações (Is 49.6).
Por isso importa, que a sede do Seu governo, no milênio, esteja sobre o monte Sião, em Jerusalém, para que se cumpra o propósito de Deus de ter uma nação através da qual governe toda a terra.
Este é um grande mistério, mas é um grande fato, que num universo tão imenso, o Senhor tenha fundado a terra, e que tenha elegido somente a Israel para ser a nação onde estarão todos os príncipes regentes que reinarão toda a terra juntamente com Cristo.
Nós podemos ver isto nas seguintes profecias, dentre outras: Is 42.6; 49.6; 54.3; 60.3, 5, 11, 12, 16; 61.6,9; 62.2; 66.18; Jer 3.17; 4.2; Dn 7.14; Am 9.12; Mq 4.2,3; Zc 8.22; 12.3; 14.16; Ml 1.14; 3.12; e também nos seguintes textos do Novo Testamento que confirmam tais profecias: Mt 2.2; 27.42;  Mc 15.2; Lc 23.3; Jo 19.21; Apo 15.4; 21.24,26.
É com tal verdade em perspectiva que podemos entender, especialmente a profecia do livro de Daniel.
Porque a profecia de Daniel é a resposta de Deus para a pergunta relativa à questão do reino de Israel, particularmente, quanto ao tempo em que seria firmado sobre todas as nações sob o reinado do Messias.
Esta continua sendo uma pergunta para muitos judeus, porque eles têm uma promessa específica de Deus relativamente a isto.
Daí entendermos a pergunta que os próprios apóstolos fizeram a Jesus por ocasião da sua ascensão ao céu: “Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntavam-lhe, dizendo: Senhor, é nesse tempo que restauras o reino a Israel?” (At 1.6).
E antes deles, o próprio Daniel havia feito tal pergunta em seu coração, quando concluiu que o tempo de cativeiro dos judeus em Babilônia, de 70 anos, conforme profetizado por Jeremias, já havia sido cumprido, e então ele pensou que a promessa da vinda do reino de Deus sobre toda a terra sob o reinado do Messias prometido, teria imediato cumprimento, mas ele foi devidamente instruído quanto ao tempo de tal cumprimento, conforme podemos ver no nono capítulo do seu livro.
Foi principalmente para o propósito de revelar o tempo da restauração futura e final de Israel, e não propriamente a do tempo em que eles retornariam do cativeiro de 70 anos em Babilônia para a sua própria terra, que Daniel foi também conduzido para Babilônia e permaneceu junto à corte dos reis babilônicos, e dos persas depois destes, para que lhes fossem dadas instruções específicas sobre a esperança futura de Israel, sendo estabelecida como reino para sempre sobre todas as nações da terra.
Estas instruções seriam passadas através de sonhos e visões dadas a reis de Babilônia, e que ensejariam interpretações que seriam concedidas por Deus a Daniel, como também em sonhos e visões revelados diretamente ao próprio Daniel.
Então este primeiro capítulo do seu livro, tem o propósito de descrever como ele foi instalado na corte de Babilônia, e como se manteve fiel ao Senhor ali no meio daquele reino pagão, e como recebera de Deus capacitações e dons espirituais que não haviam sido dadas a seus três amigos, que receberam somente conhecimento e  inteligência em toda cultura e sabedoria, os quais haviam sido dados também a Daniel.
Daniel era um verdadeiro israelita, a saber, destes que haverão de reinar juntamente com Cristo, e por isso lhes foram passadas as revelações que não eram particularmente de seu próprio interesse, mas de todos aqueles que aguardam pelo estabelecimento final do reino do Messias com poder e glória.



“1 No ano terceiro do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém e a sitiou.
2 O Senhor lhe entregou nas mãos a Jeoaquim, rei de Judá, e alguns dos utensílios da Casa de Deus; a estes, levou-os para a terra de Sinar, para a casa do seu deus, e os pôs na casa do tesouro do seu deus.
3 Disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, tanto da linhagem real como dos nobres,
4 jovens sem nenhum defeito, de boa aparência, instruídos em toda a sabedoria, doutos em ciência, versados no conhecimento e que fossem competentes para assistirem no palácio do rei e lhes ensinasse a cultura e a língua dos caldeus.
5 Determinou-lhes o rei a ração diária, das finas iguarias da mesa real e do vinho que ele bebia, e que assim fossem mantidos por três anos, ao cabo dos quais assistiriam diante do rei.
6 Entre eles, se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias.
7 O chefe dos eunucos lhes pôs outros nomes, a saber: a Daniel, o de Beltessazar; a Hananias, o de Sadraque; a Misael, o de Mesaque; e a Azarias, o de Abede-Nego.
8 Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se.
9 Ora, Deus concedeu a Daniel misericórdia e compreensão da parte do chefe dos eunucos.
10 Disse o chefe dos eunucos a Daniel: Tenho medo do meu senhor, o rei, que determinou a vossa comida e a vossa bebida; por que, pois, veria ele o vosso rosto mais abatido do que o dos outros jovens da vossa idade? Assim, poríeis em perigo a minha cabeça para com o rei.
11 Então, disse Daniel ao cozinheiro-chefe, a quem o chefe dos eunucos havia encarregado de cuidar de Daniel, Hananias, Misael e Azarias:
12 Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias; e que se nos deem legumes a comer e água a beber.
13 Então, se veja diante de ti a nossa aparência e a dos jovens que comem das finas iguarias do rei; e, segundo vires, age com os teus servos.
14 Ele atendeu e os experimentou dez dias.
15 No fim dos dez dias, a sua aparência era melhor; estavam eles mais robustos do que todos os jovens que comiam das finas iguarias do rei.
16 Com isto, o cozinheiro-chefe tirou deles as finas iguarias e o vinho que deviam beber e lhes dava legumes.
17 Ora, a estes quatro jovens Deus deu o conhecimento e a inteligência em toda cultura e sabedoria; mas a Daniel deu inteligência de todas as visões e sonhos.
18 Vencido o tempo determinado pelo rei para que os trouxessem, o chefe dos eunucos os trouxe à presença de Nabucodonosor.
19 Então, o rei falou com eles; e, entre todos, não foram achados outros como Daniel, Hananias, Misael e Azarias; por isso, passaram a assistir diante do rei.
20 Em toda matéria de sabedoria e de inteligência sobre que o rei lhes fez perguntas, os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos e encantadores que havia em todo o seu reino.
21 Daniel continuou até ao primeiro ano do rei Ciro.” (Daniel 1)




Daniel 2

A partir deste capítulo, foi revelado por Deus a Daniel, através das circunstâncias que Ele próprio criara, que o reino do Messias, antes de se estabelecer na terra, seria antecedido por uma sucessão de reinos, com o mesmo caráter do dEle, ou seja, impérios, que tinham outros reinos subjugados a si, como era o caso de Babilônia, e depois dela a Pérsia, e desta, a Grécia, e depois da Grécia, Roma, que foram os quatro grandes impérios mundiais que existiriam no mundo, desde os dias de Daniel, até que se instalasse o reino do Messias.
Depois destes impérios, houve e ainda tem havido tentativas fracassadas de se estabelecer um único reino sobre toda a terra, como se pôde ver nas ações imperialistas de Carlos Magno, com a criação do que se chamou de Sacro Império Romano-Germânico; dos franceses, sob Napoleão Bonaparte; e de muitos outros, sendo que a última tentativa em tal sentido será empreendida pelo Anticristo.
Todos estes impérios caem porque são levantados e mantidos por um tempo, por meio de pilhagens, enganos, mentiras, violências, e por isso estão fadados a sempre desaparecerem porque se não bastasse haver um juízo de Deus sobre aqueles que tais coisas praticam, geram eles próprios insatisfações entre o povo, entre seus soldados, entre seus nobres, e terminam subjugados por conspirações.
Além disso, os súditos do mundo, não são dotados em sua grande totalidade de uma natureza excelente, que é a nova natureza, que pode ser somente obtida pela fé em Cristo. Assim, não se pode esperar grandes coisas e virtudes permanentes de uma natureza decaída no pecado.
Por isso o reino do Messias será composto somente por aqueles que tiveram suas naturezas transformadas, porque isto é essencial e requerido, porque o Seu reino é de pura e perfeita justiça, e nada tem a ver com os reinos deste mundo, que são corrompidos, em razão da própria natureza humana.    
Por isso a visão que foi dada ao rei Nabucodonosor em sonho, era de uma enorme estátua em forma humana, porque a visão se refere ao reino dos homens.
Veja que esta estátua é despedaçada por uma rocha cortada de um monte, sem o auxílio de mãos humanas, e sabemos que esta rocha é Cristo (v. 45). Ele é o rei do reino eterno que subsistirá para sempre, que consumiria todos os reinos mostrados a Nabucodonosor em visão, e o Seu reino jamais será destruído, e nem passará para outro povo (v. 44).
A estátua em forma humana que Nabucodonosor viu era imensa e de extraordinário esplendor, e tinha uma aparência terrível (v. 31).
Isto fala da grandeza, da glória, e do poder dos reinos terrenos, mas Deus os faz passageiros.
Pela pilhagem das nações, Babilônia havia se tornado muito rica em ouro, e representava a cabeça da estátua, não por ser o reino principal, mas por ser o primeiro em ordem em existência, a partir dos dias de Daniel.
A Pérsia e a Média, estavam representadas no peito e nos braços de prata da estátua, porque apesar de serem nações fortes, que haviam subjugado Babilônia, não possuíam a mesma glória da primeira (v. 32).
Os quadris e ventres de bronze, representavam a Grécia, sob o império de Alexandre, o Grande; porque não conseguiu se manter por muito tempo no poder, tendo morrido ainda jovem, e seu império foi repartido entre os seus quatro generais.
As pernas de ferro, e os pés, em parte de ferro e em parte de barro, representavam o Império Romano com suas legiões de ferro (pernas), e os impérios que se levantariam no mundo depois deles que sempre teriam esta característica de serem fortes por um lado e fracos por outro, o que foi definido pela mistura do ferro com o barro (pés).  
Quando a rocha que foi cortada sem auxílio de mãos humanas feriu a estátua da visão que Deus dera a Nabucodonosor, esta foi esmiuçada e transformada tal como palha seca e miúda que foi espalhada pelo vento, de maneira que não se viu sequer qualquer vestígio da estátua. Ou seja, todos estes reinos seriam removidos de tal maneira pelo Senhor, que não deixaria deles qualquer vestígio sobre a terra, quando Ele inaugurar o Seu próprio reino, como uma grande montanha que encherá toda a terra. A rocha está destinada a se transformar numa grande montanha irremovível, indicando-se assim a segurança eterna deste reino inabalável que Deus está formando pela associação dos cristãos a Cristo (v. 34, 35).
Nabucodonosor não somente aceitou a veracidade da interpretação, como se inclinou rosto em terra perante Daniel, e ordenou que se lhe dessem muitos e grandes presentes, e que fosse colocado por governador de toda a província da Babilônia, e chefe supremo de todos os sábios de Babilônia. Além disso disse que o Deus de Daniel é o Deus dos deuses e o Senhor dos reis, e o revelador de mistérios.
Com isto, Deus estava preparando um melhor tratamento para todos os judeus por parte dos babilônios, durante o tempo em que deveriam permanecer em cativeiro, como também havia revelado, com antecedência, a fragilidade dos impérios terrenos, e como estão fadados todos eles a desaparecerem, para que se instale o único império que haverá de permanecer para sempre que é o de Cristo, depois da queda de todos estes reinos que devem se levantar sobre a terra, para logo depois caírem, conforme o propósito predeterminado de Deus, para que aprendamos a não colocar a nossa confiança na instabilidade dos reinos deste mundo que passam, senão somente em Cristo e no Seu reino inabalável e eterno.
A pedido de Daniel, Sadraque, Mesaque e Abdnego foram também colocados sobre os negócios da província de Babilônia, porque eram homens honrados como ele, e também tementes a Deus, e foi seu desejo que compartilhassem da mesma honra que Deus lhe havia dado.



“1 No segundo ano do reinado de Nabucodonosor, teve este um sonho; o seu espírito se perturbou, e passou-se-lhe o sono.
2 Então, o rei mandou chamar os magos, os encantadores, os feiticeiros e os caldeus, para que declarassem ao rei quais lhe foram os sonhos; eles vieram e se apresentaram diante do rei.
3 Disse-lhes o rei: Tive um sonho, e para sabê-lo está perturbado o meu espírito.
4 Os caldeus disseram ao rei em aramaico: Ó rei, vive eternamente! Dize o sonho a teus servos, e daremos a interpretação.
5 Respondeu o rei e disse aos caldeus: Uma coisa é certa: se não me fizerdes saber o sonho e a sua interpretação, sereis despedaçados, e as vossas casas serão feitas monturo;
6 mas, se me declarardes o sonho e a sua interpretação, recebereis de mim dádivas, prêmios e grandes honras; portanto, declarai-me o sonho e a sua interpretação.
7 Responderam segunda vez e disseram: Diga o rei o sonho a seus servos, e lhe daremos a interpretação.
8 Tornou o rei e disse: Bem percebo que quereis ganhar tempo, porque vedes que o que eu disse está resolvido,
9 isto é: se não me fazeis saber o sonho, uma só sentença será a vossa; pois combinastes palavras mentirosas e perversas para as proferirdes na minha presença, até que se mude a situação; portanto, dizei-me o sonho, e saberei que me podeis dar-lhe a interpretação.
10 Responderam os caldeus na presença do rei e disseram: Não há mortal sobre a terra que possa revelar o que o rei exige; pois jamais houve rei, por grande e poderoso que tivesse sido, que exigisse semelhante coisa de algum mago, encantador ou caldeu.
11 A coisa que o rei exige é difícil, e ninguém há que a possa revelar diante do rei, senão os deuses, e estes não moram com os homens.
12 Então, o rei muito se irou e enfureceu; e ordenou que matassem a todos os sábios da Babilônia.
13 Saiu o decreto, segundo o qual deviam ser mortos os sábios; e buscaram a Daniel e aos seus companheiros, para que fossem mortos.
14 Então, Daniel falou, avisada e prudentemente, a Arioque, chefe da guarda do rei, que tinha saído para matar os sábios da Babilônia.
15 E disse a Arioque, encarregado do rei: Por que é tão severo o mandado do rei? Então, Arioque explicou o caso a Daniel.
16 Foi Daniel ter com o rei e lhe pediu designasse o tempo, e ele revelaria ao rei a interpretação.
17 Então, Daniel foi para casa e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros,
18 para que pedissem misericórdia ao Deus do céu sobre este mistério, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem com o resto dos sábios da Babilônia.
19 Então, foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; Daniel bendisse o Deus do céu.
20 Disse Daniel: Seja bendito o nome de Deus, de eternidade a eternidade, porque dele é a sabedoria e o poder;
21 é ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes.
22 Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz.
23 A ti, ó Deus de meus pais, eu te rendo graças e te louvo, porque me deste sabedoria e poder; e, agora, me fizeste saber o que te pedimos, porque nos fizeste saber este caso do rei.
24 Por isso, Daniel foi ter com Arioque, ao qual o rei tinha constituído para exterminar os sábios da Babilônia; entrou e lhe disse: Não mates os sábios da Babilônia; introduze-me na presença do rei, e revelarei ao rei a interpretação.
25 Então, Arioque depressa introduziu Daniel na presença do rei e lhe disse: Achei um dentre os filhos dos cativos de Judá, o qual revelará ao rei a interpretação.
26 Respondeu o rei e disse a Daniel, cujo nome era Beltessazar: Podes tu fazer-me saber o que vi no sonho e a sua interpretação?
27 Respondeu Daniel na presença do rei e disse: O mistério que o rei exige, nem encantadores, nem magos nem astrólogos o podem revelar ao rei;
28 mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios, pois fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser nos últimos dias. O teu sonho e as visões da tua cabeça, quando estavas no teu leito, são estas:
29 Estando tu, ó rei, no teu leito, surgiram-te pensamentos a respeito do que há de ser depois disto. Aquele, pois, que revela mistérios te revelou o que há de ser.
30 E a mim me foi revelado este mistério, não porque haja em mim mais sabedoria do que em todos os viventes, mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei, e para que entendesses as cogitações da tua mente.
31 Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; esta, que era imensa e de extraordinário esplendor, estava em pé diante de ti; e a sua aparência era terrível.
32 A cabeça era de fino ouro, o peito e os braços, de prata, o ventre e os quadris, de bronze;
33 as pernas, de ferro, os pés, em parte, de ferro, em parte, de barro.
34 Quando estavas olhando, uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos, feriu a estátua nos pés de ferro e de barro e os esmiuçou.
35 Então, foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a palha das eiras no estio, e o vento os levou, e deles não se viram mais vestígios. Mas a pedra que feriu a estátua se tornou em grande montanha, que encheu toda a terra.
36 Este é o sonho; e também a sua interpretação diremos ao rei.
37 Tu, ó rei, rei de reis, a quem o Deus do céu conferiu o reino, o poder, a força e a glória;
38 a cujas mãos foram entregues os filhos dos homens, onde quer que eles habitem, e os animais do campo e as aves do céu, para que dominasses sobre todos eles, tu és a cabeça de ouro.
39 Depois de ti, se levantará outro reino, inferior ao teu; e um terceiro reino, de bronze, o qual terá domínio sobre toda a terra.
40 O quarto reino será forte como ferro; pois o ferro a tudo quebra e esmiúça; como o ferro quebra todas as coisas, assim ele fará em pedaços e esmiuçará.
41 Quanto ao que viste dos pés e dos artelhos, em parte, de barro de oleiro e, em parte, de ferro, será esse um reino dividido; contudo, haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois que viste o ferro misturado com barro de lodo.
42 Como os artelhos dos pés eram, em parte, de ferro e, em parte, de barro, assim, por uma parte, o reino será forte e, por outra, será frágil.
43 Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão mediante casamento, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro.
44 Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre,
45 como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro. O Grande Deus fez saber ao rei o que há de ser futuramente. Certo é o sonho, e fiel, a sua interpretação.
46 Então, o rei Nabucodonosor se inclinou, e se prostrou rosto em terra perante Daniel, e ordenou que lhe fizessem oferta de manjares e suaves perfumes.
47 Disse o rei a Daniel: Certamente, o vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos reis, e o revelador de mistérios, pois pudeste revelar este mistério.
48 Então, o rei engrandeceu a Daniel, e lhe deu muitos e grandes presentes, e o pôs por governador de toda a província da Babilônia, como também o fez chefe supremo de todos os sábios da Babilônia.
49 A pedido de Daniel, constituiu o rei a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego sobre os negócios da província da Babilônia; Daniel, porém, permaneceu na corte do rei.”



Daniel 3

Este capítulo descreve as circunstâncias que foram usadas pelo Senhor para aumentar a Sua própria glória perante os babilônios, como também para aumentar nestes o temor ao Seu grande nome, de modo que os judeus recebessem um tratamento mais humano por parte deles, em seu cativeiro.
Como Daniel havia revelado a Nabucodonosor que a cabeça de ouro da estátua imensa que ele havia visto em sonho representava o reino de Babilônia, então o rei tomou a iniciativa de fazer uma grande estátua, com cerca de trinta metros de altura, só que não apenas com a cabeça de ouro, mas toda de ouro, talvez pensando com isto que pudesse mudar a destruição do seu reino, por causa da fragilidade dos reinos que compunham a estátua do seu sonho, que era composta com materiais menos nobres.
Nada é dito no texto sobre uma possível conspiração da parte dos sábios de Babilônia contra Daniel e seus três amigos hebreus que haviam sido colocados em grande honra sobre eles, porque sabiam que não adoravam a ídolos, e é bem provável que tenham aconselhado ou incentivado o rei a erigir aquele ídolo de ouro, com o propósito de trazer a ruína sobre Daniel e seus três amigos.
 Foi ordenado a todos os estrangeiros que se encontravam em Babilônia que juntamente com os naturais da terra se encurvassem e adorassem a imagem de escultura, quando fosse dada a ordem para tal através do toque de instrumentos.
Para punir aqueles que se recusassem a fazê-lo, foi acesa uma fornalha ardente com temperatura suficiente para cremar ainda vivo, a qualquer que fosse lançado nela.  
Os três amigos de Daniel, Sadraque, Mesaque e Abdnego se recusaram a adorar o ídolo que representava um dos falsos deuses de Babilônia, e por isso foram denunciados a Nabucodonosor, que ordenou que fossem lançados na fornalha, mas que antes, a caloria da fornalha fosse aumentada sete vezes mais do que o costumado (v. 19).
E ordenou aos mais poderosos do seu exército que atassem e lançassem os três na fornalha.
Tal era a caloria da fornalha que os homens que lançaram os três, foram mortos pelas chamas do fogo, entretanto, quando Sadraque, Mesaque e Abdenego caíram amarrados na fornalha, imediatamente se viu um quarto homem com eles.
Isto deixou Nabucodonosor espantado  (v. 14), porque via quatro homens andando na fornalha sem sofrer qualquer dano, sendo que o aspecto do quarto homem era semelhante a um filho dos deuses, segundo o parecer do rei.
Então Nabucodonosor ordenou diretamente a Sadraque, Mesaque e Abdnego que saíssem da fornalha, chamando-os de servos do Deus Altíssimo.
Como não era convertido, o Deus de Israel era para Nabucodonosor, apenas mais um Deus entre os demais deuses, só que Ele se mostrava muito mais poderoso do que os deuses de Babilônia, porque desonrara o culto da imagem fundida em ouro, porque não permitiu que se fizesse qualquer dano a Seus servos.
  Sequer havia cheiro de fogo nos três. Nem seus cabelos foram queimados, o que foi testemunhado pelos grandes de Nabucodonosor (v. 27).
À vista de tais evidências Nabucodonosor disse o seguinte:
“Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que enviou o seu anjo e livrou os seus servos, que confiaram nele, pois não quiseram cumprir a palavra do rei, preferindo entregar o seu corpo, a servirem e adorarem a qualquer outro deus, senão ao seu Deus. Portanto, faço um decreto pelo qual todo povo, nação e língua que disser blasfêmia contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego seja despedaçado, e as suas casas sejam feitas em monturo; porque não há outro deus que possa livrar como este.”
Deus tinha planos futuros para Israel, que ainda haverá de reger sobre todas as nações da terra.
Então tem mantido Israel como povo até aos dias de hoje, a par de todas as tentativas de extermínio de pessoas de Seu povo, como foi este caso dos três amigos de Daniel, como da nação de Israel como um todo, como se deu nos dias da rainha Ester, com Hamã; com os romanos, sob o general Tito, em 70 d.C., com Hitler, na Segunda Grande Guerra Munidal, e em muitas outras ocasiões, como por exemplo no período Macabeu com Antíoco Epifânio.
No entanto, não é possível exterminar esta nação porque há promessas de Deus de fazê-la cabeça e não cauda das nações. Israel vive provando que vive o Senhor, porque doutra sorte já teria sido exterminada de há muito.
O diabo continua tentando exterminar Israel na Palestina, especialmente com o mundo árabe, e a sua última grande tentativa de exterminar os judeus será com o Anticristo, e tudo isto comprova que de fato há uma promessa específica de Deus de tornar Israel cabeça das nações, juntamente com Cristo, porque não há como se explicar tão grande fúria do diabo dirigida contra Israel, ao longo dos séculos, sempre voltadas para o seu extermínio.



“1 O rei Nabucodonosor fez uma imagem de ouro que tinha sessenta côvados de altura e seis de largura; levantou-a no campo de Dura, na província da Babilônia.
2 Então, o rei Nabucodonosor mandou ajuntar os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os juízes, os tesoureiros, os magistrados, os conselheiros e todos os oficiais das províncias, para que viessem à consagração da imagem que o rei Nabucodonosor tinha levantado.
3 Então, se ajuntaram os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os juízes, os tesoureiros, os magistrados, os conselheiros e todos os oficiais das províncias, para a consagração da imagem que o rei Nabucodonosor tinha levantado; e estavam em pé diante da imagem que Nabucodonosor tinha levantado.
4 Nisto, o arauto apregoava em alta voz: Ordena-se a vós outros, ó povos, nações e homens de todas as línguas:
5 no momento em que ouvirdes o som da trombeta, do pífaro, da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles e de toda sorte de música, vos prostrareis e adorareis a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor levantou.
6 Qualquer que se não prostrar e não a adorar será, no mesmo instante, lançado na fornalha de fogo ardente.
7 Portanto, quando todos os povos ouviram o som da trombeta, do pífaro, da harpa, da cítara, do saltério e de toda sorte de música, se prostraram os povos, nações e homens de todas as línguas e adoraram a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor tinha levantado.
8 Ora, no mesmo instante, se chegaram alguns homens caldeus e acusaram os judeus;
9 disseram ao rei Nabucodonosor: Ó rei, vive eternamente!
10 Tu, ó rei, baixaste um decreto pelo qual todo homem que ouvisse o som da trombeta, do pífaro, da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles e de toda sorte de música se prostraria e adoraria a imagem de ouro;
11 e qualquer que não se prostrasse e não adorasse seria lançado na fornalha de fogo ardente.
12 Há uns homens judeus, que tu constituíste sobre os negócios da província da Babilônia: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego; estes homens, ó rei, não fizeram caso de ti, a teus deuses não servem, nem adoram a imagem de ouro que levantaste.
13  Então, Nabucodonosor, irado e furioso, mandou chamar Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. E trouxeram a estes homens perante o rei.
14 Falou Nabucodonosor e lhes disse: É verdade, ó Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que vós não servis a meus deuses, nem adorais a imagem de ouro que levantei?
15 Agora, pois, estai dispostos e, quando ouvirdes o som da trombeta, do pífaro, da cítara, da harpa, do saltério, da gaita de foles, prostrai-vos e adorai a imagem que fiz; porém, se não a adorardes, sereis, no mesmo instante, lançados na fornalha de fogo ardente. E quem é o deus que vos poderá livrar das minhas mãos?
16 Responderam Sadraque, Mesaque e Abede-Nego ao rei: Ó Nabucodonosor, quanto a isto não necessitamos de te responder.
17 Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das tuas mãos, ó rei.
18 Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste.
19 Então, Nabucodonosor se encheu de fúria e, transtornado o aspecto do seu rosto contra Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, ordenou que se acendesse a fornalha sete vezes mais do que se costumava.
20 Ordenou aos homens mais poderosos que estavam no seu exército que atassem a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego e os lançassem na fornalha de fogo ardente.
21 Então, estes homens foram atados com os seus mantos, suas túnicas e chapéus e suas outras roupas e foram lançados na fornalha sobremaneira acesa.
22 Porque a palavra do rei era urgente e a fornalha estava sobremaneira acesa, as chamas do fogo mataram os homens que lançaram de cima para dentro a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego.
23 Estes três homens, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, caíram atados dentro da fornalha sobremaneira acesa.
24 Então, o rei Nabucodonosor se espantou, e se levantou depressa, e disse aos seus conselheiros: Não lançamos nós três homens atados dentro do fogo? Responderam ao rei: É verdade, ó rei.
25 Tornou ele e disse: Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, sem nenhum dano; e o aspecto do quarto é semelhante a um filho dos deuses.
26  Então, se chegou Nabucodonosor à porta da fornalha sobremaneira acesa, falou e disse: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, servos do Deus Altíssimo, saí e vinde! Então, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego saíram do meio do fogo.
27 Ajuntaram-se os sátrapas, os prefeitos, os governadores e conselheiros do rei e viram que o fogo não teve poder algum sobre os corpos destes homens; nem foram chamuscados os cabelos da sua cabeça, nem os seus mantos se mudaram, nem cheiro de fogo passara sobre eles.
28 Falou Nabucodonosor e disse: Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que enviou o seu anjo e livrou os seus servos, que confiaram nele, pois não quiseram cumprir a palavra do rei, preferindo entregar o seu corpo, a servirem e adorarem a qualquer outro deus, senão ao seu Deus.
29 Portanto, faço um decreto pelo qual todo povo, nação e língua que disser blasfêmia contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego seja despedaçado, e as suas casas sejam feitas em monturo; porque não há outro deus que possa livrar como este.
30 Então, o rei fez prosperar a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego na província da Babilônia.”




Daniel 4

Deus havia humilhado no capítulo anterior aos deuses de Babilônia, e agora humilharia o próprio rei Nabucodonosor, para convencer-lhe que estava na Sua mão o poder de dar-lhe ou tirar-lhe o reino, até mesmo a sua própria vida.
Foi por iniciativa do próprio Nabucodonosor, que foi registrado o seu testemunho neste capítulo, depois de ter sido restaurado da enfermidade mental que lhe acometera, da parte do Senhor.
Tal é o endurecimento no pecado naqueles que não se convertem a Deus, e que tão somente temem diante das grandes manifestações dos Seus juízos, que estão sujeitos a agir, assim como fizera Nabucodonosor, a saber: reconhecer o grande poder, soberania e majestade do Senhor, e contudo, não emendarem os seus maus caminhos.
Deus não levanta governantes e magistrados (juízes) na terra, para que estes erijam imagens de escultura de ouro, nas mais variadas formas, para exaltarem a própria glória deles.
O que rege deve fazê-lo para Deus, e mediante a aplicação das Suas leis.
Então, Nabucodonosor foi dobrado, mas permaneceu o mesmo idólatra de sempre, reconhecendo o Deus de Daniel, apenas como sendo mais poderoso do que os demais deuses que ele adorava.
É muito fácil de entendermos como o pecado conduz tanto governantes e governados a um acordo tenebroso silencioso entre si, porque dificilmente toda uma nação, (em qualquer época da história, até mesmo como foi o caso do próprio Israel, que o vemos no cativeiro nos dias de Daniel por causa do pecado), se submeteria ao governo de Deus segundo um princípio de verdadeira santidade no coração, e mediante uma também verdadeira aplicação a todos os Seus mandamentos.
Nunca se viu um tal governo em qualquer nação da terra, em plena harmonia entre governantes e governados, aos pés do Senhor.
Então, podemos concluir que este mundo está debaixo do pecado, e que é de fato Satanás o príncipe do mundo, porque rege as nações e a maioria dos corações dos homens.
Este reino em todas as nações da terra, em que haja um perfeito e completo governo divino somente será visto por ocasião da volta de Jesus.
Por isso nunca foi Seu propósito estabelecer o Seu reino em qualquer nação da terra, numa forma absoluta, antes que Ele volte, porque seria tentar o impossível, com súditos que amam mais as trevas do que a luz.
Assim, está convocando pessoas de todas as nações que se convertam a Ele, na presente dispensação da graça, e será com estas que estabelecerá o Seu reino de perfeito amor e justiça, por ocasião da Sua segunda vinda.
  Daniel não se encontrava portanto, no cativeiro, com o propósito divino de converter o coração de todos os babilônios ao Senhor, especialmente do rei deles, mas de revelar que apesar de os homens se deixarem governar pelo príncipe das trevas, há um Deus, o único e verdadeiro, que rege sobre tudo e todos, e que haverá por fim de estabelecer o Seu reino de justiça na terra, subjugando todos os poderes contrários, conforme se vê claramente em toda a profecia do livro de Daniel, e não somente neste capítulo.
Este propósito foi cumprido nos dias de Daniel quando Nabucodonosor se dispôs a fazer conhecido os grandes feitos do Senhor a todos os povos e nações,  em seus dias, tornando-lhes manifesto que é o Deus de Daniel que tem todos os reinos da terra em Suas mãos, e não propriamente os homens que se acham no poder, porque é o próprio Deus que os conduz para tal posição, e que também os retira das mesmas quando é da Sua vontade ou propósito (v. 1).
Nabucodonosor reconheceu que o reino do Deus Altíssimo é eterno, e o seu domínio dura de geração em geração.
Não nos ateremos a descrever os detalhes narrados neste capitulo, porque o mesmo é auto-explicativo, e estaremos evitando assim uma mera repetição.
Contudo, cabe destacar que Babilônia chegara à posição de grandeza que possuía, não pelo mero gênio de Nabucodonosor, mas pela providência de Deus, porque o sonho é muito claro em revelar que a grande árvore frondosa e frutífera que era Babilônia para muitos, representada na pessoa de seu rei, chegara a isto pela permissão de Deus, e pela ação do mesmo Deus lhe seria removida tal glória por sete anos.
Nabucodonosor não se humilhou perante o Senhor quando Daniel lhe deu a interpretação do sonho, e chegou a se exaltar grandemente atribuindo à sua própria capacidade e força, a edificação de Babilônia. Passaram doze meses desde a revelação da profecia até o seu cumprimento, porque quando o rei  manifestou externamente a soberba que estava abrigada em seu coração, lhe sobreveio na mesma hora o juízo que o Senhor havia determinado sobre ele, vindo a viver como vivem os animais do campo, por sete anos.
Dificilmente, um governante em tais condições reassumiria o seu trono. Todavia, para revelar de modo definitivo que é Ele que conduz os governantes ao poder, o Senhor lhe restaurou no poder, conforme havia revelado no sonho, que o faria depois de passados os sete anos da sua humilhação.



“1 O rei Nabucodonosor a todos os povos, nações e homens de todas as línguas, que habitam em toda a terra: Paz vos seja multiplicada!
2 Pareceu-me bem fazer conhecidos os sinais e maravilhas que Deus, o Altíssimo, tem feito para comigo.
3 Quão grandes são os seus sinais, e quão poderosas, as suas maravilhas! O seu reino é reino sempiterno, e o seu domínio, de geração em geração.
4 Eu, Nabucodonosor, estava tranquilo em minha casa e feliz no meu palácio.
5 Tive um sonho, que me espantou; e, quando estava no meu leito, os pensamentos e as visões da minha cabeça me turbaram.
6 Por isso, expedi um decreto, pelo qual fossem introduzidos à minha presença todos os sábios da Babilônia, para que me fizessem saber a interpretação do sonho.
7 Então, entraram os magos, os encantadores, os caldeus e os feiticeiros, e lhes contei o sonho; mas não me fizeram saber a sua interpretação.
8 Por fim, se me apresentou Daniel, cujo nome é Beltessazar, segundo o nome do meu deus, e no qual há o espírito dos deuses santos; e eu lhe contei o sonho, dizendo:
9 Beltessazar, chefe dos magos, eu sei que há em ti o espírito dos deuses santos, e nenhum mistério te é difícil; eis as visões do sonho que eu tive; dize-me a sua interpretação.
10 Eram assim as visões da minha cabeça quando eu estava no meu leito: eu estava olhando e vi uma árvore no meio da terra, cuja altura era grande;
11 crescia a árvore e se tornava forte, de maneira que a sua altura chegava até ao céu; e era vista até aos confins da terra.
12 A sua folhagem era formosa, e o seu fruto, abundante, e havia nela sustento para todos; debaixo dela os animais do campo achavam sombra, e as aves do céu faziam morada nos seus ramos, e todos os seres viventes se mantinham dela.
13 No meu sonho, quando eu estava no meu leito, vi um vigilante, um santo, que descia do céu,
14 clamando fortemente e dizendo: Derribai a árvore, cortai-lhe os ramos, derriçai-lhe as folhas, espalhai o seu fruto; afugentem-se os animais de debaixo dela e as aves, dos seus ramos.
15 Mas a cepa, com as raízes, deixai na terra, atada com cadeias de ferro e de bronze, na erva do campo. Seja ela molhada do orvalho do céu, e a sua porção seja, com os animais, a erva da terra.
16 Mude-se-lhe o coração, para que não seja mais coração de homem, e lhe seja dado coração de animal; e passem sobre ela sete tempos.
17 Esta sentença é por decreto dos vigilantes, e esta ordem, por mandado dos santos; a fim de que conheçam os viventes que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens; e o dá a quem quer e até ao mais humilde dos homens constitui sobre eles.
18 Isto vi eu, rei Nabucodonosor, em sonhos. Tu, pois, ó Beltessazar, dize a interpretação, porquanto todos os sábios do meu reino não me puderam fazer saber a interpretação, mas tu podes; pois há em ti o espírito dos deuses santos.
19 Então, Daniel, cujo nome era Beltessazar, esteve atônito por algum tempo, e os seus pensamentos o turbavam. Então, lhe falou o rei e disse: Beltessazar, não te perturbe o sonho, nem a sua interpretação. Respondeu Beltessazar e disse: Senhor meu, o sonho seja contra os que te têm ódio, e a sua interpretação, para os teus inimigos.
20 A árvore que viste, que cresceu e se tornou forte, cuja altura chegou até ao céu, e que foi vista por toda a terra,
21 cuja folhagem era formosa, e o seu fruto, abundante, e em que para todos havia sustento, debaixo da qual os animais do campo achavam sombra, e em cujos ramos as aves do céu faziam morada,
22 és tu, ó rei, que cresceste e vieste a ser forte; a tua grandeza cresceu e chega até ao céu, e o teu domínio, até à extremidade da terra.
23 Quanto ao que viu o rei, um vigilante, um santo, que descia do céu e que dizia: Cortai a árvore e destruí-a, mas a cepa com as raízes deixai na terra, atada com cadeias de ferro e de bronze, na erva do campo; seja ela molhada do orvalho do céu, e a sua porção seja com os animais do campo, até que passem sobre ela sete tempos,
24 esta é a interpretação, ó rei, e este é o decreto do Altíssimo, que virá contra o rei, meu senhor:
25 serás expulso de entre os homens, e a tua morada será com os animais do campo, e dar-te-ão a comer ervas como aos bois, e serás molhado do orvalho do céu; e passar-se-ão sete tempos por cima de ti, até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer.
26 Quanto ao que foi dito, que se deixasse a cepa da árvore com as suas raízes, o teu reino tornará a ser teu, depois que tiveres conhecido que o céu domina.
27 Portanto, ó rei, aceita o meu conselho e põe termo, pela justiça, em teus pecados e em tuas iniquidades, usando de misericórdia para com os pobres; e talvez se prolongue a tua tranquilidade.
28 Todas estas coisas sobrevieram ao rei Nabucodonosor.
29 Ao cabo de doze meses, passeando sobre o palácio real da cidade de Babilônia,
30 falou o rei e disse: Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder e para glória da minha majestade?
31 Falava ainda o rei quando desceu uma voz do céu: A ti se diz, ó rei Nabucodonosor: Já passou de ti o reino.
32 Serás expulso de entre os homens, e a tua morada será com os animais do campo; e far-te-ão comer ervas como os bois, e passar-se-ão sete tempos por cima de ti, até que aprendas que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer.
33 No mesmo instante, se cumpriu a palavra sobre Nabucodonosor; e foi expulso de entre os homens e passou a comer erva como os bois, o seu corpo foi molhado do orvalho do céu, até que lhe cresceram os cabelos como as penas da águia, e as suas unhas, como as das aves.
34 Mas ao fim daqueles dias, eu, Nabucodonosor, levantei os olhos ao céu, tornou-me a vir o entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei, e glorifiquei ao que vive para sempre, cujo domínio é sempiterno, e cujo reino é de geração em geração.
35 Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?
36 Tão logo me tornou a vir o entendimento, também, para a dignidade do meu reino, tornou-me a vir a minha majestade e o meu resplendor; buscaram-me os meus conselheiros e os meus grandes; fui restabelecido no meu reino, e a mim se me ajuntou extraordinária grandeza.
37 Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, exalço e glorifico ao Rei do céu, porque todas as suas obras são verdadeiras, e os seus caminhos, justos, e pode humilhar aos que andam na soberba.”




Daniel 5

Mais de duzentos anos antes de Ciro conquistar Babilônia nos dias do rei Belsazar, Deus havia falado através do profeta Isaías (Is 44.28; 45.1) que ele (Ciro), libertaria os judeus do cativeiro em Babilônia, e faria com que retornassem à sua terra na Palestina, para reconstruírem o templo, obra esta que Ciro assumiu, pelo exame das profecias dirigidas a ele, como sendo algo da própria esfera da sua responsabilidade, conforme a determinação que havia recebido de Deus.  
Em 605 a.C. foi levado o primeiro grupo de judeus para o cativeiro em Babilônia.
Cumpridos os setenta anos previstos para o cativeiro (Jer 29.10), prazo este, que havia sido estabelecido por Deus em Sua soberania, cerca de 537 a.C., Babilônia caiu sob o poder do rei Ciro da Pérsia, que decretou neste mesmo ano o retorno dos judeus à Palestina.
Nabucodonosor efetuou a primeira leva de cativos no primeiro ano do seu reinado, que correspondeu ao quarto do rei Jeoaquim de Judá, e tendo reinado por 45 anos foi sucedido no trono por seu filho Evil-Merodaque, o qual reinou por 23 anos.
Babilônia caiu sob o poder da Pérsia no terceiro ano de Belsazar, neto de Nabucodonosor, somando assim os setenta anos de cativeiro, que haviam sido profetizados por Jeremias.
Este Belsazar é chamado neste capítulo de Daniel, como sendo filho de Nabucodonosor, no entanto, era um modo comum dos antigos se referirem aos descendentes de uma determinada pessoa, porque como vimos, ele era na verdade, neto, e não filho de Nabucodonosor.
Assim, o Daniel dos capítulos anteriores era jovem, porque neles são narradas suas participações nos primeiros anos do reinado de Nabucodonosor. Todavia, neste capitulo ele já era muito avançado em anos, porque já havia passado cerca de setenta anos desde que fora levado em cativeiro para Babilônia.
Era chegada a hora da libertação do povo judeu do cativeiro, e também a hora de se dar a Babilônia o pago por todas as suas más obras, que culminaram com este ato extremo de sacrilégio praticado, pelo rei Belsazar, do qual não tinham sequer ousado  em pensar perpetrar, os seus antecessores no trono, Evil-Merodaque e Nabucodonosor.
O motivo da queda do reino de Babilônia naquela mesma noite do banquete profano, foram os muitos pecados de Babilônia, mas aquela foi a gota de água que precipitou a sua completa ruína, porquanto Daniel afirmou na face de Belsazar o seguinte:
“E te levantaste contra o Senhor do céu, pois foram trazidos os utensílios da casa dele perante ti, e tu, e os teus grandes, e as tuas mulheres, e as tuas concubinas bebestes vinho neles; além disso, deste louvores aos deuses de prata, de ouro, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra, que não veem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida e todos os teus caminhos, a ele não glorificaste.” (v. 23)
Aqueles utensílios sagrados do templo de Jerusalém, que haviam sido trazidos para Babilônia, estavam devidamente guardados reverentemente até então num santuário em honra ao Deus de Israel, mas para demonstrar desprezo pelo Deus dos judeus, Belsazar ordenou que aqueles utensílios fossem trazidos para serem usados no banquete que havia dado aos grandes do reino.
Para que todos os grandes de Babilônia que se encontravam naquele banquete, soubessem que a ruína que viria ainda naquela noite sobre eles, da parte de uma coligação entre medos e persas, tendo à frente os reis Dario e Ciro, não fora uma obra do acaso, mas um juízo de Deus determinado sobre Babilônia, este foi prenunciado com uma escritura na parede do palácio, que fora vista por todos que ali se encontravam, sendo feita por dedos da mão de um homem.  Nada mais se viu além da mão e a escritura que ela produzia na parede.
O rei ficou aterrorizado e prometeu que a qualquer que interpretasse a escritura seria  vestido de púrpura, traria uma cadeia de ouro ao pescoço e seria o terceiro no seu reino.
Como nenhum dos magos e sábios de Babilônia foram capazes de interpretá-la, a rainha mãe lembrou a Belsazar que havia em Babilônia alguém que seria capaz de fazê-lo, porque havia interpretado no passado os sonhos de seu avô Nabucodonosor.
Daniel ao receber do rei a oferta da recompensa prometida, recusou-a, e fez bem ao fazê-lo porque mal sabia Belsazar que morreria ainda naquela mesma noite, e que Babilônia passaria a ser uma província da Média e da Pérsia.
E o fato de Daniel ter dado a interpretação que era contrária ao rei de Babilônia e que favorecia os medos e os persas, deve ter contribuído para que caísse em graça aos olhos dos reis da Média e da Pérsia, conforme ocorreu de fato, vindo a receber de Dario o cargo de sátrapa, sendo um, dos três presidentes dos 127 sátrapas do reino, como veremos no capítulo seguinte.
Quanto à escritura MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM, são palavras relativas a verbos hebraicos, sendo que MENE significa numerar, calcular, contar. Havia apenas um verbo escrito na parede que encerrava um sentido profético que somente poderia ser entendido por revelação divina, e esta foi dada a Daniel, que pôde entender em espírito que aquele numerado, calculado ou contado, significava que Deus havia fixado os números de dias do reinado de Babilônia, e que este tempo já havia sido completado, de modo que já não seria mais um reino sobre a terra.
TEQUEL, outra palavra hebraica que significa ser pesado. Deus havia colocado o reino de Babilônia em sua balança de justiça, e esta foi achada em falta de justiça suficiente que pudesse livrá-la do Seu juízo.
 PERES, termo hebraico que significa dividido, separado. Na parede foi escrito pharsim que é o plural de Peres, ou seja, separados, divididos. Daniel interpretou a palavra no singular, fazendo com que o seu peso recaísse sobre Belsazar que era a pessoa principal a ser submetida àquele juízo, porque o precipitara, dando-lhe causa, com seu ato profano, de grande desonra e desrespeito ao Deus de Israel. Daniel interpretou profeticamente que aquele divisão significava que o reino seria tirado de Belsazar, e dado aos medos e aos persas.
Assim, o reino seria separado, porque seria dividido entre os reinos da Média e da Pérsia.



“1 O rei Belsazar deu um grande banquete a mil dos seus grandes e bebeu vinho na presença dos mil.
2 Enquanto Belsazar bebia e apreciava o vinho, mandou trazer os utensílios de ouro e de prata que Nabucodonosor, seu pai, tirara do templo, que estava em Jerusalém, para que neles bebessem o rei e os seus grandes, as suas mulheres e concubinas.
3 Então, trouxeram os utensílios de ouro, que foram tirados do templo da Casa de Deus que estava em Jerusalém, e beberam neles o rei, os seus grandes e as suas mulheres e concubinas.
4 Beberam o vinho e deram louvores aos deuses de ouro, de prata, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra.
5 No mesmo instante, apareceram uns dedos de mão de homem e escreviam, defronte do candeeiro, na caiadura da parede do palácio real; e o rei via os dedos que estavam escrevendo.
6 Então, se mudou o semblante do rei, e os seus pensamentos o turbaram; as juntas dos seus lombos se relaxaram, e os seus joelhos batiam um no outro.
7 O rei ordenou, em voz alta, que se introduzissem os encantadores, os caldeus e os feiticeiros; falou o rei e disse aos sábios da Babilônia: Qualquer que ler esta escritura e me declarar a sua interpretação será vestido de púrpura, trará uma cadeia de ouro ao pescoço e será o terceiro no meu reino.
8 Então, entraram todos os sábios do rei; mas não puderam ler a escritura, nem fazer saber ao rei a sua interpretação.
9 Com isto, se perturbou muito o rei Belsazar, e mudou-se-lhe o semblante; e os seus grandes estavam sobressaltados.
10 A rainha-mãe, por causa do que havia acontecido ao rei e aos seus grandes, entrou na casa do banquete e disse: Ó rei, vive eternamente! Não te turbem os teus pensamentos, nem se mude o teu semblante.
11 Há no teu reino um homem que tem o espírito dos deuses santos; nos dias de teu pai, se achou nele luz, e inteligência, e sabedoria como a sabedoria dos deuses; teu pai, o rei Nabucodonosor, sim, teu pai, ó rei, o constituiu chefe dos magos, dos encantadores, dos caldeus e dos feiticeiros,
12 porquanto espírito excelente, conhecimento e inteligência, interpretação de sonhos, declaração de enigmas e solução de casos difíceis se acharam neste Daniel, a quem o rei pusera o nome de Beltessazar; chame-se, pois, a Daniel, e ele dará a interpretação.
13 Então, Daniel foi introduzido à presença do rei. Falou o rei e disse a Daniel: És tu aquele Daniel, dos cativos de Judá, que o rei, meu pai, trouxe de Judá?
14 Tenho ouvido dizer a teu respeito que o espírito dos deuses está em ti, e que em ti se acham luz, inteligência e excelente sabedoria.
15 Acabam de ser introduzidos à minha presença os sábios e os encantadores, para lerem esta escritura e me fazerem saber a sua interpretação; mas não puderam dar a interpretação destas palavras.
16 Eu, porém, tenho ouvido dizer de ti que podes dar interpretações e solucionar casos difíceis; agora, se puderes ler esta escritura e fazer-me saber a sua interpretação, serás vestido de púrpura, terás cadeia de ouro ao pescoço e serás o terceiro no meu reino.
17 Então, respondeu Daniel e disse na presença do rei: Os teus presentes fiquem contigo, e dá os teus prêmios a outrem; todavia, lerei ao rei a escritura e lhe farei saber a interpretação.
18 Ó rei! Deus, o Altíssimo, deu a Nabucodonosor, teu pai, o reino e grandeza, glória e majestade.
19 Por causa da grandeza que lhe deu, povos, nações e homens de todas as línguas tremiam e temiam diante dele; matava a quem queria e a quem queria deixava com vida; a quem queria exaltava e a quem queria abatia.
20 Quando, porém, o seu coração se elevou, e o seu espírito se tornou soberbo e arrogante, foi derribado do seu trono real, e passou dele a sua glória.
21 Foi expulso dentre os filhos dos homens, o seu coração foi feito semelhante ao dos animais, e a sua morada foi com os jumentos monteses; deram-lhe a comer erva como aos bois, e do orvalho do céu foi molhado o seu corpo, até que conheceu que Deus, o Altíssimo, tem domínio sobre o reino dos homens e a quem quer constitui sobre ele.
22 Tu, Belsazar, que és seu filho, não humilhaste o teu coração, ainda que sabias tudo isto.
23 E te levantaste contra o Senhor do céu, pois foram trazidos os utensílios da casa dele perante ti, e tu, e os teus grandes, e as tuas mulheres, e as tuas concubinas bebestes vinho neles; além disso, deste louvores aos deuses de prata, de ouro, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra, que não veem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida e todos os teus caminhos, a ele não glorificaste.
24 Então, da parte dele foi enviada aquela mão que traçou esta escritura.
25 Esta, pois, é a escritura que se traçou: MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM.
26 Esta é a interpretação daquilo: MENE: Contou Deus o teu reino e deu cabo dele.
27 TEQUEL: Pesado foste na balança e achado em falta.
28 PERES: Dividido foi o teu reino e dado aos medos e aos persas.
29 Então, mandou Belsazar que vestissem Daniel de púrpura, e lhe pusessem cadeia de ouro ao pescoço, e proclamassem que passaria a ser o terceiro no governo do seu reino.
30 Naquela mesma noite, foi morto Belsazar, rei dos caldeus.
31 E Dario, o medo, com cerca de sessenta e dois anos, se apoderou do reino.”




Daniel 6

Nós costumamos nos concentrar muito no livramento que Deus dera a Daniel de ser devorado pelos leões famintos na cova em que fora colocado juntamente com eles, que esquecemos que o grande livramento fora de fato dos lobos e raposas do reino de Dario, que por inveja e ciúme de Daniel, usaram de um estratagema, ou cilada, para matá-lo, a pretexto de não ser leal ao rei da Média e aos seus deuses.
É mais fácil sermos livrados de leões do que destes lobos e raposas que intentam contra as almas dos justos, sempre usando de dissimulações, onde aparentem serem justos e interessados nos negócios do reino e da religião, ocultando a hipocrisia de seus corações, enquanto elaboram projetos para destruírem os santos.
Os leões atacam diretamente usando a sua força, num ataque frontal, mas lobos e raposas montam ciladas para apanharem suas presas, e especialmente estas últimas, não caem facilmente em armadilhas, como os leões.
É preciso portanto, acautelar-se de tais lobos e raposas, e por isso temos da parte de nosso Senhor, instruções neste sentido.
Daniel confiou no Senhor, e Ele reverteu a cilada do diabo para o aumento da Sua própria glória.
O mesmo se dá quando o cristão permanece fiel no seu testemunho, quando é perseguido e atacado injustamente pelos instrumentos do diabo.
A história tem sempre se repetido, porque no final, o diabo será envergonhado e o nome de Deus engrandecido.
O grande alvo do diabo não era simplesmente o de tirar a vida de Daniel, mas levar o rei Dario à conclusão errônea que o Deus de Israel não é poderoso para livrar os Seus melhores servos, porque Dario havia observado que havia em Daniel um espírito excelente.
Por uma profecia de Isaías Deus havia encarregado o rei Ciro de trazer de volta os judeus para a sua própria terra na Palestina, bem como para se encarregar dos meios necessários para que fosse erigido o Seu templo em Jerusalém, pelo reconhecimento da honra que lhe dera de vencer os babilônios.
E Ciro se entregou de fato a tal projeto.
A escritura da parede na sala do banquete de Belsazar na noite que ele caiu no poder da Média e da Pérsia, e o livramento de Daniel da cova dos leões, pelo poder do Deus dos judeus, somente serviriam para aumentar a convicção em Dario e em Ciro, que a profecia de Isaías havia tido cumprimento pela intervenção do Deus dos judeus, e a queda de Babilônia, não fora portanto, mera obra do acaso.
Israel era um povo vassalo, ao mesmo tempo que era um povo temido pelos reis conquistadores, por causa dos atos poderosos que o Deus deles vinha operando em favor do Seu povo. Eles temiam portanto, caírem no desagrado do Deus dos judeus, para não serem arruinados como os reinos que haviam sido derrubados por Ele, anteriormente.
Tudo coopera para o bem dos que amam a Deus, porque não somente Daniel foi livrado da boca dos leões, como também o rei Dario e outros grandes da Média, e mesmo da Pérsia, através daquele incidente, tiveram a oportunidade de aprenderem que quando o Deus de Israel é honrado, à custa da desonra de outros deuses, ou até mesmo de reis, que exijam adoração, como se deuses fossem, por fim, estes haverão de ser humilhados, e o Deus de Israel sempre será honrado.
Não vale a pena portanto, colocar a confiança em falsos deuses ou nos homens, por conta de se desonrar ao Senhor, coisa que Daniel não se permitiu, fazer, contrariando o decreto real, que não permitia que se fizesse petição a qualquer deus por trinta dias, senão somente ao rei, não por motivo de rebelião, mas para permanecer fiel ao Senhor, e para manter as suas devoções diárias, que ele jamais  havia interrompido em toda a sua longa vida, por qualquer motivo que fosse.
A honra que Ele deu ao Senhor, foi-lhe dada por devolvida por Ele, em muitos sentidos, mantendo-o em honra diante dos reinos conquistadores, como também, fazendo menção nas Escrituras, como um dos três grandes justos que subsistem perante Ele, citando-o ao lado de Nóe e de Jó em Ez 14.14,20:
“ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles pela sua justiça, livrariam apenas a sua própria vida, diz o Senhor Deus.” (Ez 14.14)
“ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor Deus, eles não livrariam nem filho nem filha, tão somente livrariam as suas próprias vidas pela sua justiça.” (Ez 14.20)





“1 Pareceu bem a Dario constituir sobre o reino a cento e vinte sátrapas, que estivessem por todo o reino;
2 e sobre eles, três presidentes, dos quais Daniel era um, aos quais estes sátrapas dessem conta, para que o rei não sofresse dano.
3 Então, o mesmo Daniel se distinguiu destes presidentes e sátrapas, porque nele havia um espírito excelente; e o rei pensava em estabelecê-lo sobre todo o reino.
4 Então, os presidentes e os sátrapas procuravam ocasião para acusar a Daniel a respeito do reino; mas não puderam achá-la, nem culpa alguma; porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum erro nem culpa.
5 Disseram, pois, estes homens: Nunca acharemos ocasião alguma para acusar a este Daniel, se não a procurarmos contra ele na lei do seu Deus.
6 Então, estes presidentes e sátrapas foram juntos ao rei e lhe disseram: Ó rei Dario, vive eternamente!
7 Todos os presidentes do reino, os prefeitos e sátrapas, conselheiros e governadores concordaram em que o rei estabeleça um decreto e faça firme o interdito que todo homem que, por espaço de trinta dias, fizer petição a qualquer deus ou a qualquer homem e não a ti, ó rei, seja lançado na cova dos leões.
8 Agora, pois, ó rei, sanciona o interdito e assina a escritura, para que não seja mudada, segundo a lei dos medos e dos persas, que se não pode revogar.
9 Por esta causa, o rei Dario assinou a escritura e o interdito.
10 Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa e, em cima, no seu quarto, onde havia janelas abertas do lado de Jerusalém, três vezes por dia, se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como costumava fazer.
11 Então, aqueles homens foram juntos, e, tendo achado a Daniel a orar e a suplicar, diante do seu Deus,
12 se apresentaram ao rei, e, a respeito do interdito real, lhe disseram: Não assinaste um interdito que, por espaço de trinta dias, todo homem que fizesse petição a qualquer deus ou a qualquer homem e não a ti, ó rei, fosse lançado na cova dos leões? Respondeu o rei e disse: Esta palavra é certa, segundo a lei dos medos e dos persas, que se não pode revogar.
13 Então, responderam e disseram ao rei: Esse Daniel, que é dos exilados de Judá, não faz caso de ti, ó rei, nem do interdito que assinaste; antes, três vezes por dia, faz a sua oração.
14 Tendo o rei ouvido estas coisas, ficou muito penalizado e determinou consigo mesmo livrar a Daniel; e, até ao pôr-do-sol, se empenhou por salvá-lo.
15 Então, aqueles homens foram juntos ao rei e lhe disseram: Sabe, ó rei, que é lei dos medos e dos persas que nenhum interdito ou decreto que o rei sancione se pode mudar.
16 Então, o rei ordenou que trouxessem a Daniel e o lançassem na cova dos leões. Disse o rei a Daniel: O teu Deus, a quem tu continuamente serves, que ele te livre.
17 Foi trazida uma pedra e posta sobre a boca da cova; selou-a o rei com o seu próprio anel e com o dos seus grandes, para que nada se mudasse a respeito de Daniel.
18 Então, o rei se dirigiu para o seu palácio, passou a noite em jejum e não deixou trazer à sua presença instrumentos de música; e fugiu dele o sono.
19 Pela manhã, ao romper do dia, levantou-se o rei e foi com pressa à cova dos leões.
20 Chegando-se ele à cova, chamou por Daniel com voz triste; disse o rei a Daniel: Daniel, servo do Deus vivo! Dar-se-ia o caso que o teu Deus, a quem tu continuamente serves, tenha podido livrar-te dos leões?
21 Então, Daniel falou ao rei: Ó rei, vive eternamente!
22 O meu Deus enviou o seu anjo e fechou a boca aos leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dele; também contra ti, ó rei, não cometi delito algum.
23 Então, o rei se alegrou sobremaneira e mandou tirar a Daniel da cova; assim, foi tirado Daniel da cova, e nenhum dano se achou nele, porque crera no seu Deus.
24 Ordenou o rei, e foram trazidos aqueles homens que tinham acusado a Daniel, e foram lançados na cova dos leões, eles, seus filhos e suas mulheres; e ainda não tinham chegado ao fundo da cova, e já os leões se apoderaram deles, e lhes esmigalharam todos os ossos.
25 Então, o rei Dario escreveu aos povos, nações e homens de todas as línguas que habitam em toda a terra: Paz vos seja multiplicada!
26 Faço um decreto pelo qual, em todo o domínio do meu reino, os homens tremam e temam perante o Deus de Daniel, porque ele é o Deus vivo e que permanece para sempre; o seu reino não será destruído, e o seu domínio não terá fim.
27 Ele livra, e salva, e faz sinais e maravilhas no céu e na terra; foi ele quem livrou a Daniel do poder dos leões.


28 Daniel, pois, prosperou no reinado de Dario e no reinado de Ciro, o persa.”




Daniel 7

Neste capítulo, Daniel registrou o sonho e a correspondente revelação que ele tivera, no primeiro ano do reinado de Belsazar de Babilônia, ou seja, cerca de dois anos antes desta ter caído no poder do medos e dos persas.
Então lhes são dadas agora, a partir deste momento, depois de passados muitos anos, visões proféticas, que serão narradas até o final do seu livro, que se referem às coisas que se sucederiam na história da humanidade até o tempo do fim, sendo que seria feito, como veremos, um hiato na história da Igreja, ou seja da dispensação da graça, que é contada desde a morte e ressurreição de Jesus até a Sua segunda vinda, porque, como já dissemos antes, o propósito da escrita de Daniel, tem em vista  principalmente narrar como se dará a glorificação futura do povo judeu, ou seja dos descendentes de Abraão, Isaque e Jacó, conforme as boas promessas que o Senhor lhes fizera.
É importante observar que o livro de Apocalipse segue de certo modo este mesmo arranjo, porque a Igreja é referida no mesmo sucintamente, apenas nos três primeiros capítulos, porque a partir do quarto capítulo são descritos os eventos relativos ao período da Grande Tribulação sob o Anticristo, os quais precipitarão a volta do Senhor, para a inauguração do Seu reino milenar.
É importante saber que muitas das profecias que se referem ao tempo do fim, tiveram antitipos que lhes antecederam em proporções menores dos eventos aos quais elas se referem.
Por exemplo a abominação desoladora em Daniel é uma referência ao Anticristo no tempo do fim, mas teve um antitipo nas ações de Antíoco Epifânio no período dos macabeus.
De igual modo, as perseguições empreendidas contra os santos no livro de Apocalipse, que se referem às assolações do Anticristo, tiveram um antitipo especialmente nas perseguições empreendidas pelos romanos nos primeiros três séculos da história da Igreja.
Todavia, estas profecias têm o propósito de desvendar os eventos finais que precipitarão a volta de Jesus, porque sabemos que esta se dará no tempo do Anticristo, e não ocorreu nem nos dias de Antíoco Epifânio, e nem dos romanos.
Isto está suficientemente claro, e seria portanto, perda de tempo nos concentrarmos nos detalhes das ações empreendidas por Antíoco Epifânio, e pelo romanos, contra os santos, para tentar explicar o teor destas profecias de Daniel e do livro de Apocalipse; porque estas revelações foram consoladoras para os judeus e os cristãos que viveram nos dias do cumprimento das mesmas, no que se referia a Antíoco e aos romanos, mas agora, servirão para confortar aqueles que estiverem vivendo nos dias do Anticristo, e para nos dar instrução acerca das coisas que haverão de suceder, para que vivamos em permanente vigilância e santidade, de modo a sermos achados dignos na presença do Senhor.
Daniel viu quatro bestas surgindo do mar, e ele especifica qual foi o mar em sua profecia, a saber o Mar Grande, que era o nome antigo dado ao mar Mediterrâneo, costeiro à terra de Israel.
João viu também bestas subindo do mar no livro de Apocalipse.
Isto nos leva a concluir que não se trata de eventos paralelos, mas de um mesmo evento visto com alguns detalhes adicionais numa ou noutra profecia.
Como já dissemos antes, a vocação de Israel não é a de ser uma província na terra, mas um reino, conforme o propósito predeterminado de Deus.
Nos dias de Daniel, tanto quanto nos dias de João, Israel era uma província, respectivamente, dos persas e dos romanos. Mas a vocação de Israel, como já dissemos, não é a de província, mas de nação santa e reino de sacerdotes, e Deus começou a revelar a Daniel neste capítulo quais eventos ocorreriam quando estivesse próximo o momento do cumprimento de tal promessa.  
As revelações de Apocalipse ajudam a compreender muito do que está revelado em Daniel. Por exemplo, sabemos por Apocalipse que o pequeno chifre insolente que fala blasfêmias (v. 8, 20, 25) é o próprio Anticristo (Apo 13.5).
Sabemos que na Bíblia, chifre representa poder. Aqui no caso, trata-se de um poder governamental. É poder de um chifre pequeno, porque sua grandeza, não reflete a dos reinos que lhe antecederam, no entanto, é insolente, porque recebe a Sua autoridade diretamente de Satanás, como vemos em Apocalipse 13, e lhe é dado produzir grandes assolações na terra, apesar de não ter a grandeza dos reinos que lhe antecederam, e dos quais ele saiu, como um resultado, ou somatório de tudo que havia de pior nestes reinos em relação a traições, conspirações, enganos e tudo o mais que pertence ao reino do diabo.
Veja o que o apóstolo Paulo nos fala sobre este reino do Anticristo:
“3 Ninguém de modo algum vos engane; porque isto não sucederá sem que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição,
4 aquele que se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, de sorte que se assenta no santuário de Deus, apresentando-se como Deus.
5 Não vos lembrais de que eu vos dizia estas coisas quando ainda estava convosco?
6 E agora vós sabeis o que o detém para que a seu próprio tempo seja revelado.
7 Pois o mistério da iniquidade já opera; somente há um que agora o detém até que seja posto fora;
8 e então será revelado esse iníquo, a quem o Senhor Jesus matará como o sopro de sua boca e destruirá com a manifestação da sua vinda;
9 a esse iníquo cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás com todo o poder e sinais e prodígios de mentira,
10 e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para serem salvos.” (II Tes 2.3-10)
A grandeza e glória dos primeiros reinos, que também foram bestas saídas do mar da humanidade, conforme revelado a Daniel, tinha portanto, o propósito de demonstrar que não se espere que o último reino que se levantará na terra com o propósito de dominar todas as nações (do Anticristo) terá a glória dos reinos que foram antes dele e que são citados no início desta profecia de Daniel, como a própria Babilônia (leão com asas de águia, forma pela qual costumava ser representada pelos seus reis – v.4); Média e Pérsia (urso – que eram reinos tão fortes que mantinham as nações dominadas em seus próprios territórios – v. 5); Grécia (leopardo com quatro asas de ave, com quatro cabeças – rapidez com que se levantou o reino de Alexandre, o Grande, o macedônio, e como o seu reino foi repartido  pelos seus quatro generais – v. 6); e Roma (besta terrível com grandes dentes de ferro e que tinha dez chifres – v.7).
Será dos poderes (chifres) que regerão o mundo depois do Império Romano, e depois da queda de três grandes poderes notáveis, que se levantará o chifre insolente que é o Anticristo.
Podemos identificar estes três poderes que se levantaram depois do Império Romano, com propósitos imperialistas, e que caíram, com Carlos Magno, Napoleão Bonaparte e Adolf Hitler.
No entanto, isto é apenas uma mera cogitação, porque até onde sabemos, nenhum outro poder se levantou na terra com ações imperialistas que visassem à dominação das nações da terra pelo emprego da força das armas. E será este o mesmo método usado pelo Anticristo.
Alguns acham que isto seja improvável, mas devemos levar em conta, que as condições políticas do mundo terão mudado, em razão de várias circunstâncias que ainda ocorrerão, e conforme estão profetizadas, especialmente pelo próprio Senhor Jesus Cristo nos capítulos 24 e 25 de Mateus, onde se afirma expressamente que antes e próximo da manifestação do Anticristo haverá fomes, pestes, terremotos, maremotos, guerras e rumores de guerras e até mesmo os poderes dos céus serão abalados, e também deve ser considerado que haverá um grande caos no mundo por causa do arrebatamento da Igreja, de modo que o mundo que o Anticristo regerá será um mundo devastado por assolações, e daí se dizer dele que é um pequeno chifre, porque não poderá, ter pelas circunstâncias que lhes serão impostas, a possibilidade de estabelecer um reino glorioso, como os citados, que lhe haviam antecedido. Circunstâncias estas que apesar de lhe serem desfavoráveis para estabelecer um reino de glória, no entanto, ser-lhe-ão propícias para subir ao poder.  
O seu propósito será o de se tornar glorioso como eles haviam sido, mas será impedido de fazê-lo pelo retorno do Senhor em poder e grande glória, para subjugá-lo.
Se o desprezo ao Senhor trouxe ruína a todos estes grandes reinos gloriosos citados, quanto mais não manifestaria Ele os Seus juízos sobre o insolente Anticristo que ousará afrontá-lO diretamente com suas palavras de insolência dirigidas contra Ele e contra os santos?
Daniel desejou ser melhor instruído quanto a esta quarta besta, especialmente quanto ao pequeno chifre que faria grandes assolações, porque lhe seria dado ferir até mesmo os santos do altíssimo nas grandes assolações que ele produziria pela permissão de Deus, mas ao mesmo tempo havia uma visão consoladora para os santos, porque o pequeno chifre está relacionado ao tempo em que o Senhor Jesus assumirá o governo de todas as coisas, estabelecendo o Seu reino eterno.
Ele é identificado na profecia de Daniel por “Ancião de Dias” (v. 9).
A visão que João teve de Jesus no início de Apocalipse é a mesma que Daniel tivera (v. 9).
É dito o seguinte do reino de Jesus, depois que entrar na posse do mesmo em Sua volta:
“Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído.” (v. 14)
Como já falamos antes, o propósito da revelação dos quatro reinos em formas de bestas, foi o de consolar os santos, por saberem que apesar de tudo o que tiverem que sofrer neste mundo debaixo destes reinos passageiros, será a eles que será dado o domínio eterno sobre a terra, como se lê no verso 18:
“Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão para todo o sempre, de eternidade em eternidade.”
Foi dado a Daniel ver que o pequeno chifre insolente faria guerra contra os santos (judeus e cristãos que permanecerem na terra depois do arrebatamento da Igreja no período da Grande Tribulação) e prevaleceria contra eles, não propriamente contra os seus espíritos, mas contra a sua integridade física (v. 21).
Todavia, ele fará isto no tempo determinado por Deus de três anos e meio que é designado na profecia de Daniel e em Apocalipse como sendo um tempo, dois tempos e metade de um tempo (v. 25).
Ao fim deste tempo o Ancião de Dias (Jesus) fará justiça aos santos, e lhes dará o reino (v. 22).
A destruição do Anticristo está registrada na profecia de Daniel no verso 26, e a isto corresponderá o que é dito no verso 27:
“O reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão.”




“1 No primeiro ano de Belsazar, rei da Babilônia, teve Daniel um sonho e visões ante seus olhos, quando estava no seu leito; escreveu logo o sonho e relatou a suma de todas as coisas.
2 Falou Daniel e disse: Eu estava olhando, durante a minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o mar Grande.
3 Quatro animais, grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar.
4 O primeiro era como leão e tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, foi levantado da terra e posto em dois pés, como homem; e lhe foi dada mente de homem.
5 Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou sobre um dos seus lados; na boca, entre os dentes, trazia três costelas; e lhe diziam: Levanta-te, devora muita carne.
6 Depois disto, continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha nas costas quatro asas de ave; tinha também este animal quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio.
7 Depois disto, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível, espantoso e sobremodo forte, o qual tinha grandes dentes de ferro; ele devorava, e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez chifres.
8 Estando eu a observar os chifres, eis que entre eles subiu outro pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava com insolência.
9 Continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de Dias se assentou; sua veste era branca como a neve, e os cabelos da cabeça, como a pura lã; o seu trono eram chamas de fogo, e suas rodas eram fogo ardente.
10  Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e miríades de miríades estavam diante dele; assentou-se o tribunal, e se abriram os livros.
11 Então, estive olhando, por causa da voz das insolentes palavras que o chifre proferia; estive olhando e vi que o animal foi morto, e o seu corpo desfeito e entregue para ser queimado.
12 Quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio; todavia, foi-lhes dada prolongação de vida por um prazo e um tempo.
13 Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele.
14 Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído.
15 Quanto a mim, Daniel, o meu espírito foi alarmado dentro de mim, e as visões da minha cabeça me perturbaram.
16 Cheguei-me a um dos que estavam perto e lhe pedi a verdade acerca de tudo isto. Assim, ele me disse e me fez saber a interpretação das coisas:
17 Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis que se levantarão da terra.
18 Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão para todo o sempre, de eternidade em eternidade.
19 Então, tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos os outros, muito terrível, cujos dentes eram de ferro, cujas unhas eram de bronze, que devorava, fazia em pedaços e pisava aos pés o que sobejava;
20 e também a respeito dos dez chifres que tinha na cabeça e do outro que subiu, diante do qual caíram três, daquele chifre que tinha olhos e uma boca que falava com insolência e parecia mais robusto do que os seus companheiros.
21 Eu olhava e eis que este chifre fazia guerra contra os santos e prevalecia contra eles,
22 até que veio o Ancião de Dias e fez justiça aos santos do Altíssimo; e veio o tempo em que os santos possuíram o reino.
23 Então, ele disse: O quarto animal será um quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços.
24 Os dez chifres correspondem a dez reis que se levantarão daquele mesmo reino; e, depois deles, se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis.
25 Proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo e cuidará em mudar os tempos e a lei; e os santos lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e metade de um tempo.
26 Mas, depois, se assentará o tribunal para lhe tirar o domínio, para o destruir e o consumir até ao fim.
27 O reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão.


28 Aqui, terminou o assunto. Quanto a mim, Daniel, os meus pensamentos muito me perturbaram, e o meu rosto se empalideceu; mas guardei estas coisas no coração.”



Daniel 8

As visões do capítulo anterior haviam sido dadas por Deus a Daniel no primeiro ano do reinado de Belsazar de Babilônia, e as deste capitulo oitavo, no seu terceiro ano, ou seja, no último ano do seu reinado, porque foi neste em que caiu sob o poder da Média e da Pérsia.
Então isto tem o propósito profético de nos revelar que estas visões se referem ao fim do período do reinado de uma potência que está com o seu tempo contado conforme o  conselho predeterminado da vontade de Deus. A saber, trata-se da queda do reino do Anticristo, tal como Belsazar havia caído antes dele, tendo o seu reino passado para outro. Será justamente o que acontecerá porque o Anticristo cairá, especialmente como um falso herói no coração dos judeus, aos quais havia se aliançado e havia enganado por um tempo, para que estes venham a estar debaixo do governo de Cristo.
Veja que esta profecia foi dada a Daniel quando Babilônia estava prestes a cair sob a dominação da Média e da Pérsia, e contudo, neste capítulo o que se revela a Daniel é a queda da Média e da Pérsia, sob Alexandre, o Grande, da Grécia.
Todavia, deste também é dito da repartição do seu reino por quatro dos seus generais, que repartiriam entre si os seus domínios, e que de um deles descenderia alguém que se tornaria mais poderoso que os três demais, a saber Antioco Epifânio, ao qual nos referimos anteriormente, e ao qual foi permitido realizar grandes assolações contra os judeus, inclusive profanar o seu templo colocando uma imagem de uma divindade pagã no seu interior, e ordenando que fossem oferecidos sacrifícios de porcos misturados ao sangue de judeus que ele havia assassinado.
No entanto, estas assolações, como já dissemos antes, e conforme é afirmado expressamente neste mesmo capítulo, foram reveladas para informar aquilo que o Anticristo também fará no tempo do fim.
As assolações de Antíoco Epifânio tiveram o seu tempo de duração fixado por Deus e não poderiam ultrapassar aquele tempo de 2.300 dias, ou seja: 6 anos, 3 meses e 18 dias (v. 14), de igual modo as assolações do Anticristo tiveram o seu tempo determinado por Deus e não poderão ultrapassá-lo, a saber: 3 anos e meio.

NOTA: Nós comentaremos os capítulos 9 a 12 de Daniel, em conjunto e em conexão com as revelações paralelas e adicionais do livro  de Apocalipse, porque nosso propósito não é o de abrir o significado preciso de cada versículo do livro de Daniel, especialmente destes capítulos proféticos, mas entender a visão global escatológica contida tanto neste seu livro quanto nos demais textos escatológicos das Escrituras.



“1 No ano terceiro do reinado do rei Belsazar, eu, Daniel, tive uma visão depois daquela que eu tivera a princípio.
2 Quando a visão me veio, pareceu-me estar eu na cidadela de Susã, que é província de Elão, e vi que estava junto ao rio Ulai.
3 Então, levantei os olhos e vi, e eis que, diante do rio, estava um carneiro, o qual tinha dois chifres, e os dois chifres eram altos, mas um, mais alto do que o outro; e o mais alto subiu por último.
4 Vi que o carneiro dava marradas para o ocidente, e para o norte, e para o sul; e nenhum dos animais lhe podia resistir, nem havia quem pudesse livrar-se do seu poder; ele, porém, fazia segundo a sua vontade e, assim, se engrandecia.
5 Estando eu observando, eis que um bode vinha do ocidente sobre toda a terra, mas sem tocar no chão; este bode tinha um chifre notável entre os olhos;
6 dirigiu-se ao carneiro que tinha os dois chifres, o qual eu tinha visto diante do rio; e correu contra ele com todo o seu furioso poder.
7 Vi-o chegar perto do carneiro, e, enfurecido contra ele, o feriu e lhe quebrou os dois chifres, pois não havia força no carneiro para lhe resistir; e o bode o lançou por terra e o pisou aos pés, e não houve quem pudesse livrar o carneiro do poder dele.
8 O bode se engrandeceu sobremaneira; e, na sua força, quebrou-se-lhe o grande chifre, e em seu lugar saíram quatro chifres notáveis, para os quatro ventos do céu.
9 De um dos chifres saiu um chifre pequeno e se tornou muito forte para o sul, para o oriente e para a terra gloriosa.
10 Cresceu até atingir o exército dos céus; a alguns do exército e das estrelas lançou por terra e os pisou.
11 Sim, engrandeceu-se até ao príncipe do exército; dele tirou o sacrifício diário e o lugar do seu santuário foi deitado abaixo.
12 O exército lhe foi entregue, com o sacrifício diário, por causa das transgressões; e deitou por terra a verdade; e o que fez prosperou.
13 Depois, ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão do sacrifício diário e da transgressão assoladora, visão na qual é entregue o santuário e o exército, a fim de serem pisados?
14 Ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado.
15 Havendo eu, Daniel, tido a visão, procurei entendê-la, e eis que se me apresentou diante uma como aparência de homem.
16 E ouvi uma voz de homem de entre as margens do Ulai, a qual gritou e disse: Gabriel, dá a entender a este a visão.
17 Veio, pois, para perto donde eu estava; ao chegar ele, fiquei amedrontado e prostrei-me com o rosto em terra; mas ele me disse: Entende, filho do homem, pois esta visão se refere ao tempo do fim.
18 Falava ele comigo quando caí sem sentidos, rosto em terra; ele, porém, me tocou e me pôs em pé no lugar onde eu me achava;
19 e disse: Eis que te farei saber o que há de acontecer no último tempo da ira, porque esta visão se refere ao tempo determinado do fim.
20 Aquele carneiro com dois chifres, que viste, são os reis da Média e da Pérsia;
21 mas o bode peludo é o rei da Grécia; o chifre grande entre os olhos é o primeiro rei;
22 o ter sido quebrado, levantando-se quatro em lugar dele, significa que quatro reinos se levantarão deste povo, mas não com força igual à que ele tinha.
23 Mas, no fim do seu reinado, quando os prevaricadores acabarem, levantar-se-á um rei de feroz catadura e especialista em intrigas.
24 Grande é o seu poder, mas não por sua própria força; causará estupendas destruições, prosperará e fará o que lhe aprouver; destruirá os poderosos e o povo santo.
25 Por sua astúcia nos seus empreendimentos, fará prosperar o engano, no seu coração se engrandecerá e destruirá a muitos que vivem despreocupadamente; levantar-se-á contra o Príncipe dos príncipes, mas será quebrado sem esforço de mãos humanas.
26 A visão da tarde e da manhã, que foi dita, é verdadeira; tu, porém, preserva a visão, porque se refere a dias ainda mui distantes.
27 Eu, Daniel, enfraqueci e estive enfermo alguns dias; então, me levantei e tratei dos negócios do rei. Espantava-me com a visão, e não havia quem a entendesse.” (Daniel 8)



Daniel 9

É importante frisar, particularmente, que as visões deste capítulo foram dadas a Daniel no primeiro ano do rei Dario, que correspondia aos 70 anos determinados por Deus para o cativeiro dos judeus em Babilônia.
Então Daniel orou com a expectativa da restauração do reino de Israel, conforme havia sido prometido por Deus nos demais profetas.
Todavia, o Senhor revelou a Daniel, neste capitulo, que haveria ainda um tempo para que isto ocorresse, conforme definido na profecia das 70 semanas, as quais estaremos comentando a partir do final do décimo segundo capitulo.

“1 No primeiro ano de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus,
2 no primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi, pelos livros, que o número de anos, de que falara o SENHOR ao profeta Jeremias, que haviam de durar as assolações de Jerusalém, era de setenta anos.
3 Voltei o rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, pano de saco e cinza.
4 Orei ao SENHOR, meu Deus, confessei e disse: ah! Senhor! Deus grande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos;
5 temos pecado e cometido iniquidades, procedemos perversamente e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos;
6 e não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis, nossos príncipes e nossos pais, como também a todo o povo da terra.
7 A ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós, o corar de vergonha, como hoje se vê; aos homens de Judá, os moradores de Jerusalém, todo o Israel, quer os de perto, quer os de longe, em todas as terras por onde os tens lançado, por causa das suas transgressões que cometeram contra ti.
8 Ó SENHOR, a nós pertence o corar de vergonha, aos nossos reis, aos nossos príncipes e aos nossos pais, porque temos pecado contra ti.
9 Ao Senhor, nosso Deus, pertence a misericórdia e o perdão, pois nos temos rebelado contra ele
10 e não obedecemos à voz do SENHOR, nosso Deus, para andarmos nas suas leis, que nos deu por intermédio de seus servos, os profetas.
11 Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei, desviando-se, para não obedecer à tua voz; por isso, a maldição e as imprecações que estão escritas na Lei de Moisés, servo de Deus, se derramaram sobre nós, porque temos pecado contra ti.
12 Ele confirmou a sua palavra, que falou contra nós e contra os nossos juízes que nos julgavam, e fez vir sobre nós grande mal, porquanto nunca, debaixo de todo o céu, aconteceu o que se deu em Jerusalém.
13 Como está escrito na Lei de Moisés, todo este mal nos sobreveio; apesar disso, não temos implorado o favor do SENHOR, nosso Deus, para nos convertermos das nossas iniquidades e nos aplicarmos à tua verdade.
14 Por isso, o SENHOR cuidou em trazer sobre nós o mal e o fez vir sobre nós; pois justo é o SENHOR, nosso Deus, em todas as suas obras que faz, pois não obedecemos à sua voz.
15 Na verdade, ó Senhor, nosso Deus, que tiraste o teu povo da terra do Egito com mão poderosa, e a ti mesmo adquiriste renome, como hoje se vê, temos pecado e procedido perversamente.
16 Ó Senhor, segundo todas as tuas justiças, aparte-se a tua ira e o teu furor da tua cidade de Jerusalém, do teu santo monte, porquanto, por causa dos nossos pecados e por causa das iniquidades de nossos pais, se tornaram Jerusalém e o teu povo opróbrio para todos os que estão em redor de nós.
17 Agora, pois, ó Deus nosso, ouve a oração do teu servo e as suas súplicas e sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o rosto, por amor do Senhor.
18 Inclina, ó Deus meu, os ouvidos e ouve; abre os olhos e olha para a nossa desolação e para a cidade que é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias.
19 Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e age; não te retardes, por amor de ti mesmo, ó Deus meu; porque a tua cidade e o teu povo são chamados pelo teu nome.
20 Falava eu ainda, e orava, e confessava o meu pecado e o pecado do meu povo de Israel, e lançava a minha súplica perante a face do SENHOR, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus.
21 Falava eu, digo, falava ainda na oração, quando o homem Gabriel, que eu tinha observado na minha visão ao princípio, veio rapidamente, voando, e me tocou à hora do sacrifício da tarde.
22 Ele queria instruir-me, falou comigo e disse: Daniel, agora, saí para fazer-te entender o sentido.
23 No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para to declarar, porque és mui amado; considera, pois, a coisa e entende a visão.
24 Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos.
25 Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos.
26 Depois das sessenta e duas semanas, será morto o Ungido e já não estará; e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas.


27 Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele.”



Daniel 10

Esta visão foi dada a Daniel, dois anos depois de ter tido a relatada no capítulo anterior, pois a tivera no terceiro ano do reinado de Ciro, quando os judeus já haviam retornado à Palestina sob Zorobabel.
Ele teve uma visão teofânica do próprio Cristo, que o deixou sem forças, tal como ficara o apóstolo João quando tivera a visão do Senhor glorificado no livro de Apocalipse.
O Senhor lhe aparecera porque Daniel foi movido em seu espírito a jejuar até que lhe fossem dadas revelações mais precisas sobre o destino futuro de Israel, quanto à promessa de ser feito nação e reino sacerdotal sobre toda a terra.
Por três semanas inteiras, ou seja, por 21 dias ele estivera orando e  jejuando até que o Senhor lhe apareceu dizendo que viera para lhe expressar o que está declarado na escritura da verdade, ou seja, o sentido das profecias bíblicas sobre o futuro eterno de Israel.
E isto seria feito a partir do capítulo seguinte.
Foi no meio de grande batalha espiritual que o Senhor chegara a Daniel, porque Satanás, a quem ele chama de Príncipe da Pérsia lhe havia resistido, e ainda resistiria, conforme Ele dissera a Daniel (v. 20).
Esta peleja contra o príncipe dos persas, até que viesse o príncipe da Grécia (v. 20), significada que os poderes celestiais já estavam operando para a derrubada da Pérsia, de modo que a Grécia lhe tomasse os domínios, dando-se cumprimento às visões que haviam sido dadas a Daniel.


“1 No terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia, foi revelada uma palavra a Daniel, cujo nome é Beltessazar; a palavra era verdadeira e envolvia grande conflito; ele entendeu a palavra e teve a inteligência da visão.
2 Naqueles dias, eu, Daniel, pranteei durante três semanas.
3 Manjar desejável não comi, nem carne, nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com óleo algum, até que passaram as três semanas inteiras.
4 No dia vinte e quatro do primeiro mês, estando eu à borda do grande rio Tigre,
5 levantei os olhos e olhei, e eis um homem vestido de linho, cujos ombros estavam cingidos de ouro puro de Ufaz;
6 o seu corpo era como o berilo, o seu rosto, como um relâmpago, os seus olhos, como tochas de fogo, os seus braços e os seus pés brilhavam como bronze polido; e a voz das suas palavras era como o estrondo de muita gente.
7 Só eu, Daniel, tive aquela visão; os homens que estavam comigo nada viram; não obstante, caiu sobre eles grande temor, e fugiram e se esconderam.
8 Fiquei, pois, eu só e contemplei esta grande visão, e não restou força em mim; o meu rosto mudou de cor e se desfigurou, e não retive força alguma.
9 Contudo, ouvi a voz das suas palavras; e, ouvindo-a, caí sem sentidos, rosto em terra.
10 Eis que certa mão me tocou, sacudiu-me e me pôs sobre os meus joelhos e as palmas das minhas mãos.
11 Ele me disse: Daniel, homem muito amado, está atento às palavras que te vou dizer; levanta-te sobre os pés, porque eis que te sou enviado. Ao falar ele comigo esta palavra, eu me pus em pé, tremendo.
12 Então, me disse: Não temas, Daniel, porque, desde o primeiro dia em que aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e, por causa das tuas palavras, é que eu vim.
13 Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e um dias; porém Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu obtive vitória sobre os reis da Pérsia.
14 Agora, vim para fazer-te entender o que há de suceder ao teu povo nos últimos dias; porque a visão se refere a dias ainda distantes.
15 Ao falar ele comigo estas palavras, dirigi o olhar para a terra e calei.
16 E eis que uma como semelhança dos filhos dos homens me tocou os lábios; então, passei a falar e disse àquele que estava diante de mim: meu senhor, por causa da visão me sobrevieram dores, e não me ficou força alguma.
17 Como, pois, pode o servo do meu senhor falar com o meu senhor? Porque, quanto a mim, não me resta já força alguma, nem fôlego ficou em mim.
18 Então, me tornou a tocar aquele semelhante a um homem e me fortaleceu;
19 e disse: Não temas, homem muito amado! Paz seja contigo! Sê forte, sê forte. Ao falar ele comigo, fiquei fortalecido e disse: fala, meu senhor, pois me fortaleceste.
20 E ele disse: Sabes por que eu vim a ti? Eu tornarei a pelejar contra o príncipe dos persas; e, saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia.


21 Mas eu te declararei o que está expresso na escritura da verdade; e ninguém há que esteja ao meu lado contra aqueles, a não ser Miguel, vosso príncipe.”




Daniel 11

A visão do Senhor que Daniel tivera no capitulo anterior foi no terceiro ano de Ciro, que correspondia também ao terceiro ano de Dario da Média, e foi dito naquele capitulo que havia poderes celestiais lutando contra a Pérsia, e que ela estava resistindo.
Agora é dito pelo próprio Senhor, neste capítulo, que Ele havia fortalecido e animado Dario no seu primeiro ano de reinado (v. 1), porque importava que reconduzisse os judeus de Babilônia para a Palestina, mas agora, o Senhor passou a declarar qual seria o futuro da Pérsia, e que ainda três reis se levantariam nela e que o quarto seria cumulado de grandes riquezas e as usaria para entrar em Guerra contra a Grécia, e isto seria a sua ruína (v. 2).
O rei poderoso que se levantaria depois dele e com grande domínio não seria um rei persa, mas a referência é a Alexandre, o Grande (v. 3), que teria seus domínios repartidos em quatro partes, e nenhum de seus descendentes assumiria o trono no seu lugar, e isto de fato ocorreu porque os quatro generais de Alexandre não permitiram que seu filho se tornasse seu sucessor (v. 4).
O rei do Sul destes reinos repartidos do de Alexandre, é Ptolomeu, que governou sobre o Egito, e do qual sairiam príncipes fortes, entre os quais é contada a própria Cleópatra (v. 5).
A aliança do rei do Sul (Ptolomeu) com o rei  do Norte, seria promovida pelo casamento da filha do rei do Sul com o rei do Norte, mas em vez de fortalecer os reinos, lhes enfraqueceria (v. 6). No entanto, um descendente deste casamento avançaria contra o Norte (selêucidas – um dos reinos remanescentes de Alexandre que governava a Síria) e prevaleceria (v. 7).
Este foi Ptolomeu Euergetes, que foi o filho e sucessor de Ptolomeu Fifadelfo, que lutou contra Seleuco Callinicus, rei da Síria, para vingar a sua irmã.
Este saqueou a Síria e trouxe um grande despojo para o Egito (v. 8). E permaneceu regendo a Síria por 46 anos, mas teve que voltar para o Egito (Sul) para guerrear contra a conspiração que havia sido levantada em sua própria terra contra ele (v. 9).
Veja que estas conspirações dos reinos, por prolongados anos são um tipo das coisas que sucederiam na terra depois destes dias até a manifestação do Anticristo, com reinos sendo estabelecidos pela guerra, conspiração, intriga e ambição pelo poder.
Seleuco Callinicus que tinha sido o rei do Norte (Síria), que havia sido vencido (v. 7) e morreu em miséria, deixou dois filhos, Seleuco e Antíoco, e estes incitaram uma multidão e grandes forças para recuperar o que o pai deles havia perdido (v. 10).
Mas sendo Seleuco já velho e fraco, foi incapaz de comandar o seu exército, e foi envenenado pelos seus amigos, e reinou somente dois anos, e o seu irmão Antíoco lhe sucedeu e reinou por 37 anos e foi chamado de Magno.
Foi com um grande exército que ele se colocou em batalha contra Ptolomeu Philopater, o rei do Sul. Foi-lhe dado vencer esta batalha (v. 10, 11), e isto fez com que ele se tornasse insolente e orgulhoso, o que o levou a entrar no templo do Senhor em Jerusalém, desafiando a lei e o lugar santo, derrubando miríades, mas não prevaleceria segundo o conselho de Deus contra ele (v. 12).
Porque Ptolomeu reuniria um exército muito grande e marcharia contra Antíoco Magno (v. 13, 14).
Muitos estavam contra Ptolomeu, o rei do Sul, inclusive Filipe da Macedônia, pai de Alexandre o Grande.
Por isso os judeus se renderam a Antíoco e se uniram a ele para sitiarem as guarnições de Ptolomeu (exatamente o que os judeus farão no final dos tempos se aliando no início do governo de sete anos do Anticristo para serem livrados da ameaça de invasão dos árabes, só que o Anticristo se voltará depois contra eles tal como fizera Antíoco com os judeus).
Este Antíoco Magno não entraria num confronto direto com Ptolomeu, o rei do Sul (Egito), mas usaria de estratagemas tomando as fortalezas daquele reino em Samaria e Israel, com isto se fez mestre da terra da Judeia (v. 16)
A terra de Israel estava entre as disputas destes dois reinos poderosos, a saber, da Síria e do Egito. Daí ter sido disputada por ambos.
O verso 18 faz referência às guerras contra os romanos.
O verso 20 ser refere a Seleuco Philopater, filho mais velho de Antíoco Magno, que foi um grande opressor do seu próprio povo, e lhes extorquiu muito dinheiro, e quando lhe disseram que perderia muitos amigos agindo daquela forma, disse que não conhecia melhor amigo do que o dinheiro.
Tal era sua ganância que tentou saquear o templo de Jerusalém, mas foi destruído, segundo a profecia do Senhor, sem ira e nem batalha (v. 20), porque foi envenenado por um dos seus servos chamado Heliodoro, depois de ter reinado por 12 anos, sem ter feito nada notável, a não ser suas pilhagens.
A partir do verso 21 até o final deste capitulo, tudo se refere a Antíoco Epifânio, o pequeno chifre insolente citado em Dn 8.9. Um grande inimigo da religião judaica, e um grande perseguidor de todos que se declarassem judeus.
Grande parte das revelações do Senhor a Daniel foram destinadas neste capítulo a Antíoco Epifânio, porque tudo o que ele fez, será exatamente o que o Anticristo fará em seus dias, especialmente o que é referido nos versos 36 e 37.
Todavia, nos ocuparemos em comentar em detalhes a respeito da relação existente entre as ações de Antíoco Epifânio e o Anticristo, na parte final do décimo segundo capítulo, no comentário geral relativo ao período da Grande Tribulação, que abrange a grande maioria das profecias escatológicas contidas em toda a Escritura.




“1 Mas eu, no primeiro ano de Dario, o medo, me levantei para o fortalecer e animar.
2 Agora, eu te declararei a verdade: eis que ainda três reis se levantarão na Pérsia, e o quarto será cumulado de grandes riquezas mais do que todos; e, tornado forte por suas riquezas, empregará tudo contra o reino da Grécia.
3 Depois, se levantará um rei poderoso, que reinará com grande domínio e fará o que lhe aprouver.
4 Mas, no auge, o seu reino será quebrado e repartido para os quatro ventos do céu; mas não para a sua posteridade, nem tampouco segundo o poder com que reinou, porque o seu reino será arrancado e passará a outros fora de seus descendentes.
5 O rei do Sul será forte, como também um de seus príncipes; este será mais forte do que ele, e reinará, e será grande o seu domínio.
6 Mas, ao cabo de anos, eles se aliarão um com o outro; a filha do rei do Sul casará com o rei do Norte, para estabelecer a concórdia; ela, porém, não conservará a força do seu braço, e ele não permanecerá, nem o seu braço, porque ela será entregue, e bem assim os que a trouxeram, e seu pai, e o que a tomou por sua naqueles tempos.
7 Mas, de um renovo da linhagem dela, um se levantará em seu lugar, e avançará contra o exército do rei do Norte, e entrará na sua fortaleza, e agirá contra eles, e prevalecerá.
8 Também aos seus deuses com a multidão das suas imagens fundidas, com os seus objetos preciosos de prata e ouro levará como despojo para o Egito; por alguns anos, ele deixará em paz o rei do Norte.
9 Mas, depois, este avançará contra o reino do rei do Sul e tornará para a sua terra.
10 Os seus filhos farão guerra e reunirão numerosas forças; um deles virá apressadamente, arrasará tudo e passará adiante; e, voltando à guerra, a levará até à fortaleza do rei do Sul.
11 Então, este se exasperará, sairá e pelejará contra ele, contra o rei do Norte; este porá em campo grande multidão, mas a sua multidão será entregue nas mãos daquele.
12 A multidão será levada, e o coração dele se exaltará; ele derribará miríades, porém não prevalecerá.
13 Porque o rei do Norte tornará, e porá em campo multidão maior do que a primeira, e, ao cabo de tempos, isto é, de anos, virá à pressa com grande exército e abundantes provisões.
14 Naqueles tempos, se levantarão muitos contra o rei do Sul; também os dados à violência dentre o teu povo se levantarão para cumprirem a profecia, mas cairão.
15 O rei do Norte virá, levantará baluartes e tomará cidades fortificadas; os braços do Sul não poderão resistir, nem o seu povo escolhido, pois não haverá força para resistir.
16 O que, pois, vier contra ele fará o que bem quiser, e ninguém poderá resistir a ele; estará na terra gloriosa, e tudo estará em suas mãos.
17 Resolverá vir com a força de todo o seu reino, e entrará em acordo com ele, e lhe dará uma jovem em casamento, para destruir o seu reino; isto, porém, não vingará, nem será para a sua vantagem.
18 Depois, se voltará para as terras do mar e tomará muitas; mas um príncipe fará cessar-lhe o opróbrio e ainda fará recair este opróbrio sobre aquele.
19 Então, voltará para as fortalezas da sua própria terra; mas tropeçará, e cairá, e não será achado.
20 Levantar-se-á, depois, em lugar dele, um que fará passar um exator pela terra mais gloriosa do seu reino; mas, em poucos dias, será destruído, e isto sem ira nem batalha.
21 Depois, se levantará em seu lugar um homem vil, ao qual não tinham dado a dignidade real; mas ele virá caladamente e tomará o reino, com intrigas.
22 As forças inundantes serão arrasadas de diante dele; serão quebrantadas, como também o príncipe da aliança.
23 Apesar da aliança com ele, usará de engano; subirá e se tornará forte com pouca gente.
24 Virá também caladamente aos lugares mais férteis da província e fará o que nunca fizeram seus pais, nem os pais de seus pais: repartirá entre eles a presa, os despojos e os bens; e maquinará os seus projetos contra as fortalezas, mas por certo tempo.
25 Suscitará a sua força e o seu ânimo contra o rei do Sul, à frente de grande exército; o rei do Sul sairá à batalha com grande e mui poderoso exército, mas não prevalecerá, porque maquinarão projetos contra ele.
26 Os que comerem os seus manjares o destruirão, e o exército dele será arrasado, e muitos cairão traspassados.
27  Também estes dois reis se empenharão em fazer o mal e a uma só mesa falarão mentiras; porém isso não prosperará, porque o fim virá no tempo determinado.
28 Então, o homem vil tornará para a sua terra com grande riqueza, e o seu coração será contra a santa aliança; ele fará o que lhe aprouver e tornará para a sua terra.
29 No tempo determinado, tornará a avançar contra o Sul; mas não será nesta última vez como foi na primeira,
30 porque virão contra ele navios de Quitim, que lhe causarão tristeza; voltará, e se indignará contra a santa aliança, e fará o que lhe aprouver; e, tendo voltado, atenderá aos que tiverem desamparado a santa aliança.
31 Dele sairão forças que profanarão o santuário, a fortaleza nossa, e tirarão o sacrifício diário, estabelecendo a abominação desoladora.
32 Aos violadores da aliança, ele, com lisonjas, perverterá, mas o povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e ativo.
33 Os sábios entre o povo ensinarão a muitos; todavia, cairão pela espada e pelo fogo, pelo cativeiro e pelo roubo, por algum tempo.
34 Ao caírem eles, serão ajudados com pequeno socorro; mas muitos se ajuntarão a eles com lisonjas.
35 Alguns dos sábios cairão para serem provados, purificados e embranquecidos, até ao tempo do fim, porque se dará ainda no tempo determinado.
36 Este rei fará segundo a sua vontade, e se levantará, e se engrandecerá sobre todo deus; contra o Deus dos deuses falará coisas incríveis e será próspero, até que se cumpra a indignação; porque aquilo que está determinado será feito.
37 Não terá respeito aos deuses de seus pais, nem ao desejo de mulheres, nem a qualquer deus, porque sobre tudo se engrandecerá.
38 Mas, em lugar dos deuses, honrará o deus das fortalezas; a um deus que seus pais não conheceram, honrará com ouro, com prata, com pedras preciosas e coisas agradáveis.
39 Com o auxílio de um deus estranho, agirá contra as poderosas fortalezas, e aos que o reconhecerem, multiplicar-lhes-á a honra, e fa-los-á reinar sobre muitos, e lhes repartirá a terra por prêmio.
40 No tempo do fim, o rei do Sul lutará com ele, e o rei do Norte arremeterá contra ele com carros, cavaleiros e com muitos navios, e entrará nas suas terras, e as inundará, e passará.
41 Entrará também na terra gloriosa, e muitos sucumbirão, mas do seu poder escaparão estes: Edom, e Moabe, e as primícias dos filhos de Amom.
42 Estenderá a mão também contra as terras, e a terra do Egito não escapará.
43 Apoderar-se-á dos tesouros de ouro e de prata e de todas as coisas preciosas do Egito; os líbios e os etíopes o seguirão.
44 Mas, pelos rumores do Oriente e do Norte, será perturbado e sairá com grande furor, para destruir e exterminar a muitos.
45 Armará as suas tendas palacianas entre os mares contra o glorioso monte santo; mas chegará ao seu fim, e não haverá quem o socorra.”






Daniel 12

O início deste capítulo confirma que a intenção da revelação de nosso Senhor a Daniel, no capítulo anterior era a de apontar para o tempo do fim, nos dias do Anticristo, e não particular e exclusivamente a Antíoco Epifânio, que em muitos pontos foi um tipo do Anticristo, e das coisas que ocorrerão no tempo do fim.
Ao introduzir este capítulo com a citação “Nesse tempo”, e logo em seguida, ao falar das coisas que se referem aos últimos dias, usando a citação “naquele tempo” nosso Senhor, vinculou tal tempo aos dias em que se dará a ressurreição tanto de santos (no arrebatamento) quanto de ímpios (juízo final), não padece portanto, qualquer dúvida que a profecia se refere à consumação de todas as coisas, e não particularmente aos dias de Antíoco Epifânio.
Chegou o momento, conforme prometemos anteriormente, de fazer uma conexão das profecias de Daniel 9 a 12 com outras profecias escatológicas das Escrituras, relativas ao período da Grande Tribulação, ao qual se refere profeticamente esta porção do livro de Daniel, mesmo quando usa as revelações relativas às intrigas e guerras, por meio das quais os reinos se sucederam no período babilônico, persa, grego, e romano, especialmente, quanto ao dois grandes braços resultantes do reino de Alexandre Magno, na Síria (rei do Norte na profecia de Daniel) e Egito (rei do Sul).
Então, há o propósito de revelar como estes reinos se estabelecem pelo engano, e como pelo próprio engano, eles caem.
O engano citado em Mt 24.4,5: “4 Respondeu-lhes Jesus: Acautelai-vos, que ninguém vos engane. 5 Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; a muitos enganarão.”, culminará com o maior engano de todos na pessoa do Anticristo que agirá pela eficácia de Satanás, enganando a muitos, que depositarão nele inteira confiança para a resolução dos problemas mundiais. Ele será o último falso salvador que o mundo verá. O último falso messias. Por isso é chamado de Anticristo, porque é um cristo falso.
O abominável da desolação citado em Mt 24.15 é uma referência à profanação, pelo Anticristo, do templo que ainda será reconstruído em Jerusalém. Esta é citada em Daniel 9.27.
Agora o que é o lugar santo? Algumas pessoas dizem que é a terra. Algumas pessoas dizem que é a  cidade de Jerusalém. O que é o lugar santo? Há somente um outro uso dessa frase em todo o Novo Testamento e encontra-se em Atos 21:28. E o Lugar Santo era um dos ambientes do tabernáculo e do templo de Jerusalém.
A profecia de Daniel 11.31 teve um primeiro cumprimento na pessoa de Antíoco Epifânio, e terá um último cumprimento na pessoa do Anticristo: “Dele sairão forças que profanarão o santuário, a fortaleza nossa, e tirarão o sacrifício costumado, estabelecendo a abominação desoladora.”. A primeira parte de Daniel 11 descreve fatos que já tiveram cumprimento na história, e a parte posterior se refere a coisas que ainda terão cumprimento no tempo do fim. E o verso 31 trata de um duplo cumprimento, e historicamente já se cumpriu entre 175 e 165 a.C. correspondente ao governo do rei sírio Antíoco.
Ele se chamava Epifânio que quer dizer "o grande.". Ele foi um grande perseguidor do povo de Israel, sendo assim um tipo perfeito do Anticristo.
Ele tentou acabar com a religião judaica e matou milhares e milhares de judeus, inclusive mulheres e crianças.
Ele profanou o templo entrando nele e matando um porco no altar e obrigando os sacerdotes a comerem a sua carne.
Além disso ele colocou a imagem de um deus grego no templo, provavelmente Zeus. E com o templo assim profanado os judeus deixaram de apresentar seus sacrifícios no mesmo. E o sacrifício diário determinado pela lei foi completamente parado.
E foi exatamente isso que Daniel profetizou cerca de 400 antes, que ele faria (11:31). E assim o templo ficou desolado, por causa daquela abominação, isto é, daquele ato detestável aos olhos de Deus e do seu povo.
O Anticristo também profanará o templo que será reconstruído, para afrontar os judeus e o Deus de Israel, e pelo mesmo efeito de rejeição que isto produzirá tal como no passado, nos dias de Antioco Epifânio, diz-se que será uma abominação desoladora. E é por isso que ao se referir à profecia exclusiva ao Anticristo em 9.26,27, Daniel usa as palavras desolação e abominação para se referir aos atos do Anticristo.
Em Daniel 9.24-27 temos a conhecida profecia das setenta semanas. São setenta semanas de anos. Referem-se portanto a 490 anos, sendo que a profecia estabelece dois períodos distintos, um que vai desde a “saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém até o Ungido, ao Príncipe” são sessenta e nove semanas, isto é 483 anos. E depois da morte do Ungido se levantaria um príncipe que governaria por uma semana (a septuagésima semana) e que faria cessar o sacrifício e a oferta de manjares no meio da semana (versos 26,27).
A profecia determina então um período “para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos Santos.” (9.24). Isto está vinculado de fato a duas fases: ao primeiro advento de Cristo trazendo a graça e a redenção para os habitantes da terra, e ao seu segundo advento para estabelecer o seu reino de justiça na terra.
Por isso, determinou-se para Daniel o prazo para a primeira vinda de Jesus, e também o prazo que determinaria a sua segunda vinda, que está relacionada ao período da Grande Tribulação, que será precipitada no governo de sete anos do Anticristo, e que corresponde à septuagésima semana da profecia de Daniel. Esta semana é isolada das demais 69 que se cumpriram no primeiro advento de Cristo, porque Israel tem permanecido endurecido até hoje à recepção de Jesus como o Salvador e Messias.
E será exatamente no tempo do fim que se voltarão para o Senhor como nação para a sua redenção.
Daniel queria saber de Deus quando acabaria o cativeiro de Israel, e quando este seria firmado como nação e reino sacerdotal, conforme havia sido prometido por Deus desde Moisés.
E a resposta de Deus foi dada com a profecia das setenta semanas, porque Daniel pensava que uma vez findo os setenta anos de cativeiro babilônico, conforme havia sido profetizado por Jeremias, Israel seria estabelecido como reino de Deus na terra.
Desde a “saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém até o Ungido, ao Príncipe” temos 69 semanas, isto é, 483 anos. O decreto para a reconstrução do templo e da cidade de Jerusalém foi baixado em cerca de 450 a.C. A contagem vai portanto até a morte de Jesus, e não até o seu nascimento, porque somando-se 33 a 450 temos os 483 anos referidos na profecia.
E de fato, “para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade, para trazer a justiça eterna” conforme se encontra registrado na profecia, isto somente seria possível com a morte de Jesus. Por isso a profecia de Daniel faz referência à morte do Senhor.
Mas “para selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos Santos”, conforme está também na profecia de Daniel, haverá necessidade de que o Senhor volte e estabeleça o seu reino na terra, de maneira que o veremos assim como Ele é, e o que é em parte será aniquilado.
As visões e as profecias terão tido o seu cumprimento, e já não andaremos somente por fé, mas também pelo que veremos.
Hoje não há um único ser humano perfeito vivendo na terra, porque mesmo o maior dos santos é pecador e ainda está sujeito ao pecado em razão da natureza terrena.
Mas, quando o Senhor voltar e nós com Ele em glória, todos seremos perfeitos, assim como Ele é perfeito.
E o plano de Deus de restaurar a criação original, terá cumprimento na volta de Jesus e no estabelecimento do seu reino milenar com os salvos na terra.
Deus criou a terra para este propósito, para que fosse herdada pelos justos, pelos que são puros de coração, e sem pecado.
E Ele cumprirá cabalmente aquilo que planejou desde antes da fundação do mundo.      

Em Daniel 12.11 lemos: “Depois do tempo em que o costumado sacrifício for tirado, e posta a abominação desoladora, haverá ainda mil duzentos e noventa dias.”. Isto é, decorrerão três anos e meio para o retorno de Cristo e a consequente destruição do governo do Anticristo, a contar do momento em que for posta a abominação desoladora no Lugar Santo.
Observe que Daniel acrescenta mais 30 dias aos 1260 referidos em Apocalipse 12.6, como tempo da perseguição do diabo aos judeus através do Anticristo durante o período da Grande Tribulação. Isto pode ser explicado pelo fato, de que a profecia de Daniel está enfocando o tempo para o estabelecimento do Reino, e não para o término do governo do Anticristo.
Isto demandará o estabelecimento da separação entre os cabritos e as ovelhas, e temos assim uma primeira contagem de um prazo já determinado para o início do estabelecimento do reino.
E em Daniel 12.12 lemos: “Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e cinco dias.”. Isto é, 45 depois dos 1290 já referidos.
Muitas providências deverão ser tomadas para que a terra seja restaurada a uma condição adequada para o governo dos santos juntamente com Cristo. Para a separação das ovelhas dos cabritos e tudo o mais que for necessário. Haveria assim, provavelmente, um período de transição de 75 dias desde o retorno do Senhor até o estabelecimento do seu reino milenar.
Jesus começou a remover a maldição do pecado da terra.
A terra foi restaurada.
Em Ezequiel 36.36 lemos: “Então as nações que tiverem restado ao redor de vós saberão que eu, o Senhor, reedifiquei as cidades destruídas, e plantei o que estava desolado. Eu, o Senhor, o disse, e o farei.”.
A palavra de Romanos 8.19-21 terá cabal cumprimento quando da volta do Senhor: “A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.”
Daniel chama o Anticristo de pequeno chifre, o rei com a face feroz, o rei voluntarioso. E João o chama de a besta. E Paulo o chama de filho da perdição e homem do pecado. E ele é a culminação de todos os falsos cristos. E ele é tão convincente nisto que Daniel 9:27 diz que Israel fará um pacto com ele, crendo que ele seja o seu libertador e protetor. E todas as nações do mundo, em razão das suas perseguições, vêm a ficar debaixo do seu poder, e ele engana a muitos.
Ele tem comunhão com os demônios do inferno. Ele é poderoso, mas não pelo seu próprio poder. Ele causará estupendas destruições, prosperará e fará o que lhe aprouver, e destruirá os poderosos e o povo santo (Dn 8.24).
Não é o próprio poder dele, é o poder do inferno. Pela astúcia dos seus empreendimentos políticos fará prosperar o engano (Dn 8.25). Ele usa a paz, ele usa a negociação para seduzir o mundo e trazê-lo sob o seu poder.
No capítulo 11 de Daniel nós descobrimos mais cousas sobre ele nos versos 36-45: “Este rei fará segundo a sua vontade, e se levantará e se engrandecerá sobre todo deus; contra o Deus dos deuses, falará cousas incríveis, e será próspero, até que se cumpra a indignação; porque aquilo que está determinado será feito. Não terá respeito aos deuses de seus pais, nem ao desejo de mulheres, nem a qualquer deus, porque sobre tudo se engrandecerá. Mas em lugar dos deuses honrará o deus das fortalezas; a um deus que seus pais não conheceram honrará com ouro, com prata, com pedras preciosas e cousas agradáveis. Com auxílio de um deus estranho agirá contra as poderosas fortalezas, e aos que o reconhecerem multiplicar-lhe-á a honra, fá-los-á reinar sobre muitos, e lhes repartirá a terra por prêmio. No tempo do fim, o rei do Sul lutará com ele, e o rei do Norte arremeterá contra ele com carros, cavaleiros, e com muitos navios, e entrará nas suas terras, e as inundará, e passará. Entrará também na terra gloriosa e muitos sucumbirão, mas do seu poder escaparão estes: Edom e Moabe, e as primícias dos filhos de Amom. Estenderá a sua mão também contra as terras, e a terra do Egito não escapará. Apoderar-se-á dos tesouros de ouro e de prata, e de todas as cousas preciosas do Egito, os líbios e os etíopes o seguirão. Mas pelos rumores do oriente e do norte será perturbado, e sairá com grande furor, para destruir e exterminar a muitos. Armará as suas tendas palacianas entre os mares contra o glorioso monte santo; mas chegará aos seu fim, e não haverá quem o socorra.”.
E assim, o engano dele é incrível. Na realidade, o engano dele é descrito em maior detalhe em Apocalipse 13. E lá João não o vê com uma face feroz e não como um rei voluntarioso, mas em outra perspectiva, como uma besta. Ele é uma besta que governa sobre  as nações e o simbolismo é muito vívido.
Ele é uma besta poderosa. Ele é uma besta devastadora. O verso 5 diz que lhe foi dado 42 meses para agir com autoridade. Isto equivale a três anos e meio, correspondentes à metade final do sete anos referidos em Daniel 9.27 como o tempo total do seu governo. Assim, ele passará a empreender suas perseguições contra Israel desde a colocação da abominação desoladora no lugar santo, neste período de três anos e meio, correspondente à Grande Tribulação.
Em II Tes 2.3,4, Paulo cita o Anticristo nestes termos: “Ninguém de nenhum modo vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia, e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus, ou objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus.”. E sobre esta sua arrogância e blasfêmia João também registrou em Apo 13.5,6: “Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias, e autoridade para agir quarenta e dois meses; e abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus; para lhe difamar o nome e difamar o tabernáculo, a saber, os que habitam no céu.”.
E também lemos em Daniel 7.8,25 e 11.36: “Estando eu a observar os chifres, eis que entre eles subiu outro pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres, foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava com insolência.” (7.8). “Proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e os santos lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e metade dum tempo” que é também uma linguagem profética para designar os três anos e meio a que nos temos referido (7.25).
“Este rei fará segundo a sua vontade, e se levantará e se engrandecerá sobre todo deus; contra o Deus dos deuses, falará cousas incríveis,” (11.36).
Esta exaltação do Anticristo se dará por conta do fato de ter vencido as nações e exercido domínio sobre elas, e de ao subjugar o povo de Israel matando milhares deles, ter se considerado superior ao Deus de Israel, a ponto de se assentar no templo, proferindo palavras contra o Altíssimo. Ele incorrerá no mesmo erro do rei Assírio Senaqueribe que se exaltou contra Deus e lhe dirigiu palavras de afrontas em desafio através de Rabsaqué, seu porta-voz (Is 36 e 37).
Aliado ao poder obtido sobre as nações e sobre Israel, o Anticristo também terá por motivo de exaltação o fato de ser enganado pelo próprio Satanás e demônios aos quais estava servindo, porque o falso sistema religioso que estará a seu serviço, personificado na pessoa do chamado falso profeta (Apo 13.11-15), fará uma imagem do Anticristo e a imagem falará, e será determinado que todos adorem a imagem, instituindo-se assim um culto idolátrico, e todo aquele que se recusar a adorar a imagem da besta será morto.
Será tal o sentimento de grandeza e de posse do Anticristo sobre toda a humanidade, que será determinado que todos recebam certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o nome da besta ou o número relativo ao seu nome que é 666 (Apo 13.16-18).
Muitos poderão estar perguntando como poderia Israel se aliançar com a besta. No entanto, antes que ele assuma o controle sobre as nações, e revelando o seu caráter maligno, ele deve, pela sua aliança com os israelitas, ter livrado os mesmos da ameaça do mundo árabe.
O ódio incurável e histórico do mundo islâmico contra Israel não cessará por qualquer tratado de paz.
Daí, possivelmente a razão de Israel ter buscado apoio no poder político que estará em evidência na ocasião sob o governo do Anticristo, tal como os israelitas dependem da sua aliança histórica com os Estados Unidos para a sua segurança no Oriente Médio.
É possível mesmo que nos três primeiros anos e meio de seu governo, que ele seja tido como o próprio messias pelos israelitas, sem que saibam que ele é um falso libertador.

Em Mt 24.29 o Senhor disse que “logo em seguida à tribulação daqueles dias”, isto é, imediatamente após o período da Grande Tribulação, ocorrerá a sua segunda vinda, e quando isto ocorrer, o sol escurecerá e a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento e os poderes do céu serão abalados.
Isto indica que eventos cataclísmicos antecederão a Sua manifestação vindo sobre as nuvens do céu com poder e muita glória.” (verso 30).
 Assim, o Senhor virá imediatamente após a Grande Tribulação.
E como mais um sinal da sua vinda, o Senhor disse na parábola da figueira que deveríamos aprender da lição que ela nos dá, porque quando os seus ramos se renovam, e as folhas brotam, é um sinal de que o verão está próximo.
E assim a geração que testemunhasse estas coisas não passaria sem que tudo aconteça, pois ao virem todas estas coisas, saberão que Ele está próximo às portas (Mt 24.32-34).
A figueira dá frutos no verão, e antes que isto ocorra, ela renova a suas folhas. Assim, quando a geração que presenciar a Grande Tribulação referida pelo Senhor, precipitada pela profanação pelo Anticristo, do templo que será reconstruído em Jerusalém, ela pode estar certa de que presenciará a volta do Senhor, assim como sabemos que o verão se aproxima quando a figueira renova os seus ramos e as folhas brotam.
Assim os sinais estão  reservados para as pessoas que estiverem vivendo no tempo do fim.
No capítulo 9 de Apocalipse, a partir do verso 13, vemos que um exército de duzentos milhões de soldados saiu pela terra induzidos por quatro anjos que foram soltos e que se achavam atados junto ao rio Eufrates, e que dizimou a terça parte da humanidade.
Apocalipse 13.7 nos conta outra coisa interessante sobre esta guerra. O poder poderoso nesta guerra, em parte, não é somente das forças demoníacas do inferno e do próprio Satanás, mas do Anticristo, a besta: “Foi-lhe dado também que pelejasse contra os santos e os vencesse. Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação.”.
Assim, é o Anticristo da mesma maneira que é descrito pelo profeta Daniel.
É ele  que massacra o rei do sul, o exército do norte, derrota o exército do leste, e expande o seu poder mundialmente.
Uma outra passagem em Apocalipse 16.13,14 revela que três espíritos imundos, operadores de sinais, saem da boca do dragão, da besta e do falso profeta e se dirigem aos reis da terra para congregá-los para a batalha do Armagedom, no grande dia do Senhor, isto é, na segunda vinda de Cristo.
Mas o intento deles será marchar contra Jerusalém para devastá-la. E no meio desta batalha Jesus virá e os destruirá.


“1 Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo, e haverá tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, será salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro.
2 Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno.
3 Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos conduzirem à justiça, como as estrelas, sempre e eternamente.
4 Tu, porém, Daniel, encerra as palavras e sela o livro, até ao tempo do fim; muitos o esquadrinharão, e o saber se multiplicará.
5 Então, eu, Daniel, olhei, e eis que estavam em pé outros dois, um, de um lado do rio, o outro, do outro lado.
6 Um deles disse ao homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio: Quando se cumprirão estas maravilhas?
7 Ouvi o homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio, quando levantou a mão direita e a esquerda ao céu e jurou, por aquele que vive eternamente, que isso seria depois de um tempo, dois tempos e metade de um tempo. E, quando se acabar a destruição do poder do povo santo, estas coisas todas se cumprirão.
8 Eu ouvi, porém não entendi; então, eu disse: meu senhor, qual será o fim destas coisas?
9 Ele respondeu: Vai, Daniel, porque estas palavras estão encerradas e seladas até ao tempo do fim.
10 Muitos serão purificados, embranquecidos e provados; mas os perversos procederão perversamente, e nenhum deles entenderá, mas os sábios entenderão.
11 Depois do tempo em que o sacrifício diário for tirado, e posta a abominação desoladora, haverá ainda mil duzentos e noventa dias.
12 Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e cinco dias.
13 Tu, porém, segue o teu caminho até ao fim; pois descansarás e, ao fim dos dias, te levantarás para receber a tua herança.” (Daniel 12)






OSÉIAS




Oséias 1

A Prova do Amor que Cobre Multidão de Pecados - Oseias 1

Oseias foi contemporâneo e profetizou nos dias dos profetas Isaías, Miqueias e Amós, tendo tido um ministério tão extenso quanto o de Isaías.
Estes profetas que foram levantados pelo Senhor, especialmente para anunciarem a ida de Israel e de Judá para o cativeiro, apareceram em cena, próximo do fim do longo reinado do rei Uzias de Judá, o qual foi contemporâneo do rei Jeroboão II de Israel, tendo ambos recebido prosperidade da parte do Senhor em seus respectivos reinos, sendo que até mesmo o piedoso Uzias deixou que seu coração se elevasse na parte final do seu reinado, por causa de toda aquela prosperidade, e quis se engrandecer a tal ponto, que pretendeu tomar para si até mesmo o ofício do sumo sacerdote, o qual lhe era vedado.
E ao ter oferecido incenso no interior do templo Deus o feriu com uma lepra na testa, de modo que ficasse visível a todos que ele havia se tornado impuro até mesmo para se aproximar do átrio do templo, quanto mais entrar no seu interior, como ele havia feito irreverentemente.
E não somente isto, teve que ser afastado do convívio social e ser declarado imundo, como eram os leprosos debaixo do regime da Lei de Moisés.
O mesmo mal de orgulho havia acometido o rei Jeroboão II de Israel, e nós vemos as profecias que foram dirigidas especificamente contra ele e o seu reino, de modo detalhado no livro do profeta Amós, que foi comissionado por Deus para sair de Judá e ir para Israel para profetizar contra aquele reino que cultuava os bezerros de ouro, desde que havia sido inaugurado, com a divisão do reino unificado de Salomão, tendo Roboão seu filho sido seu sucessor em Judá (Reino do Sul), e Jeroboão I, seu servo, escolhido por Deus para começar o Reino do Norte (Israel).
Deste modo, como os israelitas haviam se prostituído espiritualmente contra o Senhor, com a adoração de falsos deuses, tanto em Judá quanto em Israel, Oseias foi chamado por Ele logo no início do seu ministério profético, a se casar com uma meretriz, para que tivesse filhos com ela, de modo a servir de ilustração em sua própria família, quanto ao que havia sucedido com o Senhor em relação ao Seu povo.
Ele estava casado com uma nação prostituta que lhe dera filhos de prostituição, porque também estes seguiram o exemplo de sua mãe, a nação de Israel, e não de seu Pai, o Senhor.
Ao primeiro filho nascido da união de Oseias com Gômer, foi dado o nome de Jezreel, por ordem do Senhor.
Este nome significa “Deus semeia”, que indicava profeticamente que o Senhor havia semeado um juízo contra a nação do Reino do Norte (Israel) porque tinha um juízo contra a casa de Jeú, da qual  Jeroboão II era o penúltimo descendente dele no trono, mas se aproximava o dia em que exterminaria a descendência de Jeú no vale de Jezreel, e não somente a casa de Jeú, como toda a nação de Israel, quando fosse levada em cativeiro pelos assírios.
 Gômer gerou mais uma vez e deu uma filha a Oseias, à qual por ordem do Senhor deu o nome de Ló-Ruama, que significa não favorecida, ou desfavorecida, porque com este nome profético o Senhor estava dizendo a Israel que não tornaria a favorecer aquela nação, para lhe perdoar o seu pecado, uma vez que já tinha sentenciado a ida deles para o cativeiro.
Todavia, quanto ao Reino de Judá, o Senhor ainda continuaria lhes favorecendo por um tempo, porque se compadeceria deles, e seriam salvos por Ele próprio, e não por terem que se defenderem de seus inimigos, das guerras que levantassem contra eles (v. 7).
Nós vemos esta promessa sendo cumprida especialmente nos dias do rei Ezequias, quando os assírios depois de terem levado Israel para o cativeiro, se voltaram contra Judá, mas o Senhor aniquilou o exército deles, sem que Ezequias tivesse que entrar em guerra contra os assírios.
O terceiro filho de Oseias foi um segundo menino, ao qual Deus lhe ordenou que desse o nome de Lo-Ami, palavra hebraica que significa “não meu povo”.
Veja que a mensagem profética era a seguinte para Israel: Ele o Senhor, Santo e Justo, gerara Israel, mas o Seu filho escolhera viver em prostituições, e ser amamentado no seio de uma nação prostituta.
Então seriam rejeitados por Ele, para não serem mais o Seu povo.
Aqueles israelitas incrédulos e idólatras iriam para o cativeiro, todavia, o Senhor não desfaria a promessa feita aos patriarcas de Israel, de modo que não somente restauraria um remanescente fiel entre eles no futuro, como lhes agregaria os gentios que se convertessem a Ele (v. 10).
E já não haveria naqueles dias separação entre Reino do Norte (Israel) e Reino do Sul (Judá), porque haveria um só rebanho e um só pastor (v. 11).
Muitos pensam que por ter Deus ordenado que o profeta se casasse com uma prostituta, que isto seria uma evidência de que Ele aprova a prostituição.
Todavia, o contexto imediato do próprio livro de Oseias, revela para qual propósito ele recebera tal ordem de Deus, a saber, que Ele não aprovava a prostituição de Seu povo com falsos deuses, adulterando contra Ele e Sua vontade, e quis demonstrar isto de forma visível e sentimental para todo o povo, pelo que obrigara o profeta a fazer.
Todavia, apesar de não aprovar a prostituição, Ele ama pessoas na citada condição, uma vez que não deixou de amar o seu povo de Israel.
E esta verdade foi por Ele demonstrada na ilustração do casamento de Oseias, porque este amava sua esposa Gômer, apesar de a mesma ser dada ainda à prostituição, tal como era Israel.
Quanta insensatez há portanto em toda a batalha em prol de uma chamada moralidade, desprovida de amor divino, na questão de se levantar uma bandeira contra a prostituição, e todo tipo de prática de vida que ofenda à santidade de Deus.
Não vemos isto em Jesus e nos apóstolos.
Ao contrário, nosso Senhor disse que havia maior esperança para prostitutas e ladrões do que para os religiosos do seu tempo.
Ele não fez nenhuma campanha em prol da moralidade, combatendo diretamente determinadas práticas que Ele, sendo Deus, condena.
Se alguém quiser se dedicar a isto, que não o faça em nome de Deus e do evangelho de Cristo, porque não é este o caráter do evangelho, que a ninguém procura condenar, antes salvar.
Nem mesmo contra a idolatria, a dominação de Israel pelo império romano, ou qualquer outra prática injuriosa, nosso Senhor se levantou em condenação.
Não há proveito neste tipo de atitude quando se procura chamar o pecador ao arrependimento, porque isto não faz justiça ao caráter de Deus, que detesta o pecado, mas não desiste de amar o pecador, e de lhe dar todas as oportunidades possíveis para chegar ao citado arrependimento, para o seu próprio bem.
E além disso, não há quem não seja pecador aos olhos de Deus.
Na verdade, Gômer representava simbolicamente não apenas a nação de Israel em sua prostituição cultual, mas a condição em que todos se encontram diante do Senhor, porque não há e jamais houve alguém que cumprisse perfeitamente todos os Seus mandamentos durante todos os dias de sua vida.  


Oseias 1.1 A palavra do Senhor, que veio a Oseias, filho de Beeri, nos dias de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel.
Oseias 1.2 Quando o Senhor falou no princípio por Oseias, disse o Senhor a Oseias: Vai, toma por esposa uma mulher de prostituições, e filhos de prostituição; porque a terra se prostituiu, apartando-se do Senhor.
Oseias 1.3 Ele se foi, pois, e tomou a Gomer, filha de Diblaim; e ela concebeu, e lhe deu um filho.
Oseias 1.4 E disse-lhe o Senhor: Põe-lhe o nome de Jizreel; porque daqui a pouco visitarei o sangue de Jizreel sobre a casa de Jeú, e farei cessar o reino da casa de Israel.
Oseias 1.5 E naquele dia quebrarei o arco de Israel no vale de Jizreel.
Oseias 1.6 E tornou ela a conceber, e deu à luz uma filha. E o Senhor disse a Oseias: Põe-lhe o nome de Lo-Ruama; porque não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, nem a perdoar-lhe de maneira alguma.
Oseias 1.7 Mas da casa se Judá me compadecerei, e os salvarei pelo Senhor seu Deus, pois não os salvarei pelo arco, nem pela espada, nem pela guerra, nem pelos cavalos, nem pelos cavaleiros.
Oseias 1.8 Ora depois de haver desmamado a Lo-Ruama, concebeu e deu à luz um filho.
Oseias 1.9 E o Senhor disse: Põe-lhe o nome de Lo-Ami; porque vós não sois meu povo, nem sou eu vosso Deus.
Oseias 1.10 Todavia o número dos filhos de Israel será como a areia do mar, que não pode ser medida nem contada; e no lugar onde se lhes dizia: Vós não sois meu povo, se lhes dirá: Vós sois os filhos do Deus vivo.
Oseias 1.11 E os filhos de Judá e os filhos de Israel juntos se congregarão, e constituirão sobre si uma só cabeça, e subirão da terra; pois grande será o dia de Jizreel.




Oséias 2

Correções por Amor e para o Amor - Oseias 2

No segundo capítulo de Oseias, vemos que Israel pensava que a prosperidade que havia recebido provinha de suas adorações devotadas especialmente a Baal e ao culto aos bezerros de ouro.
Já de há muito que isto vinha sucedendo no Reino do Norte, respectivamente, desde os dias do rei Acabe, e do rei Jeroboão I.
Não era destes seus amantes espirituais que recebiam tais favores, mas diretamente do Senhor, que é o único que tem poder sobre a terra, para fazê-la fértil ou estéril, e para livrá-la de guerras e assolações.
Todavia Israel atribuiu tudo isto aos seus falsos deuses, que são nomeados pelo Senhor na profecia como amantes do Seu povo, porque era Ele o esposo de Israel, e não Baal ou qualquer outra divindade falsa representada por ídolos, que eram adoradas por eles.
Então, para que soubessem que era dEle que provinha a prosperidade na qual se regozijavam, Ele os privaria dela para que soubessem que seus amantes nada poderiam fazer para restaurá-la e retirá-los de debaixo do juízo que estava determinado pelo Senhor sobre as suas infidelidades e prostituições.
Tal como quem provia a necessidades de Gômer era o profeta Oseias, e no entanto ela vivia a sonhar com os seus amantes, pensando nas antigas provisões que recebia deles.
Ela sonhava com o pago da prostituição, quando era provida por seu marido.
Todavia, por se ter desposado com um povo prostituto e infiel, o Senhor manteria a Sua fidelidade na aliança de matrimônio que fizera com eles, e uma vez purificados de suas prostituições, tornaria a se mostrar favorável a eles novamente, de maneira, que não seriam mais chamados de Não Meu-Povo e de Desfavorecida, mas Meu-Povo, e Favor, porque tornaria a ser benigno para com eles lhes manifestando a Sua grande misericórdia, ante o arrependimento deles, uma vez repreendida as prostituições de sua mãe, a saber, da nação de Israel.
Deus não dera provisões e prosperidade a Israel para que aumentassem ainda mais os templos e os altares de falsos deuses.
Eles foram miseráveis, isto é, fizeram um mau uso da graça que Deus lhes  havia dado, tal como tem agido a Igreja infiel de Laodicéia, que transforma a graça de Jesus em luxúria, para aumentar seus cultos religiosos luxuriantes, nos quais Jesus fica do lado de fora, tal a irreverência e carnalidade que impera neles.
O favor de Deus seria restaurado em relação a Israel, na medida em que fossem repreendidas as infidelidades da nação, e que esta reconhecesse que não estava agindo como uma verdadeira esposa, de modo que não podia ter o Senhor na condição de seu marido, enquanto perdurassem suas prostituições (Os 2.2).
De tal forma Deus julgaria a infiel Israel, que  ficaria impedida de continuar em prostituição com seus amantes, porque cercaria seus caminhos com espinhos de aflição, e levantando um muro contra os seus maus caminhos, a nação procuraria seus amantes mas não mais os acharia, porque o Senhor limparia de Israel  todo vestígio do culto a Baal, e destruiria o culto e os bezerros de ouro, que eles adoravam, e haveria de purificá-los no cativeiro, onde então decidiriam retornar ao Seu primeiro marido, o Senhor, porque reconheceriam que viviam melhor com Ele, do que nas presentes condições de juízos que lhes alcançariam (v. 5 a 7).
Muitos ficam endurecidos ainda hoje, no pecado, por causa da sua prosperidade mundana.
E pensam que é pelo modo mundano de viverem que adquirem tal prosperidade.
Não conseguem ver a mão do Senhor por detrás de tudo o que é produzido graciosamente por Ele na terra, ou então que seja permitido ser produzido.
Voltam-Lhe as costas e confiam e se gloriam em sua própria inteligência e capacidade para adquirirem bens, e fazem destes os seus deuses.
No entanto, isto não irá longe, caso pertençam ao Senhor, porque lhes corrigirá para que tributem exclusivamente a Ele a glória por tudo que são ou que possuem, lhe dando também ações de graças por tudo.
Se o Senhor não intervir com aflições permanecerão endurecidos no pecado, e sujeitos a Seus juízos, então é por pura misericórdia que os aflige, para que se arrependam, e em vez de juízos, recebam a verdadeira bênção que é a de estarem em paz e comunhão com o Seu Deus.


Oseias 2.1 Dizei a vossos irmãos: Ami; e a vossas irmãs: Ruama.
Oseias 2.2 Contendei com vossa mãe, contendei; porque ela não é minha mulher, e eu não sou seu marido; para que ela afaste as suas prostituições da sua face e os seus adultérios de entre os seus seios;
Oseias 2.3 para que eu não a deixe despida, e a ponha como no dia em que nasceu, e a faça como um deserto, e a torne como uma terra seca, e a mate à sede.
Oseias 2.4 Até de seus filhos não me compadecerei; porquanto são filhos de prostituições.
Oseias 2.5 porque sua mãe se prostituiu; aquela que os concebeu houve- se torpemente; porque diz: Irei após os meus amantes, que me dão o meu pão e a minha água, a minha lã e o meu linho, o meu óleo e as minhas bebidas.
Oseias 2.6 Portanto, eis que lhe cercarei o caminho com espinhos, e contra ela levantarei uma sebe, para que ela não ache as suas veredas.
Oseias 2.7 Ela irá em seguimento de seus amantes, mas não os alcançará; buscá-los-á, mas não os achará; então dirá: Irei, e voltarei a meu primeiro marido, porque melhor me ia então do que agora.
Oseias 2.8 Ora, ela não reconhece que fui eu o que lhe dei o grão, e o vinho, e o azeite, e que lhe multipliquei a prata e o ouro, que eles usaram para Baal.
Oseias 2.9 Portanto, tornarei a tirar o meu grão a seu tempo e o meu vinho no seu tempo determinado; e arrebatarei a minha lã e o meu linho, com que cobriam a sua nudez.
Oseias 2.10 E agora descobrirei a sua vileza diante dos olhos dos seus amantes, e ninguém a livrará da minha mão.
Oseias 2.11 Também farei cessar todo o seu gozo, as suas festas, as suas luas novas, e os seus sábados, e todas as suas assembleias solenes.
Oseias 2.12 E devastarei a sua vide e a sua figueira, de que ela diz: É esta a paga que me deram os meus amantes; eu, pois, farei delas um bosque, e as feras do campo as devorarão.
Oseias 2.13 Castigá-la-ei pelos dias dos baalins, nos quais elas lhes queimava incenso, e se adornava com as suas arrecadas e as suas joias, e, indo atrás dos seus amantes, se esquecia de mim, diz o Senhor.
Oseias 2.14 Portanto, eis que eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração.
Oseias 2.15 E lhe darei as suas vinhas dali, e o vale de Acor por porta de esperança; e ali responderá, como nos dias da sua mocidade, e como no dia em que subiu da terra do Egito.
Oseias 2.16 E naquele dia, diz o Senhor, ela me chamará meu marido; e não me chamará mais meu Baal.
Oseias 2.17 Pois da sua boca tirarei os nomes dos baalins, e não mais se fará menção desses nomes.
Oseias 2.18 Naquele dia farei por eles aliança com as feras do campo, e com as aves do céu, e com os répteis da terra; e da terra tirarei o arco, e a espada, e a guerra, e os farei deitar em segurança.
Oseias 2.19 E desposar-te-ei comigo para sempre; sim, desposar-te-ei comigo em justiça, e em juízo, e em amorável benignidade, e em misericórdias;
Oseias 2.20 e desposar-te-ei comigo em fidelidade, e conhecerás ao Senhor.
Oseias 2.21 Naquele dia responderei, diz o Senhor; responderei aos céus, e estes responderão a terra;
Oseias 2.22 a terra responderá ao trigo, e ao vinho, e ao azeite, e estes responderão a Jizreel.
Oseias 2.23 E semeá-lo-ei para mim na terra, e compadecer-me-ei de Lo-Ruama; e a e Lo-Ami direi: Tu és meu povo; e ele dirá: Tu és o meu Deus.







Oséias 3

Amor Restaurador - Oseias 3

Nós temos no terceiro capítulo de Oseias uma parábola, para reforçar as ações e afirmações dos capítulos anteriores.
O que é dito era uma condição moral intolerável, não somente pelo que era ordenado contra isto na Lei, de não se cobiçar a mulher do próximo, e também da proibição do adultério, mas era exatamente isto que Deus estava suportando em relação a Israel; porque estava tendo que comprar uma esposa adúltera que lhe pertencia, como se fosse um estranho, mas não a desposaria logo, porque a faria esperar por Ele, depois de purificada no cativeiro.
Isto sucederia a Israel, como se aprende da parábola que Deus deu a Oseias, porque no cativeiro, Israel ficaria desprovido até mesmo do culto verdadeiro a Deus, conforme previsto na Lei, e de lá, de uma terra distante de espera, aspirariam a retornar a Ele.
Eles não teriam mais um rei próprio e príncipes no cativeiro, bem como sacerdotes e levitas que lhes ministrassem e ensinassem a Lei do Senhor, e estariam como que em situação de viuvez, e nem mesmo poderiam mais servir aos ídolos do lar que usavam em suas idolatrias, porque estes não seriam aceitos pelas nações para as quais seriam desterrados.
Mas, de lá, de uma terra distante,  desejariam de novo a bênção do Senhor, e tornariam a buscá-lO, e a Davi, para ser o rei deles, mas isto ocorreria somente nos últimos dias, quando se aproximariam tremendo sob o temor do Senhor (v. 5).
A referência a Davi se aplica portanto a nosso Senhor Jesus Cristo, debaixo de cujo governo e bondade estará todo o povo de Deus, a saber, o remanescente que lhe tiver sido fiel.


Oseias 3.1 Disse-me o Senhor: Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo, e adúltera, como o Senhor ama os filhos de Israel, embora eles se desviem para outros deuses, e amem passas de uvas.
Oseias 3.2 Assim eu comprei para mim tal mulher por quinze peças de prata, e um hômer e meio de cevada;
Oseias 3.3 e lhe disse: Por muitos dias tu ficarás esperando por mim; não te prostituirás, nem serás mulher de outro homem; assim também eu esperarei por ti.
Oseias 3.4 Pois os filhos de Israel ficarão por muitos dias sem rei, sem príncipe, sem sacrifício, sem coluna, e sem éfode ou terafins.
Oseias 3.5 Depois tornarão os filhos de Israel, e buscarão ao Senhor, seu Deus, e a Davi, seu rei; e com temor chegarão nos últimos dias ao Senhor, e à sua bondade.







Oséias 4


O Amor Ágape Requer Santidade - Oseias 4

Se alguém tem dúvida quanto ao caráter santo e justo de Deus, que ama o que pratica a santidade e a justiça, basta apenas ler o quarto capitulo de Oseias.
Quem pratica o mal odeia a si mesmo,
Deus não criou o homem para o ódio, mas para o amor.
Então, nos adverte insistentemente em toda a Sua Palavra revelada (Bíblia) para que deixemos a prática do pecado, porque este é a única causa que faz separação entre nós e Ele.
Mas o povo de Israel se recusava a ter o verdadeiro conhecimento de Deus, e seus sacerdotes não lhes ensinavam os caminhos do Senhor e a Sua verdadeira vontade, de maneira que lhes convinha ter um povo pecador, para que vivessem de falsas absolvições de pecados não perdoados por Deus, pela apresentação de sacrifícios sem qualquer valor diante dEle, que serviam somente para enriquecer os ministros do santuário, e ainda o pior de tudo, de um santuário profano, de falsos deuses.
Por isso Deus protestou contra eles através do profeta Oseias lhes dizendo o seguinte:
“6 O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos.
7 Quanto mais estes se multiplicaram, tanto mais contra mim pecaram; eu mudarei a sua honra em vergonha.
8 Alimentam-se do pecado do meu povo e da maldade dele têm desejo ardente.
9 Por isso, como é o povo, assim é o sacerdote; castiga-lo-ei pelo seu procedimento e lhe darei o pago das suas obras.” (Os 4.6-9)
Quando falta este conhecimento da verdadeira santidade que é devida a Deus, e quando se aprova qualquer forma de comportamento a pretexto de que Deus é misericordioso, bondoso e sempre pronto a manifestar a Sua graça, independentemente da forma em que vivamos, o resultado sempre será o descrito no início de Oseais 4, porque as características das pessoas, mesmo as que pertençam ao povo do Senhor, como era o caso de Israel, serão as seguintes:
“1 Ouvi a palavra do SENHOR, vós, filhos de Israel, porque o SENHOR tem uma contenda com os habitantes da terra, porque nela não há verdade, nem amor, nem conhecimento de Deus.
2 O que só prevalece é perjurar, mentir, matar, furtar e adulterar, e há arrombamentos e homicídios sobre homicídios.”
Onde não prevalece um verdadeiro caminhar com Deus não pode estar presente o amor ágape, a verdade divina, e nem o conhecimento pessoal e experiencial de Deus e do Seu caráter e vontade, senão somente o perjurar, mentir, matar, furtar, adulterar, e homicídios sobre homicídios.
 (o odiar alguém é ensinado por Jesus como sendo também  homicídio, e era este o sentido interior do preceito “não matarás” nos dez mandamentos).
Isto deve ser analisado à luz do Sermão do Monte, onde Jesus define o adultério como o ato de olhar de modo impuro para uma mulher, e não meramente o ato consumado; bem como o homicídio como o ato de se encolerizar contra alguém sem motivo justificável; o mentir, pelo deixar de ser ter um falar do tipo sim, sim, não, não, porque era este o sentido interior destes  preceitos nos dez mandamentos.
 Tal foi o endurecimento do pecado a que Israel havia chegado nos dias dos profetas, que foi ordenado pelo Senhor que a nenhum deles se repreendesse, porque a repreensão não alcançaria o efeito desejado de produzir o arrependimento nos seus corações, o que ocorreria apenas com alguns, depois que fossem corrigidos com a ida para o cativeiro (Os 4.4).


Oseias 4.1 Ouvi a palavra do Senhor, vós, filhos de Israel; pois o Senhor tem uma contenda com os habitantes da terra; porque na terra não há verdade, nem benignidade, nem Oseias 4.conhecimento de Deus.
Oseias 4.2 Só prevalecem o perjurar, o mentir, o matar, o furtar, e o adulterar; há violências e homicídios sobre homicídios.
Oseias 4.3 Por isso a terra se lamenta, e todo o que nela mora desfalece, juntamente com os animais do campo e com as aves do céu; e até os peixes do mar perecem.
Oseias 4.4 Todavia ninguém contenda, ninguém repreenda; pois é contigo a minha contenda, ó sacerdote.
Oseias 4.5 Por isso tu tropeçarás de dia, e o profeta contigo tropeçará de noite; e destruirei a tua mãe.
Oseias 4.6 O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porquanto rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos.
Oseias 4.7 Quanto mais eles se multiplicaram tanto mais contra mim pecaram: eu mudarei a sua honra em vergonha.
Oseias 4.8 Alimentavam-se do pecado do meu povo, e de coração desejam a iniquidade dele.
Oseias 4.9 Por isso, como é o povo, assim será o sacerdote; e castigá-lo-ei conforme os seus caminhos, e lhe darei a recompensa das suas obras.
Oseias 4.10 Comerão, mas não se fartarão; entregar-se-ão à luxúria, mas não se multiplicarão; porque deixaram de atentar para o Senhor.
Oseias 4.11 A incontinência, e o vinho, e o mosto tiram o entendimento.
Oseias 4.12 O meu povo consulta ao seu pau, e a sua vara lhe dá respostas, porque o espírito de luxúria os enganou, e eles, prostituindo-se, abandonam o seu Deus.
Oseias 4.13 Sacrificam sobre os cumes dos montes; e queimam incenso sobre os outeiros, debaixo do carvalho, do álamo, e do terebinto, porque é boa a sua sombra; por isso vossas filhas se prostituem, e as vossas noras adulteram.
Oseias 4.14 Eu não castigarei vossas filhas, quando se prostituem, nem vossas noras, quando adulteram; porque os homens mesmos com as prostitutas se desviam, e com as meretrizes sacrificam; pois o povo que não tem entendimento será transtornado.
Oseias 4.15 Ainda que tu, ó Israel, te queiras prostituir contudo não se faça culpado Judá; não venhais a Gilgal, e não subais a Bete-Ávem nem jureis, dizendo: Vive o Senhor.
Oseias 4.16 Porque como novilha obstinada se rebelou Israel; agora o Senhor os apascentará como a um cordeiro num lugar espaçoso.
Oseias 4.17 Efraim está entregue aos ídolos; deixa-o.
Oseias 4.18 Acabando eles de beber, lançam-se à luxúria; certamente os seus príncipes amam a vergonha.
Oseias 4.19 Um vento os envolveu nas suas asas; e eles se envergonharão por causa dos seus sacrifícios.






Oséias 5

O Amor às Trevas Impede o Vir para a Luz - Oseias 5

Tão grande é a corrupção do coração humano, que somente o Senhor conhece a fundo, como Ele afirma  através do profeta Jeremias.
Tão grande é o pecado que grassa em toda a humanidade, desde a queda de Adão, que ao homem natural, que não possui o Espírito do Senhor, as profecias bíblicas parecem um exagero de uma exortação à busca de um padrão inatingível, e de fato o é, para aquele que não tiver o auxílio da graça do Senhor, não somente para conhecer a corrupção do seu coração, quanto para ser transformado em uma nova criatura, coparticipante da natureza divina.
Tão elevado é o padrão de vida espiritual divina, e que não sendo algo deste mundo, mas que se recebe do alto por meio da fé, que parece algo totalmente estranho e até mesmo um motivo de escândalo e loucura para o homem natural, como o apóstolo Paulo afirma em sua primeira epístola aos Coríntios.
Muitos chegam até mesmo a considerar as palavras do criador do Universo, como palavras da mais profunda ingenuidade, uma vez que consideram que é utópico exigir do homem algo que não faz parte da sua natureza.
Como que se lhe pedisse que tivesse a inocência de um bebê.
Na verdade, o que Deus exige do homem não é próprio da sua natureza terrena decaída no pecado, e se quiser ser restaurado à imagem e semelhança com Cristo, terá que receber isto de fora, do alto, do Espírito Santo.
Não admira que Jesus disse que se alguém quiser entrar no reino do céu terá que se fazer como uma criança e nascer de novo do Espírito.
Assim, quando não se dá crédito ao amor divino, à paz divina, à justiça e à santidade divinas, e a tudo o mais que faz parte do caráter de Deus, como também a Sua perfeita bondade, misericórdia, longanimidade, e todos os demais atributos que o caracterizam como Deus, dificilmente se alcançará a salvação, que demanda nosso arrependimento e conversão a tais atributos.
Então, pode parecer aos que justificam a si mesmos em suas más obras, sob a alegação de que o padrão de exigência divino revelado na Bíblia para o homem seja algo inatingível, utópico, ingênuo, ou que se lhe dê a adjetivação que se quiser, no entanto, ele permanece imutável e real, demandando de todo homem que se arrependa e que se purifique de seus pecados no sangue de Cristo, sem o que, será sujeito ao juízo eterno de Deus, que haverá de se manifestar no futuro, por ter recusado mudar pelo recebimento da justiça de Cristo que Ele está oferecendo gratuitamente a todos na dispensação da graça. .
Como não chegamos a conhecer Adão e Eva quando se encontravam em perfeição absoluta no jardim do Éden, e nem as condições de perfeição que havia em toda a criação, antes de o homem e a terra terem sido amaldiçoados por Deus por causa do pecado, então, torna-se não apenas difícil, mas até mesmo impossível, conceber como seria a nossa vida sem qualquer pecado, ou influência do pecado.
Agora, conscientes ou não da realidade do pecado, Deus nos impõe responsabilidade por todos os nossos atos, pensamentos e omissões perante Ele, porque nos tem estendido a possibilidade de optarmos por um viver em consonância com o que Ele havia planejado para que fôssemos, simplesmente pela fé nEle, que nos faz participantes da Sua graça, pela qual somos transformados.
E a imputação desta responsabilidade traz em consequência recompensas e bênçãos para os obedientes, e castigos e juízos sobre aqueles que Lhe desobedecem.
É exatamente a revelação desta realidade que achamos nos escritos bíblicos, e especialmente nos profetas, protestando veementemente contra os pecados não somente do povo de Deus, mas de toda a humanidade, não por motivos de uma afetação moralista, mas para o cumprimento do propósito de Deus de que haja paz e amor entre os homens.
Não vemos por isso, um Deus justo negociando com pecadores nos termos dos pecados deles, lhes fazendo concessões ou lhes dando promessas de suspensão de Seus juízos, ainda que não se disponham a mudar o seu procedimento, porque afinal, lhes preparou um escape, um meio de fazerem a Sua vontade, através da fé em Jesus Cristo.
Deste modo, todo o povo de Israel é conclamado a escutar, especialmente os sacerdotes e a corte do rei, porque é declarado que o juízo era contra eles, dado terem sido um laço e uma rede na qual apanharam todo o povo de Israel, mantendo-os presos aos seus pecados (Os 4.1).
As coisas que eles faziam em oculto e toda a prostituição cultual deles estava patente aos olhos do Senhor, que é Onipresente e Onisciente (v. 3).
Procedendo daquela forma não podiam se voltar para Deus e fazer a Sua vontade, porque estavam dominados por um espírito de prostituição ao qual haviam se afeiçoado, e por causa do qual não podiam conhecer ao Senhor (v. 4).
Se o homem não se humilhar e não reconhecer que é dependente do Senhor para poder fazer a Sua vontade, não receberá graça dEle para que possa estar de pé na Sua presença, por um procedimento que Lhe seja agradável.
E se não houver a operação da graça, a iniquidade se espalhará em seu coração, e tornará cada vez mais difícil que venha a se humilhar diante do Senhor para que seja salvo de seus pecados, porque em vivendo no pecado, sequer ocupará seus pensamentos com a existência de Deus, quanto mais sobre a necessidade de conhecê-lO de modo pessoal e íntimo, e também a Sua vontade, para que seja praticada e obedecida.
Porque para se ter o real conhecimento de Deus é necessário que sejamos transformados paulatinamente à semelhança do seu caráter divino.
Por isso nem todos se dispõem a isto, porque estão apegados à vida que é contrária a quase tudo o que existe no caráter de Deus.
Quando o coração está endurecido de tal forma, nada adianta religiosidade externa manifestada em ritos e cerimônias, com o fito de desviar a ira de Deus, como por exemplo a apresentação de sacrifícios que os israelitas costumavam fazer, porque não será desta forma que o Senhor se deixará achar, senão somente por uma real conversão de coração (v. 6).
Judá deveria aprender dos juízos que seriam trazidos pelo Senhor a Israel, quando fossem levados ao cativeiro pela Assíria, e assim, tanto Judá quanto a tribo de Benjamim que se encontravam no Reino do Sul, deveriam evitar incorrer no mesmo juízo, desviando-se de seus pecados.
Todavia, o Senhor tinha uma contenda com os príncipes de Judá que não mantinham os marcos que se encontravam amarrados na Lei, e que os alteravam segundo as suas conveniências interesseiras.
Seria vã a busca de Israel de auxílio na Assíria, para ser livrado das nações que lhe oprimissem, porque seria a própria Assíria que os conduziria ao cativeiro (v. 13).
A chaga dos pecados de Efraim havia se tornado incurável, e somente lhe aguardava a hora da sua visitação.
O Senhor mesmo entraria em juízo tanto com Israel quanto com Judá e não haveria portanto, quem pudesse livrá-los de suas mãos.
Ele se retiraria deles até que se reconhecessem culpados e buscassem a Sua face, e o Senhor sabia que eles o fariam quando estivessem angustiados, e logo o buscariam confessando os seus pecados.


Oseias 5.1 Ouvi isto, ó sacerdotes, e escutai, ó casa de Israel, e dai ouvidos, ó casa do rei; porque contra vós se dirige este juízo; pois que vos tornastes um laço para Mizpá, e uma Oseias 5.rede estendida sobre o Tabor.
Oseias 5.2 Os revoltosos se aprofundaram na corrupção; mas eu os castigarei a todos eles.
Oseias 5.3 Eu conheço a Efraim, e Israel não se me esconde; porque agora te tens prostituído, ó Efraim, e Israel se contaminou.
Oseias 5.4 As suas ações não lhes permitem voltar para o seu Deus; porque o espírito da prostituição está no meio deles, e não conhecem ao Senhor.
Oseias 5.5 A soberba de Israel testifica contra eles; e Israel e Efraim cairão pela sua iniquidade, e Judá cairá juntamente com eles.
Oseias 5.6 Eles irão com os seus rebanhos e com as suas manadas, para buscarem ao Senhor, mas não o acharão; ele se retirou deles.
Oseias 5.7 Aleivosamente se houveram contra o Senhor, porque geraram filhos estranhos; agora a festa da lua nova os consumirá, juntamente com as suas porções.
Oseias 5.8 Tocai a corneta em Gibeá, a trombeta em Ramá; soltai o alarma em Bete-Áven; após ti, ó Benjamim.
Oseias 5.9 Efraim será para assolação no dia do castigo: entre as tribos de Israel declaro o que é certo.
Oseias 5.10 Os príncipes de Judá são como os que removem os marcos; derramarei, pois, o meu furor sobre eles como água.
Oseias 5.11 Efraim está oprimido e quebrantado no juízo, porque foi do seu agrado andar após a vaidade.
Oseias 5.12 Portanto para Efraim serei como a traça e para a casa de Judá como a podridão.
Oseias 5.13 Quando Efraim viu a sua enfermidade, e Judá a sua chaga, recorreu Efraim à Assíria e enviou ao rei Jarebe; mas ele não pode curar-vos, nem sarar a vossa chaga.
Oseias 5.14 Pois para Efraim serei como um leão, e como um leão novo para a casa de Judá; eu, sim eu despedaçarei, e ir-me-ei embora; arrebatarei, e não haverá quem livre.
Oseias 5.15 Irei, e voltarei para o meu lugar, até que se reconheçam culpados e busquem a minha face; estando eles aflitos, ansiosamente me buscarão.







Oséias 6

Faz a Ferida e a Cura - Oseias 6

Todo o contexto do livro do profeta Oseias, e os juízos que sucederam a Israel, que deixou de ser povo, em sua própria terra, e Judá, que teve que ficar no cativeiro por 70 anos em Babilônia, não nos autorizam a afirmar apressadamente que o teor das palavras proferidas nos versos 1 a 3 do sexto capítulo, expressem um sincero arrependimento por parte dos israelitas, quando se vissem debaixo dos juízos do Senhor contra eles.
As palavras dos versos 1 a 3 seriam proferidas pelo povo quando estivesse no cativeiro, conforme afirmado no último verso do capítulo anterior:
“Irei e voltarei para o meu lugar, até que se reconheçam culpados e busquem a minha face; estando eles angustiados, cedo me buscarão, dizendo:” (5.15).
É dito pelo Senhor que os israelitas, debaixo da aflição do Seu castigo, no cativeiro, se reconheceriam culpados e buscariam a Sua face, e que logo lhe buscariam dizendo:
“1 Vinde, e tornemos para o SENHOR, porque ele nos despedaçou e nos sarará; fez a ferida e a ligará.
2 Depois de dois dias, nos revigorará; ao terceiro dia, nos levantará, e viveremos diante dele.
3 Conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR; como a alva, a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.”
É verdade que quando nos convertemos ao Senhor, depois dEle nos ter corrigido com os Seus juízos, que Ele nos sarará, curando a ferida que Ele mesmo havia feito em nós.
Quanto à afirmação que lemos no verso 3 do sexto capítulo de Oseias, temos a dizer que de fato é verdade que devemos conhecer e prosseguir em conhecer ao Senhor, porque, quando o fazemos é certo que a Sua vinda a nós é certa como o despertar da aurora em cada manhã, e como a chuva serôdia, que cai na época certa sobre a terra.
Devemos crescer na graça e no conhecimento de Jesus conforme nos ordena o apóstolo Pedro em II Pe 3.18.

Oseias 6.1 Vinde, e tornemos para o Senhor, porque ele despedaçou e nos sarará; fez a ferida, e no-la atará.
Oseias 6.2 Depois de dois dias nos ressuscitará: ao terceiro dia nos levantará, e viveremos diante dele.
Oseias 6.3 Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como a chuva serôdia que rega a terra.
Oseias 6.4 Que te farei, ó Efraim? que te farei, ó Judá? porque o vosso amor é como a nuvem da manhã, e como o orvalho que cedo passa.
Oseias 6.5 Por isso os abati pelos profetas; pela palavra da minha boca os matei; e os meus juízos a teu respeito sairão como a luz.
Oseias 6.6 Pois misericórdia quero, e não sacrifícios; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos.
Oseias 6.7 Eles, porém, como Adão, transgrediram o pacto; nisso eles se portaram aleivosamente contra mim.
Oseias 6.8 Gileade é cidade de malfeitores, está manchada de sangue.
Oseias 6.9 Como hordas de salteadores que espreitam alguém, assim é a companhia dos sacerdotes que matam no caminho para Siquém; sim, cometem a vilania.
Oseias 6.10 Vejo uma coisa horrenda na casa de Israel; ali está a prostituição de Efraim; Israel está contaminado.
Oseias 6.11 Também para ti, ó Judá, está determinada uma ceifa. Ao querer eu trazer do cativeiro o meu povo,






Oséias 7

“1 Quando me disponho a mudar a sorte do meu povo e a sarar a Israel, se descobre a iniquidade de Efraim, como também a maldade de Samaria, porque praticam a falsidade; por dentro há ladrões, e por fora rouba a horda de salteadores.
2 Não dizem no seu coração que eu me lembro de toda a sua maldade; agora, pois, os seus próprios feitos os cercam; acham-se diante da minha face.
3 Com a sua malícia, alegram ao rei e com as suas mentiras, aos príncipes.
4 Todos eles são adúlteros: semelhantes ao forno aceso pelo padeiro, que somente cessa de atiçar o fogo desde que sovou a massa até que seja levedada.
5 No dia da festa do nosso rei, os príncipes se tornaram doentes com o excitamento do vinho, e ele deu a mão aos escarnecedores.
6 Porque prepararam o coração como um forno, enquanto estão de espreita; toda a noite, dorme o seu furor, mas, pela manhã, arde como labaredas de fogo.
7 Todos eles são quentes como um forno e consomem os seus juízes; todos os seus reis caem; ninguém há, entre eles, que me invoque.
8 Efraim se mistura com os povos e é um pão que não foi virado.
9  Estrangeiros lhe comem a força, e ele não o sabe; também as cãs já se espalham sobre ele, e ele não o sabe.
10 A soberba de Israel, abertamente, o acusa; todavia, não voltam para o SENHOR, seu Deus, nem o buscam em tudo isto.
11 Porque Efraim é como uma pomba enganada, sem entendimento; chamam o Egito e vão para a Assíria.
12 Quando forem, sobre eles estenderei a minha rede e como aves do céu os farei descer; castiga-los-ei, segundo o que eles têm ouvido na sua congregação.
13 Ai deles! Porque fugiram de mim; destruição sobre eles, porque se rebelaram contra mim! Eu os remiria, mas eles falam mentiras contra mim.
14 Não clamam a mim de coração, mas dão uivos nas suas camas; para o trigo e para o vinho se ajuntam, mas contra mim se rebelam.
15 Adestrei e fortaleci os seus braços; no entanto, maquinam contra mim.
16 Eles voltam, mas não para o Altíssimo. Fizeram-se como um arco enganoso; caem à espada os seus príncipes, por causa da insolência da sua língua; este será o seu escárnio na terra do Egito.”

Este capítulo revela a grande influência que têm as capitais das nações, e os centros onde se concentra o poder político, porque quando o Senhor se dispunha a fazer uma cura em Israel, especialmente no meio rural, este era contaminado por toda a iniquidade da principal tribo de Israel onde se encontrava a capital de Samaria, onde a falsidade e a maldade, especialmente encontradas na corte junto aos príncipes, fazia com que a iniquidade se espalhasse por toda a nação.    
Grandes centros chamados culturais são usados estrategicamente pelo diabo para contaminar regiões e nações inteiras.
Quando a iniquidade se multiplica a este nível, Deus e a própria idéia sobre um Deus que julga são lançados para longe do coração e mente das pessoas.
Elas passam a cogitar que Ele não se importa com a maldade delas, porque não se veem juízos sendo aplicados imediatamente a cada falta cometida. 
Ao contrário, parece que a prática da falsidade, da intriga, da traição, traz vantagens para aqueles que os praticam, porque com isto enganam a muitos e galgam posições elevadas na sociedade, como também prosperam em seus negócios fraudulentos.
Como tudo isto é feito de forma dissimulada, então consideram uma grande vantagem viver na prática do pecado, que na verdade não chamam de pecado, mas de inteligência e esperteza.  
Todavia, Deus não muda o Seu parecer em relação a tal comportamento e sempre o classificará de malícia, de mentira, de adultério.
A alegria carnal da corte de Samaria, regada a vinho, com a qual os príncipes e o rei se alegravam constantemente, era uma inspiração para que praticassem a maldade, especialmente para multiplicar os adultérios dos cortesãos.   
O vinho os aquecia em suas luxúrias carnais como alguém que acende um forno, e que atiça as suas chamas até que o pão seja colocado nele para assar.
Adúlteros e fornicadores queimam secretamente em seu interior com luxúria.
O fogo aceso assim nos corações pela luxúria aguarda capturar o pão da maldade que eles desejam assar na forma de adultério, intrigas, e tudo o mais que se faz quando se está debaixo da influência do álcool, em estado de embriaguez.
Efraim havia se misturado a tal ponto aos costumes das nações pagãs, que não mais se podia distinguir em Israel nada do que fosse diferente delas.
Se guardavam algo do culto devido ao Senhor, isto era apenas por uma parte, sendo que a outra de seus corações estava ligada aos costumes de tais nações. Então é dito deles que era como um bolo que não foi virado, ou seja, estava cozido apenas de um dos lados, sendo impróprio para ser usado por Deus. 
Eles haviam misturado o culto do Senhor com o de Baal, dos sidônios. E nunca mais foram livrados disto em seus corações, a par de todas as reformas que foram tentadas para livrá-los desta idolatria. 
Esta mistura com os costumes estrangeiros lhe havia roubado a força espiritual que tinham no Senhor.
Estavam endurecidos em sua soberba carnal, e com isto se recusavam em reconhecer a necessidade de voltarem para o Senhor, porque estavam debaixo de uma aliança com Ele que previa castigos em caso de desobediência, tanto quanto bênçãos em caso de obediência. Mas estavam cegos pelo pecado para poderem reconhecer esta verdade, tal como muitos crentes na Igreja que pensam que Deus os trata de modo igual aos ímpios que não O conhecem. Deus corrige os filhos aos quais ama. Não corrige bastardos. De modo, que um crente não deve considerar que poderá viver na prática deliberada do pecado sem que sofra qualquer correção da parte do Senhor nesta vida, tal como sucede com a maioria dos ímpios.  
Em vez de colocarem sua confiança no Senhor, procuravam se fortalecer política e militarmente fazendo alianças com nações estrangeiras, como a Assíria e o Egito, mas eram como uma pomba enganada, que não sabia reconhecer qual era o seu verdadeiro lugar de repouso.
Todavia, o Senhor não lhes permitiria que consumassem o seu engano, porque lhes apanharia com a sua rede, como se apanham as aves do céu, e fa-los-ía descer para serem castigados por Ele, conforme os juízos que proferiu contra eles através dos Seus profetas. 
Como haviam voltado suas costas para Deus e fugido dEle e do cumprimento da Sua vontade, se rebelando contra Ele, seriam destruídos, porque se tivessem buscado ao Senhor seriam libertados por Ele, mas preferiram continuar falando mentiras contra Deus.  
  Não Lhe clamavam de coração, mas davam uivos em suas camas, isto é, por causa de suas aflições, somente para verem atendidas suas necessidades imediatas e cobiças de seus corações carnais.
O Senhor era a força do Seu povo, no entanto eles estavam maquinando contra Ele, rebelando-se contra a Sua vontade, e por isso seus príncipes estavam caindo à espada, por causa da insolência da língua deles, que não honrava ao Senhor, senão falava do que estava cheio os seus corações, a saber, de falsidade e malícia.   



Oséias 8

Quem Ama Corrige - Oseias 8

No céu há uma imensa família divina, que vive em perfeito amor e harmonia.
Este era o plano de Deus para todas as nações da terra.
Que fossem uma grande família, vivendo em perfeito amor e harmonia, resultantes de um andar na verdade e na justiça, porque o verdadeiro amor é sempre precedido pela verdade e pela justiça, ou seja, sem ambas, não pode existir amor.
Por isso o Senhor ordenou que se tocasse a trombeta de rebate, anunciando que Ele moveria suas tropas celestiais e terrenas para entrarem em guerra contra Israel. (Oseias 8.1)
O motivo está declarado no mesmo verso no qual se ordena o toque da trombeta.
Israel havia transgredido a aliança que tinham para com o Senhor e se rebelaram contra a Sua Lei.
O Senhor sabe que somos imperfeitos, limitados, pecadores, mas nos salva, aceita e aprova, nos reconciliando com Ele, pela esperança de sermos tal como Ele é, com o sincero desejo de fazer a Sua vontade.
Ele tomará a intenção pelo fato. O ódio pelo pecado como a própria pureza de coração, porque sabe que somos pó, vermezinhos que se arrastam à busca da Sua perfeita luz, e daquela transformação gloriosa que nos  conduzirá à plena conformação à Sua própria imagem.
Todavia, Israel, não somente rejeitou tal graça e misericórdia, pela esperança daquilo que viremos ainda a ser (Rom 8.21, 24), como quebrou totalmente a aliança que Deus havia feito com eles, se rebelando contra os Seus mandamentos.
O Senhor se agrada quando honramos os Seus mandamentos, lhes dando a devida atenção e respeito, por um sincero desejo de obedecê-los, mesmo que não consigamos fazê-lo com perfeição, em razão das limitações individuais de cada um de Seus filhos, mas como já dissemos antes, Ele tomará a intenção como o próprio ato consumado; tal como um pai amoroso aceita os rabiscos desenhados por seu filhinho, chamando-o de belo trabalho feito por ele.
A condição de Israel se agravava pela Sua hipocrisia, porque ao rejeitarem frontalmente todos os mandamentos de Deus, vivendo como qualquer nação pagã, somavam aos seus pecados o de hipocrisia ao continuarem invocando ao Senhor, dizendo que O conheciam, (v.2) quando sabiam que isto não era verdade.
Geralmente, cristãos rebeldes são achados debaixo de aflições, de correções divinas, sendo oprimidos pelo Inimigo, tal como havia ocorrido com Israel no passado, que ao ter rejeitado o bem, estava sendo perseguido pelo inimigo, e sendo oprimido por ele (v. 3).
Uma coisa é ser perseguido pelo Inimigo por causa do nosso amor ao evangelho, porque neste caso temos a proteção de Deus e Ele não permite que sejamos oprimidos pelo diabo, e outra muito diferente ser entregue a ele para destruição da carne, por causa de um andar rebelde para com o Senhor.
Os reis de Israel haviam se sucedido no trono através de conspirações e assassinatos. Não foi por consultarem ao Senhor, e por buscarem o Seu conselho que constituíram reis e príncipes (v. 4).
Eles haviam acumulado prata e ouro para fazerem ídolos, para honrarem os deuses que julgavam tê-los conduzido ao trono.
Por isso Deus estava irado contra eles e contra os seus ídolos, especialmente contra o bezerro de ouro que eles adoravam (v. 5), o qual seria feito por Ele em pedaços.
Deus lhes daria um sinal de que estavam semeando ventos, ou seja, vaidades, e então poderiam se preparar para colherem tormentas.
E faria isto não permitindo que houvesse crescimento de seus cereais no campo, e caso estes fossem produzidos, seriam pilhados por nações estrangeiras (v. 7).
Como haviam feito aliança com a Assíria para serem livrados do poder de Rezim, da Síria, todavia buscassem socorro para se livrarem dos juízos de Deus fazendo alianças com as nações estrangeiras, viria delas próprias a sua ruína, e estaria como quem foi devorado entre elas, como algo de que ninguém se agrade.
Os muitos altares que Israel havia erigido não eram para a adoração do Senhor, senão para pecarem com os seus ídolos (v. 11).
Os preceitos de Deus eram tidos por eles como coisa estranha, e ainda os teriam em tal conta, mesmo que a lei lhes fosse dada em dez mil preceitos (v. 12).
A parte que eles gostavam de praticar da lei, era a oferta de sacrifícios, mas eles não os apresentavam como a lei prescrevia, no templo de Jerusalém, e observando o que era determinado para cada tipo de sacrifício.
Mas isto não lhes importava, porque a única parte da sua devoção religiosa profana da qual gostavam era a que dizia respeito a terem que comer a carne dos sacrifícios. Era somente disto que gostavam: de comer a carne (v. 13).
O que podemos traçar como paralelo na maior parte dos cultos de nossas igrejas na atualidade?
Porventura não é que os cristãos gostam apenas dos louvores que agradam à sua carne?
De promoverem exibições teatrais, festejos, comidaradas, a pretexto de fortalecerem os laços de unidade?
E tantas outras coisas não poderiam ser alinhadas ao lado destas citadas?
Com a prosperidade material que alcançaram construíram palácios, e multiplicaram cidades fortificadas para se defenderem dos seus inimigos, mas o Senhor enviaria fogo para consumir suas cidades e palácios.
Eles haviam colocado seus corações em edificações, e não no Senhor, tal como costumam fazer muitas igrejas que se entregam a longos projetos de edificação de edifícios para templos, e deixam de lado a vida de devoção, de oração, de busca sincera do Senhor.
A obra deles também será provada pelo fogo e não resistirá, porque na verdade não estão edificando com o ouro e com a prata celestiais, senão com madeira, palha e feno.


Oseias 8.1 Põe a trombeta à tua boca. Ele vem como águia contra a casa do Senhor; porque eles transgrediram o meu pacto, e se rebelaram contra a minha lei.
Oseias 8.2 E a mim clamam: Deus meu, nós, Israel, te conhecemos.
Oseias 8.3 Israel desprezou o bem; o inimigo persegui-lo-á.
Oseias 8.4 Eles fizeram reis, mas não por mim; constituíram príncipes, mas sem a minha aprovação; da sua prata e do seu ouro fizeram ídolos para si, para serem destruídos.
Oseias 8.5 O teu bezerro, ó Samaria, é rejeitado; a minha ira se acendeu contra eles; até quando serão eles incapazes da inocência?
Oseias 8.6 Pois isso procede de Israel; um artífice o fez, e não é Deus. Será desfeito em pedaços o bezerro de Samaria
Oseias 8.7 Porquanto semeiam o vento, hão de ceifar o turbilhão; não haverá seara, a erva não dará farinha; se a der, tragá-la-ão os estrangeiros.
Oseias 8.8 Israel foi devorado; agora está entre as nações como um vaso em que ninguém tem prazer.
Oseias 8.9 Porque subiram à Assíria, qual asno selvagem andando sozinho; mercou Efraim amores.
Oseias 8.10 Todavia, ainda que eles merquem entre as nações, eu as congregarei; já começaram a ser diminuídos por causa da carga do rei dos príncipes.
Oseias 8.11 Ainda que Efraim tem multiplicado altares, estes se lhe tornaram altares para pecar.
Oseias 8.12 Escrevi para ele miríades de coisas da minha lei; mas isso é para ele como coisa estranha.
Oseias 8.13 Quanto aos sacrifícios das minhas ofertas, eles sacrificam carne, e a comem; mas o Senhor não os aceita; agora se lembrará da iniquidade deles, e punirá os seus pecados; eles voltarão para o Egito.
Oseias 8.14 Pois Israel se esqueceu do seu Criador, e edificou palácios, e Judá multiplicou cidades fortificadas. Mas eu enviarei sobre as suas cidades um fogo que consumirá os seus castelos.







Oséias 9

O Pecado Mata e Destrói - Oseias 9

Os juízos pronunciados e cumpridos contra Israel foram para nossa advertência, para quem o final dos tempos é chegado.
Deus tem um juízo monumental, de proporções terríveis com toda a terra, ao qual dará cabal cumprimento, tal como fizera no passado em relação a Israel, porque nos tem alertado em Sua palavra quanto a este grande juízo final, e faríamos bem em regular os nossos passos neste mundo, pensando neste grande juízo que Ele trará sobre toda a terra.
O pecado de Israel foi diagnosticado pelo Senhor como sendo o motivo da sua destruição.
Não foi o juízo de uma pessoa ou de algumas pessoas, mas um juízo monumental sobre toda uma nação, que seria deixada em ruínas, e que onde houvera dantes beleza e glória, haveria somente espinheiros e toda sorte de ervas daninhas cobrindo o que restasse das ruínas de seus castelos e casas.
Dá para imaginar uma tal coisa, como sendo procedente da parte de Deus, por causa da Sua ira contra o pecado? Não somente dá para imaginar, como para comprová-la pelo registro da história, e do testemunho silencioso da arqueologia das ruínas que se encontram no que fora no passado o território ocupado pelo Reino do Norte (Israel).
Ninguém poderá provocar o Senhor com os seus pecados e lograr escapar impune.  Esta é a grande lição que Ele nos deu ao ter levado Israel para o cativeiro. Isto significava expulsão da Sua presença e da posse da herança que nos havia sido reservada.
Ainda que um verdadeiro crente em Cristo Jesus jamais venha a ser banido, no entanto, corre o risco de sofrer danos em sua fidelidade, e ficar desprovido de galardões na glória.
Deus faria com que Israel ficasse privado de todos os prazeres mundanos aos quais  estavam tão afeiçoados.
 Eles seriam arrancados de sua própria terra e espalhados pelas nações, inclusive para o Egito, de onde haviam sido tirados por Moisés, onde se achavam em cativeiro. Do cativeiro haviam sido tirados, e para o cativeiro retornariam.
Eles haviam se esquecido disto, porque os juízos de Deus contra as nações, esperam decênios e até mesmo séculos para serem executados, e o homem insensato não pode compreender que estas coisas provêm do Senhor. Vive como se nada tivesse ocorrido no mundo, ou que nada de mal virá ainda a ocorrer, apesar de todo o testemunho da história, e das grandes ameaças de Deus relativas ao futuro da humanidade, especialmente quanto ao tempo do fim.
As trombetas de alerta estão soando por toda a parte, mas muito poucos conseguem ouvi-la e darem-se por avisados, de maneira a se prevenirem e escaparem de tais juízos por um andar em santidade na presença do Senhor.
Mas a maior parte da humanidade cai no laço do juízo de Deus porque prefere as trevas à luz, e assim, fica impedida de ver as coisas como de fato são.
 A glória do mundo ofusca seus olhos espirituais, e embriaga seus espíritos, de modo que não podem entender os caminhos do Senhor, que são de luz e de humildade.
A soberba eleva o coração, e das alturas em que se encontra não pode ver o pecado que está nas partes mais profundas do coração.
Aqueles que esperam receber muitas coisas da parte de Deus mas que não Lhe consagram suas vidas, tal como Israel havia feito no passado, deveriam prestar muita atenção nestas palavras que Ele dirigiu através do profeta Oseias que são aplicáveis também às suas vidas?

“14 Dá-lhes, ó SENHOR; que lhes darás? Dá-lhes um ventre estéril e seios secos.
15 Toda a sua malícia se acha em Gilgal, porque ali passei a aborrecê-los; por causa da maldade das suas obras, os lançarei fora de minha casa; já não os amarei; todos os seus príncipes são rebeldes.
16 Ferido está Efraim, secaram-se as suas raízes; não dará fruto; ainda que gere filhos, eu matarei os mais queridos do seu ventre.
17 O meu Deus os rejeitará, porque não o ouvem; e andarão errantes entre as nações.”


Oseias 9.1 Não te alegres, ó Israel, não exultes como os povos; pois te prostituíste, apartando-te do teu Deus; amaste a paga de meretriz sobre todas as eiras de trigo.
Oseias 9.2 A eira e o lagar não os manterão, e o vinho novo lhes faltará.
Oseias 9.3 Na terra do Senhor não permanecerão; mas Efraim tornará ao Egito, e na Assíria comerão comida imunda.
Oseias 9.4 Não derramarão libações de vinho ao Senhor, nem lhe agradarão com as suas ofertas. O pão deles será como pão de pranteadores; todos os que dele comerem serão imundos; pois o seu pão será somente para o seu apetite; não entrará na casa do Senhor.
Oseias 9.5 Que fareis vós no dia da solenidade, e no dia da festa do Senhor?
Oseias 9.6 Porque, eis que eles se foram por causa da destruição, mas o Egito os recolherá, Mênfis os sepultará; as suas coisas preciosas de prata as urtigas as possuirão; espinhos crescerão nas suas tendas.
Oseias 9.7 Chegaram os dias da punição, chegaram os dias da retribuição; Israel o saberá; o profeta é um insensato, o homem possesso de espírito é um louco; por causa da abundância da tua iniquidade e do teu grande ódio.
Oseias 9.8 O profeta é a sentinela de Efraim, o povo do meu Deus; contudo um laço de caçador de aves se acha em todos os seus caminhos, e inimizade na casa do seu Deus.
Oseias 9.9 Muito profundamente se corromperam, como nos dias de Gibeá; ele se lembrará das iniquidades deles, e punirá os seus pecados.
Oseias 9.10 Achei a Israel como uvas no deserto, vi a vossos pais como a fruta temporã da figueira no seu princípio; mas eles foram para Baal- Peor, e se consagraram a essa coisa vergonhosa, e se tornaram abomináveis como aquilo que amaram.
Oseias 9.11 Quanto a Efraim, a sua glória como ave voará; não haverá nascimento, nem gravidez, nem concepção.
Oseias 9.12 Ainda que venham criar seus filhos, eu os privarei deles, para que não fique nenhum homem. Ai deles, quando deles eu me apartar!
Oseias 9.13 Efraim, assim como vi a Tiro, está plantado num lugar aprazível; mas Efraim levará seus filhos ao matador.
Oseias 9.14 Dá-lhes, ó Senhor; mas que lhes darás? dá-lhes uma madre que aborte e seios ressecados.
Oseias 9.15 Toda a sua malícia se acha em Gilgal; pois ali é que lhes concebi ódio; por causa da maldade das suas obras lançá-los-ei fora de minha casa. Não os amarei mais; todos os seus príncipes são rebeldes.
Oseias 9.16 Efraim foi ferido, secou-se a sua raiz; eles não darão fruto; sim, ainda que gerem, eu matarei os frutos desejáveis do seu ventre.
Oseias 9.17 O meu Deus os rejeitará, porque não o ouviram; e errantes andarão entre as nações.







Oséias 10

Usando a Graça de Modo Errado - Oseias 10

Vemos no décimo capitulo do profeta Oseias que Israel havia sido castigado de vários modos pelo Senhor, mas havia juntado novas forças para continuar pecando.
O Senhor  pretendia curá-los dos seus pecados. Porém Israel havia produzido novos frutos como uma videira. Quer dizer, depois que Deus  havia feito a vindima, favorecendo o povo com as Suas bênçãos, Ele tornou a favorecer com novas bênçãos, preparando-o para uma nova produção de frutos.
Mas o que aconteceu?
O que Israel fez com as bênçãos que havia recebido do Senhor?
O que temos feito na Igreja com a plenitude de unção que temos recebido do Espírito?
Usamos o que recebemos para gastar no serviço do Senhor e para viver de acordo com o seu caráter e vontade?
O profeta diz que de acordo com a abundância do seu  fruto, Israel  multiplicou  os  seus altares.
Em vez de aumentarem a adoração e o serviço ao Senhor, eles usaram toda a prosperidade que receberam para servir a outros deuses e aos seus próprios interesses.
Assim, Deus reclama que o povo de Israel, depois de ter sido juntado de novo, caiu pela sua própria maldade.
Os castigos deveriam ter induzido Israel a retomar a pura e verdadeira adoração de Deus.
Todavia, o Senhor não somente  reprova o povo  por estar obstinado, como também por terem aumentado os seus vícios, pois se diz que  multiplicaram, isto é, aumentaram ainda mais as suas práticas pecaminosas.
E isto era como uma conspiração  horrível  para Deus, porque juntaram novas forças, depois de terem sido castigados, não para servi-lo, mas para pecarem,  para multiplicarem altares.
O Senhor havia removido a Sua glória do meio deles, mas eles não se arrependeram de seus pecados, e não renovaram os votos de fidelidade, que Lhe haviam feito de guardarem a Sua aliança e mandamentos.
Eles não levaram em conta as coisas que lhes estavam sucedendo, porque, aos seus olhos carnais, a vida deles seguia o mesmo rumo que sempre havia seguido, a saber, fora da presença de Deus e do Seu poder, e portanto, parecia-lhes que nada haviam perdido, e que não estavam perdendo nada, afinal, até mesmo a prosperidade material deles estava aumentando.
Apesar de Deus lhes ter mostrado através de evidências muito claras, que a adoração de coisas vãs não Lhe agrada, e que isto era para Ele a maior das abominações, Israel não se arrependeu quando foi castigado e depois abençoado por  Deus,  recebendo  abundância   de  bens em sua terra.
Eles não se voltaram para o Senhor depois dEle ter retirado a Sua mão corretiva de sobre  eles misericordiosamente.
Este ensino é muito útil.
É uma boa doutrina, pois que por ela aprendemos que o Senhor ao infligir castigos sem rigor extremo, geralmente há uma tendência do seu povo, ainda hoje, mesmo na Igreja de Cristo, a voltar  à  prática do pecado, tão logo reúna novas forças nos momentos de calmaria, quando não se encontram debaixo da disciplina de  Deus.
Seus espíritos ficam de novo insolentes e obstinados diante do Senhor, ainda que sendo alvo de  Suas  bênçãos.
Devemos portanto, usar a repreensão dirigida pelo profeta Oseias à nação de Israel, para a nossa própria instrução.
É  preciso vigiar pois para que não voltemos ao pecado depois de estarmos experimentando dias de bênçãos e refrigério,  depois  de termos saído da tempestade pela misericórdia do Senhor.
Agora veja que o profeta diz que quanto melhor a terra, mais belos os altares.
Isto  quer  dizer   que  eles fizeram ídolos elegantes, preparados com muito esmero; e gastaram nisto muito dinheiro, tempo e forças.
E eles pensavam que estavam com isso demonstrando uma adoração mais santa e consagrada a Deus em razão do seu esforço, trabalho e doações que estavam fazendo para sustentar todo aquele aparato religioso.
Eles pensavam que estavam dando uma  grande  demonstração do seu zelo para com Deus.
Como Israel no deserto eles haviam se desviado da adoração verdadeira, segundo as diretrizes estabelecidas por Deus, para aquilo que era fruto da própria imaginação deles; porque haviam feito  um  bezerro de ouro e disseram que aquele ídolo era o Deus que lhes havia libertado do Egito.
É muito comum para a natureza humana a criação de ídolos que são o fruto da própria imaginação do homem, e adorá-los pensando estar prestando com  isto verdadeiro culto de adoração a Deus.
E para tanto não é necessário que esta imaginação seja materializada ganhando forma na construção de uma imagem de escultura.
Não importa, em todo o caso, falar dos resultados tanto quanto importa falar da verdadeira causa  disso  que é o distanciamento do Senhor pela vitória da carne, pelo fato de se andar na carne e não no Espírito.
Quando a alma não é reta para com Deus, por não se andar na Sua vontade, obedecendo os Seus mandamentos, ela errará o alvo da verdadeira adoração porque esta só pode existir quando é em espírito e em verdade, e isto significa sobretudo estar vivendo em santidade de vida em estrita obediência à Palavra de Deus.
Não pode haver adoração verdadeira onde não há santidade, e esta é sobretudo praticar a Palavra de  Deus, pois que Jesus disse: "santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade.".
É o  Espírito  Santo  quem  nos  santifica quando meditamos na Palavra e a praticamos. Ele usa a Palavra para a nossa santificação.
Israel  estava  multiplicando altares numa adoração vã, porque o Senhor não estava naquilo, e não era a Deus que eles estavam adorando, mas a própria forma de culto que eles haviam criado.
E fizeram isto porque não estavam santificados, não estavam andando de fato  com Deus, amando e cumprindo os Seus mandamentos.
Ninguém está livre disto, e é preciso então estar santificado, andando no Espírito, guardando a Palavra do Senhor, do que estar buscando novas formas de adoração, quando aquelas  coisas essenciais relativas à santificação não estão presentes.
Quando a vida não é reta para com Deus não pode haver  nenhuma adoração verdadeira, senão idolatria, sob qualquer forma, ainda que se pense que se está adorando ao Senhor.
Podemos não estar dando forma ao ouro para fazer um bezerro, mas é possível que o ouro e a prata e tudo o que eles podem comprar, continuem sendo o único deus que governe o nosso coração.
Deus é puro espírito. Não nos iludamos portanto, pensando que é a Sua bênção que temos obtido pelo simples fato de termos prosperidade neste mundo.
Lembremos que Jesus disse dos ricos segundo o mundo, que dificilmente um deles entra no reino de Deus, apesar de toda a vida regalada e próspera que eles possam ter aqui na terra.
Se Paulo disse em seus dias as palavras a seguir, de I Cor 7.29-31,  quanto mais não devemos nós, para quem os últimos dias são chegados, vivermos de tal maneira?
   “29 Isto, porém, vos digo, irmãos, que o tempo se abrevia; pelo que, doravante, os que têm mulher sejam como se não a tivessem;
30 os que choram, como se não chorassem; os que folgam, como se não folgassem; os que compram, como se não possuíssem;
31 e os que usam deste mundo, como se dele não usassem em absoluto, porque a aparência deste mundo passa.”  (I Cor 7.29-31).
O tempo da volta o Senhor está muito mais abreviado agora do que nos dias de Paulo.
Tudo passará, nada levaremos conosco deste mundo, é tempo portanto agora, mais do que nunca, de investirmos nas coisas que são espirituais, celestiais e eternas, pois logo, logo, haveremos de estar para sempre na presença do Senhor, e importa que nos apresentemos perante Ele, não com a vergonha dos ídolos, que juntamos e adoramos, mas com nossas mãos cheias das obras de justiça, que praticamos para a glória do Seu santo nome.
Sejamos pois, cada vez mais cheios do Espírito Santo e do Seu poder.
Conheçamos e obedeçamos e apliquemos a Palavra de Deus, cada vez mais às nossas vidas, e então conheceremos qual é a verdadeira e duradoura bênção de Deus que nunca permitirá que nos afastemos da Sua presença, e que sejamos aperfeiçoados para toda boa obra.
Lembremos que o bezerro de ouro que Israel havia adorado por dois séculos foi enviado enfim por Deus para a Assíria, uma terra idólatra, que era o lugar dos ídolos e dos idólatras, tal como o tormento eterno é o lugar destinado para aqueles que adoram falsos deuses.
Por fim haverão de ser enviados para o seu próprio lugar, todos aqueles que se recusam a servir somente ao Senhor, apesar de todo o Seu esforço para tentar nos livrar disso, e de toda a longanimidade e misericórdia que usa para conosco abreviando o juízo, na expectativa de que nos arrependamos, tenhamos fé em Cristo, pratiquemos o que é justo, para que vivamos eternamente em Sua presença.

Oseias 10.1 Israel é vide frondosa que dá o seu fruto; conforme a abundância do seu fruto, assim multiplicou os altares; conforme a prosperidade da terra, assim fizeram belas colunas.
Oseias 10.2 O seu coração está dividido, por isso serão culpados; ele derribará os altares deles, e lhes destruirá as colunas.
Oseias 10.3 Certamente agora dirão: Não temos rei, porque não tememos ao Senhor; e o rei, que pode ele fazer por nós?
Oseias 10.4 Falam palavras vãs; juram falsamente, fazendo pactos; por isso brota o juízo como erva peçonhenta nos sulcos dos campos.
Oseias 10.5 Os moradores de Samaria serão atemorizados por causa do bezerro de Bete-Áven. O seu povo se lamentará por causa dele, como também prantearão os seus sacerdotes idólatras por causa da sua glória, que se apartou dela.
Oseias 10.6 Também será ele levado para Assíria como um presente ao rei Jarebe; Efraim ficará confuso, e Israel se envergonhará por causa do seu próprio conselho.
Oseias 10.7 O rei de Samaria será desfeito como a espuma sobre a face da água.
Oseias 10.8 E os altos de Áven, pecado de Israel, serão destruídos; espinhos e cardos crescerão sobre os seus altares; e dirão aos montes: Cobri-nos! e aos outeiros: Caí sobre nós!
Oseias 10.9 Desde os dias de Gibeá tens pecado, ó Israel; ali permaneceram; a peleja contra os filhos da iniquidade não os alcançará em Gibeá.
Oseias 10.10 Quando eu quiser, castigá-los-ei; e os povos se congregarão contra eles, quando forem castigados pela sua dupla transgressao.
Oseias 10.11 Porque Efraim era uma novilha domada, que gostava de trilhar; e eu poupava a formosura do seu pescoço; mas porei arreios sobre Efraim; Judá lavrará; Jacó desfará os torrões.
Oseias 10.12 Semeai para vós em justiça, colhei segundo a misericórdia; lavrai o campo alqueivado; porque é tempo de buscar ao Senhor, até que venha e chova a justiça sobre vós.
Oseias 10.13 Lavrastes a impiedade, segastes a iniquidade, e comestes o fruto da mentira; porque confiaste no teu caminho, na multidão dos teus valentes.
Oseias 10.14 Portanto, entre o teu povo se levantará tumulto de guerra, e todas as tuas fortalezas serão destruídas, como Salmã destruiu a Bete-Arbel no dia da batalha; a mãe ali foi despedaçada juntamente com os filhos.
Oseias 10.15 Assim vos fará Betel, por causa da vossa grande malícia; de madrugada será o rei de Israel totalmente destruído.







Oséias 11

O Amor Previne do Mal - Oseias 11

Ao contemplar qualquer pessoa, o Senhor não considera apenas o presente, mas tem em memória tudo o que é relativo a tal pessoa, desde o ventre, porque é Deus onisciente, e que nada esquece.
No 11º capítulo de Oseias, o Senhor se lembra de Israel, e como lhe havia amado quando entrou em aliança com ele quando o tirou do cativeiro do Egito.
Como eles se houveram valorosamente nas guerras que empreenderam em Seu nome contra as nações ímpias de Canaã, para entrarem na posse do território que lhes dera por herança.
Eles atendiam às Suas ordens, assim como um filho obedece ao seu pai.
Todavia, logo se desviaram da presença do Senhor, e quanto mais Ele os chamava, mais se afastavam dEle.
Contudo, é impossível que um pai deixe de amar um filho, ainda quando este anda de modo contrário à Sua vontade.
Um filho se esquece do seu pai, mas um pai de verdade jamais se esquecerá do seu filho.
Deus colocou em nós, homens, tais sentimentos, porque queria que entendêssemos quais são seus sentimentos em relação a nós, como Pai.
Ele nos gerou como suas criaturas, e espera que vivamos como seus filhos.
Com que pesar, por causa do atributo perfeito da Sua justiça, teria que corrigir tão duramente a Efraim, Seu filho.
Mas o faria sem esquecer do Seu amor e misericórdia para com ele, e sem deixar de trazer em lembrança o quanto havia amado Efraim, desde o tempo do Egito.
Israel havia abandonado o lar paterno e foi buscar abrigo na casa de um péssimo padrasto, a saber, Baal (Os 11.2).
Mas quem havia ensinado Israel a andar, e quem o havia formado foi o Senhor e não Baal.
Não foi Baal que havia carregado em seus braços e curado suas feridas, mas o Senhor, contudo eles não atinaram com isto (v. 3).
O Senhor se inclinava para lhes dar de comer, e lhes falou e tratou com palavras humanas, se amoldando à humanidade deles, para que não fossem subjugados pelo peso da glória da Sua divindade, e foi para com Israel como quem alivia o jugo (v. 4).
Mas Israel era dado a se desviar do Senhor, e quando era chamado a se elevar pensando nas coisas do alto, ninguém o fazia (v. 7).
Por isso seriam consumidos à espada por causa dos seus caprichos.
Contudo, isto não seria motivo de nenhum prazer para o Senhor, mas de grande tristeza para o Seu coração de Pai, que sempre sofre ao ter que corrigir os seus filhos.
Se aquela geração não fosse corrigida por tais meios dolorosos, não haveria arrependimento, e todas as gerações seguintes ficariam entregues à ruína.
Então a correção viria como forma preventiva para preservar Israel, e não para destruí-lo.
Por isso o Senhor não deixaria e entregaria Efraim, a tribo que descendera de José, como se fosse  uma nação qualquer, porque Seu coração se comovia dentro de Si, e as Suas misericórdias estavam acendendo naquela hora triste (v. 8).
O Senhor não destruiria totalmente Efraim, por causa da Sua misericórdia e do Seu amor por ele.
Então, faria como faz o leão para juntar os leõezinhos.
Ele bramaria e eles voltariam a Ele, ainda que tremendo, por causa do temor dos Seus juízos, porque se afastaram por causa da sua rebeldia.
Eles voltariam voando como pássaros e como pombas das terras para onde seriam espalhados em cativeiro, e o Senhor faria com que habitassem em suas próprias casas.
Muitos foram os enganos e mentiras de Israel para com o Senhor, mas ainda assim usaria desta misericórdia para com eles,  para aqueles que dentre eles, se voltariam para Ele, quando os chamasse.
 Judá permaneceria em sua própria terra, porque ainda andava em fidelidade para com Deus, e o mesmo teria sucedido a Efraim, caso tivesse agido de igual forma.

Oseias 11.1 Quando Israel era menino, eu o amei, e do Egito chamei a meu filho.
Oseias 11.2 Quanto mais eu os chamava, tanto mais se afastavam de mim; sacrificavam aos baalins, e queimavam incenso às imagens esculpidas.
Oseias 11.3 Todavia, eu ensinei aos de Efraim a andar; tomei-os nos meus braços; mas não entendiam que eu os curava.
Oseias 11.4 Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor; e fui para eles como os que tiram o jugo de sobre as suas queixadas, e me inclinei para lhes dar de comer.
Oseias 11.5 Não voltarão para a terra do Egito; mas a Assíria será seu rei; porque recusam converter-se.
Oseias 11.6 Cairá a espada sobre as suas cidades, e consumirá os seus ferrolhos; e os devorará nas suas fortalezas.
Oseias 11.7 Porque o meu povo é inclinado a desviar-se de mim; ainda que clamem ao Altíssimo, nenhum deles o exalta.
Oseias 11.8 Como te deixaria, ó Efraim? como te entregaria, ó Israel? como te faria como Admá? ou como Zeboim? Está comovido em mim o meu coração, as minhas compaixões à uma se acendem.
Oseias 11.9 Não executarei o furor da minha ira; não voltarei para destruir a Efraim, porque eu sou Deus e não homem, o Santo no meio de ti; eu não virei com ira.
Oseias 11.10 Andarão após o Senhor; ele bramará como leão; e, bramando ele, os filhos, tremendo, virão do ocidente.
Oseias 11.11 Também, tremendo, virão como um passarinho os do Egito, e como uma pomba os da terra da Assíria; e os farei habitar em suas casas, diz o Senhor.
Oseias 11.12 Efraim me cercou com mentira, e a casa de Israel com engano; mas Judá ainda domina com Deus, e com o Santo está fiel.







Oséias 12

A Soberba Conduz à Cobiça - Oseias 12

Em Oseias 12 nos vemos que o pecado de Efraim é o mesmo pecado do mundo, especialmente do mundo atual.
Vejamos que pecado é este. Ele se encontra nos versos 7 e 8:
“7 Efraim, mercador, tem nas mãos balança enganosa e ama a opressão;
8 mas diz: Contudo, me tenho enriquecido e adquirido grandes bens; em todos esses meus esforços, não acharão em mim iniquidade alguma, nada que seja pecado.”
Aqui está declarado o pecado que grassa em todo o mundo e que de fato se alastra mais do que qualquer outro. Lembremos que ele foi a grande causa da ruína de Israel.
É evidente que o pecado da idolatria é um terrível pecado diante de Deus, mas não maior do que este, porque na idolatria o homem adora um outro ser, mas neste, adora a si mesmo.
Estamos falando do pecado da soberba, que conduz ao da cobiça irregular, que por sua vez pode conduzir aos do engano e da falsidade, porque por meio destes, se buscará amar riquezas e fama mundana.
O homem pode chamar ao bem, mal, e ao mal, bem. E muitos praticam o mal a pretexto de alcançarem coisas que consideram boas.
Por isso o Senhor declara que o coração do homem é a coisa mais corrompida de todas que há na terra. E que Ele conhece perfeitamente esta disposição do coração para a prática do mal, a ponto de chamar o mal de bem, e o bem de mal.
“Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que põem as trevas por luz, e a luz por trevas, e o amargo por doce, e o doce por amargo!” (Is 5.20)
Deus falou através do profeta Oseias o que faria a Israel e a Judá por causa de viverem segundo a sabedoria do mundo, e não segundo a sabedoria que é segundo os Seus mandamentos, nos dois primeiros versículos de Os 12:
“1 Efraim apascenta o vento e persegue o vento leste todo o dia; multiplica mentiras e destruição e faz aliança com a Assíria, e o azeite se leva ao Egito.
2 O SENHOR também com Judá tem contenda e castigará Jacó segundo o seu proceder; segundo as suas obras, o recompensará.”
Poucos em Israel recordavam como foi feita a eleição daquela nação pelo Senhor. Ele a fizera em Jacó, cujo nome mudou para Israel, porque havia amado a Jacó, sabendo que andaria nos Seus caminhos e viveria de modo digno da sua vocação.
E no mesmo ventre em que se encontrava Jacó, Ele se aborreceu de Esaú,  e não o escolhera para formar Seu povo a partir dele, apesar de ser o primogênito, porque sabia que não amaria os Seus mandamentos, antes amaria viver como um cananeu, como de fato ele vivera.
Israel deveria portanto, viver de modo digno da sua eleição, e de igual modo devem viver todos os cristãos em Cristo Jesus, porque são também escolhidos por Ele para viveren do modo por Ele designado, e não conforme as suas próprias vontades.
  Quando nos permitimos ser governados pelo ego, e não pelo Espírito, caímos na mesma condição desviada de Israel, e não podemos, de maneira alguma, viver de modo digno em relação à chamada que nos foi feita por Deus para sermos santos em Sua presença, e não para vivermos segundo a sabedoria maligna que há no mundo, que procede não de Deus, mas do diabo, porque se firma na mentira, na falsidade e no engano.
E sabemos muito bem quem é o pai da mentira e do engano.


Oseias 12.1 Efraim apascenta o vento, segue o vento oriental todo o dia; multiplica a mentira e a destruição; e fazem aliança com a Assíria, e o azeite se leva ao Egito
Oseias 12.2 O Senhor também com Judá tem contenda, e castigará a Jacó segundo os seus caminhos; segundo as suas obras o recompensará.
Oseias 12.3 No ventre pegou do calcanhar de seu irmão; e na sua idade varonil lutou com Deus.
Oseias 12.4 Lutou com o anjo, e prevaleceu; chorou, e lhe fez súplicas. Em Betel o achou, e ali falou Deus com ele;
Oseias 12.5 sim, o Senhor, o Deus dos exércitos; o Senhor e o seu nome.
Oseias 12.6 Tu, pois, converte-te a teu Deus; guarda a benevolência e a justiça, e em teu Deus espera sempre.
Oseias 12.7 Quanto a Canaã, tem nas mãos balança enganadora; ama a opressão.
Oseias 12.8 Diz Efraim: Certamente eu me tenho enriquecido, tenho adquirido para mim grandes bens; em todo o meu trabalho não acharão em mim iniquidade alguma que seja pecado.
Oseias 12.9 Mas eu sou o Senhor teu Deus, desde a terra do Egito; eu ainda te farei habitar de novo em tendas, como nos dias da festa solene.
Oseias 12.10 Também falei aos profetas, e multipliquei as visões; e pelo ministério dos profetas usei de parábolas.
Oseias 12.11 Não é Gileade iniquidade? pura vaidade são eles. Em Gilgal sacrificam bois; os seus altares são como montões de pedras nos sulcos dos campos.
Oseias 12.12 Jacó fugiu para o campo de Arã, e Israel serviu por uma mulher, sim, por uma mulher guardou o gado.
Oseias 12.13 Mas o Senhor por meio dum profeta fez subir a Israel do Egito, e por um profeta foi ele preservado.
Oseias 12.14 Efraim mui amargamente provocou-lhe a ira; portanto sobre ele será deixado o seu sangue, e o seu Senhor fará cair sobre ele o seu opróbrio.







Oséias 13

A Prosperidade Pode Gerar Ingratidão - Oseias 13

O profeta Oseias teve a visão do que sucederia a Israel no dia em que fosse levado em cativeiro, e o expressou no 13º capítulo com as palavras que o Senhor colocou em sua boca.
De nada valeria para o povo o seu rei e príncipes porque eles próprios também seriam dominados pelo poder opressor que os levaria para o cativeiro.
Israel colocara sua confiança no homem que os governava, e lhe atendeu aos desejos sem se importar se isto contrariava frontalmente a vontade de Deus e os Seus mandamentos.
Todavia somente no Senhor havia socorro para eles, mas haviam colocado a sua confiança nas promessas falsas de livramento de seus reis e príncipes.
Deus não lhes havia dado reis e príncipes para que desviassem o Seu povo da Sua presença, antes para que o conduzissem debaixo do Seu temor e Palavra.
Eles haviam feito exatamente o oposto disto, e por isso o Senhor os removeria inteiramente, deixando Israel sem rei e príncipes.
No acúmulo dos seus muitos pecados, haviam esquecido completamente do Senhor, e que lhes havia ordenado desde o Egito que não tivessem outros deuses além dEle, porque somente Ele é o salvador do Seu povo.
No entanto, beijavam bezerros de ouro, e as obras de suas próprias mãos às quais chamavam de deuses.
Quando andavam no deserto, depois de terem saído do Egito, dependiam da providência sobrenatural do Senhor para lhes dar água e alimento, e livrá-los de seus inimigos, mas nem assim Lhe deram a honra e a gratidão devidas.
E uma vez que entraram na posse da sua própria terra em Canaã, e prosperaram, em vez de serem ainda mais gratos ao Senhor, se esqueceram dEle, e ficaram com seus corações ensoberbecidos pelo que lograram juntar e realizar.
Quão enganoso é o coração humano, e quão é dado a se desviar do Senhor, especialmente quanto maior for a prosperidade, ainda que seja recebida diretamente do próprio Deus!
Por muito tempo o Senhor havia suportado as más obras de Seu povo, mas como recusavam a emendar os seus caminhos, então nada mais se poderia fazer em relação a eles, senão entregá-los à ruína e à destruição que eles próprios haviam procurado tão obstinadamente.
Eles haviam buscado intensamente o mal, e seriam achados por ele afinal.


Oseias 13.1 Quando Efraim falava, tremia-se; foi exaltado em Israel; mas quando ele se fez culpado no tocante a Baal, morreu.
Oseias 13.2 E agora pecam mais e mais, e da sua prata fazem imagens fundidas, ídolos segundo o seu entendimento, todos eles obra de artífices, e dizem: Oferecei sacrifícios a estes. Homens beijam aos bezerros!
Oseias 13.3 Por isso serão como a nuvem de manhã, e como o orvalho que cedo passa; como a palha que se lança fora da eira, e como a fumaça que sai pela janela.
Oseias 13.4 Todavia, eu sou o Senhor teu Deus desde a terra do Egito; portanto não conhecerás outro deus além de mim, porque não há salvador senão eu.
Oseias 13.5 Eu te conheci no deserto, em terra muito seca.
Oseias 13.6 Depois eles se fartaram em proporção do seu pasto; e estando fartos, ensoberbeceu-se-lhes o coração, por isso esqueceram de mim.
Oseias 13.7 Portanto serei para eles como leão; como leopardo espreitarei junto ao caminho;
Oseias 13.8 Como ursa roubada dos seus cachorros lhes sairei ao encontro, e lhes romperei as teias do coração; e ali os devorarei como leoa; as feras do campo os despedaçarão.
Oseias 13.9 Destruir-te-ei, ó Israel; quem te pode socorrer?
Oseias 13.10 Onde está agora o teu rei, para que te salve em todas as tuas cidades? e os teus juízes, dos quais disseste: Dá-me rei e príncipes?
Oseias 13.11 Dei-te um rei na minha ira, e tirei-o no meu furor.
Oseias 13.12 A iniquidade de Efraim está atada, o seu pecado está armazenado.
Oseias 13.13 Dores de mulher de parto lhe sobrevirão; ele é filho insensato; porque é tempo e não está no lugar em que deve vir à luz.
Oseias 13.14 Eu os remirei do poder do Seol, e os resgatarei da morte. Onde estão, ó morte, as tuas pragas? Onde está, ó Seol, a tua destruição? A compaixão está escondida de meus olhos.
Oseias 13.15 Ainda que ele dê fruto entre os seus irmãos, virá o vento oriental, vento do Senhor, subindo do deserto, e secar-se-á a sua nascente, e se estancará a sua fonte; ele saqueará o tesouro de todos os vasos desejáveis.
Oseias 13.16 Samaria levará sobre si a sua culpa, porque se rebelou contra o seu Deus; cairá à espada; seus filhinhos serão despedaçados, e as suas mulheres grávidas serão fendidas.






Oséias 14

Promessas Consoladoras - Oseias 14

“1 Volta, ó Israel, para o SENHOR, teu Deus, porque, pelos teus pecados, estás caído.
2 Tende convosco palavras de arrependimento e convertei-vos ao SENHOR; dizei-lhe: Perdoa toda iniquidade, aceita o que é bom e, em vez de novilhos, os sacrifícios dos nossos lábios.
3 A Assíria já não nos salvará, não iremos montados em cavalos e não mais diremos à obra das nossas mãos: tu és o nosso Deus; por ti o órfão alcançará misericórdia.
4 Curarei a sua infidelidade, eu de mim mesmo os amarei, porque a minha ira se apartou deles.
5 Serei para Israel como orvalho, ele florescerá como o lírio e lançará as suas raízes como o cedro do Líbano.
6 Estender-se-ão os seus ramos, o seu esplendor será como o da oliveira, e sua fragrância, como a do Líbano.
7 Os que se assentam de novo à sua sombra voltarão; serão vivificados como o cereal e florescerão como a vide; a sua fama será como a do vinho do Líbano.
8 Ó Efraim, que tenho eu com os ídolos? Eu te ouvirei e cuidarei de ti; sou como o cipreste verde; de mim procede o teu fruto.
9 Quem é sábio, que entenda estas coisas; quem é prudente, que as saiba, porque os caminhos do SENHOR são retos, e os justos andarão neles, mas os transgressores neles cairão.”

Estas palavras finais e consoladoras ditas por Deus através do profeta. Palavras de boas promessas para Israel, tinham um endereçamento certo, a saber, conforme proferido no último versículo deste capítulo:

“Quem é sábio, que entenda estas coisas; quem é prudente, que as saiba, porque os caminhos do SENHOR são retos, e os justos andarão neles, mas os transgressores neles cairão.” (v. 9)

São palavras dirigidas aos sábios e prudentes, ao remanescente fiel que se converteria ao Senhor, depois de terem sido convencidos de seus maus caminhos, pelas repreensões que lhes havia dirigido pelos Seus profetas.
Este sempre foi e continuará sendo o princípio imutável usado por Deus para produzir conversões.
Ela não se destina aos que se consideram justos aos seus próprios olhos.
Aos que pensam que enxergam a verdade e que desfrutam de plena saúde espiritual, quando permanecem ainda escravizados ao pecado.
Mas se destina aos que se entristecem e choram por causa dos seus pecados. Aos que são contritos e humildes de coração e que se arrependem de seus maus caminhos.
São estes, e apenas estes, que podem se tornar alvo destas boas promessas de salvação e de restauração proferidas pelo Senhor.
Então apesar de serem muitos os que serão destruídos pelo juízo do Senhor, por não se arrependerem de seus pecados, no entanto, há uma palavra de esperança para aqueles que apesar de pecadores, tanto quanto os demais, voltam-se para Deus abandonando os seus pecados.
Por isso há um convite à salvação logo no início deste capitulo, para que não somente Israel soubesse, mas toda e qualquer pessoa em qualquer nação, que há um convite da graça que nos é dirigido por Deus para nos arrependermos de nossos pecados, para que sejamos reconciliados a Ele.

“1 Volta, ó Israel, para o SENHOR, teu Deus, porque, pelos teus pecados, estás caído.
2 Tende convosco palavras de arrependimento e convertei-vos ao SENHOR; dizei-lhe: Perdoa toda iniquidade, aceita o que é bom e, em vez de novilhos, os sacrifícios dos nossos lábios.
3 A Assíria já não nos salvará, não iremos montados em cavalos e não mais diremos à obra das nossas mãos: tu és o nosso Deus; por ti o órfão alcançará misericórdia.
4 Curarei a sua infidelidade, eu de mim mesmo os amarei, porque a minha ira se apartou deles.”

Estes que se convertem ao Senhor, logram alcançar a Sua misericórdia (v. 3), e são curados de suas infidelidades pelo sangue de Jesus e pelo lavar purificador e renovador do Espírito Santo. E são amados por Deus porque já não se encontram mais debaixo da Sua ira por causa do pecado, porque foram resgatados por Cristo da maldição e da ira da justiça divina que exigia a condenação eterna deles (v. 4).
Para estes que se convertem ao Senhor, Ele se torna para eles como o orvalho que lhes fará florescer e lançarem raízes para que possam dar ramos frutíferos e fragrantes.
Os que se assentam à sombra do Senhor, são vivificados porque nascem de novo do Espírito, e serão conhecidos pela excelência desta nova vida celestial, que é implantada em suas naturezas, em todas as nações, porque são estes a herança bendita do Senhor.
Como pôde Efraim comparar este Deus vivo e que nos vivifica, com os ídolos que não podem ouvir e nem cuidar de nós? Qual fruto espiritual agradável pode ser produzido na vida de uma pessoa por um ídolo? Mas todo verdadeiro fruto espiritual que permanece para sempre e que é agradável, procede somente do Senhor.


Oseias 14.1 Volta, ó Israel, para o Senhor teu Deus; porque pela tua iniquidade tens caído.
Oseias 14.2 Tomai convosco palavras, e voltai para o Senhor; dizei-lhe: Tira toda a iniquidade, e aceita o que é bom; e ofereceremos como novilhos os sacrifícios dos nossos lábios.
Oseias 14.3 Não nos salvará a Assíria, não iremos montados em cavalos; e à obra das nossas mãos já não diremos: Tu és o nosso Deus; porque em ti o órfão acha a misericórdia.
Oseias 14.4 Eu sararei a sua apostasia, eu voluntariamente os amarei; porque a minha ira se apartou deles.
Oseias 14.5 Eu serei para Israel como o orvalho; ele florescerá como o lírio, e lançará as suas raízes como o Líbano.
Oseias 14.6 Estender-se-ão as suas vergônteas, e a sua formosura será como a da oliveira, a sua fragrância como a do Líbano.
Oseias 14.7 Voltarão os que habitam à sua sombra; reverdecerão como o trigo, e florescerão como a vide; o seu renome será como o do vinho do Líbano.
Oseias 14.8 Ó Efraim, que tenho eu com os ídolos? Sou eu que respondo, e cuido de ti. Eu sou como a faia verde; de mim é achado o teu fruto.
Oseias 14.9 Quem é sábio, para que entenda estas coisas? prudente, para que as saiba? porque os caminhos do Senhor são retos, e os justos andarão neles; mas os transgressores neles cairão.










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