terça-feira, 20 de outubro de 2015

Êxodo 1 a 40

Êxodo 1

Entre os fatos citados no final do livro de Gênesis, e os que são relatados no livro de Êxodo, nós temos um período aproximado de quatrocentos anos. Este foi o tempo, conforme dito por Deus a Abraão, que a sua descendência teria que aguardar para o cumprimento da promessa feita a ele, de receberem a terra de Canaã como herança.
Neste longo tempo eles estavam se formando como nação no Egito, e agora chegaria o momento de saírem de lá nos dias de Moisés, para o cumprimento daquilo que o Senhor havia prometido aos patriarcas de Israel.
Não se deve pensar que Deus tenha ficado sem testemunhas no Egito durante aqueles quatrocentos anos sobre os quais a história e a Bíblia silenciam quanto ao que estava ocorrendo com as pessoas de Israel. Assim, não foi somente quando levantou Moisés e entrou em aliança com Israel com a doação formal da lei, e instituiu a forma do culto e da adoração, que Deus deu preceitos e mandamentos para serem cumpridos pelo seu povo, porque nós vemos ao longo do livro de Gênesis que desde Adão, Ele os havia dado, especialmente a partir de Abraão. Não é correto portanto pensar que foi somente a partir de Moisés que Deus tivesse revelado a Sua vontade aos homens.
A regulamentação da lei veio com Moisés, mas os princípios gerais da lei, já haviam sido revelados desde o princípio.
Este primeiro capitulo de Êxodo faz a ligação do final da narrativa de Gênesis com todas as coisas relativas à revelação da história da redenção da humanidade, que foram experimentadas nos próprios dias de Moisés, e que constam não somente em Êxodo, como também em Levítico, Números e Deuteronômio.
O próprio Moisés registrou as circunstâncias em que ele havia nascido, quando ainda era um bebê, e houve a matança de crianças israelitas, ordenada por faraó.
Os detalhes do seu livramento da morte naquela ocasião estão narrados no segundo capítulo. Neste, ele simplesmente registra o motivo alegado para aquela matança, pois o povo de Israel havia se multiplicado muito, contando com seiscentos mil homens prontos para a guerra, sem contar crianças, mulheres e idosos. E como haviam sido reduzidos à escravidão, tal crescimento preocupava os governantes egípcios, quanto a uma possível revolta de escravos que saísse vencedora contra o exército de faraó.
Das setenta pessoas que compunham a família de Jacó quando este entrou no Egito descenderam todos estes milhares de israelitas, que alguns estimam que se somando a estes homens prontos para a guerra, as crianças, mulheres e idosos, chega-se a um total aproximado de três milhões de pessoas, que seria a população total de Israel na época.
Então a matança das crianças teria em vista deter o aumento numérico da nação israelita.
No entanto este era o motivo alegado pela perspectiva do governo do Egito, mas sabemos que pela perspectiva espiritual havia poderes por detrás daquela operação covarde, tal como a que ocorreu na época em que Jesus nasceu, quando houve também uma matança de crianças ordenada por Herodes, e tal como haverá no governo do anticristo.
Nós sabemos que o poder por detrás do Anticristo é o de Satanás, que operará através dele.
Ora, toda esta fúria não pode ter motivos terrenos que a justifique, senão motivos espirituais, que têm sua origem naquele que veio roubar, matar e destruir, a saber, o diabo, arquiinimigo de Deus.
Por que não se fala de matança de crianças em massa em Israel, antes dos dias de Moisés?
Certamente o diabo soube que seria levantado um libertador para Israel, e além disso, ele sabia que aquela nação iria se deslocar para Canaã, depois daqueles quatrocentos anos, e isto faria com que a Palavra e a promessa de Deus fossem cumpridas, e não há nada que ele mais odeie do que isto, e assim tenta por todos os meios impedir que a promessa do Senhor seja cumprida, de modo que possa acusá-lo de infidelidade.
A sua fúria fica então manifestada nos seus atos. Quantos no ministério têm experimentado de perto esta oposição satânica?
Especialmente naquelas obras que foram levantadas por meio da promessa de Deus?
Ele tudo fará para impedir o seu prosseguimento, caso não tenha conseguido impedir o seu início.
Nós vemos esta oposição em quase todas as páginas da Bíblia, e especialmente Jesus e os apóstolos a enfrentaram em quase todo o tempo.
A fórmula “quanto mais“ do verso 12, relaciona a competição entre a misericórdia de Deus e a crueldade do rei do Egito, pois se diz que, quanto mais ele afligia os israelitas, mais eles se multiplicavam e se fortaleciam.
Isto é quase uma regra geral para o povo de Deus, pois quanto mais o diabo persegue o povo do Senhor, mais Deus o faz prosperar.
Em dias ou locais em que a igreja sofra duras perseguições, e que parece que será rapidamente destruída, devemos aprender dos muitos testemunhos da Bíblia e da própria história da igreja que o auxílio sempre nos chegará inesperadamente da parte de Deus, pois Ele tem determinado que as portas do inferno não poderão prevalecer contra a Sua igreja, e assim é Ele mesmo quem a guarda e protege de todo o mal.
Com o passar daqueles muitos anos a honra de José havia sido esquecida, e os novos governantes do Egito haviam reduzido os hebreus à escravidão, e foi usando a mão de obra deles que foram construídas as cidades de Pitom e Ramessés
Eles continuavam sendo usados no fabrico de tijolos e trabalhos no campo e em toda a sorte de serviços pesados.
Os egípcios estavam tratando deste modo o povo que Deus havia escolhido para Si mediante a aliança que havia feito com Abraão, Isaque e Jacó.
A descendência de Abraão estava reduzida à escravidão numa terra estranha, tal como o Senhor havia revelado ao patriarca cerca de seiscentos anos atrás. Aquela escravidão certamente não era um julgamento, mas uma estratégia prevista nos desígnios de Deus, porque o destino de Israel era lutar em Canaã e tomar posse daquela terra, conforme Ele havia determinado, e não permanecer no Egito para sempre.
Se estivessem em honra no Egito, ou se viessem a dominar o Egito estando em tal posição de honra, provavelmente não teriam sequer desejado deixar aquela terra para terem que lutar pela posse de Canaã.
Não temos todas as respostas, nem mesmo as perguntas acertadas para explicar aquela escravidão, mas uma coisa é certa, ela havia sido predita pelo Senhor e tinha certamente uma razão de ser dentro dos Seus propósitos.      
Israel estava destinado a ser um reino de sacerdotes, ou seja, a ser uma bênção para as nações, e como o seria, do alto da arrogância de um povo que nunca tinha conhecido o que é o sofrimento e a humilhação?
De certo modo, o cativeiro lhes havia ensinado a lição da importância de serem bondosos para com os estrangeiros e oprimidos, assim como eles tinham sido estrangeiros no Egito.    
E o cativeiro deixaria também o ensino indelével em todas as gerações de Israel de que temer o Senhor é mais sábio do que temer os poderosos e todos os poderes deste mundo, porque Deus subjugou o Egito por amor de Israel, e este temor de Deus foi o que motivou aquelas duas parteiras, que temeram mais a Deus do que ao homem, e por isso não executaram as ordens de Faraó no sentido de matarem os bebês do sexo masculino.
Quando os mandamentos são opostos aos mandamentos de Deus, nós devemos obedecer a Deus e não ao homem (Ageu 4.19, 5.29).
Nenhum poder terreno pode nos autorizar a pecar contra Deus.
O temor daquelas parteiras a Deus fez com que Ele abençoasse a casa delas, edificando-as, protegendo-as, dando-lhes paz e prosperidade, bem como todas as bênçãos que podemos esperar receber da parte de Deus, quando O honramos fazendo aquilo que é da Sua vontade, especialmente quando está envolvido nisto, o risco das nossas próprias vidas.
Cabe ressaltar que o que Deus abençoou não foi a mentira que as parteiras usaram para enganar faraó, de modo a não matarem os bebês, mas a atitude delas de se negarem a executar as ordens de faraó no sentido de exterminá-los.  


Êxodo 1.1 Ora, estes são os nomes dos filhos de Israel, que entraram no Egito; entraram com Jacó, cada um com a sua família:
Êxodo 1.2 Rúben, Simeão, Levi, e Judá;
Êxodo 1.3 Issacar, Zebulom e Benjamim;
Êxodo 1.4 Dã e Naftali, Gade e Aser.
Êxodo 1.5 Todas as almas, pois, que procederam da coxa de Jacó, foram setenta; José, porém, já estava no Egito.
Êxodo 1.6 Morreu, pois, José, e todos os seus irmãos, e toda aquela geração.
Êxodo 1.7 Depois os filhos de Israel frutificaram e aumentaram muito, multiplicaram-se e tornaram-se sobremaneira fortes, de modo que a terra se encheu deles.
Êxodo 1.8 Entrementes se levantou sobre o Egito um novo rei, que não conhecera a José.
Êxodo 1.9 Disse ele ao seu povo: Eis que o povo de Israel é mais numeroso e mais forte do que nos.
Êxodo 1.10 Eia, usemos de astúcia para com ele, para que não se multiplique, e aconteça que, vindo guerra, ele também se ajunte com os nossos inimigos, e peleje contra nós e se retire da terra.
Êxodo 1.11 Portanto puseram sobre eles feitores, para os afligirem com suas cargas. Assim os israelitas edificaram para Faraó cidades armazéns, Pitom e Ramessés.
Êxodo 1.12 Mas quanto mais os egípcios afligiam o povo de Israel, tanto mais este se multiplicava e se espalhava; de maneira que os egípcios se enfadavam por causa dos filhos de Israel.
Êxodo 1.13 Por isso os egípcios faziam os filhos de Israel servir com dureza;
Êxodo 1.14 assim lhes amarguravam a vida com pesados serviços em barro e em tijolos, e com toda sorte de trabalho no campo, enfim com todo o seu serviço, em que os faziam servir com dureza.
Êxodo 1.15 Falou o rei do Egito às parteiras das hebreias, das quais uma se chamava Sifrá e a outra Puá,
Êxodo 1.16 dizendo: Quando ajudardes no parto as hebreias, e as virdes sobre os assentos, se for filho, matá-lo-eis; mas se for filha, viverá.
Êxodo 1.17 As parteiras, porém, temeram a Deus e não fizeram como o rei do Egito lhes ordenara, antes conservavam os meninos com vida.
Êxodo 1.18 Pelo que o rei do Egito mandou chamar as parteiras e as interrogou: Por que tendes feito isto e guardado os meninos com vida?
Êxodo 1.19 Responderam as parteiras a Faraó: É que as mulheres hebreias não são como as egípcias; pois são vigorosas, e já têm dado à luz antes que a parteira chegue a elas.
Êxodo 1.20 Portanto Deus fez bem às parteiras. E o povo se aumentou, e se fortaleceu muito.
Êxodo 1.21 Também aconteceu que, como as parteiras temeram a Deus, ele lhes estabeleceu as casas.
Êxodo 1.22 Então ordenou Faraó a todo o seu povo, dizendo: A todos os filhos que nascerem lançareis no rio, mas a todas as filhas guardareis com vida.




Êxodo 2

O segundo capítulo de Êxodo começa com a história de Moisés, para revelar as circunstâncias do seu livramento do extermínio de crianças ordenado por faraó, e como foi parar pelo desígnio de Deus no lugar mais seguro para crescer e se desenvolver, a saber, na própria casa de faraó, e ainda por cima sob os cuidados e educação da sua própria mãe, que foi colocada pela filha de faraó sobre ele como sua tutora.
O Senhor prepara de fato uma mesa diante de nós na presença dos nossos inimigos. Ele mostra o Seu infinito poder sobre as hostes e iniciativas de Satanás, que fica impedido de fazer qualquer coisa contra aqueles que são assim protegidos por Ele.
Deste modo, Moisés foi adotado pela filha de faraó e, como se diz em At 7.22, foi educado em toda a sabedoria dos egípcios e veio a se tornar poderoso em atos e palavras. Para aqueles a quem Deus projeta para grandes serviços, Ele descobre modos para qualificá-los e prepará-los anteriormente.
Mas ele não ficou com o seu coração envolvido na causa do Egito e nos interesses da grandeza do Egito, e lutando para o estabelecimento da sua própria grandeza pessoal.
Ao contrário, ele trazia no seu coração a Palavra de Deus, que lhe fora ensinada por sua mãe na infância, e estava profundamente interessado na causa da justiça, não simplesmente na justiça dos homens, mas naquela justiça eterna e divina, para a qual ele haveria de consagrar toda a sua vida.
É por isso que lemos o seguinte a respeito de Moisés em Heb 11.24-27: “Pela fé Moisés, sendo já homem, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus do que ter por algum tempo o gozo do pecado, tendo por maiores riquezas o opróbrio de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa. Pela fé deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como quem vê aquele que é invisível.”.
Moisés era um levita tanto por parte de pai quanto de mãe. E eles não eram príncipes nem gente influente na tribo de Levi. E assim, quase como uma regra geral, Deus continua usando as coisas fracas e desprezíveis para confundir as fortes e as que são.
Nisto há um propósito expresso de manifestar o Seu grande poder, para nos ensinar que Ele pode levantar um governador poderoso e sábio de um jovem pastor como José, e um libertador poderoso, de uma família pobre e de um rapaz tímido e pacato como Moisés.
Isto não significa que Deus não use os fortes e poderosos, mas que Ele não depende deles para que possa fazer a Sua obra, pois é nos que não são fortes que se vê melhor a operação poderosa da Sua graça.
No entanto, nós vemos neste segundo capítulo a coragem moral de Moisés e o seu caráter, em expor a sua vida em favor dos fracos e oprimidos, pois é relatado que ele havia matado um egípcio, que estava ferindo covardemente a um hebreu, e a forma como ele enfrentou os pastores de Midiã, em defesa das filhas de Reuel.
Seria neste homem destemido que nós veremos um trabalho da graça, não para remover dele estas virtudes, mas para lhe dar o equilibro e refinamento necessário para que viesse a ser o grande líder e o maior profeta que a nação de Israel já tivera ao longo de toda a sua história.
E o fato de ter que fugir do Egito para Midiã para não ser morto por faraó, que soube da morte do egípcio por Moisés.
Todavia, tudo isto estava dentro do controle da providência divina.
Nos quarenta anos que Moisés esteve em Mídia, a servidão dos hebreus se tornaria mais dura, e a crueldade dos egípcios em relação a eles se revelaria muito maior, amadurecendo assim aquele povo para os juízos que viriam da parte do Senhor sobre aquela geração.
Enquanto isto, o próprio povo de Deus estaria aspirando mais e mais pela libertação, e estava sendo, portanto, preparado para deixar o Egito rumo a Canaã, quando o Senhor os libertasse do jugo da escravidão.
A terra prometida de Canaã passaria a ser um grande objetivo para eles, apesar das muitas lutas que teriam que empreender para conquistá-la.
Assim, a promessa de Deus feita a Abraão que a sua descendência herdaria aquela terra viria a ter total cumprimento com as ações que o Senhor começaria a empreender a partir do momento apropriado.
Afinal, foram quatrocentos anos que eles estiveram esperando no Egito para saírem para a posse daquilo que lhes fora dado como herança pelo Senhor, e o que seriam aqueles quarenta anos de Moisés em Mídiã, sendo preparado pelo Senhor para ser, não o oficial poderoso à frente do seu exército de homens guerreiros, prontos para a batalha, mas o pastor com o cajado na mão, através do qual o Senhor traria os Seus poderosos juízos ao Egito, para que não somente os egípcios, mas todo o mundo conhecido de então, soubesse que do Senhor é a terra e a sua plenitude e Ele a dá a quem quer, e o faz com o Seu braço poderoso sem o auxílio de mãos humanas.
É Deus quem tudo faz e governa, mas geralmente, Ele opera por meios, por instrumentos humanos, mas estes que são usados por Ele devem ser amoldados ao Seu caráter, devem ser conhecidos como homens de Deus e não meramente como simples cidadãos deste mundo.
Moisés foi reconhecido pelas filhas de Reul como um egípcio, e não como um profeta. O profeta seria trabalhado nele pela graça do Senhor, de modo que fosse nesta condição, aos israelitas para libertá-los, e não como um egípcio que havia se rebelado contra o poder de faraó.
Aqueles quarenta anos de permanência em Midiã tinham a ver com o que se diz no final de Êxodo 2: “No decorrer de muitos dias, morreu o rei do Egito; e os filhos de Israel gemiam debaixo da servidão; pelo que clamaram, e subiu a Deus o seu clamor por causa dessa servidão.
Então Deus, ouvindo-lhes os gemidos, lembrou-se do seu pacto com Abraão, com Isaque e com Jacó. E atentou Deus para os filhos de Israel; e Deus os conheceu.”.
O que estava portanto, sendo descortinado em relação à vida de Moisés não eram os seus próprios interesses, mas os interesses de Deus, ainda que isto não estivesse plenamente claro diante de seus olhos na ocasião.
Não importa o quanto compreendamos dos propósitos e dos meios usados por Deus para nos transformar pela Sua graça, e nos preparar para o seu serviço, pois o que importa é o resultado, o fim, e não os meios que nos conduziram a isto.    
E assim Moisés se casou com uma das sete filhas de Reul, que eram todas pastoras, mulheres empreendedoras e humildes, educadas no temor do Senhor, pois a Palavra diz de Reul que era sacerdote em Midiã.
Provavelmente, o próprio Moisés aprendeu ainda mais acerca das coisas de Deus com ele (Vide Êx 18,9,12).
Os midianitas viriam a se corromper e a se transformarem num povo idólatra, mas este Reul era um homem temente ao Senhor, e foi por isso que a providência divina levou Moisés até ele, quando fugiu do Egito, sem saber para onde iria.
Vale lembrar que Midiã era também filho de Abraão, que ele tivera com Quetura, e certamente, os seus descendentes haviam sido ensinados nos caminhos de Deus por Abraão (Gên 25.1,2).
Mas a Bíblia relata que a maioria deles descambou para a idolatria com o passar das sucessivas gerações.
Isto mostra claramente que a tendência da natureza terrena é a de se desviar de Deus, e por isso há necessidade de mortificação da carne, esforço e diligência para se aprender e viver a Palavra do Senhor; pois esta não nos vem naturalmente para nos influenciar e dirigir tal como se dá com o pecado.
A cessação de vigilância, de oração e meditação na Palavra traz como consequência imediata, sermos encontrados vivendo segundo a carne e não segundo o Espírito.
   O faraó que pretendia matar Moisés havia morrido durante aquele período de quarenta anos, que Moisés havia permanecido em Midiã, mas a ação do Senhor não dependia de esperar pela morte do faraó, porque vida e morte estão nas Suas mãos, somente ele permitiu que toda aquela iniquidade do Egito aumentasse por meio dele, de modo a que desse ocasião aos juízos que traria sobre toda aquela terra.
A promessa feita por Deus a Abraão, Isaque e Jacó deveria ter caído no esquecimento de muitos, durante aqueles longos quatrocentos anos, mas não no esquecimento de Deus, conforme é afirmado no final deste capítulo.
Os poucos que em Israel ainda mantinham a sua confiança nas coisas que lhes haviam sido prometidas, deveriam provavelmente ser alvo da zombaria dos incrédulos entre eles, em face do grande tempo que havia decorrido, e  continuavam ainda como escravos no Egito.
É isto o que acontece com muitos na igreja de Cristo, que não crêem de fato de todo o seu coração que Ele voltará, por ocasião do arrebatamento da igreja, para resgatar o Seu povo para sempre deste mundo de trevas, desta escravidão à corrupção a que ficou sujeita a criação.
Mas o cumprimento desta promessa será liquido e certo assim como ocorreu com a libertação dos israelitas do cativeiro egípcio, conforme o Senhor havia prometido cerca de seiscentos anos antes a Abraão.
A hora havia chegado, e Ele faria isto pela mediação de Moisés.


Êxodo 2.1 Foi-se um homem da casa de Levi e casou com uma filha de Levi.
Êxodo 2.2 A mulher concebeu e deu à luz um filho; e, vendo que ele era formoso, escondeu-o três meses.
Êxodo 2.3 Não podendo, porém, escondê-lo por mais tempo, tomou para ele uma arca de juncos, e a revestiu de betume e pez; e, pondo nela o menino, colocou-a entre os juncos a margem do rio.
Êxodo 2.4 E sua irmã postou-se de longe, para saber o que lhe aconteceria.
Êxodo 2.5 A filha de Faraó desceu para banhar-se no rio, e as suas criadas passeavam à beira do rio. Vendo ela a arca no meio os juncos, mandou a sua criada buscá-la.
Êxodo 2.6 E abrindo-a, viu a criança, e eis que o menino chorava; então ela teve compaixão dele, e disse: Este é um dos filhos dos hebreus.
Êxodo 2.7 Então a irmã do menino perguntou à filha de Faraó: Queres que eu te vá chamar uma ama dentre as hebreias, para que crie este menino para ti?
Êxodo 2.8 Respondeu-lhe a filha de Faraó: Vai. Foi, pois, a moça e chamou a mãe do menino.
Êxodo 2.9 Disse-lhe a filha de Faraó: Leva este menino, e cria-mo; eu te darei o teu salário. E a mulher tomou o menino e o criou.
Êxodo 2.10 Quando, pois, o menino era já grande, ela o trouxe à filha de Faraó, a qual o adotou; e lhe chamou Moisés, dizendo: Porque das águas o tirei.
Êxodo 2.11 Ora, aconteceu naqueles dias que, sendo Moisés já homem, saiu a ter com seus irmãos e atentou para as suas cargas; e viu um egípcio que feria a um hebreu dentre, seus irmãos.
Êxodo 2.12 Olhou para um lado e para outro, e vendo que não havia ninguém ali, matou o egipcio e escondeu-o na areia.
Êxodo 2.13 Tornou a sair no dia seguinte, e eis que dois hebreus contendiam; e perguntou ao que fazia a injustiça: Por que feres a teu próximo?
Êxodo 2.14 Respondeu ele: Quem te constituiu a ti príncipe e juiz sobre nós? Pensas tu matar-me, como mataste o egípcio? Temeu, pois, Moisés e disse: Certamente o negócio já foi descoberto.
Êxodo 2.15 E quando Faraó soube disso, procurou matar a Moisés. Este, porém, fugiu da presença de Faraó, e foi habitar na terra de Midiã; e sentou-se junto a um poço.
Êxodo 2.16 O sacerdote de Midiã tinha sete filhas, as quais vieram tirar água, e encheram os tanques para dar de beber ao rebanho de seu pai.
Êxodo 2.17 Então vieram os pastores, e as expulsaram dali; Moisés, porém, levantou-se e as defendeu, e deu de beber ao rebanho delas.
Êxodo 2.18 Quando elas voltaram a Reuel, seu pai, este lhes perguntou: como é que hoje voltastes tão cedo?
Êxodo 2.19 Responderam elas: um egípcio nos livrou da mão dos pastores; e ainda tirou água para nós e deu de beber ao rebanho.
Êxodo 2.20 E ele perguntou a suas filhas: Onde está ele; por que deixastes lá o homem? chamai-o para que coma pão.
Êxodo 2.21 Então Moisés concordou em marar com aquele homem, o qual lhe deu sua filha Zípora.
Êxodo 2.22 E ela deu à luz um filho, a quem ele chamou Gérson, porque disse: Peregrino sou em terra estrangeira.
Êxodo 2.23 No decorrer de muitos dias, morreu o rei do Egito; e os filhos de Israel gemiam debaixo da servidão; pelo que clamaram, e subiu a Deus o seu clamor por causa dessa servidão.
Êxodo 2.24 Então Deus, ouvindo-lhes os gemidos, lembrou-se do seu pacto com Abraão, com Isaque e com Jacó.
Êxodo 2.25 E atentou Deus para os filhos de Israel; e Deus os conheceu.





Êxodo 3

Os cento e vinte anos da vida de Moisés foram divididos em três períodos distintos: os primeiros quarenta anos ele passou no Egito, na corte de faraó; dos quarenta aos oitenta anos ele viveu em Midiã cuidando dos rebanhos de Jetro, seu sogro; e nos últimos quarenta anos ele retornou ao Egito para a libertação de Israel, e passou a maior parte destes anos caminhando com eles no deserto, impedidos que foram de se dirigirem imediatamente para Canaã, em razão da incredulidade daquela geração.
Muitas vezes entre a chamada de Deus e o cumprimento da chamada há um longo tempo de espera, tal como ocorreu com Moisés.
Muitos ministérios, antes de entrarem em plena frutificação passam por longos tempos de espera em que até parece que a chamada de Deus possivelmente não tivesse sido real.
Mas o grande fato, é que além do aperfeiçoamento dos seus vasos na paciência e perseverança, Ele os convence de que É Ele próprio que tudo realiza, e não propriamente os seus instrumentos, assim, toda a glória é reconhecida como sendo devida somente a Ele, em tudo o que for realizado.
Deste modo, somente quarenta anos depois que havia fugido do Egito, que Moisés vai ter uma experiência de chamada de Deus para o cumprimento de um ministério que absorveria totalmente todos os demais dias da sua vida.
E o primeiro passo desta longa caminhada começou com uma visão de uma sarça que ardia em chamas, mas que não se consumia, e com a audição de instruções específicas que lhes foram dadas diretamente por Deus no sentido de que deveria retornar ao Egito para libertar o Seu povo do jugo da servidão.
Desta forma, o fogo da ira, da santidade, do amor, do zelo, da justiça de Deus, diante da aflição que o Seu povo estava padecendo sob os egípcios, acendeu simbolicamente naquele arbusto que ardia aos olhos de Moisés, mas que não era consumido pelas chamas.
Isto indicava que não era o combustível da madeira que estava produzindo aquele fogo. Não eram, portanto chamas naturais, mas sobrenaturais, produzidas pela ação direta do Senhor.
Aquela visão havia impressionado profundamente  Moisés, de modo que ele se aproximou para verificar o que estava acontecendo, e foi quando o Senhor falou com Ele do meio das chamas.
“Não te chegues para cá e tira as sandálias de teus pés”  foi  a primeira ordem de Deus a Moisés. Há uma forma correta de se aproximar do Senhor. Em santa reverência, para satisfazer a nossa consciência e não a mera curiosidade.
E nisto, devemos estar conscientes da distância infinita que existe entre a sua santidade e nós, de modo que não nos aproximemos de modo impensado, irresponsável, para que em vez da sua aceitação, pelo respeito por nós demonstrado, encontremos a sua repreensão e desprezo.
E o ato de tirar as sandálias, além de ser um ato de submissão e respeito, era um símbolo externo daquela santidade interna que deve ser achada em nós, toda vez em que estivermos na presença do Senhor.  
E Deus se apresentou a Moisés como o Deus de seu pai, de Abraão, Isaque e Jacó. Em outras palavras, Ele queria lhe dizer que o pai de Moisés servia ao mesmo Deus a quem serviram os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó, e ele o servia por causa da aliança que o Senhor fizera com estes patriarcas.
Na verdade, o motivo da aparição a Moisés tinha a ver com a referida aliança, pois havia se aliançado com toda a descendência dos patriarcas, em razão da aliança que havia feito com eles.
Isto é muito importante de ser aprendido devidamente porque quando Jesus elevou o cálice de vinho na santa ceia dizendo que ele representava o Seu sangue, o sangue da Nova Aliança, daí aprendemos, que não era uma aliança nova no sentido de ter sido idealizada naquela ocasião, mas era a aliança mesma que Deus havia prometido a Abraão, de que abençoaria no seu descendente, que é Cristo, todas as nações da terra; no entanto era nova, no sentido de ser diferente da que se referia apenas a Israel, e que foi feita através de Moisés (Jer 32.31-34).
Assim como Deus se lembrou dos patriarcas para cumprir a promessa da sua aliança feita com eles nos dias de Moisés, depois de passados séculos que eles haviam morrido, de igual modo, Ele sempre se lembra da aliança que fez com seu Filho Jesus Creisto de abençoar aqueles que estão unidos a Ele pela fé, e jamais se esquecerá deles porque jamais se esquecerá da aliança que fez com Jesus de que seríamos o Seu povo, Seus filhos amados, por meio da fé nEle.
Assim, pela revelação do Antigo Testamento, podemos entender o profundo significado daquilo que temos vivido no Novo, notadamente o que se refere ao caráter da aliança que temos com Deus por meio de Jesus Cristo.
  Deus declarou a Moisés do meio da sarça que ardia, que estava vendo a aflição do Seu povo debaixo da opressão dos egípcios, e que havia ouvido também o clamor deles lhe pedindo livramento. E por conhecer o seu sofrimento, e por lhes atender ao clamor, é que estava se manifestando a Moisés naquela hora para enviá-lo ao Egito como libertador.
Vemos aqui que o Senhor nunca está indiferente ao sofrimento do Seu povo, mas espera que Lhe clamemos por auxílio para nos livrar das nossas aflições.
Ele quer que nós aprendamos que Ele é real e socorro bem presente na hora da tribulação.
Por isso, nos ordena a clamarmos por Ele no dia da angústia, para que possa nos livrar, e assim, venhamos a glorificar o Seu santo nome (Sl 50.15).
Sendo que naquela situação seria um livramento mais do que para atender a uma libertação pessoal, mas para o cumprimento de um propósito que Deus fixara em Seus decretos eternos, de fazer Israel habitar em Canaã e revelar-se através daquela nação, até que trouxesse através deles o Messias.
Desde então, o Senhor tem se revelado ao mundo, não somente através dos Seus filhos em Israel, mas através de todos aqueles que compõem a igreja de Cristo em todas as partes da terra.
E Deus iria libertar os descendentes de Jacó do Egito, não por serem o povo mais numeroso da terra e um povo que Lhe fosse inteiramente devoto, pois vemos que havia muitos idólatras entre eles, como a sucessão da narrativa do Pentateuco demonstrará, e a própria história da nação de Israel, especialmente nos dias de Josué (Jos 24.19-23), dos Juízes e dos Reis.
Mas eles haviam sido ensinados nos caminhos do Senhor pelos patriarcas, eles sabiam que Deus era somente um, e este era o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, de quem descendiam.
Eles sabiam que este Deus verdadeiro havia feito uma aliança com toda a descendência destes patriarcas, e seria por causa desta aliança que agiria em favor deles, de modo a cumprir tudo o que havia determinado fazer por meio de Israel.
Mas em meio à falta de uma unidade doutrinária entre os israelitas, a que Deus Moisés anunciaria quando fosse ter com eles?
Muitos deles se diziam filhos de Abraão, e que serviam portanto ao Deus de Abraão, só que as suas vidas e práticas negavam inteiramente o que afirmavam por causa das suas más obras, que não eram as obras de Abraão, e portanto, a fé deles, não era também a fé viva e genuína de Abraão.
Então Moisés receia quanto ao modo como deveria se apresentar a eles lhes dizendo que havia sido enviado pelo Deus de seus pais.
Por isso o Senhor disse a Moisés que deveria ser apresentado a eles pelo nome de heyhê  (v. 14), que significa Eu Sou o que Sou; que é uma palavra designativa de ser, haver, viver.
E por isso,  Deus dá a Moisés o nome de que é transliterado por YHWH, que é traduzido em nossas Bíblias por “Senhor”, e do qual é pronunciada a palavra Javé ou Jeová. Foi este nome que Deus ordenou que Moisés dissesse aos israelitas, afirmando que é este o Seu nome eternamente (Êxodo 3. 15).
O maior servo de Cristo terá que dizer: “Pela graça de Deus sou o que sou”, mas Deus diz: “Eu sou o que sou”, isto é, Ele não depende de ninguém e de nada fora de si mesmo para ser o que Ele é, foi e será eternamente.
Somente Ele tem vida em si mesmo e é auto suficiente em tudo.
Todas as Suas criaturas são dependentes dEle para que vivam e tenham existência, mas Ele de nada e de ninguém depende, pois é todo suficiente.
E como a tarefa da qual Deus estava encarregando Moisés era muito grande e cheia de dificuldades, este declarou ao Senhor a sua total incapacidade e insuficiência para cumpri-la.
Ele não deve ter considerado apenas a sua própria pequenez como a de todo o povo de Deus diante da grandeza e poder do Egito, tanto que haviam sido escravizados por eles.
Mas foi este Moisés que havia demonstrado coragem e iniciativa quando se dispôs a evitar os maltratos que estavam sendo dispensados pelos egípcios aos hebreus, que Deus escolheu para a tarefa de libertar o seu povo.
Isto demonstra que começos e manifestações modestos da graça do Senhor em nossas vidas é um bom sinal, porque poderoso é Deus para fazer com que estes humildes começos sejam transformados em grandes obras, que Ele poderá fazer através da nossa instrumentalidade.
Mas Deus não olhou para a insuficiência de Moisés, pois não estava se baseando nele para realizar a Sua vontade, mas no Seu próprio poder.
É bom que os ministros de Deus, que estão a Seu serviço, se lembrem sempre disto.
Assim, o Senhor falou a Moisés de coisas futuras como se já estivessem cumpridas pois lhe disse diante das suas dúvidas e temores: “Eu serei contigo; e este será o sinal de que eu te enviei: depois de haveres tirado o povo do Egito, servireis a Deus neste monte.”.
Daqui se depreende também a verdade de que ninguém será libertado por Deus para viver para si mesmo conforme o conselho da sua própria vontade.
Todos aqueles que foram libertados por Jesus da escravidão do pecado devem viver para Ele, servindo-O em novidade e santidade de vida.
Somos libertados para servi-lO durante todos os dias de nossas vidas.
Deus criou o homem para este propósito, e o homem deve viver de acordo com o propósito para o qual fora criado por Deus.        
E todos os que servem a Deus devem dizer aos homens as palavras que lhes são designadas por Deus.
Eles devem ir ao trono da graça para receberem as palavras que deverão dizer aos homens (Ez 2.7, 3.4,10. 17).  
Moisés, conforme Deus lhe dera instruções no monte Sinai, deveria reunir os anciãos de Israel e lhes dizer aquelas palavras de livramento da parte do Senhor, e juntos deveriam ir a faraó e lhe dizer que o Senhor Deus dos hebreus lhes havia encontrado e faraó deveria deixá-los ir a uma distância do Egito que seria percorrida em três dias para que oferecessem sacrifícios a Ele, fora dos termos dos egípcios.
Mas Deus havia revelado a Moisés que os anciãos de Israel o ouviriam, mas faraó não lhes deixaria ir se não fosse obrigado pela Sua mão forte.
Por isso feriria o Egito com todos os Seus prodígios, que faria no meio dele, e somente depois disso é que faraó deixaria o povo ir.
Deus é Deus e conhece perfeitamente os corações dos homens e o futuro de todas as coisas.
Descansar pela fé é descansar neste conhecimento daquilo que Ele é e pode fazer.
Podemos trabalhar muito para o Senhor nas coisas que Ele nos tem determinado, porque servimos a um Deus que tudo pode e conhece.
Aquilo que Ele diz se cumprirá, por maiores que possam ser as evidências em contrário.
Quem diria que escravos pastores poderiam ser libertados não pela sua própria força, de um poder bélico poderoso para a época, como o dos egípcios?
Somente aqueles que têm fé sabem que não há nada difícil para Aquele que criou os céus e a terra.
E como havia prometido a Abraão na visão que lhe havia dado sobre o que sucederia à sua descendência na terra da escravidão, o Senhor disse a Moisés que a escravidão e exploração dos israelitas seria compensada por Ele quando eles fossem libertados, porque faria com que viesse tal temor sobre os egípcios, que lhes dariam muitos bens materiais, antes de deixarem a terra da servidão.


Êxodo 3.1 Ora, Moisés estava apascentando o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Midiã; e levou o rebanho para trás do deserto, e chegou a Horebe, o monte de Deus.
Êxodo 3.2 E apareceu-lhe o anjo do Senhor em uma chama de fogo do meio duma sarça. Moisés olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia;
Êxodo 3.3 pelo que disse: Agora me virarei para lá e verei esta maravilha, e por que a sarça não se queima.
Êxodo 3.4 E vendo o Senhor que ele se virara para ver, chamou-o do meio da sarça, e disse: Moisés, Moisés! Respondeu ele: Eis-me aqui.
Êxodo 3.5 Prosseguiu Deus: Não te chegues para cá; tira os sapatos dos pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa.
Êxodo 3.6 Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó. E Moisés escondeu o rosto, porque temeu olhar para Deus.
Êxodo 3.7 Então disse o Senhor: Com efeito tenho visto a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheço os seus sofrimentos;
Êxodo 3.8 e desci para o livrar da mão dos egípcios, e para o fazer subir daquela terra para uma terra boa e espaçosa, para uma terra que mana leite e mel; para o lugar do cananeu, do heteu, do amorreu, do perizeu, do heveu e do jebuseu.
Êxodo 3.9 E agora, ei s que o clamor dos filhos de Israel é vindo a mim; e também tenho visto a opressão com que os egípcios os oprimem.
Êxodo 3.10 Agora, pois, vem e eu te enviarei a Faraó, para que tireis do Egito o meu povo, os filhos de Israel.
Êxodo 3.11 Então Moisés disse a Deus: Quem sou eu, para que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel?
Êxodo 3.12 Respondeu-lhe Deus: Certamente eu serei contigo; e isto te será por sinal de que eu te enviei: Quando houveres tirado do Egito o meu povo, servireis a Deus neste monte.
Êxodo 3.13 Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?
Êxodo 3.14 Respondeu Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos olhos de Israel: EU SOU me enviou a vós.
Êxodo 3.15 E Deus disse mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O Senhor, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó, me enviou a vós; este é o meu nome eternamente, e este é o meu memorial de geração em geração.
Êxodo 3.16 Vai, ajunta os anciãos de Israel e dize-lhes: O Senhor, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, apareceu-me, dizendo: certamente vos tenho visitado e visto o que vos tem sido feito no Egito;
Êxodo 3.17 e tenho dito: Far-vos-ei subir da aflição do Egito para a terra do cananeu, do heteu, do amorreu, do perizeu, do heveu e do jebuseu, para uma terra que mana leite e mel.
Êxodo 3.18 E ouvirão a tua voz; e ireis, tu e os anciãos de Israel, ao rei do Egito, e dir-lhe-eis: O Senhor, o Deus dos hebreus, encontrou-nos. Agora, pois, deixa-nos ir caminho de três dias para o deserto para que ofereçamos sacrifícios ao Senhor nosso Deus.
Êxodo 3.19 Eu sei, porém, que o rei do Egito não vos deixará ir, a não ser por uma forte mão.
Êxodo 3.20 Portanto estenderei a minha mão, e ferirei o Egito com todas as minhas maravilhas que farei no meio dele. Depois vos deixará ir.
Êxodo 3.21 E eu darei graça a este povo aos olhos dos egípcios; e acontecerá que, quando sairdes, não saireis vazios.
Êxodo 3.22 Porque cada mulher pedirá à sua vizinha e à sua hóspeda joias de prata e joias de ouro, bem como vestidos, os quais poreis sobre vossos filhos e sobre vossas filhas; assim despojareis os egípcios.




Êxodo 4

Os sinais e maravilhas que Deus concedeu a Moisés para fazer no Egito, principalmente para convencer aos israelitas incrédulos, que estava sendo de fato enviado por Ele, foram exigidos por muitos judeus nos dias de Jesus para que Ele provasse que era de fato um enviado de Deus a eles, tal qual fora Moisés.
Os sinais que Deus concedeu a Moisés eram muito mais para fortalecer a fé do próprio Moisés do que para o convencimento do povo acerca da Sua pessoa, pois a verdadeira fé não se apóia na crença em sinais, mas no arrependimento sincero do coração, e no novo nascimento do Espírito, que nos transforma em novas criaturas.
De fato, não é meramente por meio de sinais que ocorrem conversões, ainda que estes possam contribuir para que elas ocorram.
Mas nunca será o sinal que converterá alguém, senão o arrependimento e a obra da graça no coração.
Tanto que o próprio Deus deu mais do que um sinal a Moisés para fazer no Egito e lhe disse o motivo disso: “Se eles não crerem, nem atenderem à evidência do primeiro sinal, talvez crerão na evidência do segundo. Se nem ainda crerem mediante estes dois sinais, nem te ouvirem a voz, tomarás das águas do rio, e as derramarás na terra seca; e as águas que do rio tomares tornar-se-ão em sangue sobre a terra.” (Êxodo 4.8,9).
Todavia, Deus não estava dando estes sinais naquela ocasião para produzirem conversões, senão para comprovar que Moisés havia de fato sido enviado por Ele para libertá-los do Egito.  
O próprio Moisés não fora movido o tanto quanto deveria pelos sinais de poder que o Senhor fizera com ele no monte Sinai, pois continuava argumentando com Deus que não seria capaz de cumprir a tarefa que Ele lhe estava dando.
De fato, este Moisés relutante, cresceria na fé e no conhecimento de Deus, à medida que caminhasse com Ele, e é este o único modo de se conhecer verdadeiramente ao Senhor: é caminhando com Ele diariamente.
Nós veremos muita diferença no Moisés que estava com Deus no Sinai, do Moisés que a graça havia aperfeiçoado e que se encontrava à frente de Israel, como o grande líder daquela nação.
Não conseguimos ver nada do Moisés que esteve no Sinai com Deus apresentando-lhe toda sorte de justificativas para não ser enviado ao Egito, no Moisés que cumpriu fielmente o seu ministério, porque toda aquela auto-indulgência que ele havia demonstrado no Sinai chegou a um extremo que veio a despertar a ira de Deus contra ele, pois estava se apresentando como um entrave para o cumprimento do seu dever.
De igual modo, também nós, quando nos fixamos naquelas insuficiências que vemos em nós mesmos e deixamos de ser encorajados pela dependência exclusiva na graça de Deus, também corremos o mesmo risco de Lhe desagradar, porque não somos chamados a caminhar com Ele pelo nosso próprio poder e capacidade e pelo que vemos, senão por fé e dependendo inteiramente da Sua graça, pois Aquele que criou o homem pode dar ao homem aquilo que lhe falta, para que possa cumprir a Sua missão.
Além disso, Ele pode realizar os Seus propósitos através de nós, independentemente das nossas limitações.
Mas é importante observar a condescendência de Deus para com as nossas limitações, mesmo quando estas não são reais, mas pensamos que são, assim como foi o caso de Moisés, que se julgava inabilitado para a missão, pois o Senhor mesmo tomou a iniciativa de adequar aquela situação até que os olhos de Moisés fossem abertos para a sua capacidade de liderança, dando-lhe Aarão seu irmão para ser seu porta-voz.
O próprio Moisés viria depois a tomar a dianteira em tudo o que dizia respeito à liderança, quer no Egito, quer na caminhada com Israel no deserto, depois de terem sido libertados, mas a graça e a misericórdia de Deus o assistiram, dando-lhe as condições apropriadas para que pudesse despertar e cumprir integralmente a Sua missão.
Assim, importa sermos sensíveis como ministros de Deus, não impondo às pessoas encargos que elas não poderão cumprir sozinhas num dado período, até que venham a descobrir no futuro que podem andar por si mesmas, assistidas que são pela graça do Senhor.
Tendo sido definida a missão, será demandada agora várias mudanças na rotina da vida.
O trabalho de Deus não poderá ser feito sem que seja feita qualquer mudança nos nossos hábitos de vida.
O que estava dormindo terá que despertar, o que estava acomodado terá que se mover, o que estava sossegado terá que começar a se preocupar.
E Moisés preparou seu jumento, pegou a vara com a qual seriam feitos os sinais no Egito, e teve que sofrer a relutância de sua esposa, para que seu filho fosse circuncidado, e teve que deixar o conforto, e fazer no deserto, o caminho de volta que havia feito ao ter fugido do Egito.
Arão foi movido pelo Senhor para se encontrar com Moisés no deserto, e estes dois generais a serviço do Grande General que guerrearia no Egito reuniram os anciãos de Israel e além de lhes falarem das palavras de libertação, que lhes foram ordenadas pelo Senhor, fizeram na sua presença, os sinais que Deus havia designado para que cressem que eles haviam sido enviados por Ele com aquela missão. E creram, se inclinaram e adoraram a Deus, pelo fato de ter visto a aflição deles e ter-lhes prometido que seriam libertados.

Êxodo 4.1 Então respondeu Moisés: Mas eis que não me crerão, nem ouvirão a minha voz, pois dirão: O Senhor não te apareceu.
Êxodo 4.2 Ao que lhe perguntou o Senhor: Que é isso na tua mão. Disse Moisés: uma vara.
Êxodo 4.3 Ordenou-lhe o Senhor: Lança-a no chão. Ele a lançou no chão, e ela se tornou em cobra; e Moisés fugiu dela.
Êxodo 4.4 Então disse o Senhor a Moisés: Estende a mão e pega-lhe pela cauda (estendeu ele a mão e lhe pegou, e ela se tornou em vara na sua mão);
Êxodo 4.5 para que eles creiam que te apareceu o Senhor, o Deus de seus pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó.
Êxodo 4.6 Disse-lhe mais o Senhor: Mete agora a mão no seio. E meteu a mão no seio. E quando a tirou, eis que a mão estava leprosa, branca como a neve.
Êxodo 4.7 Disse-lhe ainda: Torna a meter a mão no seio. (E tornou a meter a mão no seio; depois tirou-a do seio, e eis que se tornara como o restante da sua carne.)
Êxodo 4.8 E sucederá que, se eles não te crerem, nem atentarem para o primeiro sinal, crerão ao segundo sinal.
Êxodo 4.9 E se ainda não crerem a estes dois sinais, nem ouvirem a tua voz, então tomarás da água do rio, e a derramarás sobre a terra seca; e a água que tomares do rio tornar-se-á em sangue sobre a terra seca.
Êxodo 4.10 Então disse Moisés ao Senhor: Ah, Senhor! eu não sou eloquente, nem o fui dantes, nem ainda depois que falaste ao teu servo; porque sou pesado de boca e pesado de língua.
Êxodo 4.11 Ao que lhe replicou o Senhor: Quem faz a boca do homem? ou quem faz o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego?. Não sou eu, o Senhor?
Êxodo 4.12 Vai, pois, agora, e eu serei com a tua boca e te ensinarei o que hás de falar.
Êxodo 4.13 Ele, porém, respondeu: Ah, Senhor! envia, peço-te, por mão daquele a quem tu hás de enviar.
Êxodo 4.14 Então se acendeu contra Moisés a ira do Senhor, e disse ele: Não é Arão, o levita, teu irmão? eu sei que ele pode falar bem. Eis que ele também te sai ao encontro, e vendo-te, se alegrará em seu coração.
Êxodo 4.15 Tu, pois, lhe falarás, e porás as palavras na sua boca; e eu serei com a tua boca e com a dele, e vos ensinarei o que haveis de fazer.
Êxodo 4.16 E ele falará por ti ao povo; assim ele te será por boca, e tu lhe serás por Deus.
Êxodo 4.17 Tomarás, pois, na tua mão esta vara, com que hás de fazer os sinais.
Êxodo 4.18 Então partiu Moisés, e voltando para Jetro, seu sogro, disse-lhe: Deixa-me, peço-te, voltar a meus irmãos, que estão no Egito, para ver se ainda vivem. Disse, pois, Jetro a Moisés: Vai-te em paz.
Êxodo 4.19 Disse também o Senhor a Moisés em Midiã: Vai, volta para o Egito; porque morreram todos os que procuravam tirar-te a vida.
Êxodo 4.20 Tomou, pois, Moisés sua mulher e seus filhos, e os fez montar num jumento e tornou à terra do Egito; e Moisés levou a vara de Deus na sua mão.
Êxodo 4.21 Disse ainda o Senhor a Moisés: Quando voltares ao Egito, vê que faças diante de Faraó todas as maravilhas que tenho posto na tua mão; mas eu endurecerei o seu coração, e ele não deixará ir o povo.
Êxodo 4.22 Então dirás a Faraó: Assim diz o Senhor: Israel é meu filho, meu primogênito;
Êxodo 4.23 e eu te tenho dito: Deixa ir: meu filho, para que me sirva. mas tu recusaste deixá-lo ir; eis que eu matarei o teu filho, o teu primogênito.
Êxodo 4.24 Ora, sucedeu no caminho, numa estalagem, que o Senhor o encontrou, e quis matá-lo.
Êxodo 4.25 Então Zípora tomou uma faca de pedra, circuncidou o prepúcio de seu filho e, lançando-o aos pés de Moisés, disse: Com efeito, és para mim um esposo sanguinário.
Êxodo 4.26 O Senhor, pois, o deixou. Ela disse: Esposo sanguinário, por causa da circuncisão.
Êxodo 4.27 Disse o Senhor a Arão: Vai ao deserto, ao encontro de Moisés. E ele foi e, encontrando-o no monte de Deus, o beijou:
Êxodo 4.28 E relatou Moisés a Arão todas as palavras com que o Senhor o enviara e todos os sinais que lhe mandara.
Êxodo 4.29 Então foram Moisés e Arão e ajuntaram todos os anciãos dos filhos de Israel;
Êxodo 4.30 e Arão falou todas as palavras que o Senhor havia dito a Moisés e fez os sinais perante os olhos do povo.
Êxodo 4.31 E o povo creu; e quando ouviram que o Senhor havia visitado os filhos de Israel e que tinha visto a sua aflição, inclinaram-se, e adoraram.


Êxodo 5

Depois de terem estado com os anciãos de Israel, Moisés e Arão se dirigiram à presença de faraó para lhe declarar as palavras de Deus. E como o Senhor havia afirmado que o endureceria para que não os ouvissem, de fato aconteceu, e o resultado foi que em represália, ele ordenou que se aumentasse a carga de trabalho e opressão dos israelitas.
A tarefa de fazer tijolos foi dificultada porque não ofereceriam mais a palha para incorporarem à argamassa, eles teriam que achar palha por si mesmos e dar a mesma conta diária relativa à produção de tijolos.
Faraó desafiou a Deus dizendo a Moisés e Arão: “Quem é o Senhor para que eu ouça a sua voz e deixe ir Israel? Não conheço o Senhor, nem deixarei ir Israel.”.
O seu orgulho e endurecimento em não conhecer o Senhor, como que a pensar que não tinha nenhuma obrigação para com Ele, lhe parecia uma grande vantagem, pois não tinha, segundo o seu pensar, nenhuma responsabilidade para com aquele Deus, senão apenas os israelitas, no entanto, ele não sabia que o não conhecimento deste Deus é a causa da ruína eterna de qualquer pessoa, seja grande ou pequena, pois a vida eterna consiste exatamente em que se conheça a Deus e a seu Filho Jesus Cristo (Jo 17.3), e a falta deste conhecimento é morte, porque toda pessoa já se encontra morta espiritualmente falando, em razão da natureza decaída no pecado, da qual somente Jesus Cristo pode nos livrar.    
Faraó só fez agravar ainda mais a sua culpa e condenação diante do Senhor, pois agiu com maior impiedade em relação aos israelitas numa clara provocação direta ao Deus dos hebreus.
Tal foi o aumento da intensidade do sofrimento do povo do Senhor, produzido por faraó, que os oficiais israelitas reclamaram com Moisés e Arão alegando que desde que eles haviam falado de libertação do povo, que as coisas haviam piorado em muito, porque só serviu para despertar a fúria do faraó contra eles.
No reino espiritual, as coisas funcionam exatamente deste modo, pois toda vez que o Senhor determina libertar alguém da escravidão de Satanás, a fúria dos espíritos das trevas aumenta consideravelmente e é quase palpável a oposição e resistência que eles fazem contra o povo de Deus, que está a serviço do Senhor, procurando intimidá-los com seus ataques em quase todas as áreas de suas vidas: física, profissional, mental, sentimental, espiritual, emocional etc.
Por isso é necessário, quando se está envolvido em alguma missão de Deus, estar sempre revestido da Sua armadura espiritual e resistir firme na fé aos ataques do diabo, mantendo o coração revestido da graça de Jesus, orando e vigiando em todo o tempo no Espírito.
Àquela altura, Moisés não tinha ainda experiência suficiente, e não sabia discernir adequadamente as coisas relativas ao reino espiritual, e por isso ele argumentou com o Senhor estranhando que tudo aquilo estivesse acontecendo, e protestou contra o fato de o Senhor não ter libertado o povo como havia prometido, ao contrário, estava permitindo que faraó o oprimisse ainda mais.
Sempre, e ainda hoje, quando oramos para Deus fazer avançar a Sua obra na terra, quando oramos por avivamento, para um derramar abundante do Espírito; no início, a batalha espiritual, em vez de ser abrandada, fica muito mais intensa, e em vez de um grande derramar da luz do alto, parece que as trevas ficam mais densas, mas o Senhor permite tudo isto, para aumentar a Sua glória quando realizar as Suas obras, e todos saberão que foi a força do Seu braço que tudo fez.
Todos aqueles que caminham com o Senhor acabam aprendendo com o passar dos anos que não se deve olhar para as circunstâncias para ver se o Senhor está conosco ou não, se está agindo em nosso favor ou não, mas simplesmente continuar olhando para Ele e para o livramento que certamente Ele nos dará no tempo oportuno.
Enquanto olhava para Jesus e confiava nEle, Pedro andou sobre as águas, mas quando desviou a sua atenção para a fúria da tempestade e das ondas do mar, começou a afundar.


Êxodo 5.1 Depois foram Moisés e Arão e disseram a Faraó: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto.
Êxodo 5.2 Mas Faraó respondeu: Quem é o Senhor, para que eu ouça a sua voz para deixar ir Israel? Não conheço o Senhor, nem tampouco deixarei ir Israel.
Êxodo 5.3 Então eles ainda falaram: O Deus dos hebreus nos encontrou; portanto deixa-nos, pedimos-te, ir caminho de três dias ao deserto, e oferecer sacrifícios ao Senhor nosso Deus, para que ele não venha sobre nós com pestilência ou com espada.
Êxodo 5.4 Respondeu-lhes de novo o rei do Egito: Moisés e Arão, por que fazeis o povo cessar das suas obras? Ide às vossas cargas.
Êxodo 5.5 Disse mais Faraó: Eis que o povo da terra já é muito, e vós os fazeis abandonar as suas cargas.
Êxodo 5.6 Naquele mesmo dia Faraó deu ordem aos exatores do povo e aos seus oficiais, dizendo:
Êxodo 5.7 Não tornareis a dar, como dantes, palha ao povo, para fazer tijolos; vão eles mesmos, e colham palha para si.
Êxodo 5.8 Também lhes imporeis a conta dos tijolos que dantes faziam; nada diminuireis dela; porque eles estão ociosos; por isso clamam, dizendo: Vamos, sacrifiquemos ao nosso Deus.
Êxodo 5.9 Agrave-se o serviço sobre esses homens, para que se ocupem nele e não deem ouvidos a palavras mentirosas.
Êxodo 5.10 Então saíram os exatores do povo e seus oficiais, e disseram ao povo: Assim diz Faraó: Eu não vos darei palha;
Êxodo 5.11 ide vós mesmos, e tomai palha de onde puderdes achá-la; porque nada se diminuirá de vosso serviço.
Êxodo 5.12 Então o povo se espalhou por toda parte do Egito a colher restolho em lugar de palha.
Êxodo 5.13 E os exatores os apertavam, dizendo: Acabai a vossa obra, a tarefa do dia no seu dia, como quando havia palha.
Êxodo 5.14 E foram açoitados os oficiais dos filhos de Israel, postos sobre eles pelos exatores de Faraó, que reclamavam: Por que não acabastes nem ontem nem hoje a vossa tarefa, fazendo tijolos como dantes?
Êxodo 5.15 Pelo que os oficiais dos filhos de Israel foram e clamaram a Faraó, dizendo: Porque tratas assim a teus servos?
Êxodo 5.16 Palha não se dá a teus servos, e nos dizem: Fazei tijolos; e eis que teus servos são açoitados; porém o teu povo é que tem a culpa.
Êxodo 5.17 Mas ele respondeu: Estais ociosos, estais ociosos; por isso dizeis: vamos, sacrifiquemos ao Senhor.
Êxodo 5.18 Portanto, ide, trabalhai; palha, porém, não se vos dará; todavia, dareis a conta dos tijolos.
Êxodo 5.19 Então os oficiais dos filhos de Israel viram-se em aperto, porquanto se lhes dizia: Nada diminuireis dos vossos tijolos, da tarefa do dia no seu dia.
Êxodo 5.20 Ao saírem da presença de Faraó depararam com Moisés e Arão que vinham ao encontro deles,
Êxodo 5.21 e disseram-lhes: Olhe o Senhor para vós, e julgue isso, porquanto fizestes o nosso caso repelente diante de Faraó e diante de seus servos, metendo-lhes nas mãos uma espada para nos matar.
Êxodo 5.22 Então, tornando-se Moisés ao Senhor, disse: Senhor! por que trataste mal a este povo? por que me enviaste?
Êxodo 5.23 Pois desde que me apresentei a Faraó para falar em teu nome, ele tem maltratado a este povo; e de nenhum modo tens livrado o teu povo.




Êxodo 6

Deus respondeu à queixa de Moisés, registrada no final do capitulo quinto de Êxodo, dizendo que Ele começaria a trazer juízos sobre os egípcios, e que faraó seria obrigado a livrar Israel por causa da Sua mão forte.
E mandou Moisés dizer isto ao povo, e que o Senhor havia se lembrado da aliança que havia feito com Abraão, Isaque e Jacó, de ser o Deus da descendência deles, e assim Ele os livraria para que pudessem viver para Ele, o servindo.
Mas, nós vemos em Êxodo 6 que o povo não deu ouvidos a Moisés por causa da angústia de espírito e da dura servidão.
Como não foi ouvido pelo próprio povo de Israel, Moisés temeu ir a faraó para lhe dizer aquelas palavras, e alegou perante Deus que como o povo não lhe havia ouvido, como lhe ouviria faraó?
O Senhor se limitou a reafirmar a ordem que lhe dera de ir a faraó, e Moisés  argumentou ainda mais uma vez, dizendo que era incircunciso de lábios, e como lhe ouviria faraó?
Não foi portanto por causa da fé do povo e nem por causa da fé de Moisés, que Israel seria libertado do cativeiro, mas pela fidelidade de Deus em cumprir a promessa que havia feito aos patriarcas. Nem seria também pela disposição e coragem deles de se colocarem em ordem de batalha contra os egípcios, mas o faria exclusivamente pelo Seu próprio braço forte.
Quando o povo do Senhor se encontra em extrema fraqueza, em angústia de espírito, em razão das duras provações a que estão sujeitos neste mundo, que lhes são desferidas por Satanás e suas hostes, o Senhor, em razão da fidelidade à aliança que tem com eles por meio de Jesus Cristo, se levanta em seu favor, e os livra por amor da Sua justiça e fidelidade.
Ainda que a intercessão dos líderes falhe em favor do povo que dirigem, e ainda que falhe a dos pais crentes em favor de seus filhos, a intercessão do nosso Sumo-Sacerdote e Advogado que intercede por nós dia e noite à direita do Pai, jamais falhará em sua eficácia em nosso favor.
É portanto pelo trabalho da Sua graça e poder que podemos prosseguir na nossa jornada, sendo livrados do cativeiro do pecado e das opressões dos espíritos malignos, que tentam escravizar a nossa alma, com o intuito de que não venhamos a servir ao nosso Deus.
O nome Jeová é o nome de Deus relativo à aliança feita com a nação de Israel.
É o nome que Ele faz questão de destacar em Êxodo 6, como sendo o nome pelo qual Ele deveria ser conhecido em sua aliança com Israel.
Uma vez que há uma aliança que é lembrada pelo nome, então deveria ser esperado que o Senhor agisse em relação ao Seu povo em razão daquela aliança, que o compromissava com eles, e o povo de Israel com Ele.
Aquela foi uma aliança que foi feita coletivamente com toda a nação, conforme os termos da promessa feita aos patriarcas.
Não era como a Nova Aliança, que é uma aliança que é feita com aqueles que individual e voluntariamente aceitam estarem aliançados com Deus por meio da fé em Cristo.
Moisés deveria ir ao povo e a faraó nos termos da Antiga Aliança, em que o Senhor se compromissara com todas as pessoas de Israel, no sentido de livrá-las do Egito e dar-lhes a terra de Canaã, por possessão perpétua.    
  E é fundamental que conheçamos este caráter de Deus para que possamos honrá-lo, crendo e praticando a Sua Palavra, especialmente no que se refere às Suas promessas.
Veja que a falta deste conhecimento fez com que o povo de Israel não o honrasse naquele momento, porque temiam mais a faraó do que criam no poder de Deus de libertá-los, uma vez que desde que Moisés falou a faraó da ordem de Deus para libertar o Seu povo, faraó aumentou a carga deles e nada aconteceu a ele, em razão da sua maldade.
E o povo não queria dar ouvido a Moisés, por temer que faraó aumentasse ainda mais o seu sofrimento.
O mesmo sucede na dispensação da graça em que os poderes da maldade e do inferno continuam operando, sem que pareça a nosso juízo que nada lhes vem da parte do Senhor para deter a prática do mal. Todavia, Satanás e seus anjos caídos já estão julgados e lhes sucederá a mesma ruína que sobreveio da parte de Deus, no seu tempo, aos que oprimiam a Israel no Egito.
Todavia, isto é uma grande tentação para o povo de Deus em suas aflições neste mundo, pois pode lhes parecer que o Senhor está indiferente aos seus sofrimentos, ou então, que caso eles assumam uma posição de confiança total no Senhor, o diabo poderá lhes trazer um maior sofrimento por causa disso.
No entanto, bem sabemos qual foi o final da história e tudo o que sucedeu aos egípcios e ao próprio faraó, e os israelitas foram libertados do cativeiro pela poderosa mão do Senhor, assim como Ele havia prometido, desde os dias de Abraão.
É preciso pois crescer no conhecimento da graça e de nosso Senhor Jesus Cristo. É preciso pois aumentar a fé, se desejamos triunfar contra as forças do inimigo e viver de modo inteiramente agradável a Deus.
Em Êxodo 6 é citada uma breve genealogia de Ruben, Simeão e Levi, que eram os três filhos mais velhos de Jacó, por ordem cronológica, e o destaque que se pretendeu dar no citado capítulo foi o da descendência de Moisés e Arão, para que ficasse patente que eles eram pertencentes à grande família de Jacó que se encontrava no Egito.
Também são destacados os três filhos mais velhos de Jacó, não propriamente por serem mais velhos, mas para afirmar que eles estavam sendo honrados por Deus, em razão da fidelidade à Sua promessa, apesar de as bênçãos proféticas de Jacó em Gênesis 49, dirigidas aos três, não terem sido favoráveis a eles.
Então aqui se dá conta, que aqueles juízos não eram uma expressão de que tivessem sido amaldiçoados por Deus, mas que o pecado deles foi devidamente considerado e pesado pelo Senhor, sem que perdessem a honra de fazer parte do povo da aliança. Eles foram repreendidos no passado, mas aqui, nesta porção das Escrituras, eles são honrados.


Êxodo 6.1 Então disse o Senhor a Moisés: Agora verás o que hei de fazer a Faraó; pois por uma poderosa mão os deixará ir, sim, por uma poderosa mão os lançará de sua terra.
Êxodo 6.2 Falou mais Deus a Moisés, e disse-lhe: Eu sou Jeová.
Êxodo 6.3 Apareci a Abraão, a Isaque e a Jacó, como o Deus Todo-Poderoso; mas pelo meu nome Jeová, não lhes fui conhecido.
Êxodo 6.4 Estabeleci o meu pacto com eles para lhes dar a terra de Canaã, a terra de suas peregrinações, na qual foram peregrinos.
Êxodo 6.5 Ademais, tenho ouvido o gemer dos filhos de Israel, aos quais os egípcios vêm escravizando; e lembrei-me do meu pacto.
Êxodo 6.6 Portanto dize aos filhos de Israel: Eu sou Jeová; eu vos tirarei de debaixo das cargas dos egípcios, livrar-vos-ei da sua servidão, e vos resgatarei com braço estendido e com grandes juízos.
Êxodo 6.7 Eu vos tomarei por meu povo e serei vosso Deus; e vós sabereis que eu sou Jeová vosso Deus, que vos tiro de debaixo das cargas dos egípcios.
Êxodo 6.8 Eu vos introduzirei na terra que jurei dar a Abraão, a Isaque e a Jacó; e vo-la darei por herança. Eu sou Jeová.
Êxodo 6.9 Assim falou Moisés aos filhos de Israel, mas eles não lhe deram ouvidos, por causa da angústia de espírito e da dura servidão.
Êxodo 6.10 Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo:
Êxodo 6.11 Vai, fala a Faraó, rei do Egito, que deixe sair os filhos de Israel da sua terra.
Êxodo 6.12 Moisés, porém, respondeu perante o Senhor, dizendo: Eis que os filhos de Israel não me têm ouvido: como, pois, me ouvirá Faraó a mim, que sou incircunciso de lábios?
Êxodo 6.13 Todavia o Senhor falou a Moisés e a Arão, e deu-lhes mandamento para os filhos de Israel, e para Faraó, rei do Egito, a fim de tirarem os filhos de Israel da terra do Egito..
Êxodo 6.14 Estes são os cabeças das casas de seus pais: Os filhos de Rúben o primogênito de Israel: Hanoque e Palu, Hezrom e Carmi; estas são as famílias de Rúben.
Êxodo 6.15 E os filhos de Simeão: Jemuel, Jamim, Oade, Jaquim, Zoar e Saul, filho de uma cananeia; estas são as famílias de Simeão.
Êxodo 6.16 E estes são os nomes dos filhos de Levi, segundo as suas gerações: Gérson, Coate e Merári; e os anos da vida de Levi foram cento e trinta e sete anos.
Êxodo 6.17 Os filhos de Gérson: Líbni e Simei, segundo as suas famílias.
Êxodo 6.18 Os filhos de Coate: Anrão, Izar, Hebrom e Uziel; e os anos da vida de Coate foram cento e trinta e três anos.
Êxodo 6.19 Os filhos de Merári: Mali e Musi; estas são as famílias de Levi, segundo as suas gerações.
Êxodo 6.20 Ora, Anrão tomou por mulher a Joquebede, sua tia; e ela lhe deu Arão e Moisés; e os anos da vida de Anrão foram cento e trinta e sete anos.
Êxodo 6.21 Os filhos de Izar: Corá, Nofegue e Zicri.
Êxodo 6.22 Os filhos de Uziel: Misael, Elzafã e Sitri.
Êxodo 6.23 Arão tomou por mulher a Eliseba, filha de Aminadabe, irmã de Nasom; e ela lhe deu Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar.
Êxodo 6.24 Os filhos de Corá: Assir, Elcana e Abiasafe; estas são as famílias dos coraítas.
Êxodo 6.25 Eleazar, filho de Arão, tomou por mulher uma das filhas de Putiel; e ela lhe deu Fineias; estes são os chefes das casa, paternas dos levitas, segundo as suas famílias.
Êxodo 6.26 Estes são Arão e Moisés, aos quais o Senhor disse: Tirai os filhos de Israel da terra do Egito, segundo os seus exércitos.
Êxodo 6.27 Foram eles os que falaram a Faraó, rei do Egito, a fim de tirarem do Egito os filhos de Israel; este Moisés e este Arão.
Êxodo 6.28 No dia em que o Senhor falou a Moisés na terra do Egito,
Êxodo 6.29 disse o Senhor a Moisés: Eu sou Jeová; dize a Faraó, rei do Egito, tudo quanto eu te digo.
Êxodo 6.30 Respondeu Moisés perante o Senhor: Eis que eu sou incircunciso de lábios; como, pois, me ouvirá Faraó;


Êxodo 7

Moisés seria aperfeiçoado pelo trabalho da graça, mas nós o vimos ainda relutante a ir a faraó, no capítulo anterior, e por isso nós vemos no início de Êxodo 7, Deus sendo paciente para com ele e o encorajando ao cumprimento da missão que lhe designara, pois lhe deu mais uma vez a Arão como apoio, para que fosse a faraó.
Deus diria a Moisés o que deveria ser falado a faraó, e Arão agiria como se fosse o profeta de Moisés, pois seria ele quem teria o encargo de receber as palavras de Deus ditas a Moisés e proclamá-las a faraó.
Até mesmo a vara de Moisés foi usada por Arão para fazer os sinais na presença dos egípcios, transformando a vara numa serpente, e usando a mesma vara posteriormente para transformar as águas do rio Nilo em sangue.
Satanás tentou neutralizar os sinais verdadeiros de Deus com imitações ilusionistas destes sinais por meio dos magos do Egito.
Isto contribuiria para lançar dúvida e incredulidade no coração dos israelitas, e endurecimento no coração dos egípcios e particularmente no de faraó, de modo a permanecerem na prática obstinada do seu pecado de opressão dos israelitas.
Satanás procura impedir por todos os meios que a promessa e a palavra de Deus se cumpram.
E isto não é por mero ódio ou capricho, mas sempre para trazer desonra ao nome do Senhor, para que se pense que Ele não é verdadeiramente fiel e confiável.
E muitas vezes ele consegue atingir este seu intento, não alterando um só ponto na fidelidade de Deus, mas levando a um julgamento incorreto sobre isto, pois na sua impaciência as pessoas não costumam esperar e entender o tempo do Senhor para o cumprimento de suas promessas, e assim se afastam dEle frustradas e decepcionadas, pensando que Ele tenha falhado naquilo que tinha prometido.
Por isso a ordenança bíblica para os que têm fé em Jesus é que eles sejam pacientes e perseverantes na tribulação e vigilantes na oração, regozijando-se antecipadamente na esperança, porque é impossível que Deus falhe em quaisquer  de suas promessas.      


Êxodo 7.1 Então disse o Senhor a Moisés: Eis que te tenho posto como Deus a Faraó, e Arão, teu irmão, será o teu profeta.
Êxodo 7.2 Tu falarás tudo o que eu te mandar; e Arão, teu irmão, falará a Faraó, que deixe ir os filhos de Israel da sua terra.
Êxodo 7.3 Eu, porém, endurecerei o coração de Faraó e multiplicarei na terra do Egito os meus sinais e as minhas maravilhas.
Êxodo 7.4 Mas Faraó não vos ouvirá; e eu porei minha mão sobre o Egito, e tirarei os meus exércitos, o meu povo, os filhos de Israel, da terra do Egito, com grandes juízos.
Êxodo 7.5 E os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando estender a minha mão sobre o Egito, e tirar os filhos de Israel do meio deles.
Êxodo 7.6 Assim fizeram Moisés e Arão; como o Senhor lhes ordenara, assim fizeram.
Êxodo 7.7 Tinha Moisés oitenta anos, e Arão oitenta e três, quando falaram a Faraó.
Êxodo 7.8 Falou, pois, o Senhor a Moisés e Arão:
Êxodo 7.9 Quando Faraó vos disser: Apresentai da vossa parte algum milagre; diras a Arão: Toma a tua vara, e lança-a diante de Faraó, para que se torne em serpente.
Êxodo 7.10 Então Moisés e Arão foram ter com Faraó, e fizeram assim como o Senhor ordenara. Arão lançou a sua vara diante de Faraó e diante dos seus servos, e ela se tornou em serpente.
Êxodo 7.11 Faraó também mandou vir os sábios e encantadores; e eles, os magos do Egito, também fizeram o mesmo com os seus encantamentos.
Êxodo 7.12 Pois cada um deles lançou a sua vara, e elas se tornaram em serpentes; mas a vara de Arão tragou as varas deles.
Êxodo 7.13 Endureceu-se, porém, o coração de Faraó, e ele não os ouviu, como o Senhor tinha dito.
Êxodo 7.14 Então disse o Senhor a Moisés: Obstinou-se o coração de Faraó; ele recusa deixar ir o povo.
Êxodo 7.15 Vai ter com Faraó pela manhã; eis que ele sairá às águas; pôr-te-ás à beira do rio para o encontrar, e tomarás na mão a vara que se tomou em serpente.
Êxodo 7.16 E lhe dirás: O Senhor, o Deus dos hebreus, enviou-me a ti para dizer-te: Deixa ir o meu povo, para que me sirva no deserto; porém eis que até agora não o tens ouvido.
Êxodo 7.17 Assim diz o Senhor: Nisto saberás que eu sou o Senhor: Eis que eu, com esta vara que tenho na mão, ferirei as águas que estão no rio, e elas se tornarão em sangue.
Êxodo 7.18 E os peixes que estão no rio morrerão, e o rio cheirará mal; e os egípcios terão nojo de beber da água do rio.
Êxodo 7.19 Disse mais o Senhor a Moisés: Dize a Arão: Toma a tua vara, e estende a mão sobre as águas do Egito, sobre as suas correntes, sobre os seus rios, e sobre as suas lagoas e sobre todas as suas águas empoçadas, para que se tornem em sangue; e haverá sangue por toda a terra do Egito, assim nos vasos de madeira como nos de pedra.
Êxodo 7.20 Fizeram Moisés e Arão como lhes ordenara o Senhor; Arão, levantando a vara, feriu as águas que estavam no rio, diante dos olhos de Faraó, e diante dos olhos de seus servos; e todas as águas do rio se tornaram em sangue.
Êxodo 7.21 De modo que os peixes que estavam no rio morreram, e o rio cheirou mal, e os egípcios não podiam beber da água do rio; e houve sangue por toda a terra do Egito.
Êxodo 7.22 Mas o mesmo fizeram também os magos do Egito com os seus encantamentos; de maneira que o coração de Faraó se endureceu, e não os ouviu, como o Senhor tinha dito.
Êxodo 7.23 Virou-se Faraó e entrou em sua casa, e nem ainda a isto tomou a sério.
Êxodo 7.24 Todos os egípcios, pois, cavaram junto ao rio, para achar água que beber; porquanto não podiam beber da água do rio.
Êxodo 7.25 Assim se passaram sete dias, depois que o Senhor ferira o rio.



Êxodo 8

Como faraó resistia a Deus e não lhe obedecia quanto à ordem de libertar os israelitas da dura escravidão dos egípcios, o Rei dos reis usaria o ultima ratio Regis (último argumento dos reis – slogan da arma de artilharia) para deter o avanço da injusta opressão.
Por isso, além da primeira praga descrita no sétimo capítulo de Êxodo de terem as águas sido transformadas em sangue, nós vemos, no oitavo capítulo, mais três pragas, a saber, por ordem: das rãs, dos piolhos e das moscas.
Nenhuma destas pragas estava atingindo a terra de Gósen onde habitavam os israelitas no Egito, e na verdade a nenhum deles, senão somente os egípcios.
Naquela situação particular e especial de demonstrações dos juízos de Deus, Ele mesmo declarara a distinção que faz nestes juízos entre aqueles que o amam e aqueles que resistem à Sua vontade, e escolhem deliberadamente continuar na prática do mal, servindo às trevas e não à luz, à injustiça, e não à justiça.
Na verdade, Deus não faz acepção de pessoas, estando a salvação que é pelo arrependimento e fé acessível a qualquer pecador.
No entanto, aqueles que permanecem endurecidos em seus pecados e recusam a salvação, terão que lhe prestar contas dos seus atos no dia do grande Juízo final.
As pragas atingiram todos os egípcios, mas nem um só dos israelitas foi atingido por elas, não em razão de serem melhores do que os egípcios, mas porque Deus tinha uma aliança com eles.
É exatamente o mesmo que ocorre com os cristãos que estão aliançados com Deus por meio de Jesus Cristo.
Eles são guardados e protegidos por Deus e  jamais serão condenados juntamente com os que vivem na prática da impiedade, porque atenderam à chamada de Deus ao arrependimento e à conversão.
É por isso que o Senhor declara em Êx 8.21-23: “Porque se não deixares ir o meu povo”, eis que enviarei enxames de moscas sobre ti, e sobre os teus servos, e sobre o teu povo, e nas tuas casas; e as casas dos egípcios se encherão destes enxames, bem como a terra em que eles estiverem. Mas naquele dia separarei a terra de Gósem em que o meu povo habita, a fim de que nela não haja enxames de moscas, para que saibas que eu sou o Senhor no meio desta terra. Assim farei distinção entre o meu povo e o teu povo; amanhã se fará este milagre.”.
Só havia um modo de os egípcios escaparem de todas aquelas pragas que Deus lhes estava enviando sob a forma de juízos: obedecerem à ordem do Senhor de libertar Israel para que pudesse servi-lo.
Todavia, como faraó permanecia endurecido, as pragas continuariam sendo derramadas até que os egípcios soubessem que há somente um único Senhor sobre toda a terra, e este Deus é o Deus dos israelitas, povo ao qual Moisés pertencia.
A revelação da verdade, do Deus vivo, seria dada ao mundo, somente através de Israel, até que o Messias prometido viesse.
Todo o aparato religioso e todas as divindades egípcias eram falsas e impotentes.
Os magos imitaram com seu ilusionismo alguns sinais que estavam sendo operados pelo Senhor através de Moisés, mas quando transformou pó em piolhos, trazendo algo vivo de matéria inanimada, os próprios magos temeram muito e pararam com suas imitações e disseram a faraó que o que estava sendo feito era pelo dedo de Deus, pois no seu endurecimento de coração tentaram imitar aquele sinal com suas artes mágicas, através do ilusionismo, mas não conseguiram (Êx 8.18).
Mas nem com isso o coração de faraó deixou de estar endurecido conforme o Senhor havia predito.
Deus havia colocado um basta nas operações do reino de Satanás, e humilhou os servos do diabo.
A mesma coisa acontece em avivamentos no meio do povo de Deus, quando o diabo procura desautorizar os milagres operados pelo Senhor, fazendo imitações grosseiras das obras verdadeiras, que são produzidas por Deus.
Ele produz até mesmo falsos arrependimentos. Falsos êxtases. Falsas experiências emocionais. Mas nem por isso a obra do Espírito deve ser detida pelos que lideram o trabalho de Deus, assim como Moisés não deixou de ser instrumento do Senhor para que Ele continuasse operando os seus sinais verdadeiros através dele.
O que daí se aprende é que a verdade não deve recuar em face da mentira e da falsificação.
Não é porque há falsidade entre nós que deixaremos de pregar e de estar a serviço da verdade.
O número de falsários e de ilusionistas, que procuram desautorizar a verdadeira obra do Espírito, aumentou consideravelmente nestes últimos dias, conforme está profetizado na Palavra e advertido pelo próprio Jesus, quanto à multiplicação de falsos mestres, profetas e até mesmo cristos no tempo do fim, que fariam prodígios e maravilhas para enganar, se possível, até mesmo os eleitos.
Vigiemos pois em todo o tempo, e apeguemo-nos com mais firmeza às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos (Hb 12.1).
Estas verdades estão reveladas na Bíblia, e é portanto a ela que devemos dar ouvido e não ao ensino destes insubordinados, como o apóstolo Pedro lhes chama em sua segunda epístola.
Eles serão humilhados pelo Senhor, no tempo próprio, assim como foram os magos no Egito, nos dias de Moisés.
Pois até que o Senhor manifestasse o Seu poder e juízos entre os egípcios, eles reinavam praticamente absolutos com os seus encantamentos diabólicos, e gozavam do prestígio de serem ministros das várias divindades do Egito.
Mas o Senhor mostrou que tanto o ministério deles quanto o das divindades a que serviam eram baseados no engano e na falsidade.
Afinal, Satanás é o pai da mentira e do engano, e não podem ser de outro modo todos os que se encontram escravizados à sua vontade e a seu serviço.
Caso Moisés tivesse aceitado a proposta de faraó de que eles oferecessem seus sacrifícios a Deus, na própria terra do Egito, ou então que o fizessem não muito longe dali, os israelitas permaneceriam debaixo do jugo egípcio, e ao mesmo tempo em que não teriam sua oferta aceita pelo Senhor, porque este lhes ordenara claramente que o fizessem no deserto a caminho de três dias do Egito.
A adoração e o serviço ao Senhor devem ser feitos de acordo com as suas prescrições, e não de acordo com as aparentes concessões dos poderes deste mundo e do próprio Satanás.
E é geralmente deste modo que o Inimigo procede com aqueles que estão a serviço de Deus. Ele lhes propõe aparentes soluções conciliatórias fazendo concessões que na verdade são artifícios para manter o povo do Senhor debaixo da sua influência maligna, por lhes dar-lhes a sensação de que obtiveram vitórias sobre ele, e também libertação, só que na verdade não alcançaram, porque não agiram em conformidade com todo o desígnio do Senhor, mas de acordo com aquilo que lhes parecia o caminho mais fácil, negociando termos de paz com o Inimigo.
Não é possível e nem se pode fazer acordos de paz com o diabo. Ele deve ser submetido pelo poder de Deus, e então o povo do Senhor terá a liberdade necessária para oferecer sacrifícios de louvor ao Senhor.
Faraó, em muitos aspectos tornou-se um tipo de Satanás, porque estava agindo em conformidade com os estratagemas do diabo, e certamente deveria estar debaixo da sua influência. Afinal, a nossa luta não é contra carne e sangue, mas contra principados e potestades espirituais.


Êxodo 8.1 Então disse o Senhor a Moisés: Vai a Faraó, e dize-lhe: Assim diz o Senhor: Deixa ir o meu povo, para que me sirva.
Êxodo 8.2 Mas se recusares deixá-lo ir, eis que ferirei com rãs todos os teus termos.
Êxodo 8.3 O rio produzirá rãs em abundância, que subirão e virão à tua casa, e ao teu dormitório, e sobre a tua cama, e às casas dos teus servos, e sobre o teu povo, e aos teus fornos, e às tuas amassadeiras.
Êxodo 8.4 Sim, as rãs subirão sobre ti, e sobre o teu povo, e sobre todos os teus servos.
Êxodo 8.5 Disse mais o Senhor a Moisés: Dize a Arão: Estende a tua mão com a vara sobre as correntes, e sobre os rios, e sobre as lagoas, e faze subir rãs sobre a terra do Egito.
Êxodo 8.6 Arão, pois, estendeu a mão sobre as águas do Egito, e subiram rãs, que cobriram a terra do Egito.
Êxodo 8.7 Então os magos fizeram o mesmo com os seus encantamentos, e fizeram subir rãs sobre a terra do Egito.
Êxodo 8.8 Chamou, pois, Faraó a Moisés e a Arão, e disse: Rogai ao Senhor que tire as rãs de mim e do meu povo; depois deixarei ir o povo, para que ofereça sacrifícios ao Senhor.
Êxodo 8.9 Respondeu Moisés a Faraó: Digna-te dizer-me quando é que hei de rogar por ti, e pelos teus servos, e por teu povo, para tirar as rãs de ti, e das tuas casas, de sorte que fiquem somente no rio?.
Êxodo 8.10 Disse Faraó: Amanhã. E Moisés disse: Seja conforme a tua palavra, para que saibas que ninguém há como o Senhor nosso Deus.
Êxodo 8.11 As rãs, pois, se apartarão de ti, e das tuas casas, e dos teus servos, e do teu povo; ficarão somente no rio.
Êxodo 8.12 Então saíram Moisés e Arão da presença de Faraó; e Moisés clamou ao Senhor por causa das rãs que tinha trazido sobre Faraó.
Êxodo 8.13 O Senhor, pois, fez conforme a palavra de Moisés; e as rãs morreram nas casas, nos pátios, e nos campos.
Êxodo 8.14 E ajuntaram-nas em montes, e a terra, cheirou mal.
Êxodo 8.15 Mas vendo Faraó que havia descanso, endureceu o seu coração, e não os ouviu, como o Senhor tinha dito.
Êxodo 8.16 Disse mais o Senhor a Moisés: Dize a Arão: Estende a tua vara, e fere o pó da terra, para que se torne em piolhos por toda a terra do Egito.
Êxodo 8.17 E assim fizeram. Arão estendeu a sua mão com a vara, e feriu o pó da terra, e houve piolhos nos homens e nos animais; todo o pó da terra se tornou em piolhos em toda a terra do Egito.
Êxodo 8.18 Também os magos fizeram assim com os seus encantamentos para produzirem piolhos, mas não puderam. E havia piolhos, nos homens e nos animais.
Êxodo 8.19 Então disseram os magos a Faraó: Isto é o dedo de Deus. No entanto o coração de Faraó se endureceu, e não os ouvia, como o Senhor tinha dito:.
Êxodo 8.20 Disse mais o Senhor a Moisés: levanta-te pela manhã cedo e põe-te diante de Faraó:; eis que ele sairá às águas; e dize-lhe: Assim diz o Senhor: Deixa ir o meu povo, para que me sirva.
Êxodo 8.21 Porque se não deixares ir o meu povo., eis que enviarei enxames de moscas sobre ti, e sobre os teus servos, e sobre o teu povo, e nas tuas casas; e as casas dos egípcios se encherão destes enxames, bem como a terra em que eles estiverem.
Êxodo 8.22 Mas naquele dia separarei a terra de Gósem em que o meu povo habita, a fim de que nela não haja enxames de moscas, para que saibas que eu sou o Senhor no meio desta terra.
Êxodo 8.23 Assim farei distinção entre o meu povo e o teu povo; amanhã se fará este milagre.
Êxodo 8.24 O Senhor, pois, assim fez. Entraram grandes enxames de moscas na casa de Faraó e nas casas dos seus servos; e em toda parte do Egito a terra foi assolada pelos enxames de moscas.
Êxodo 8.25 Então chamou Faraó a Moisés e a Arão, e disse: Ide, e oferecei sacrifícios ao vosso Deus nesta terra.
Êxodo 8.26 Respondeu Moisés: Não convém que assim se faça, porque é abominação aos egípcios o que havemos de oferecer ao Senhor nosso Deus. Sacrificando nós a abominação dos egípcios perante os seus olhos, não nos apedrejarão eles?
Êxodo 8.27 Havemos de ir caminho de três dias ao deserto, para que ofereçamos sacrifícios ao Senhor nosso Deus, como ele nos ordenar.
Êxodo 8.28 Então disse Faraó: Eu vos deixarei ir, para que ofereçais sacrifícios ao Senhor vosso Deus no deserto; somente não ireis muito longe; e orai por mim.
Êxodo 8.29 Respondeu Moisés: Eis que saio da tua presença e orarei ao Senhor, que estes enxames de moscas se apartem amanhã de Faraó, dos seus servos, e do seu povo; somente não torne mais Faraó a proceder dolosamente, não deixando ir o povo para oferecer sacrifícios ao Senhor.
Êxodo 8.30 Então saiu Moisés da presença de Faraó, e orou ao Senhor.
Êxodo 8.31 E fez o Senhor conforme a palavra de Moisés, e apartou os enxames de moscas de Faraó, dos seus servos, e do seu povo; não ficou uma sequer.
Êxodo 8.32 Mas endureceu Faraó ainda esta vez o seu coração, e não deixou ir o povo.



Êxodo 9

No nono capítulo de Êxodo Deus declara diretamente que Ele poderia ter destruído faraó e todos os egípcios, sem que houvesse necessidade de lhes estar trazendo todas aquelas pragas,  mas também declara que lhes havia mantido em vida exatamente para lhes demonstrar todo o Seu grande poder, de forma que  o Seu nome fosse anunciado em toda a terra, pelos grandes juízos que trouxera ao Egito, dando-lhes várias oportunidades de arrependimento, e todavia, permaneceram endurecidos.
As pragas se sucediam não para acumular retribuições vingativas por tudo o que os egípcios haviam feito ao povo da aliança, mas para revelar o quanto o Senhor é longânimo e misericordioso, e dá oportunidade aos pecadores para que se arrependam,  sejam justificados por Ele pela fé, e que passem a servir à justiça.
O livro de Apocalipse diz que os homens ímpios, que amam a injustiça, não se arrependerão quando o Senhor trouxer sobre eles grande saraivada com pedras que desabarão do céu, ao contrário, eles blasfemarão de Deus (Apo 16.21).
Eles o farão em face do seu endurecimento na própria maldade e orgulho, tal como ocorrera com faraó no passado.
Eles não podem se arrepender porque em face do seu obstinado endurecimento e maldade, não lhes é concedida graça para que se convertam do seu mau caminho.
Isto é um terrível julgamento da parte de Deus, ou seja, não conceder graça para arrependimento àqueles que se opõem deliberadamente à Sua vontade.
Ai da criatura que contende com o Seu Criador! A graça é concedida a quem se humilha, e Deus abate a quem se exalta.
Nós pecadores não estamos em condições de exigirmos nada de Deus, e muito menos de Lhe impor o que quer que seja, a não ser pedirmos humildemente que seja misericordioso para conosco e para com as nossas faltas.
Faraó pensava que era deus, mas não passava de pó.
Não sabia que era um pecador condenado como qualquer outro, que não tenha se arrependido de seus pecados, e se entregado a Deus para ser perdoado e livrado da condenação à morte eterna.
E mais uma vez o Senhor declarou que faria distinção entre o Seu povo e os egípcios, para que soubessem que não eram meramente pragas naturais que estavam acontecendo, mas algo produzido pelo Deus de Israel, uma vez que nada do que atingia os egípcios estava também atingindo os israelitas.
E faraó mandou verificar se de fato não havia morrido animais do rebanho de Israel com a peste que havia dizimado a quase totalidade do rebanho do Egito (9.7), e soube que não morrera nem um sequer, e nem com isto ele deixou de ficar endurecido, de modo a não somente reconhecer a mão do Senhor em tudo aquilo, como ceder humildemente à Sua vontade, deixando que Israel saísse do Egito.
Em Êxodo, nas pragas que trouxe sobre o Egito, nós temos apenas uma ilustração daquela grande distinção que haverá no Grande Juízo de Deus, que ocorrerá no porvir.
Por isso Ele diz claramente através do profeta Malaquias,  o seguinte: “Então vereis outra vez a diferença entre o justo e o perverso, entre o que serve a Deus e o que não o serve.” (Mal 3.18).
Esta palavra foi proferida no contexto da reclamação do povo de Deus que afirmava que consideravam felizes os soberbos e os que cometem impiedade e prosperam, e que tentam o Senhor e escapam.” (Mal 3.15).
A longanimidade com que Deus trata os povos mesmo antes da dispensação da graça, como vemos nesta  porção de Malaquias, pode induzir ao juízo errôneo de que Ele não faz distinção alguma entre o justo e o perverso, entre aqueles que O servem e os que não O servem.
Está registrado não somente nas pragas do Egito, como em muitos outros juízos de Deus contidos na Bíblia, que Ele faz uma grande distinção entre aqueles que praticam a justiça e aqueles não O conhecem e vivem na prática da iniquidade.
O fato de o pecado do perverso não ser logo castigado não significa que ele não prestará contas a Deus no dia do juízo, do mesmo modo que as injustiças que são sofridas pelos que amam ao Senhor, não provam que eles tenham sido esquecidos por Ele e que não estejam debaixo da Sua proteção.
Assim, os juízos do Egito, sobre faraó, não representam o modo usual e geral de Deus julgar os pecados daqueles que oprimem o Seu povo, mas ilustram de modo muito vivo que Ele não deixará sem castigo a todos os que vivem na prática da iniquidade, e que sabe e pode livrar o justo de ser destruído juntamente com o ímpio.
A Antiga Aliança com Israel era apenas ilustrativa daquela grande e ampla aliança que é feita com as pessoas de fé de todas as nações da terra.
Somente os que estão assim aliançados podem ser considerados como integrantes do verdadeiro Israel de Deus, que não  está mais debaixo da Sua ira, por ter sido lavado e perdoado de todos os seus pecados no precioso sangue de Jesus.
Muitos dos israelitas que foram livrados nos dias de Moisés e que saíram da escravidão do Egito, e que não foram atingidos por nenhuma daquelas dez pragas, permaneceram debaixo da escravidão do pecado, e vieram a perecer eternamente, porque não estavam também aliançados pela fé, naquela aliança que não é pela descendência natural, mas pela circuncisão do coração, que dá acesso à salvação eterna, que não é dependente das obras dos aliançados, pois Jesus é quem garante a sua salvação, cabendo tão somente a eles desenvolvê-la com temor e tremor, não para alcançarem o céu que lhes já foi garantido por Cristo, mas para amadurecerem todas as graças que lhes foram concedidas na conversão, e para que possam viver de modo digno da vocação a que foram chamados, a saber, a de serem filhos de Deus.
E esta proteção e segurança não são decorrentes das obras dos homens, mas pela aliança propriamente dita, pela qual Deus se compromete em guardar para sempre aqueles que estão unidos pela fé ao descendente de Abraão, que é Cristo, pois foi com base nesta promessa que determinou fazer uma aliança com todas as pessoas de todas as nações que se arrependem de seus pecados e creem em Cristo como seu Salvador e Senhor pessoal.
O nono capítulo de Êxodo nos dá o relato de outras três pragas (peste nos animais, úlceras e tumores nos animais e nos egípcios, inclusive nos magos. E chuva de pedras), além, das quatro já citadas nos capítulos anteriores (água transformada em sangue; rãs; piolhos e moscas).
Temos assim, até aqui, a descrição de sete pragas, faltam portanto três que estaremos vendo nos capítulos seguintes, a saber: praga dos gafanhotos e praga das trevas que duraram três dias, no décimo capítulo, e a morte dos primogênitos como a última e décima praga, que está citada no décimo primeiro e décimo segundo capítulos.


Êxodo 9.1 Depois o Senhor disse a Moisés: Vai a Faraó e dize-lhe: Assim diz o Senhor, o Deus dos hebreus: Deixa ir o meu povo, para que me sirva.
Êxodo 9.2 Porque, se recusares deixá-los ir, e ainda os retiveres,
Êxodo 9.3 eis que a mão do Senhor será sobre teu gado, que está no campo: sobre os cavalos, sobre os jumentos, sobre os camelos, sobre os bois e sobre as ovelhas; haverá uma pestilência muito grave.
Êxodo 9.4 Mas o Senhor fará distinção entre o gado de Israel e o gado do Egito; e não morrerá nada de tudo o que pertence aos filhos de Israel.
Êxodo 9.5 E o Senhor assinalou certo tempo, dizendo: Amanhã fará o Senhor isto na terra.
Êxodo 9.6 Fez, pois, o Senhor isso no dia seguinte; e todo gado dos egípcios morreu; porém do gado dos filhos de Israel não morreu nenhum.
Êxodo 9.7 E Faraó mandou ver, e eis que do gado dos israelitas não morrera sequer um. Mas o coração de Faraó se obstinou, e não deixou ir o povo.
Êxodo 9.8 Então disse o Senhor a Moisés e a Arão: Tomai mancheias de cinza do forno, e Moisés a espalhe para o céu diante dos olhos de Faraó;
Êxodo 9.9 e ela se tornará em pó fino sobre toda a terra do Egito, e haverá tumores que arrebentarão em úlceras nos homens e no gado, por toda a terra do Egito.
Êxodo 9.10 E eles tomaram cinza do forno, e apresentaram-se diante de Faraó; e Moisés a espalhou para o céu, e ela se tomou em tumores que arrebentavam em úlceras nos homens e no gado.
Êxodo 9.11 Os magos não podiam manter-se diante de Moisés, por causa dos tumores; porque havia tumores nos magos, e em todos os egípcios.
Êxodo 9.12 Mas o Senhor endureceu o coração de Faraó, e este não os ouviu, como o Senhor tinha dito a Moisés.
Êxodo 9.13 Então disse o Senhor a Moisés: Levanta-te pela manhã cedo, põe-te diante de Faraó, e dize-lhe: Assim diz o Senhor, o Deus dos hebreus: Deixa ir o meu povo, para que me sirva;
Êxodo 9.14 porque desta vez enviarei todas as a minhas pragas sobre o teu coração, e sobre os teus servos, e sobre o teu povo, para que saibas que não há outro como eu em toda a terra.
Êxodo 9.15 Agora, por pouco, teria eu estendido a mão e ferido a ti e ao teu povo com pestilência, e tu terias sido destruído da terra;
Êxodo 9.16 mas, na verdade, para isso te hei mantido com vida, para te mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra.
Êxodo 9.17 Tu ainda te exaltas contra o meu povo, não o deixando ir?
Êxodo 9.18 Eis que amanhã, por este tempo, s farei chover saraiva tão grave qual nunca houve no Egito, desde o dia em que foi fundado até agora.
Êxodo 9.19 Agora, pois, manda recolher o teu gado e tudo o que tens no campo; porque sobre todo homem e animal que se acharem no campo, e não se recolherem à casa, cairá a saraiva, e morrerão.
Êxodo 9.20 Quem dos servos de Faraó temia a o palavra do Senhor, fez Fugir os seus servos e o seu gado para as casas;
Êxodo 9.21 mas aquele que não se importava com a palavra do Senhor, deixou os seus servos e o seu gado no campo.
Êxodo 9.22 Então disse o Senhor a Moisés: Estende a tua mão para o céu, para que caia saraiva em toda a terra do Egito, sobre os homens e sobre os animais, e sobre toda a erva do campo na terra do Egito.
Êxodo 9.23 E Moisés estendeu a sua vara para o céu, e o Senhor enviou trovões e saraiva, e fogo desceu à terra; e o Senhor fez chover saraiva sobre a terra do Egito.
Êxodo 9.24 Havia, pois, saraiva misturada com fogo, saraiva tão grave qual nunca houvera em toda a terra do Egito, desde que veio a ser uma nação.
Êxodo 9.25 E a saraiva feriu, em toda a terra do Egito, tudo quanto havia no campo, tanto homens como animais; feriu também toda erva do campo, e quebrou todas as árvores do campo.
Êxodo 9.26 Somente na terra de Gósem onde se achavam os filhos de Israel, não houve saraiva.
Êxodo 9.27 Então Faraó mandou chamar Moisés e e Arão, e disse-lhes: Esta vez pequei; o Senhor é justo, mas eu e o meu povo somos a ímpios.
Êxodo 9.28 Orai ao Senhor; pois já bastam estes trovões da parte de Deus e esta saraiva; eu vos deixarei ir, e não permanecereis mais, aqui.
Êxodo 9.29 Respondeu-lhe Moisés: Logo que eu tiver saído da cidade estenderei minhas mãos ao Senhor; os trovões cessarão, e não haverá, mais saraiva, para que saibas que a terra é do Senhor.
Êxodo 9.30 Todavia, quanto a ti e aos teus servos, eu sei que ainda não temereis diante do Senhor Deus.
Êxodo 9.31 Ora, o linho e a cevada foram danificados, porque a cevada já estava na espiga, e o linho em flor;
Êxodo 9.32 mas não foram danificados o trigo e a espelta, porque não estavam crescidos.
Êxodo 9.33 Saiu, pois, Moisés da cidade, da presença de Faraó, e estendeu as mãos ao Senhor; e cessaram os trovões e a saraiva, e a chuva não caiu mais sobre a terra.
Êxodo 9.34 Vendo Faraó que a chuva, a saraiva e os trovões tinham cessado, continuou a pecar, e endureceu o seu coração, ele e os seus servos.
Êxodo 9.35 Assim, o coração de Faraó se endureceu, e não deixou ir os filhos de Israel, como o Senhor tinha dito por Moisés.





Êxodo 10

No décimo capítulo de Êxodo nós vemos faraó pedindo mais uma vez a Moisés que orasse por ele ao Senhor, de modo que fossem removidas as pragas, que haviam sido trazidas sobre o Egito.
Nós vemos também sendo citado que foi o próprio Senhor que endureceu o coração de faraó, de modo que ele não pôde libertar os israelitas, apesar de ter dito que faria concessões depois da praga dos gafanhotos, dizendo que estava disposto a deixar ir apenas os homens, mas não as crianças e o gado dos israelitas.
Depois da praga das trevas se dispôs a deixar irem todos, exceto o gado.
Mas ele sabia perfeitamente que a ordem de Deus era a de que não somente os israelitas mas tudo o que lhes pertencia deveria ser libertado pelos egípcios.
Um coração endurecido pelo próprio Senhor, que não lhe concedia graça para arrependimento, porque certamente o seu dom gracioso seria desperdiçado e desprezado, jamais poderia lhe  obedecer, e não havendo obediência plena de faraó, isto daria ocasião a  que continuasse despejando os Seus juízos sobre o Egito.
Quando o homem endurece o seu coração e não renuncia a tudo quanto tem para que possa humildemente se sujeitar ao senhorio de Cristo, ele corre o risco de que o próprio Deus mantenha o seu coração endurecido, não lhe abrindo os olhos para que veja o seu pecado, e nem lhe dando graça para que possa abandoná-lo e ser santificado na verdade.
Assim, é um grande perigo viver deliberadamente na prática do pecado, sem atender à ordem do evangelho a todos os homens para que se arrependam e creiam.
Por isso é importante ter um coração quebrantado, e uma cerviz amolecida, de modo que não a endureçamos especialmente quando somos corrigidos por Deus, ou confrontados pela verdade da Sua Palavra.
A Sua Palavra faz o bem àqueles que O temem, como profetizou através de Miqueias.
E por que faz o bem a estes?
Porque é impossível a uma pessoa que seja de  boa vontade, e que ame a justiça, não ficar impactada pela leitura das narrativas da Bíblia, especialmente, as que estão registradas no Velho Testamento.
Aqui vemos a grandiosidade do poder, do amor, da misericórdia, da bondade, da justiça perfeita deste grande e único Deus verdadeiro.
É impossível portanto não se render a seus pés suplicando-lhe para que nos salve do pecado, para que possamos servi-lo de modo digno e santo.
Bem faremos em reconhecer que é a bondade dEle que nos conduz ao arrependimento, e que sem que haja esta assistência da Sua graça nos ajudando, não poderemos nos arrepender verdadeiramente, e assim é importante reconhecer que é fundamental que nos disponhamos a obedecer a Sua vontade integralmente, e não procurando fazer ponderações, e o pior de tudo, escolher fazer apenas aquilo que é da nossa conveniência, em relação à vontade revelada de Deus.
Como Moisés não aceitou as propostas de concessões parciais feitas por faraó, este ficou enfurecido, e ameaçou Moisés de que não voltasse mais à sua presença, pois se o fizesse, seria morto por ele.
Moisés, profeta que era, soube da parte do Senhor que de fato não veria mais o rosto de faraó, e lhe declarou isto, porque em seguida viria a morte dos primogênitos, que daria como consequência, não somente que os israelitas fossem libertados, como também perseguidos por faraó, com o intuito de destruí-los.

Êxodo 10.1 Depois disse o Senhor a Moisés: vai a Faraó; porque tenho endurecido o seu coração, e o coração de seus servos, para manifestar estes meus sinais no meio deles,
Êxodo 10.2 e para que contes aos teus filhos, e aos filhos de teus filhos, as coisas que fiz no Egito, e os meus sinais que operei entre eles; para que vós saibais que eu sou o Senhor.
Êxodo 10.3 Foram, pois, Moisés e Arão a Faraó, e disseram-lhe: Assim diz o Senhor, o Deus dos hebreus: Até quando recusarás humilhar-te diante de mim? Deixa ir o meu povo, para que me sirva;
Êxodo 10.4 mas se tu recusares deixar ir o meu povo, eis que amanhã trarei gafanhotos aos teus termos;
Êxodo 10.5 e eles cobrirão a face da terra, de sorte que não se poderá ver a terra e comerão o resto do que escapou, o que vos ficou da saraiva; também comerão toda árvore que vos cresce no campo;
Êxodo 10.6 e encherão as tuas casas, as casas de todos os teus servos e as casas de todos os egípcios, como nunca viram teus pais nem os pais de teus pais, desde o dia em que apareceram na terra até o dia de hoje. E virou-se, e saiu da presença de Faraó.
Êxodo 10.7 Então os servos de Faraó lhe disseram: Até quando este homem nos há de ser por laço? deixa ir os homens, para que sirvam ao Senhor seu Deus; porventura não sabes ainda que o Egito está destruído?
Êxodo 10.8 Pelo que Moisés e Arão foram levados outra vez a Faraó, e ele lhes disse: Ide, servi ao Senhor vosso Deus. Mas quais são os que hão de ir?
Êxodo 10.9 Respondeu-lhe Moisés: Havemos de ir com os nossos jovens e com os nossos velhos; com os nossos filhos e com as nossas filhas, com os nossos rebanhos e com o nosso gado havemos de ir; porque temos de celebrar uma festa ao Senhor.
Êxodo 10.10 Replicou-lhes Faraó: Seja o Senhor convosco, se eu vos deixar ir a vós e a vossos pequeninos! Olhai, porque há mal diante de vós.
Êxodo 10.11 Não será assim; agora, ide vós, os homens, e servi ao Senhor, pois isso é o que pedistes: E foram expulsos da presença de Faraó.
Êxodo 10.12 Então disse o Senhor a Moisés: Quanto aos gafanhotos, estende a tua mão sobre a terra do Egito, para que venham eles sobre a terra do Egito e comam toda erva da terra, tudo o que deixou a saraiva.
Êxodo 10.13 Então estendeu Moisés sua vara sobre a terra do Egito, e o Senhor trouxe sobre a terra um vento oriental todo aquele dia e toda aquela noite; e, quando amanheceu, o vento oriental trouxe os gafanhotos.
Êxodo 10.14 Subiram, pois, os gafanhotos sobre toda a terra do Egito e pousaram sobre todos os seus termos; tão numerosos foram, que antes destes nunca houve tantos, nem depois deles haverá.
Êxodo 10.15 Pois cobriram a face de toda a terra, de modo que a terra se escureceu; e comeram toda a erva da terra e todo o fruto das árvores, que deixara a saraiva; nada verde ficou, nem de árvore nem de erva do campo, por toda a terra do Egito.
Êxodo 10.16 Então Faraó mandou apressadamente chamar Moisés e Arão, e lhes disse: Pequei contra o Senhor vosso Deus, e contra vós.
Êxodo 10.17 Agora: pois, perdoai-me peço-vos somente esta vez o meu pecado, e orai ao Senhor vosso Deus que tire de mim mais esta morte.
Êxodo 10.18 Saiu, pois, Moisés da presença de Faraó, e orou ao Senhor.
Êxodo 10.19 Então o Senhor trouxe um vento ocidental fortíssimo, o qual levantou os gafanhotos e os lançou no Mar Vermelho; não ficou um só gafanhoto em todos os termos do Egito.
Êxodo 10.20 O Senhor, porém, endureceu o coração de Faraó, e este não deixou ir os filhos de Israel.
Êxodo 10.21 Então disse o Senhor a Moisés: Estende a mão para o céu, para que haja trevas sobre a terra do Egito, trevas que se possam apalpar.
Êxodo 10.22 Estendeu, pois, Moisés a mão para o céu, e houve trevas espessas em toda a terra do Egito por três dias.
Êxodo 10.23 Não se viram uns aos outros, e ninguém se levantou do seu lugar por três dias; mas para todos os filhos de Israel havia luz nas suas habitações.
Êxodo 10.24 Então mandou Faraó chamar Moisés, e disse: Ide, servi ao Senhor; somente fiquem os vossos rebanhos e o vosso gado; mas vão juntamente convosco os vossos pequeninos.
Êxodo 10.25 Moisés, porém, disse: Tu também nos tens de dar nas mãos sacrifícios e holocaustos, para que possamos oferecer sacrifícios ao Senhor nosso Deus.
Êxodo 10.26 E também o nosso gado há de ir conosco; nem uma unha ficará; porque dele havemos de tomar para servir ao Senhor nosso Deus; porque não sabemos com que havemos de servir ao Senhor, até que cheguemos lá.
Êxodo 10.27 O Senhor, porém, endureceu o coração de Faraó, e este não os quis deixar ir:
Êxodo 10.28 Disse, pois, Faraó a Moisés: Retira-te de mim, guarda-te que não mais vejas o meu rosto; porque no dia em que me vires o rosto morrerás.
Êxodo 10.29 Respondeu Moisés: Disseste bem; eu nunca mais verei o teu rosto.






O Real Significado da Páscoa Êx 11 e 12

O Real Significado da Páscoa

Antes de despejar suas pragas sobre o Egito, quando o Senhor enviou Moisés a faraó no princípio, Ele mandou que lhe fosse dito que caso não deixasse ir o seu filho (Israel) para que O servisse, Ele mataria o filho primogênito de faraó (4.23), mas como isto não sucedeu imediatamente, é bem provável que tenha sido este um dos motivos do endurecimento de faraó, no entanto o Senhor havia deixado este juízo, em Sua misericórdia, para o final.
Se faraó Lhe obedecesse antes, certamente seria evitada toda aquela mortandade de primogênitos no Egito, mas o Senhor conhecia o coração endurecido daquele homem, e sabia que ele não obedeceria e não se humilharia a não ser por um juízo forte como este, que o levasse a temer pela própria vida.
Afinal, não era fruto do acaso que morressem somente os primogênitos tanto de pessoas quanto de animais, naquela noite terrível, e nem mesmo um só cão dos israelitas sequer rosnou.
A matança das crianças israelitas por faraó receberia a justa retribuição da parte de Deus, que mataria não os filhos mais moços, mas exatamente os mais velhos, a saber, os primogênitos do Egito.
O capítulo décimo primeiro de  Êxodo é uma espécie de introdução e anúncio daquilo que está descrito no capítulo seguinte.
É bem possível que muitos daqueles israelitas que foram livrados da morte dos primogênitos, quando o destruidor passou pela terra do Egito à meia-noite, porque estavam no interior das casas onde o sangue do sacrifício de animais havia sido passado nas vergas e umbrais das portas, tenham se perdido eternamente, por não terem sido justificados pela fé, no entanto, nenhum dos aliançados com Deus, por estarem debaixo da cobertura do sangue de Cristo, jamais se perderá eternamente, pois a promessa do Senhor é de que todo aquele que participa do Seu sangue, tem a vida eterna.
Assim, aquela libertação do cativeiro egípcio, apesar de ter sido uma realidade histórica, configurou uma figura, uma ilustração daquela grande e eterna libertação que é somente pela cobertura do sangue de Jesus, na vida daqueles que se colocam voluntariamente debaixo de tal cobertura.
É por isso que imediatamente antes da saída do Egito, foi ordenado que todas as famílias dos israelitas consumissem o cordeiro pascal, e as características daquele cordeiro, que deveria ser sem mancha e defeito; que não poderia ter nenhum de seus ossos quebrados; que deveria ser consumido inteiramente, e cujo sangue deveria ser passado nas portas para ser visto pelo destruidor, que ao ver o sangue se desviaria e não destruiria a ninguém que estivesse debaixo daquela cobertura, é uma figura perfeita de Jesus como o Cordeiro pascal que nos faz passar da escravidão ao pecado para a liberdade da santidade de Deus.
A palavra páscoa no hebraico significa passagem. Indicando que houve uma passagem do destruidor pelas casas marcadas com o sangue do cordeiro, mas o destruidor teve que pular aquelas casas porque estavam com a cobertura do sangue.
E é exatamente pelo mesmo motivo que os crentes não são destruídos, pois estão sob a cobertura do precioso sangue de Jesus.      
E é importante destacar que o motivo da morte dos primogênitos egípcios seria exatamente a falta de cobertura deste sangue, e da participação da páscoa, isto é, de se alimentarem do cordeiro que foi morto para que os primogênitos israelitas não fossem mortos.
Isto é portanto indicativo de que aqueles que não estiverem debaixo da cobertura do sangue de Jesus, perecerão, porque não há outra forma de se escapar da condenação eterna.        
Para marcar que é muito importante para Ele a libertação do seu povo do cativeiro, Deus determinou que o dia da saída do Egito seria o primeiro dia do ano dos hebreus, e aquele mês passaria a ser o primeiro mês deles, que foi chamado de Abibe e corresponde aos nossos meses de março/abril.
Desta forma, seriam celebrados dois eventos a um só tempo, todos os anos, em Israel, o primeiro relativo àquele fato histórico da saída do cativeiro egípcio com Moisés, e o segundo à libertação do cativeiro do pecado com Jesus, do qual aquele primeiro era apenas uma figura.
Certamente, os israelitas não tinham o segundo evento em perspectiva, mas sabemos que era principalmente este que estava em perspectiva nos propósitos de Deus, tanto que a morte de Jesus aconteceu exatamente no dia da celebração da páscoa dos judeus.        
 A eficácia da salvação e do livramento da morte está portanto no Cordeiro e no sangue do Cordeiro, e não em qualquer coisa ou obras daqueles que são salvos.
É por isso que a Páscoa deveria ser celebrada em todas as gerações futuras de Israel, e especialmente as crianças deveriam ser ensinadas sobre o significado daquela celebração.
Por ela saberiam que o Senhor fez distinção entre o Seu povo e os egípcios, tendo libertado os israelitas da morte, por causa do cordeiro e do seu sangue, quando o destruidor passou à meia-noite e matou todos os primogênitos deles, quer de homens quer de animais.
E a Páscoa ensinava de modo tão claro e distinto que era uma festa para ser celebrada para os que estão aliançados com Deus, pois o livramento que lhes deu no Egito havia sido por causa desta aliança, que todo estrangeiro que desejasse participar dela teria antes que se naturalizar israelita, submetendo-se à circuncisão.
Do mesmo modo só podem participar da vida do Cordeiro aqueles que estão aliançados com Deus pela fé nEle.
E se alguém ainda não está aliançado, terá que se arrepender e crer, de modo que, pela conversão, possa participar efetivamente de Cristo, nosso Cordeiro pascal, pela circuncisão do seu coração, ou seja pelo despojamento da vida carnal.
O anjo destruidor havia passado, pulado (páscoa) as casas dos israelitas e não matou os seus primogênitos.
Assim também por causa de Cristo, que é nossa páscoa, a morte eterna tem que passar ao largo de nós, e não pode nos destruir, porque estamos debaixo da cobertura do sangue do Cordeiro.
Quando ocorreu a morte dos primogênitos, faraó sofreu um duro golpe no seu reino e teve que libertar o povo de Deus.
De igual forma Satanás sofreu um duro golpe quando foi despojado por Cristo e exposto ao desprezo, de modo que não lhe restou e não lhe resta outra alternativa, senão a de libertar as almas que se encontram cativas por ele, quando elas correm para debaixo da cobertura do sangue de Jesus.
Jesus o amarra com o Seu poder e ele não pode fazer outra coisa senão libertar aqueles que se encontravam sujeitos à sua vontade.
E assim como o reino de faraó foi subjugado e humilhado por Deus, de igual modo o reino de Satanás foi também subjugado e humilhado.
  E os egípcios foram despojados pelos israelitas, não por força, mas tiveram que lhes dar voluntariamente tudo o que de fato lhes pertencia, porque foram por anos seguidos explorados por eles, sem receberem qualquer reconhecimento ou salário.
Deus estava portanto obrigando os inimigos de Seu povo a lhe restituírem de volta o que lhes pertencia de direito.
A paz, a comunhão, o amor, bens e tudo o mais que os homens deveriam ter com Deus, e que Satanás lhes roubou, induzindo o primeiro casal ao pecado, exercendo domínio por usurpação e não por direito legal, têm que ser devolvidos a eles, ainda que não haja nenhuma paz, amor e bens verdadeiros e duradouros na posse do diabo, mas é principalmente ele quem impede que os homens entrem na posse de tais coisas, por mantê-los aprisionados às correntes do pecado.
Porém, quando são libertados por Cristo, o diabo é despojado da sua influência e poder sobre eles, e são assim transportados das trevas para a luz e do poder do inimigo para Deus.
Quatrocentos e trinta anos haviam se passado, conforme a promessa que o Senhor havia feito a Abraão, e agora, depois de passados tantos anos, a promessa estava tendo cumprimento cabal, e assim sucede com todas as promessas do Senhor, elas não são demoradas, apenas são cumpridas no tempo por Ele determinado, e a nós compete apenas reconhecer e aceitar o tempo de Deus, enquanto aguardamos com paciência e esperança pela Sua fidelidade em cumprir tudo o que tem prometido.
Deste modo, podemos esperar com confiança a ressurreição do corpo, o arrebatamento da igreja, o governo com Cristo na terra no milênio, a habitação das muitas moradas do céu, o aperfeiçoamento em glória, a libertação de toda forma de pecado, e o melhor de tudo, poder contemplar a face amada do Senhor na glória celestial.    


Êxodo 11.1 Disse o Senhor a Moisés: Ainda mais uma praga trarei sobre Faraó, e sobre o Egito; depois ele vos deixará ir daqui; e, deixando vos ir a todos, com efeito vos expulsará daqui.
Êxodo 11.2 Fala agora aos ouvidos do povo, que cada homem peça ao seu vizinho, e cada mulher à sua vizinha, joias de prata e joias de ouro.
Êxodo 11.3 E o Senhor deu ao povo graça aos olhos dos egípcios. Além disso o varão Moisés era mui grande na terra do Egito, aos olhos dos servos de Faraó e aos olhos do povo.
Êxodo 11.4 Depois disse Moisés a Faraó: Assim diz o Senhor: ë meia-noite eu sairei pelo meio do Egito;
Êxodo 11.5 e todos os primogênitos na terra do Egito morrerão, desde o primogênito de Faraó, que se assenta sobre o seu trono, até o primogênito da serva que está detrás da mó, e todos os primogênitos dos animais.
Êxodo 11.6 Pelo que haverá grande clamor em toda a terra do Egito, como nunca houve nem haverá jamais.
Êxodo 11.7 Mas contra os filhos de Israel nem mesmo um cão moverá a sua língua, nem contra homem nem contra animal; para que saibais que o Senhor faz distinção entre os egípcios e os filhos de Israel.
Êxodo 11.8 Então todos estes teus servos descerão a mim, e se inclinarão diante de mim, dizendo: Sai tu, e todo o povo que te segue as pisadas. Depois disso eu sairei. E Moisés saiu da presença de Faraó ardendo em ira.
Êxodo 11.9 Pois o Senhor dissera a Moisés: Faraó não vos ouvirá, para que as minhas maravilhas se multipliquem na terra do Egito.
Êxodo 11.10 E Moisés e Arão fizeram todas estas maravilhas diante de Faraó; mas o Senhor endureceu o coração de Faraó, que não deixou ir da sua terra os filhos de Israel.



Êxodo 12

Vide comentário no capítulo 11.

Êxodo 12.1 Ora, o Senhor falou a Moisés e a Arão na terra do Egito, dizendo:
Êxodo 12.2 Este mês será para vós o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano.
Êxodo 12.3 Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Ao décimo dia deste mês tomará cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família.
Êxodo 12.4 Mas se a família for pequena demais para um cordeiro, tomá-lo-á juntamente com o vizinho mais próximo de sua casa, conforme o número de almas; conforme ao comer de cada um, fareis a conta para o cordeiro.
Êxodo 12.5 O cordeiro, ou cabrito, será sem defeito, macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras,
Êxodo 12.6 e o guardareis até o décimo quarto dia deste mês; e toda a assembleia da congregação de Israel o matará à tardinha:
Êxodo 12.7 Tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambos os umbrais e na verga da porta, nas casas em que o comerem.
Êxodo 12.8 E naquela noite comerão a carne assada ao fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerao.
Êxodo 12.9 Não comereis dele cru, nem cozido em água, mas sim assado ao fogo; a sua cabeça com as suas pernas e com a sua fressura.
Êxodo 12.10 Nada dele deixareis até pela manhã; mas o que dele ficar até pela manhã, queimá-lo-eis no fogo.
Êxodo 12.11 Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do Senhor.
Êxodo 12.12 Porque naquela noite passarei pela terra do Egito, e ferirei todos os primogênitos na terra do Egito, tanto dos homens como dos animais; e sobre todos os deuses do Egito executarei juízos; eu sou o Senhor.
Êxodo 12.13 Mas o sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu o sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga para vos destruir, quando eu ferir a terra do Egito. :
Êxodo 12.14 E este dia vos será por memorial, e celebrá-lo-eis por festa ao Senhor; através das vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo.
Êxodo 12.15 Por sete dias comereis pães ázimos; logo ao primeiro dia tirareis o fermento das vossas casas, porque qualquer que comer pão levedado, entre o primeiro e o sétimo dia, esse será cortado de Israel.
Êxodo 12.16 E ao primeiro dia haverá uma santa convocação; também ao sétimo dia tereis uma santa convocação; neles não se fará trabalho algum, senão o que diz respeito ao que cada um houver de comer; somente isso poderá ser feito por vós.
Êxodo 12.17 Guardareis, pois, a festa dos pães ázimos, porque nesse mesmo dia tirei vossos exércitos da terra do Egito; pelo que guardareis este dia através das vossas gerações por estatuto perpétuo.
Êxodo 12.18 No primeiro mês, aos catorze dias do mês, à tarde, comereis pães ázimos até vinte e um do mês à tarde.
Êxodo 12.19 Por sete dias não se ache fermento algum nas vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, esse será cortado da congregação de Israel, tanto o peregrino como o natural da terra.
Êxodo 12.20 Nenhuma coisa levedada comereis; em todas as vossas habitações comereis pães ázimos.
Êxodo 12.21 Chamou, pois, Moisés todos os anciãos de Israel, e disse-lhes: Ide e tomai-vos cordeiros segundo as vossas famílias, e imolai a páscoa.
Êxodo 12.22 Então tomareis um molho de hissopo, embebê-lo-eis no sangue que estiver na bacia e marcareis com ele a verga da porta e os dois umbrais; mas nenhum de vós sairá da porta da sua casa até pela manhã.
Êxodo 12.23 Porque o Senhor passará para ferir aos egípcios; e, ao ver o sangue na verga da porta e em ambos os umbrais, o Senhor passará aquela porta, e não deixará o destruidor entrar em vossas casas para vos ferir.
Êxodo 12.24 Portanto guardareis isto por estatuto para vós e para vossos filhos, para sempre.
Êxodo 12.25 Quando, pois, tiverdes entrado na terra que o Senhor vos dará, como tem prometido, guardareis este culto.
Êxodo 12.26 E quando vossos filhos vos perguntarem: Que quereis dizer com este culto?
Êxodo 12.27 Respondereis: Este é o sacrifício da páscoa do Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu os egípcios, e livrou as nossas casas. Então o povo inclinou-se e adorou.
Êxodo 12.28 E foram os filhos de Israel, e fizeram isso; como o Senhor ordenara a Moisés e a Arão, assim fizeram.
Êxodo 12.29 E aconteceu que à meia-noite o Senhor feriu todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, que se assentava em seu trono, até o primogênito do cativo que estava no cárcere, e todos os primogênitos dos animais.
Êxodo 12.30 E Faraó levantou-se de noite, ele e todos os seus servos, e todos os egípcios; e fez-se grande clamor no Egito, porque não havia casa em que não houvesse um morto.
Êxodo 12.31 Então Faraó chamou Moisés e Arão de noite, e disse: Levantai-vos, saí do meio do meu povo, tanto vós como os filhos de Israel; e ide servir ao Senhor, como tendes dito.
Êxodo 12.32 Levai também convosco os vossos rebanhos e o vosso gado, como tendes dito; e ide, e abençoai-me também a mim.
Êxodo 12.33 E os egípcios apertavam ao povo, e apressando-se por lançá-los da terra; porque diziam: Estamos todos mortos.
Êxodo 12.34 Ao que o povo tomou a massa, antes que ela levedasse, e as amassadeiras atadas e em seus vestidos, sobre os ombros.
Êxodo 12.35 Fizeram, pois, os filhos de Israel conforme a palavra de Moisés, e pediram aos egípcios joias de prata, e joias de ouro, e vestidos.
Êxodo 12.36 E o Senhor deu ao povo graça aos olhos dos egípcios, de modo que estes lhe davam o que pedia; e despojaram aos egipcios.
Êxodo 12.37 Assim viajaram os filhos de Israel de a Ramessés a Sucote, cerca de seiscentos mil homens de pé, sem contar as crianças.
Êxodo 12.38 Também subiu com eles uma grande mistura de gente; e, em rebanhos e manadas, uma grande quantidade de gado.
Êxodo 12.39 E cozeram bolos ázimos da massa que levaram do Egito, porque ela não se tinha levedado, porquanto foram lançados do Egito; e não puderam deter-se, nem haviam preparado comida.
Êxodo 12.40 Ora, o tempo que os filhos de Israel moraram no Egito foi de quatrocentos e trinta anos.
Êxodo 12.41 E aconteceu que, ao fim de quatrocentos e trinta anos, naquele mesmo dia, todos os exércitos do Senhor saíram da terra do Egito.
Êxodo 12.42 Esta é uma noite que se deve guardar ao Senhor, porque os tirou da terra do Egito; esta é a noite do Senhor, que deve ser guardada por todos os filhos de Israel através das suas gerações.
Êxodo 12.43 Disse mais o Senhor a Moisés e a Arão: Esta é a ordenança da páscoa; nenhum, estrangeiro comerá dela;
Êxodo 12.44 mas todo escravo comprado por dinheiro, depois que o houveres circuncidado, comerá dela.
Êxodo 12.45 O forasteiro e o assalariado não comerão dela.
Êxodo 12.46 Numa só casa se comerá o cordeiro; não levareis daquela carne fora da casa nem lhe quebrareis osso algum.
Êxodo 12.47 Toda a congregação de Israel a observará.
Êxodo 12.48 Quando, porém, algum estrangeiro peregrinar entre vós e quiser celebrar a páscoa ao Senhor, circuncidem-se todos os seus varões; então se chegará e a celebrará, e será como o natural da terra; mas nenhum incircunciso comerá dela.
Êxodo 12.49 Haverá uma mesma lei para o natural e para o estrangeiro que peregrinar entre vós.
Êxodo 12.50 Assim, pois, fizeram todos os filhos de Israel; como o Senhor ordenara a Moisés e a Arão, assim fizeram.
Êxodo 12.51 E naquele mesmo dia o Senhor tirou os filhos de Israel da terra do Egito, segundo os seus exércitos.




Êxodo 13

Como os primogênitos israelitas foram livrados da destruição no Egito, como se vê em Êxodo 12, então as suas vidas deveriam ser gastas a serviço do Senhor que os libertou da morte.
Do mesmo modo, os cristãos que são livrados da morte espiritual e eterna por Cristo, não pertencem mais a si mesmos, mas Àquele que os livrou da condenação, e portanto, devem viver para lhe servir.
Assim, há no décimo terceiro capítulo de Êxodo uma grande ilustração em figura desta grande verdade espiritual.
Só que os cristãos não podem ser resgatados como poderiam ser os primogênitos israelitas, uma vez que ali estava sendo ensinada em figura que aqueles que são livrados da morte, o são para viverem em novidade de vida para Deus, atendendo ao propósito eterno do Senhor.
 E para o propósito de ensinar este princípio espiritual, Deus fixou como sendo lei para Israel também a consagração a Ele dos primogênitos que viessem a nascer no futuro.
Na prática, isto seria um meio de se prover o ministério dos levitas, na antiga aliança, com as primícias do rebanho, e foram escolhidos os machos para tal consagração, para que as fêmeas continuassem reproduzindo e alimentando suas crias. E os primogênitos humanos poderiam ser resgatados pelos levitas, no início, e depois pelo valor fixado pela lei de Moisés (Núm 18.16).
Daí o verbo usado logo no início do 13º capítulo com referência aos primogênitos é kadesh, santificar, que significa separar para um uso sagrado pelo Senhor.
Assim está escrito:
“Santifica-me todo primogênito, todo o que abrir a madre de sua mãe entre os filhos de Israel, assim de homens como de animais, porque é meu.”.
Estes primogênitos, tanto de homens como de animais, deveriam ser usados no serviço sagrado do tabernáculo, e posteriormente no templo. Por isso os primogênitos dos dias de Moisés foram resgatados pelos levitas, porque o serviço do santuário havia sido designado a eles.
É por isso que lemos em relação aos cristãos, o seguinte, em Hb 12.22,23: “Mas tendes chegado ao Monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, a miríades de anjos; à universal assembléia e igreja dos primogênitos inscritos nos céus, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados;”. Note que o autor se refere à igreja dos primogênitos inscritos nos céus.
A igreja (de eklesia no original grego, que significa a assembléia, reunião dos que têm fé em Jesus) é chamada de igreja dos primogênitos porque a lei ensinava em figura que os primogênitos que foram livrados da morte pelo destruidor, em razão de estarem aliançados com Deus, pertencem a Ele e devem viver em santidade de vida, porque todos os que são livrados da morte eterna são santificados por Deus, isto é, são separados e transformados pela Sua graça, para serem usados por Ele.
Agora se toda a igreja é considerada como a igreja dos primogênitos, Cristo é o irmão primogênito destes muitos irmãos, como se lê em Rom 8.29: “Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos;”.
E aquele livramento dos primogênitos israelitas no Egito, alcançado pelo sangue que foi passado nas portas, e por terem se alimentado do cordeiro sem defeito, deveria ser relembrado anualmente com uma celebração de sete dias em que haveria uma proibição rigorosa de se comer pão levedado.
Eles teriam então que comemorar aquele livramento do modo que foi designado por Deus.
E assim não somente eles não poderiam comer pão levedado como deveriam ter o cuidado de não ter nenhum tipo de fermento em suas casas.
Alguém perguntaria qual seria a razão de tanta dificuldade para uma comemoração?
A resposta mais viável parece ser que Deus queria ensinar em figura que a nossa libertação da condenação eterna por Cristo deve ser vivida com o máximo de critério e rigor, em tirar todo o tipo de pecado de nossas vidas.
Porque o fermente representa aquilo que corrompe, que altera o nosso estado, e portanto é uma forte figura na Bíblia para exemplificar tudo aquilo que impeça ou atrapalhe a nossa consagração a Deus (I Cor 5.7).
Depois de ter dado instruções quanto à celebração da páscoa, Deus mesmo guiou o povo pelo caminho que deveria seguir, com uma coluna de nuvem durante o dia, e uma coluna de fogo durante a noite, e não os levou na direção de Canaã, pelo caminho mais curto, que seria junto à costa do Mar Mediterrâneo, na qual habitavam os filisteus, pois Deus sabia que Israel não estava preparado para a guerra, e em vindo sobre eles os filisteus, eles seriam tentados a retornarem ao Egito, preferindo estar em escravidão do que terem que lutar pela sua liberdade.
Com isso Deus demonstrou que conhecia muito bem o caráter daquela geração que estava saindo do Egito, pois eles viriam a temer os habitantes de Canaã, e não confiaram que o Senhor lhes daria a vitória, e assim eles ficaram vagando por quarenta anos no deserto, até que toda aquela geração morreu, e foram os filhos deles que entraram com Josué em Canaã.
Aqueles israelitas incrédulos da geração anterior preferiam voltar à escravidão do Egito do que ter que lutar em Canaã, e por isso o Senhor os fez peregrinar no deserto, poupando-os da luta, e ao mesmo tempo evitando que voltassem ao Egito.
 Contudo, naqueles dias em que haviam saído do Egito, Deus não somente evitou que eles recuassem por temerem lutar contra os filisteus, como os conduziu para junto do Mar Vermelho no deserto.
Além disso, o Senhor havia dito a Moisés que assim que eles fossem libertados do Egito,  deveriam adorá-lo no monte Sinai (Êx 3.12).
Ali no monte, por quase um ano, eles receberiam leis e mandamentos de Deus e seriam organizados como nação.
O tabernáculo deveria ser construído, erigido, e instituída a forma de culto para a nação.
Assim, a ida para Canaã deveria ser precedida por este tempo de permanência no Sinai.
Deus estava cuidando de Israel e conduzindo o povo de modo que pudesse responder aos Seus propósitos.
Ele estava ensinando o povo a voar assim como uma águia faz com os seus filhotes.
Ele não os estava expondo a situações que não poderiam ainda enfrentar.
O espírito deles, que havia sido quebrado pela escravidão, deveria receber força e alento, para que pudessem também empunhar a espada, além da espátula com a qual haviam assentado os tijolos nas cidades que construíram no Egito.
O Senhor age dessa forma com todas as pessoas do Seu povo, não permitindo que sofram provações para as quais ainda não tenham uma fé forte o suficiente para vencê-las. Ele somente o permitirá depois de ter-lhes aperfeiçoado a fé.
O Senhor conhece a nossa estrutura e considera a nossa fraqueza e incapacidade, e pelas pequenas provações nos preparará para as maiores.
Para aumentar a fé dos israelitas estavam sendo carregados por eles os ossos de José, acerca dos quais ele havia ordenado enquanto vivia, que certamente deveriam ser levados do Egito para Canaã, quando Deus tirasse o seu povo da escravidão para conquistar a terra prometida.
O dia havia chegado depois de decorridos mais de quatrocentos anos, e os ossos de José atestavam portanto a fidelidade de Deus em cumprir as Suas promessas, e assim os israelitas não deveriam temer a nenhum de seus inimigos, especialmente porque o maior deles, o mais poderoso, havia sido humilhado pela poderosa mão do Senhor, a saber os egípcios, que receberiam o golpe final de Deus, quando tentassem exterminar os israelitas no Mar Vermelho.
A presença da nuvem durante o dia e da coluna de fogo durante a noite era um outro grande motivo para fortalecer a fé de Israel, e nós vemos em Is 4.2-6 esta promessa da presença e manifestação da glória de Deus na vida daqueles que tivessem os seus pecados perdoados em Cristo:
“Naquele dia o renovo do Senhor será cheio de beleza e de glória, e o fruto da terra excelente e formoso para os que escaparem de Israel. E será que aquele que ficar em Sião e permanecer em Jerusalém, será chamado santo, isto é, todo aquele que estiver inscrito entre os vivos em Jerusalém; Quando o Senhor tiver lavado a imundícia das filhas de Sião, e tiver limpado o sangue de Jerusalém do meio dela com o espírito de justiça, e com o espírito de ardor. E criará o Senhor sobre toda a extensão do monte Sião, e sobre as assembleias dela, uma nuvem de dia, e uma fumaça, e um resplendor de fogo flamejante de noite; porque sobre toda a glória se estenderá um dossel. Também haverá de dia um pavilhão para sombra contra o calor, e para refúgio e esconderijo contra a tempestade e a chuva.”.




Êxodo 13

Êxodo 13.1 Então falou o Senhor a Moisés, dizendo:
Êxodo 13.2 Santifica-me todo primogênito, todo o que abrir a madre de sua mãe entre os filhos de Israel, assim de homens como de animais; porque meu é.
Êxodo 13.3 E Moisés disse ao povo: Lembrai-vos deste dia, em que saístes do Egito, da casa da servidão; pois com mão forte o Senhor vos tirou daqui; portanto não se comerá pão levedado.
Êxodo 13.4 Hoje, no mês de abibe, vós saís.
Êxodo 13.5 Quando o Senhor te houver introduzido na terra dos cananeus, dos heteus, dos amorreus, dos heveus e dos jebuseus, que ele jurou a teus pais que te daria, terra que mana leite e mel, guardarás este culto nestê mes.
Êxodo 13.6 Sete dias comerás pães ázimos, e ao sétimo dia haverá uma festa ao Senhor.
Êxodo 13.7 Sete dias se comerão pães ázimos, e o levedado não se verá contigo, nem ainda fermento será visto em todos os teus termos.
Êxodo 13.8 Naquele dia contarás a teu filho, dizendo: Isto é por causa do que o Senhor me fez, quando eu saí do Egito;
Êxodo 13.9 e te será por sinal sobre tua mão e por memorial entre teus olhos, para que a lei do Senhor esteja em tua boca; porquanto com mão forte o Senhor te tirou do Egito.
Êxodo 13.10 Portanto guardarás este estatuto a seu tempo, de ano em ano.
Êxodo 13.11 Também quando o Senhor te houver introduzido na terra dos cananeus, como jurou a ti e a teus pais, quando ta houver dado,
Êxodo 13.12 separarás para o Senhor tudo o que abrir a madre, até mesmo todo primogênito dos teus animais; os machos serão do Senhor.
Êxodo 13.13 Mas todo primogênito de jumenta resgatarás com um cordeiro; e, se o não quiseres resgatar, quebrar-lhe-ás a cerviz:; e todo primogênito do homem entre teus filhos resgatarás.
Êxodo 13.14 E quando teu filho te perguntar no futuro, dizendo: Que é isto? responder-lhe-ás: O Senhor, com mão forte, nos tirou do Egito, da casa da servidão.
Êxodo 13.15 Porque sucedeu que, endurecendo-se Faraó, para não nos deixar ir, o Senhor matou todos os primogênitos na terra do Egito, tanto os primogênitos dos homens como os primogênitos dos animais; por isso eu sacrifico ao Senhor todos os primogênitos, sendo machos; mas a todo primogênito de meus filhos eu resgato.
Êxodo 13.16 E isto será por sinal sobre tua mão, e por frontais entre os teus olhos, porque o Senhor, com mão forte, nos tirou do Egito.
Êxodo 13.17 Ora, quando Faraó deixou ir o povo, Deus não o conduziu pelo caminho da terra dos filisteus, se bem que fosse mais perto; porque Deus disse: Para que porventura o povo não se arrependa, vendo a guerra, e volte para o Egito;
Êxodo 13.18 mas Deus fez o povo rodear pelo caminho do deserto perto do Mar Vermelho; e os filhos de Israel subiram armados da terra do Egito.
Êxodo 13.19 Moisés levou consigo os ossos de José, porquanto havia este solenemente ajuramentado os filhos de Israel, dizendo: Certamente Deus vos visitará; e vós haveis de levar daqui convosco os meus ossos.
Êxodo 13.20 Assim partiram de Sucote, e acamparam-se em Etã, à entrada do deserto.
Êxodo 13.21 E o Senhor ia adiante deles, de dia numa coluta e os dois para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo para os alumiar, a fim de que caminhassem de dia e de noite.
Êxodo 13.22 Não desaparecia de diante do povo a coluna de nuvem de dia, nem a coluna de fogo de noite.



Êxodo 14

Se Deus não tivesse destruído o exército egípcio no Mar Vermelho, os israelitas seriam sempre perseguidos por eles, pois intentavam a sua destruição.
Tão logo se recuperaram do temor de serem também mortos, assim como haviam sido os primogênitos, e certamente foi por este temor, que haviam permitido que os israelitas se fossem, agora, endurecidos e cegados pelo ódio cruel e forte desejo de vingança, acrescido da indignação racial, porque afinal foram humilhados por um povo escravo, os egípcios se determinaram não simplesmente em tornarem a escravizar os israelitas, mas a exterminar todos eles, como se vê em Êxodo 14.
Por isso Deus, agindo como um sábio General estrategista, preparou um modo de pôr fim ao exército egípcio, sem que os israelitas necessitassem se empenhar numa batalha com eles, e por isso levou o seu povo para junto do Mar Vermelho, posicionando-o de tal forma, que não teria outro caminho por onde fugir quando fosse perseguido pelos egípcios, senão atravessar o próprio mar.
A destruição dos egípcios no Mar Vermelho traria não somente glória ao nome do Senhor, como traria o terror de Deus às nações de Canaã.
Os israelitas seriam temidos, não pela sua própria força militar, mas pelo Deus que pelejava por eles.
A Palavra ensina que Deus apanha o sábio na sua própria sabedoria.
A sagacidade de faraó como militar o levou a considerar que o Deus de Israel era um péssimo estrategista em razão de ter levado o povo para Canaã pelo pior caminho, e ainda por cima lhes  havia deixado no deserto defronte ao mar, sem que tivesse possibilidade de escapar.
Com isto o Senhor o incitou à guerra e à perseguição de Israel.
A sabedoria de Deus não pode ser julgada pelos homens, porque Ele opera com o Seu poder além daquilo que possa conceber a razão humana.
Quem é a criatura para contender com o Criador dos céus e da terra e de tudo o que neles existe?
É aqui que muitos erram, assim como havia errado faraó, em seus julgamentos das operações de Deus, que sempre devem ser aceitas pela fé, e nunca serem submetidas ao julgamento da razão humana.
Porque ainda que Deus leve o seu povo para o deserto e aumente em extremo as suas dificuldades, Ele estará ainda assim preparando para ele o melhor caminho, e não o abandonará à própria sorte, ainda que assim considerem os sábios segundo o mundo.
Por isso, a incredulidade, à face de tal sabedoria e poder, traz grande desonra ao Senhor, tal como fizeram os filhos de Israel, que depois de terem visto todos os milagres que ele havia feito no Egito, fazendo distinção entre eles e os egípcios não permitindo que lhes sobreviesse qualquer mal, e apesar de terem a companhia diária da coluna de nuvem e de fogo, nem assim confiaram no livramento do Senhor e ficaram atemorizados com a visão da perseguição dos carros de faraó, e não somente temeram como também murmuram contra Moisés, dizendo que teriam preferido permanecer na escravidão do Egito do que serem libertados para virem a morrer no deserto, pelo exército de faraó.          
Apesar da incredulidade deles, o Senhor os livrou abrindo o mar de modo que pudessem atravessá-lo a pé enxuto.
Somente uma fé genuína poderia lhes ter dado a antecipação e a firmeza necessária para confiarem no livramento que Deus operaria.
Daí a importância de pedirmos ao Senhor que aumente a nossa fé se acharmos que as tribulações que estamos enfrentando parecerem que irão nos paralisar e derrotar.
Porque somente com os olhos da fé podemos ver que maior é o que está em nós do que aquele que está no mundo.
Maior é Deus do que o nosso coração, que nos acusa de fraqueza e incapacidade.
Assim o que era mais condenável em Israel do que o seu temor diante da perseguição era a sua falta da busca do Senhor, em clamor por livramento, e para que lhes aumentasse a fé.
Afinal, eles haviam experimentado antes os livramentos do Senhor, e a prova da sua completa fidelidade e bondade.
Em vez de clamarem eles murmuraram, mas aqui o Senhor não lhes visitou o pecado, em razão certamente da aflição de espírito e da grande pressão que eles estavam sentindo naquela fuga apressada.
A questão ali era mais de luta pela própria sobrevivência do que falta de confiança em Deus.
Eles estavam com seus espíritos alarmados e agitados o bastante para poderem fixar a sua atenção em Deus e nas coisas espirituais.
Isto sucede também com os cristãos na igreja, que quando se deixam envolver por seus temores e aflições e colocam seus corações inteiramente nisto, eles se sentem incapazes de elevar seus pensamentos ao Senhor e se dirigir a Ele, confiando que esteja interessado em lhes proporcionar livramentos e bênçãos.
Isto não deve servir de justificativa e desculpa mas de alerta para a necessidade de se exercitar cada vez mais na fé, na vigilância, e na oração, em toda e qualquer circunstância, de modo que no dia mal, possamos permanecer inabaláveis, depois de termos vencido tudo, revestidos pela graça do Senhor e pelo Seu poder.
O livramento de Israel junto ao Mar Vermelho foi portanto por pura misericórdia do Senhor, e não por causa da fé de Israel.
Assim também nós, os cristãos, somos muitas vezes livrados e abençoados por pura misericórdia, para nossa humilhação e vergonha, porque nos cabia confiar inteiramente no cuidado, bondade e fidelidade do Senhor para conosco.
É nosso dever, quando não podemos sair de nossas dificuldades, enfrentar nossos temores de modo que eles possam servir somente para incentivar nossas orações e esforços, em vez de prevalecerem silenciando nossa fé e esperança.  
Aquele que mantém os seus olhos fixos em Jesus em vez de mantê-los nas dificuldades, poderá como Moisés ser fortalecido e ter os olhos da fé abertos para ver o livramento que vem do Senhor, e proclamá-lo antes mesmo que haja qualquer evidência dele.
Por isso Moisés pôde confortar o povo com as palavras que lhes disse acerca do livramento de Deus.    
E as orações de Moisés prevaleceram com Deus, e Ele lhe ordenou que dissesse aos filhos de Israel que marchassem. E que o fizessem em direção ao mar, como se houvesse uma frota de navios esperando por eles lá, para embarcarem.
Não havia nenhum navio no mar para que eles embarcassem, mas se foi esta a ordem de Deus, o melhor a fazer era obedecê-la, ainda que Ele geralmente nunca nos declare antes o que irá fazer, para que a nossa fé possa ser provada e fortalecida.
Mas, nesta ocasião ele declarou o que faria, porque toda aquela multidão não havia aprendido a andar pela fé, senão pela vista.
E por falar em vista, o Senhor preparou um caminho com a coluna de fogo para os israelitas caminharem no meio do mar, enquanto manteve a nuvem à retaguarda de Israel, para trazer trevas densas sobre os egípcios, de forma que não podiam ir ao encontro dos israelitas.
E a abertura do Mar foi feita pelo poder de Deus, que fez soprar um forte vento, mas não sem antes ter ordenado a Moisés, que estendesse a sua vara sobre o mar.
Com isto estava confirmando a sua liderança e ministério sobre os israelitas.
Deus usa líderes entre o seu povo para que todos se exercitem na obediência. O homem deve aprender a honrar, a ser submisso, a obedecer, e é especialmente para este propósito que o Senhor os dirige por uma liderança visível, por Ele constituída.
Poderia dirigir os homens, por uma revelação direta aos seus espíritos, mas quer que aprendam sobretudo a serem submissos uns aos outros no temor de Cristo.
Porque a submissão e a obediência é um princípio na natureza do próprio Deus, assim como nos revelou na pessoa de Jesus em Seu ministério terreno, que em tudo foi perfeitamente submisso e obediente ao Pai, deixando-nos o exemplo a ser seguido (Fp 2).  


Êxodo 14.1 Disse o Senhor a Moisés:
Êxodo 14.2 Fala aos filhos de Israel que se voltem e se acampem diante de Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de Baal-Zefom; em frente dele assentareis o acampamento junto ao mar.
Êxodo 14.3 Então Faraó dirá dos filhos de Israel: Eles estão embaraçados na terra, o deserto os encerrou.
Êxodo 14.4 Eu endurecerei o coração de Faraó, e ele os perseguirá; glorificar-me-ei em Faraó, e em todo o seu exército; e saberão os egípcios que eu sou o Senhor. E eles fizeram assim.
Êxodo 14.5 Quando, pois, foi anunciado ao rei do Egito que o povo havia fugido, mudou-se o coração de Faraó, e dos seus servos, contra o povo, e disseram: Que é isso que fizemos, permitindo que Israel saísse e deixasse de nos servir?
Êxodo 14.6 E Faraó aprontou o seu carro, e tomou consigo o seu povo;
Êxodo 14.7 tomou também seiscentos carros escolhidos e todos os carros do Egito, e capitães sobre todos eles.
Êxodo 14.8 Porque o Senhor endureceu o coração de Faraó, rei do Egito, e este perseguiu os filhos de Israel; pois os filhos de Israel saíam afoitamente.
Êxodo 14.9 Os egípcios, com todos os cavalos e carros de Faraó, e os seus cavaleiros e o seu exército, os perseguiram e os alcançaram acampados junto ao mar, perto de Pi-Hairote, diante de Baal-Zefom.
Êxodo 14.10 Quando Faraó se aproximava, os filhos de Israel levantaram os olhos, e eis que os egípcios marchavam atrás deles; pelo que tiveram muito medo os filhos de Israel e clamaram ao Senhor:
Êxodo 14.11 e disseram a Moisés: Foi porque não havia sepulcros no Egito que de lá nos tiraste para morrermos neste deserto? Por que nos fizeste isto, tirando-nos do Egito?
Êxodo 14.12 Não é isto o que te dissemos no Egito: Deixa-nos, que sirvamos aos egípcios? Pois melhor nos fora servir aos egípcios, do que morrermos no deserto.
Êxodo 14.13 Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que ele hoje vos fará; porque aos egípcios que hoje vistes, nunca mais tornareis a ver;
Êxodo 14.14 o Senhor pelejará por vós; e vós vos calareis.
Êxodo 14.15 Então disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? dize aos filhos de Israel que marchem.
Êxodo 14.16 E tu, levanta a tua vara, e estende a mão sobre o mar e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco.
Êxodo 14.17 Eis que eu endurecerei o coração dos egípcios, e estes entrarão atrás deles; e glorificar-me-ei em Faraó e em todo o seu exército, nos seus carros e nos seus cavaleiros.
Êxodo 14.18 E os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando me tiver glorificado em Faraó, nos seus carros e nos seus cavaleiros.
Êxodo 14.19 Então o anjo de Deus, que ia adiante do exército de Israel, se retirou e se pos atrás deles; também a coluna de nuvem se retirou de diante deles e se pôs atrás,
Êxodo 14.20 colocando-se entre o campo dos egípcios e o campo dos israelitas; assim havia nuvem e trevas; contudo aquela clareava a noite para Israel; de maneira que em toda a noite não se aproximou um do outro.
Êxodo 14.21 Então Moisés estendeu a mão sobre o mar; e o Senhor fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite, e fez do mar terra seca, e as águas foram divididas.
Êxodo 14.22 E os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco; e as águas foram-lhes qual muro à sua direita e à sua esquerda.
Êxodo 14.23 E os egípcios os perseguiram, e entraram atrás deles até o meio do mar, com todos os cavalos de Faraó, os seus carros e os seus cavaleiros.
Êxodo 14.24 Na vigília da manhã, o Senhor, na coluna do fogo e da nuvem, olhou para o campo dos egípcios, e alvoroçou o campo dos egípcios;
Êxodo 14.25 embaraçou-lhes as rodas dos carros, e fê-los andar dificultosamente; de modo que os egípcios disseram: Fujamos de diante de Israel, porque o Senhor peleja por eles contra os egípcios.
Êxodo 14.26 Nisso o Senhor disse a Moisés: Estende a mão sobre o mar, para que as águas se tornem sobre os egípcios, sobre os seus carros e sobre os seus cavaleiros.
Êxodo 14.27 Então Moisés estendeu a mão sobre o mar, e o mar retomou a sua força ao amanhecer, e os egípcios fugiram de encontro a ele; assim o Senhor derribou os egípcios no meio do mar.
Êxodo 14.28 As águas, tornando, cobriram os carros e os cavaleiros, todo o exército de Faraó, que atrás deles havia entrado no mar; não ficou nem sequer um deles.
Êxodo 14.29 Mas os filhos de Israel caminharam a pé enxuto pelo meio do mar; as águas foram-lhes qual muro à sua direita e à sua esquerda.
Êxodo 14.30 Assim o Senhor, naquele dia, salvou Israel da mão dos egípcios; e Israel viu os egípcios mortos na praia do mar.
Êxodo 14.31 E viu Israel a grande obra que o Senhor operara contra os egípcios; pelo que o povo temeu ao Senhor, e creu no Senhor e em Moisés, seu servo.






Êxodo 15

Assim que viram a poderosa mão de Deus subjugar o exército de faraó no meio do mar, os israelitas compuseram um cântico de louvor, e todos exaltaram os feitos do Senhor com aquele cântico, expressando a sua alegria e gratidão, como se vê no décimo quinto capítulo de Êxodo.
Isto foi expressado pela emoção gerada em suas mentes e espíritos.
Deus mesmo dotou nossa mente e espírito da faculdade da emoção para que possamos expressar toda a nossa alegria e gratidão que são devidas a Ele.
Incitar puro emocionalismo não é uma coisa aprovada, mas dar expressão à emoção que é movida pelos atos poderosos do próprio Deus é na verdade um dever, pois nos é ordenado que em tudo demos graças, e que nos alegremos sempre no Senhor, porque Ele está nos assistindo e guardando vinte e quatro horas por dia, em todos os dias de nossas vidas.
Se isto não fosse verdade, o mal nos destruiria ao bel prazer do diabo, assim como os israelitas teriam sido destruídos pelos egípcios se o Senhor não os livrasse.
Bem-aventurados são aqueles que têm os olhos espirituais abertos para enxergarem esta verdade, de modo que louvam ao Senhor com gratidão e alegria em seus corações, em todo o tempo, pois sabem que tudo está cooperando para o bem deles, ainda que estejam feridos numa prisão, tal como Paulo e Silas estiveram em Filipos, e no entanto, oravam e louvavam ao Senhor.
O povo de Israel estava sendo abençoado pela pura graça do Senhor, que havia elegido aquela nação através da promessa que havia feito aos seus patriarcas, porque mesmo em face de tão grandes livramentos, eles sempre murmuravam contra Moisés, o que na verdade era uma murmuração contra o próprio Deus, toda vez que se lhes deparava qualquer dificuldade.
Agora, enquanto caminhavam no deserto e não tendo achado água potável, senão águas amargas numa localidade que passaram a chamar por isso de Mara, que no hebraico, significa amargo, eles murmuraram contra Moisés.
Todavia, novamente o Senhor fez um milagre provando que estava com eles e cuidando deles, pois ordenou que se lançasse uma árvore naquelas águas e elas se tornaram potáveis.
O Senhor agiu com graça e misericórdia, fazendo-lhes aquele favor imerecido, porque o que mereciam de fato era correção pela sua murmuração e incredulidade.
No entanto, não deixou o fato passar em branco, e aproveitou para revelar que com aquilo estava provando a fé deles, e lhes deu um estatuto e uma ordenança, pois os havia tirado do Egito para servi-lO, e há somente um modo correto de se servir a Deus, a saber, o modo que é determinado por Ele, que se baseia em puro amor e justiça.
Assim, o Senhor lhes ordenou o seguinte:
“Se ouvires atentamente a voz do Senhor teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, sobre ti não enviarei nenhuma das enfermidades que enviei sobre os egípcios; porque eu sou o Senhor que te sara.”.
Este mesmo preceito continua valendo para a igreja de Cristo, apesar de estar na dispensação da graça, porque se a salvação é unicamente pela graça, mediante a fé, uma vida abençoada depende também da obediência do cristão.
Não é possível ter um viver realmente abençoado andando contrariamente à vontade de Deus e transgredindo deliberadamente os Seus mandamentos.
Por isso Jesus diz que bem-aventurados são aqueles que não apenas conhecem a Palavra de Deus, mas os que a cumprem.
Todo aquele que for encontrado se esforçando  para honrar o Senhor, por temê-lo e para agradá-lo, mediante o cumprimento da Sua Palavra, há de ter o rosto amado de Deus voltado para si, mas Ele desviará sempre a Sua face daqueles que praticam males.
Foi exatamente isto que Ele revelou aos israelitas em Mara.
Ele não queria que eles confundissem a Sua longanimidade, misericórdia e graça, com a Sua bênção, porque não lhes havia corrigido e nem castigado pela sua murmuração.
Contudo, ao mesmo tempo, deixou registrado que o fato de ter operado o milagre de purificação das águas, não significava que era indiferente àquela murmuração.
 Deus é bom e galardoador daqueles que nEle confiam.
Por isso não provaria em todo o tempo a fé dos israelitas, do mesmo modo que não procede em relação a nenhum daqueles a quem ama.
Ele nos prova sob medida, de modo que o nosso espírito não definhe.
É por isso que se registra no final do 15º capítulo de Êxodo que Ele os havia conduzido a um lugar chamado Elim, um oásis, onde havia nada menos do que doze fontes de água:
“Então vieram a Elim, onde havia doze fontes de água e setenta palmeiras; e ali, junto das águas, acamparam.”.
Assim possa estar a nossa mente bem esclarecida e o nosso entendimento espiritual bem avivado para que possamos conhecer que de fato muito mais são as fontes de água potável que o Senhor tem preparado para nós, do que as águas amargas que encontramos na nossa caminhada neste mundo.


Êxodo 15.1 Então cantaram Moisés e os filhos de Israel este cântico ao Senhor, dizendo: Cantarei ao Senhor, porque gloriosamente triunfou; lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro.
Êxodo 15.2 O Senhor é a minha força, e o meu cântico; ele se tem tornado a minha salvação; é ele o meu Deus, portanto o louvarei; é o Deus de meu pai, por isso o exaltarei.
Êxodo 15.3 O Senhor é homem de guerra; Jeová é o seu nome.
Êxodo 15.4 Lançou no mar os carros de Faraó e o seu exército; os seus escolhidos capitães foram submersos no Mar Vermelho.
Êxodo 15.5 Os abismos os cobriram; desceram às profundezas como pedra.
Êxodo 15.6 A tua destra, ó Senhor, é gloriosa em poder; a tua destra, ó Senhor, destroça o inimigo.
Êxodo 15.7 Na grandeza da tua excelência derrubas os que se levantam contra ti; envias o teu furor, que os devora como restolho.
Êxodo 15.8 Ao sopro dos teus narizes amontoaram-se as águas, as correntes pararam como montão; os abismos coalharam-se no coração do mar.
Êxodo 15.9 O inimigo dizia: Perseguirei, alcançarei, repartirei os despojos; deles se satisfará o meu desejo; arrancarei a minha espada, a minha mão os destruirá.
Êxodo 15.10 Sopraste com o teu vento, e o mar os cobriu; afundaram-se como chumbo em grandes aguas.
Êxodo 15.11 Quem entre os deuses é como tu, ó Senhor? a quem é como tu poderoso em santidade, admirável em louvores, operando maravilhas?
Êxodo 15.12 Estendeste a mão direita, e a terra os tragou.
Êxodo 15.13 Na tua beneficência guiaste o povo que remiste; na tua força o conduziste à tua santa habitação.
Êxodo 15.14 Os povos ouviram e estremeceram; dores apoderaram-se dos a habitantes da Filístia.
Êxodo 15.15 Então os príncipes de Edom se pasmaram; dos poderosos de Moabe apoderou-se um tremor; derreteram-se todos os habitantes de Canaã.
Êxodo 15.16 Sobre eles caiu medo, e pavor; pela grandeza do teu braço emudeceram como uma pedra, até que o teu povo passasse, ó Senhor, até que passasse este povo que adquiriste.
Êxodo 15.17 Tu os introduzirás, e os plantarás no monte da tua herança, no lugar que tu, ó Senhor, aparelhaste para a tua habitação, no santuário, ó Senhor, que as tuas mãos estabeleceram.
Êxodo 15.18 O Senhor reinará eterna e perpetuamente.
Êxodo 15.19 Porque os cavalos de Faraó, com os seus carros e com os seus cavaleiros, entraram no mar, e o Senhor fez tornar as águas do mar sobre eles, mas os filhos de Israel passaram em seco pelo meio do mar.
Êxodo 15.20 Então Miriã, a profetisa, irmã de Arão, tomou na mão um tamboril, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamboris, e com danças.
Êxodo 15.21 E Miriã lhes respondia: Cantai ao Senhor, porque gloriosamente triunfou; lançou no mar o cavalo com o seu cavaleiro.
Êxodo 15.22 Depois Moisés fez partir a Israel do Mar Vermelho, e saíram para o deserto de Sur; caminharam três dias no deserto, e não acharam água.
Êxodo 15.23 E chegaram a Mara, mas não podiam beber das suas águas, porque eram amargas; por isso chamou-se o lugar Mara.
Êxodo 15.24 E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber?
Êxodo 15.25 Então clamou Moisés ao Senhor, e o Senhor mostrou-lhe uma árvore, e Moisés lançou-a nas águas, as quais se tornaram doces. Ali Deus lhes deu um estatuto e uma ordenança, e ali os provou,
Êxodo 15.26 dizendo: Se ouvires atentamente a voz do Senhor teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, sobre ti não enviarei nenhuma das enfermidades que enviei sobre os egípcios; porque eu sou o Senhor que te sara.
Êxodo 15.27 Então vieram a Elim, onde havia doze fontes de água e setenta palmeiras; e ali, junto das águas, acamparam.





Êxodo 16

Ninguém pode ser um verdadeiro discípulo de Cristo se não tomar a sua cruz dia a dia e segui-lO.
A cruz trata com os nossos desejos e nos leva a renunciar às nossas aspirações e necessidades, quando a vontade de Deus vai em sentido contrário a elas, e também a ser pacientes na tribulação, enquanto aguardamos o livramento e a provisão do Senhor, quando estamos atribulados pela Sua vontade.
Era exatamente esta a condição de Israel na sua caminhada no deserto.
Eles não poderiam ficar para sempre acampados em Elim, e na verdade, as provisões daquele lugar não seriam suficientes para atendê-los por um longo tempo, pois eles somavam cerca de três milhões de pessoas.
Não era coisa fácil conseguir água e alimento para tanta gente, numa peregrinação no deserto.
Aquelas circunstâncias difíceis tinham exatamente o propósito de levá-los a dependerem da provisão de Deus, de forma que viessem a conhecer o Seu poder e cuidado, de maneira a se consolidar neles o caráter de povo que confiava exclusivamente no seu Senhor.
Mas mesmo em face dos livramentos e bondade de Deus, a natureza terrena do homem, corrompida pelo pecado, revela toda a sua malignidade, e necessita do tratamento da cruz, porque sem a mortificação de tal natureza, não é possível viver de modo agradável a Ele.
A carne, isto é, a natureza terrena corrompida pelo pecado, não está sujeita à lei de Deus, e nem mesmo pode estar, conforme ficou comprovado pela forma como a nação de Israel se comportou como um todo, para com o Senhor, durante toda a sua longa história, especialmente no período da dispensação da lei.
Somente nos israelitas que tinham uma verdadeira e viva fé no Senhor, se poderia ver uma sincera obediência a Ele e aos Seus mandamentos.
O pecado é pecado em qualquer pessoa, quer num israelita, quer num gentio.
Todos estão debaixo do pecado, e somente a fé no Senhor Jesus pode livrar o homem de tal jugo de escravidão.
Muitos perguntam como é que um povo (Israel) que foi alvo de tantas manifestações da bondade do Senhor e do Seu poder e graça para com ele, podia se desviar tão facilmente do alvo de fazer a Sua vontade?
A resposta é universal e válida para qualquer época: simplesmente por causa do pecado.
Se o Filho não libertar o homem do pecado, ele continuará seu escravo para sempre, e haverá de manifestar em seus sentimentos e ações a sua real condição de escravo.
A maioria deles havia saído da escravidão do Egito, mas permanecia debaixo da escravidão do pecado.
Eles saíram do Egito mas o Egito continuava em seus corações.
Tal era o endurecimento deles no pecado que muitos viriam a ser destruídos mais adiante pelos juízos de Deus, e isto tem sido uma constante em toda a história da nação de Israel.
Eles se recusam a se converterem de fato ao Senhor, pelo arrependimento de seus pecados e pela fé nEle, e assim têm a mesma sorte que está reservada aos ímpios, quando partem desta vida.
O Senhor lhes havia libertado do Egito e se aliançou com eles, para que vivessem para Ele segundo um viver obediente aos Seus mandamentos, e não para que vivessem para si mesmos fazendo somente o que fosse da própria vontade deles.
Eles erraram o alvo da sua vocação e na grande maioria não se converteram ao Senhor, dando-Lhe a direção das suas vidas.
Sem fé é impossível agradar a Deus.
Sem santificação ninguém verá o Senhor.
E o Dr Owen está com toda a razão quando afirma que ninguém pode de fato servir e agradar a Deus até mesmo quando simplesmente o deseje, porque não se trata de uma simples questão de querer, mas de ser de fato espiritual, e assim ele diz que o cristão tem a graça e o dever de ser espiritual, tendo pensamentos e afetos espirituais, celestiais e divinos.
Isto é forjado pelo trabalho do Espírito Santo, que mortifica a carne ao mesmo tempo que nos regenera, santifica e renova, possibilitando que o pecador tenha comunhão com Deus, conheça a Sua vontade e tenha o poder que lhe é dado por Ele, para fazê-la.
É por isso que a Bíblia não contém tantos exemplos de vidas de fé, que tenham agradado ao Senhor, pois que isto exige que se viva não segundo o pendor da carne, mas segundo o pendor do Espírito.
Mas os exemplos dos que viveram pela fé está registrado para que saibamos qual é a única forma de se poder obedecer efetivamente ao Senhor, por se permitir e cooperar com o trabalho da graça em nossas vidas.
Deste modo, apesar de a vida eterna ser obtida pela graça e misericórdia de Deus, mediante o arrependimento e a fé, no entanto, a vida cristã, uma vida de obediência a Ele, exige muito esforço, disciplina e diligência, especialmente em se buscar e permitir o trabalho do Espírito Santo, mediante aplicação da Palavra em nossas vidas.
Não seria pois de se estranhar, da parte daqueles que apesar de fazerem parte do povo de Deus, mas que não caminham do modo que foi descrito com o Senhor, senão murmuração diante das dificuldades, em vez de fé confiante na Sua providência, como se vê no 16º capítulo de Êxodo.        
Mas a longanimidade e graça, que suportam as murmurações dos cristãos da Igreja de Cristo, apesar de por elas darem um grande testemunho contra a bondade e providência de Deus a eles, desonrando e não santificando por conseguinte o Seu nome, foi a mesma longanimidade e graça que alcançaram os israelitas no passado, não permitindo que fossem todos destruídos por Deus.
Ao contrário, na ocasião descrita no 15º capítulo, quando caminhavam no deserto de Sim, e murmuravam pela escassez de comida, desejando voltar ao Egito, Deus prometeu e lhes deu codornizes à tarde, e o maná pela manhã, que passou a cair todos os dias até que entrassem em Canaã.
Contudo, o Senhor protestou contra a murmuração deles, de modo que não pensassem que estavam recebendo bênçãos por estarem murmurando.
Ao contrário, por causa das suas murmurações, muitos viriam a ser destruídos, conforme se vê especialmente no livro de Números.
É possível que muitos tenham murmurado apenas em seus pensamentos e corações e não demonstraram a sua insatisfação a Moisés, mas a glória do Senhor apareceu na nuvem e Ele declarou a Moisés que tinha visto a murmuração dos israelitas contra ele.
Assim Deus que tudo vê e sabe, conhece perfeitamente as murmurações de nossos pensamentos e corações, mesmo quando não as expressemos externamente.
Bom e misericordioso é o Senhor, mas devemos zelar pelo modo como caminhamos na Sua presença, pois é perfeitamente santo e justo, e não pode de modo algum fazer vista grossa para os nossos pecados.
O pecado sempre ofende a Sua santidade, mesmo na vida daqueles que tiveram os seus pecados perdoados por causa da sua fé em Cristo.
Se caminhamos no temor do Senhor, e Lhe confessamos os nossos pecados e os deixamos, podemos estar certos do Seu favor e de que Ele não nos julgará e castigará.
Mas se andarmos contrariamente à Sua vontade, podemos contar certamente com a visitação das suas correções, ainda que não para uma perdição eterna.
Nós vemos também neste capítulo uma ordem clara de Deus para que se guardasse o dia de sábado, antes que fosse instituída tal ordenança na lei, que seria dada no Sinai.
Por isso, era dada uma porção dupla do maná no dia anterior ao sábado, para que nenhum trabalho de colher o maná fosse feito neste dia.
Os israelitas deixariam de trabalhar neste dia em suas tarefas rotineiras, para que pudessem se dedicar ao culto de adoração a Deus, conforme seria prescrito na lei, que lhes seria dada ainda naquele ano no Sinai.
Isto teria em vista principalmente, mantê-los ligados de modo prático aos preceitos e à forma de adoração, que seria prescrita pelo Senhor, para aplicarem em suas próprias casas, e especialmente no tabernáculo.
Apesar de Paulo chamar o maná de manjar espiritual (I Cor 10.3), porque foi dado de modo sobrenatural, diretamente da parte de Deus, o maná não poderia garantir a vida espiritual eterna daquele que o comesse, senão apenas a vida física, e assim mesmo não para um período superior de anos do que a média normal de vida, e Jesus afirmou que somente Ele é o pão vivo que dá vida eterna (Jo 6.49-51), e de quem o maná era apenas uma pálida figura, pois nos ensina que precisamos ser alimentados por Deus, com o alimento espiritual que nos vem do céu e que nos garante a vida eterna, e este alimento que nos garante tal vida é um pessoa, a saber, nosso Senhor Jesus Cristo.
Por isso Ele mesmo afirma diretamente que a sua carne é verdadeira comida e o seu sangue verdadeira bebida, e que todo aquele que dEle se alimenta tem a vida eterna.
A Palavra de Deus é o maná que alimenta o nosso espírito (Mt 4.4); e o conforto do Espírito Santo é o maná escondido que conhecem apenas os que amam a Deus (Apo 2.17).




Êxodo 16.1 Depois partiram de Elim; e veio toda a congregação dos filhos de Israel ao deserto de Sim, que está entre Elim e Sinai, aos quinze dias do segundo mês depois que saíram da terra do Egito.
Êxodo 16.2 E toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão no deserto.
Êxodo 16.3 Pois os filhos de Israel lhes disseram: Quem nos dera que tivéssemos morrido pela mão do Senhor na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne, quando comíamos pão até fartar! porque nos tendes tirado para este deserto, para matardes de fome a toda esta multidão.
Êxodo 16.4 Então disse o Senhor a Moisés: Eis que vos farei chover pão do céu; e sairá o povo e colherá diariamente a porção para cada dia, para que eu o prove se anda em minha lei ou não.
Êxodo 16.5 Mas ao sexto dia prepararão o que colherem; e será o dobro do que colhem cada dia.
Êxodo 16.6 Disseram, pois, Moisés e Arão a todos os filhos de Israel: tarde sabereis que o Senhor é quem vos tirou da terra do Egito,
Êxodo 16.7 e amanhã vereis a glória do Senhor, porquanto ele ouviu as vossas murmurações contra o Senhor; e quem somos nós, para que murmureis contra nós?
Êxodo 16.8 Disse mais Moisés: Isso será quando o Senhor à tarde vos der carne para comer, e pela manhã pão a fartar, porquanto o Senhor ouve as vossas murmurações, com que murmurais contra ele; e quem somos nós? As vossas murmurações não são contra nós, mas sim contra o Senhor.
Êxodo 16.9 Depois disse Moisés a Arão: Dize a toda a congregação dos filhos de Israel: Chegai-vos à presença do Senhor, porque ele ouviu as vossas murmurações.
Êxodo 16.10 E quando Arão falou a toda a congregação dos filhos de Israel, estes olharam para o deserto, e eis que a glória do Senhor, apareceu na nuvem.
Êxodo 16.11 Então o Senhor falou a Moisés, dizendo:
Êxodo 16.12 Tenho ouvido as murmurações dos filhos de Israel; dize-lhes: ë tardinha comereis carne, e pela manhã vos fartareis de pão; e sabereis que eu sou o Senhor vosso Deus.
Êxodo 16.13 E aconteceu que à tarde subiram codornizes, e cobriram o arraial; e pela manhã havia uma camada de orvalho ao redor do arraial.
Êxodo 16.14 Quando desapareceu a camada de orvalho, eis que sobre a superfície do deserto estava uma coisa miúda, semelhante a escamas, coisa miúda como a geada sobre a terra.
Êxodo 16.15 E, vendo-a os filhos de Israel, disseram uns aos outros: Que é isto? porque não sabiam o que era. Então lhes disse Moisés: Este é o pão que o Senhor vos deu para comer.
Êxodo 16.16 Isto é o que o Senhor ordenou: Colhei dele cada um conforme o que pode comer; um gômer para cada cabeça, segundo o número de pessoas; cada um tomará para os que se acharem na sua tenda.
Êxodo 16.17 Assim o fizeram os filhos de Israel; e colheram uns mais e outros menos.
Êxodo 16.18 Quando, porém, o mediam com o gômer, nada sobejava ao que colhera muito, nem faltava ao que colhera pouco; colhia cada um tanto quanto podia comer.
Êxodo 16.19 Também disse-lhes Moisés: Ninguém deixe dele para amanhã.
Êxodo 16.20 Eles, porém, não deram ouvidos a Moisés, antes alguns dentre eles deixaram dele para o dia seguinte; e criou bichos, e cheirava mal; por isso indignou-se Moisés contra eles.
Êxodo 16.21 Colhiam-no, pois, pela manhã, cada um conforme o que podia comer; porque, vindo o calor do sol, se derretia.
Êxodo 16.22 Mas ao sexto dia colheram pão em dobro, dois gômeres para cada um; pelo que todos os principais da congregação vieram, e contaram-no a Moisés.
Êxodo 16.23 E ele lhes disse: Isto é o que o Senhor tem dito: Amanhã é repouso, sábado santo ao Senhor; o que quiserdes assar ao forno, assai-o, e o que quiserdes cozer em água, cozei-o em água; e tudo o que sobejar, ponde-o de lado para vós, guardando-o para amanhã.
Êxodo 16.24 Guardaram-no, pois, até o dia seguinte, como Moisés tinha ordenado; e não cheirou mal, nem houve nele bicho algum.
Êxodo 16.25 Então disse Moisés: Comei-o hoje, porquanto hoje é o sábado do Senhor; hoje não o achareis no campo.
Êxodo 16.26 Seis dias o colhereis, mas o sétimo dia é o sábado; nele não haverá.
Êxodo 16.27 Mas aconteceu ao sétimo dia que saíram alguns do povo para o colher, e não o acharam.
Êxodo 16.28 Então disse o Senhor a Moisés: Até quando recusareis guardar os meus mandamentos e as minhas leis?
Êxodo 16.29 Vede, visto que o Senhor vos deu o sábado, por isso ele no sexto dia vos dá pão para dois dias; fique cada um no seu lugar, não saia ninguém do seu lugar no sétimo dia.
Êxodo 16.30 Assim repousou o povo no sétimo dia.
Êxodo 16.31 A casa de Israel deu-lhe o nome de maná. Era como semente de coentro; era branco, e tinha o sabor de bolos de mel.
32 E disse Moisés: Isto é o que o Senhor ordenou: Dele enchereis um gômer, o qual se guardará para as vossas gerações, para que elas vejam o pão que vos dei a comer no deserto, quando eu vos tirei da terra do Egito.
Êxodo 16.33 Disse também Moisés a Arão: Toma um vaso, mete nele um gômer cheio de maná e põe-no diante do Senhor, a fim de que seja guardado para as vossas gerações.
Êxodo 16.34 Como o Senhor tinha ordenado a Moisés, assim Arão o pôs diante do testemunho, para ser guardado.
Êxodo 16.35 Ora, os filhos de Israel comeram o maná quarenta anos, até que chegaram a uma terra habitada; comeram o maná até que chegaram aos termos da terra de Canaã.
Êxodo 16.36 Um gômer é a décima parte de uma efa.


Êxodo 17

Em Êxodo 17 nós vemos que o povo de Israel continuava marchando no deserto, rumo ao Sinai, e agora tinha chegado a Refidim, onde houve nova murmuração e contenda contra Moisés, e ainda desta vez não vemos o Senhor trazendo qualquer juízo e castigo sobre eles.
Certamente isto estava ocorrendo porque não havia ainda lhes dado formalmente a lei, e nem entrado em aliança com eles pela doação da lei, que estava prestes a ocorrer, mas a partir do momento que  passaram a conhecer a vontade de Deus para eles, e entraram em aliança com Ele, as coisas começaram a mudar de figura, porque dali em diante passariam a responder pelas suas transgressões voluntárias da lei, porque aquela antiga aliança previa correções e juízos específicos e quase imediatos contra tais violações da lei, conforme podem ser vistos especialmente nos capítulos finais do livro de Levítico.
Todavia, mesmo quanto à nova aliança em Cristo, que tem vigido em nossos dias, a aliança que Deus fez com a nação de Israel nos ensina de forma bastante ilustrativa esta grande verdade de que Ele corrige os seus filhos, porque têm uma aliança com Ele.
Apesar de sabermos que muitos em Israel não eram verdadeiros filhos de Deus, por não terem tido a fé que justifica, e por conseguinte não conheciam de fato ao Senhor, no entanto  faziam parte da nação eleita, e estavam debaixo da aliança feita com Abraão, porque aquela antiga aliança era coletiva, e assim, toda a nação serviu ao propósito de ilustrar o modo como Deus trata com aqueles que fazem efetivamente parte do Seu povo, ou seja, todos os que estão aliançados com Ele por meio da fé em Jesus Cristo.
A partir do momento em que todos os israelitas fossem aspergidos com o sangue dos animais que seriam oferecidos como sacrifício a Deus, para marcar a aliança de Deus com eles, no monte Sinai, debaixo da leitura do livro da lei, que seria também aspergido com aquele sangue, firmar-se-ia um pacto, um compromisso, uma responsabilidade mútua.
Deus cuidaria dos interesses deles, e eles cuidariam dos interesses de Deus.
Israel passaria a ser uma nação sacerdotal, e assim teria que dar contas de seus atos ao Senhor, especialmente quanto a serem um modelo para o mundo, na prática do amor e da justiça.
Este padrão de procedimento moral previsto na lei ensina sobre algo que é imutável, porque reflete o caráter do próprio Deus, o qual nunca muda.
O apóstolo Paulo afirma em I Cor 10.11 que tudo o que sucedeu aos israelitas quanto aos juízos de Deus sobre os seus pecados, quando rumavam do Egito para Canaã, nos dias de Moisés, foi registrado na Bíblia para a nossa advertência, de modo que não incorramos no mesmo exemplo de desobediência.  
Em Is 33.14 nós lemos: “Quem dentre nós pode habitar com o fogo consumidor? quem dentre nós pode habitar com as labaredas eternas?”.
Como habitaríamos com chamas eternas, com o fogo consumidor que é o nosso Deus, se não nos fosse dado um Salvador que pudesse tirar os nossos pecados?
Como deixaríamos de ser condenados se Ele não tivesse se apresentado como sacrifício em nosso lugar?
É Jesus quem faz resplandecer a nossa lâmpada. É Ele quem derrama luz nas nossas trevas (Sl 18.28).
Massá, no hebraico significa tentação, e Meribá, provocação. E foi exatamente isto que os israelitas fizeram em Refidim tentando a Deus, provocando-O, ao insinuarem que Ele deveria provar se estava no meio deles ou não, já que não havia água para o povo beber naquele lugar onde acamparam segundo o seu mandamento.
Como poderia Deus mandá-los acampar num lugar onde não havia água?
Era o pensamento deles.
Mas o Senhor proveria água para eles,  mandando que Moisés fosse à rocha do monte Horebe e a ferisse com a vara com que havia feito os sinais no Egito, e da rocha fluiria água para todo o povo.
Neste capitulo também está relatada a forma covarde como os amalequitas atacaram os israelitas pela retaguarda, quando estes estavam acampados em Refidim.
Os amalequitas eram descendentes de Esaú, porque Amaleque era um dos seus netos, filho de Elifaz, que era o filho primogênito de Esaú (Gên 36.15,16).
A luta entre os edomitas e os israelitas profetizada por Deus a Rebeca, mãe de Esaú e Jacó, começava a tomar forma.
Eles ousaram atacar Israel mesmo depois de terem sabido tudo o que Deus havia feito ao Egito, e assim, aquela era uma afronta e desafio ao poder do Deus de Israel.
E não ficaria sem resposta, porque Josué comandando os israelitas na batalha contra eles prevalecia à medida em que Moisés intercedia com as mãos levantadas segurando a vara com que fizera os sinais no Egito.
Quando seu braço cansava, ele era ajudado por Arão e Hur, que levantavam a sua mão, para que Israel prevalecesse na batalha.
Assim, ficaria claro para Amaleque e para o próprio povo de Israel, que quem pelejava por Israel era o mesmo Deus,  que pelejara por eles no Egito, pois a vitória foi obtida pelo fato de ter sido usada a vara através da qual Deus prevalecia sobre os inimigos de Israel.
E o Senhor agia como um General julgando e castigando a impiedade das nações que viviam na barbárie, especialmente naquela região do mundo, porque sacrificavam os próprios filhos aos falsos deuses, e entre estes Moloque, que os cananeus adoravam, e que era um ídolo gigante em ferro incandescente em cujo colo assavam os seus filhos.
Assim, quem desafiava Israel, que trazia as ordenanças e o modo de vida justo que receberam desde Abraão para guardar, desafiava o Deus de Israel, e teria que arcar com as consequências do seu ato de loucura.
Por isso foi mandado pelo Senhor a Moisés que se registrasse num livro, e que se desse conhecimento a Josué, que Ele riscaria a memória de Amaleque para sempre de debaixo do céu.
Como não existia ainda o altar do tabernáculo, porque este não havia ainda sido construído, Moisés erigiu um altar ao qual deu o nome de Jeová-Nissi, que em hebraico significa Jeová é minha bandeira, pois foi em Seu nome e pelo Seu poder que Israel fizera guerra contra Amaleque e havia vencido.
E a vara sustentada na mão de Moisés, no cume do monte, deveria estar sendo vista pelos israelitas enquanto combatiam contra os amalequitas, e eles viam que as suas forças aumentavam e eles prevaleciam à medida que a vara era erguida pelas mãos de Moisés.
A vara era como a bandeira que os encorajava e fortalecia, não como um meio de persuasão psicológica, mas como um elemento de eficácia espiritual, que fazia com que o poder de Deus viesse sobre eles, mediante a intercessão de Moisés.
Quando Deus levantou Moisés como líder sobre Israel foi para o bem deles, mas eles estavam murmurando continuamente contra Moisés.
E agora estava bastante claro para eles que as mãos daquele líder levantado por Deus estavam contribuindo mais para a segurança deles do que as suas próprias espadas.
E o próprio líder deve ser sustentado pelos que são levantados pelo Senhor para serem seus cooperadores, assim como se deu no caso de Moisés, que foi ajudado por Arão e Hur.
A igreja deve interceder pelos seus líderes e cooperar com o trabalho que eles realizam, para que possam continuar sendo usados por Deus para abençoar o Seu povo.  
E assim a honra da vitória não foi dada nem a Moisés, nem a Josué, nem a nenhum do povo de Israel, porque não se mandou erigir nenhum arco de triunfo em honra deles, mas um altar para honrar Aquele que deve ser o único honrado nas vitórias que dá ao Seu povo.
Hoje, na nova aliança, é vedado aos soldados do Senhor usarem a espada, porque a guerra que empreendem é contra potestades e principados espirituais, e não contra homens, e nisto dependem muito mais do Grande General, que é Cristo.
Todavia, aquela antiga aliança serviu para ilustrar estas lutas que são empreendidas contra os poderes das trevas, que são a principal fonte do mal que há no mundo.


Êxodo 17.1 Partiu toda a congregação dos filhos de Israel do deserto de Sim, pelas suas jornadas, segundo o mandamento do Senhor, e acamparam em Refidim; e não havia ali água para o povo beber.
Êxodo 17.2 Então o povo contendeu com Moisés, dizendo: Dá-nos água para beber. Respondeu-lhes Moisés: Por que contendeis comigo? por que tentais ao Senhor?
Êxodo 17.3 Mas o povo, tendo sede ali, murmurou contra Moisés, dizendo: Por que nos fizeste subir do Egito, para nos matares de sede, a nós e aos nossos filhos, e ao nosso gado?
Êxodo 17.4 Pelo que Moisés, clamando ao Senhor, disse: Que hei de fazer a este povo? daqui a pouco me apedrejará.
Êxodo 17.5 Então disse o Senhor a Moisés: Passa adiante do povo, e leva contigo alguns dos anciãos de Israel; toma na mão a tua vara, com que feriste o rio, e vai-te.
Êxodo 17.6 Eis que eu estarei ali diante de ti sobre a rocha, em Horebe; ferirás a rocha, e dela sairá agua para que o povo possa beber. Assim, pois fez Moisés à vista dos anciãos de Israel.
Êxodo 17.7 E deu ao lugar o nome de Massá e Meribá, por causa da contenda dos filhos de Israel, e porque tentaram ao Senhor, dizendo: Está o Senhor no meio de nós, ou não?
Êxodo 17.8 Então veio Amaleque, e pelejou contra e Israel em Refidim.
Êxodo 17.9 Pelo que disse Moisés a Josué: Escolhe-nos homens, e sai, peleja contra Amaleque; e amanhã eu estarei sobre o cume do outeiro, tendo na mão a vara de Deus.
Êxodo 17.10 Fez, pois, Josué como Moisés lhe dissera, e pelejou contra Amaleque; e Moisés, Arão, e Hur subiram ao cume do outeiro.
Êxodo 17.11 E acontecia que quando Moisés levantava a mão, prevalecia Israel; mas quando ele abaixava a mão, prevalecia Amaleque.
Êxodo 17.12 As mãos de Moisés, porém, ficaram cansadas; por isso tomaram uma pedra, e a puseram debaixo dele, e ele sentou-se nela; Arão e Hur sustentavam-lhe as mãos, um de um lado e o outro do outro; assim ficaram as suas mãos firmes até o pôr do sol.
Êxodo 17.13 Assim Josué prostrou a Amaleque e a seu povo, ao fio da espada.
Êxodo 17.14 Então disse o Senhor a Moisés: Escreve isto para memorial num livro, e relata-o aos ouvidos de Josué; que eu hei de riscar totalmente a memória de Amaleque de debaixo do céu.
Êxodo 17.15 Pelo que Moisés edificou um altar, ao qual chamou Jeová-Níssi.
Êxodo 17.16 E disse: Porquanto jurou o Senhor que ele fará guerra contra Amaleque de geração em geração.




Êxodo 18

Os nomes dos filhos de Moisés tinham os seguintes significados: Gérson,  refúgio, e Eliézer, ajuda de Deus. Ele lhes deu estes nomes quando esteve em Midiã, quando fugia dos egípcios.
Jetro, o sogro de Moisés os trouxera consigo, juntamente com Zípora até ele no deserto, pois soubera o que havia feito o Senhor aos egípcios.
Certamente Moisés deve tê-los encomendado ao cuidado do sogro, para que estivessem em segurança, enquanto se encontrava em missão no Egito.
E agora, como estivesse se aproximando do Sinai, e estando perto de Midiã, onde Jetro residia próximo do citado monte, teve a alegria de ver de novo a sua família.
Moisés honrou o seu sogro, que era sacerdote em Midiã, inclinando-se diante dele, e dando-lhe a honra de tomar a iniciativa de apresentar sacrifícios ao Senhor, e finalmente atendendo ao seu conselho, quanto à forma de julgar o povo, constituindo juízes sobre Israel, para dividirem com ele a carga de julgar as suas causas segundo os estatutos e mandamentos de Deus.
Isto tudo demonstra que a grandeza de Moisés não afetou em nada a sua humildade, e era exatamente na sua humildade, que estava o segredo da Sua grandeza.
É por isso que o Senhor nos ordena que todo aquele que quiser ser grande que seja servo e humilde.  


Êxodo 18.1 Ora Jetro, sacerdote de Midiã, sogro de Moisés, ouviu todas as coisas que Deus tinha feito a Moisés e a Israel, seu povo, como o Senhor tinha tirado a Israel do Egito.
Êxodo 18.2 E Jetro, sogro de Moisés, tomou a Zípora, a mulher de Moisés, depois que este lha enviara,
Êxodo 18.3 e aos seus dois filhos, dos quais um se chamava Gérson; porque disse Moisés: Fui peregrino em terra estrangeira;
Êxodo 18.4 e o outro se chamava Eliézer; porque disse: O Deus de meu pai foi minha ajuda, e me livrou da espada de Faraó.
Êxodo 18.5 Veio, pois, Jetro, o sogro de Moisés, com os filhos e a mulher deste, a Moisés, no deserto onde se tinha acampado, junto ao monte de Deus;
Êxodo 18.6 e disse a Moisés: Eu, teu sogro Jetro, venho a ti, com tua mulher e seus dois filhos com ela.
Êxodo 18.7 Então saiu Moisés ao encontro de seu sogro, inclinou-se diante dele e o beijou; perguntaram um ao outro como estavam, e entraram na tenda.
Êxodo 18.8 Depois Moisés contou a seu sogro tudo o que o Senhor tinha feito a Faraó e aos egípcios por amor de Israel, todo o trabalho que lhes sobreviera no caminho, e como o Senhor os livrara.
Êxodo 18.9 E alegrou-se Jetro por todo o bem que o Senhor tinha feito a Israel, livrando-o da mão dos egipcios,
Êxodo 18.10 e disse: Bendito seja o Senhor, que vos livrou da mão dos egípcios e da mão de Faraó; que livrou o povo de debaixo da mão dos egípcios.
Êxodo 18.11 Agora sei que o Senhor é maior que todos os deuses; até naquilo em que se houveram arrogantemente contra o povo.
Êxodo 18.12 Então Jetro, o sogro de Moisés, tomou holocausto e sacrifícios para Deus; e veio Arão, e todos os anciãos de Israel, para comerem pão com o sogro de Moisés diante de Deus.
Êxodo 18.13 No dia seguinte assentou-se Moisés para julgar o povo; e o povo estava em pé junto de Moisés desde a manhã até a tarde.
Êxodo 18.14 Vendo, pois, o sogro de Moisés tudo o que ele fazia ao povo, perguntou: Que é isto que tu fazes ao povo? por que te assentas só, permanecendo todo o povo junto de ti desde a manhã até a tarde?
Êxodo 18.15 Respondeu Moisés a seu sogro: É por que o povo vem a mim para consultar a Deus.
Êxodo 18.16 Quando eles têm alguma questão, vêm a mim; e eu julgo entre um e outro e lhes declaro os estatutos de Deus e as suas leis.
Êxodo 18.17 O sogro de Moisés, porém, lhe replicou: Não é bom o que fazes.
Êxodo 18.18 certamente desfalecerás, assim tu, como este povo que está contigo; porque isto te é pesado demais; tu só não o podes fazer.
Êxodo 18.19 Ouve agora a minha voz; eu te aconselharei, e seja Deus contigo: sê tu pelo povo diante de Deus, e leva tu as causas a Deus;
Êxodo 18.20 ensinar-lhes-ás os estatutos e as leis, e lhes mostrarás o caminho em que devem andar, e a obra que devem fazer.
Êxodo 18.21 Além disto procurarás dentre todo o povo homens de capacidade, tementes a Deus, homens verazes, que aborreçam a avareza, e os porás sobre eles por chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta e chefes de dez;
Êxodo 18.22 e julguem eles o povo em todo o tempo. Que a ti tragam toda causa grave, mas toda causa pequena eles mesmos a julguem; assim a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles a levarão contigo.
Êxodo 18.23 Se isto fizeres, e Deus to mandar, poderás então subsistir; assim também todo este povo irá em paz para o seu lugar.
Êxodo 18.24 E Moisés deu ouvidos à voz de seu sogro, e fez tudo quanto este lhe dissera;
Êxodo 18.25 e escolheu Moisés homens capazes dentre todo o Israel, e os pôs por cabeças sobre o povo: chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta e chefes de dez.
Êxodo 18.26 Estes, pois, julgaram o povo em todo o tempo; as causas graves eles as trouxeram a Moisés; mas toda causa pequena, julgaram-na eles mesmos.
Êxodo 18.27 Então despediu Moisés a seu sogro, o qual se foi para a sua terra.



Êxodo 19

O capítulo 19 de Êxodo introduz a solenidade para a doação da lei no monte Sinai, que constituiu uma das manifestações mais notáveis da glória divina, que este mundo já presenciou.
O povo deveria se purificar durante três dias, e a santidade exigida para o ato da doação da lei, seria representada cerimonialmente no ato de o povo lavar as suas vestes, e de se demarcar limites ao redor do sopé do monte, de modo que ninguém os ultrapassasse, para que não fosse morto.
Deus falaria de modo audível a todo o povo (19.9).
Ao amanhecer do terceiro dia houve trovões e relâmpagos, e uma espessa nuvem sobre o monte e um forte clangor de trombeta, que fez todo o povo se estremecer (19.18).
Moisés levou o povo para fora do arraial até o sopé do Sinai, e Deus lhes falaria os dez mandamentos, que estão citados no capítulo seguinte, em Êxodo 20.
E o clangor de trombeta ia aumentando cada vez mais, e Moisés falava e Deus lhe respondia no trovão.
O Senhor chamou a Moisés do cume do monte Sinai, para que subisse até Ele para receber instruções para serem passadas aos sacerdotes e ao povo.
Os sacerdotes deveriam se consagrar para que não fossem feridos por Deus, e não deveriam subir o monte bem como todo o povo, senão somente Moisés e Arão.
E foi assim, neste quadro que todo o povo ouviu o Senhor proferir os dez mandamentos.
Era através da mediação de Moisés que Deus tratava com toda a nação de Israel na Antiga Aliança.
E é através da medição de Jesus que Ele trata com os cristãos na Nova Aliança.
Assim como era a Moisés que o povo deveria ouvir e obedecer para que fosse firmada a Antiga Aliança, de igual modo é a Jesus que devemos ouvir e obedecer na Nova Aliança, pois ele é o único mediador entre Deus e os homens.
O autor de Hebreus traça um paralelo entre a condição dos cristãos nestes dois pactos.
Ambos exigiam consagração, santificação, daqueles que se aproximavam de Deus para entrarem em aliança com Ele.
Mas é destacado que muito maior responsabilidade se espera dos cristãos na Nova Aliança, porque têm feito um pacto eterno com Deus, que não pode ser desfeito e anulado, assim como os israelitas haviam feito em relação à Antiga Aliança, que permitia tal possibilidade, uma vez que nos seus termos não havia a promessa de vida eterna para os aliançados.
Assim, nós lemos em Hb 12.14-29:
“Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem; e ninguém seja devasso, ou profano como Esaú, que por uma simples refeição vendeu o seu direito de primogenitura. Porque bem sabeis que, querendo ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado; porque não achou lugar de arrependimento, ainda que o buscou diligentemente com lágrimas. Pois não tendes chegado ao monte palpável, aceso em fogo, e à escuridão, e às trevas, e à tempestade, e ao sonido da trombeta, e à voz das palavras, a qual os que a ouviram rogaram que não se lhes falasse mais;  porque não podiam suportar o que se lhes mandava: Se até um animal tocar o monte, será apedrejado. E tão terrível era a visão, que Moisés disse: Estou todo aterrorizado e trêmulo. Mas tendes chegado ao Monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, a miríades de anjos; à universal assembléia e igreja dos primogênitos inscritos nos céus, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados; e a Jesus, o mediador de um novo pacto, e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel. Vede que não rejeiteis ao que fala; porque, se não escaparam aqueles quando rejeitaram o que sobre a terra os advertia, muito menos escaparemos nós, se nos desviarmos daquele que nos adverte lá dos céus; a voz do qual abalou então a terra; mas agora tem ele prometido, dizendo: Ainda uma vez hei de abalar não só a terra, mas também o céu. Ora, esta palavra ainda uma vez significa a remoção das coisas abaláveis, como coisas criadas, para que permaneçam as coisas inabaláveis. Pelo que, recebendo nós um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente, com reverência e temor; pois o nosso Deus é um fogo consumidor.”.
Não há neste texto do Novo Testamento, nada que nos incentive a pensar deste modo: “Agora que fui salvo pela graça, mediante a fé, posso cruzar os braços, descansar e esperar o céu.”.
Muito ao contrário, somos ordenados a seguirmos a paz e a santificação, e não nos deixarmos contaminar por nenhuma raiz de amargura, e que não sejamos devassos nem profanos, pois se à Antiga Aliança era devida uma tal santidade, que sujeitava os transgressores a penas terríveis por causa da sua transgressão, de quanto maior castigo não estará sujeito aquele que profanar a Nova.
Se foi exigida santidade daqueles que receberiam a lei do Senhor, quão maior santidade não é exigida daqueles que recebem o Espírito Santo prometido da Nova Aliança, que é quem inscreve a lei em nossas mentes e corações?


Êxodo 19.1 No terceiro mês depois que os filhos de Israel haviam saído da terra do Egito, no mesmo dia chegaram ao deserto de Sinai.
Êxodo 19.2 Tendo partido de Refidim, entraram no deserto de Sinai, onde se acamparam; Israel, pois, ali acampou-se em frente do monte.
Êxodo 19.3 Então subiu Moisés a Deus, e do monte o Senhor o chamou, dizendo: Assim falarás à casa de Jacó, e anunciarás aos filhos de Israel:
Êxodo 19.4 Vós tendes visto o que fiz: aos egípcios, como vos levei sobre asas de águias, e vos trouxe a mim.
Êxodo 19.5 Agora, pois, se atentamente ouvirdes a minha voz e guardardes o meu pacto, então sereis a minha possessão peculiar dentre todos os povos, porque minha é toda a terra;
Êxodo 19.6 e vós sereis para mim reino sacerdotal e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel.
Êxodo 19.7 Veio, pois, Moisés e, tendo convocado os anciãos do povo, expôs diante deles todas estas palavras, que o Senhor lhe tinha ordenado.
Êxodo 19.8 Ao que todo o povo respondeu a uma voz: Tudo o que o Senhor tem falado, faremos. E relatou Moisés ao Senhor as palavras do povo.
Êxodo 19.9 Então disse o Senhor a Moisés: Eis que eu virei a ti em uma nuvem espessa, para que o povo ouça, quando eu falar contigo, e também para que sempre te creia. Porque Moisés tinha anunciado as palavras do seu povo ao Senhor.
Êxodo 19.10 Disse mais o Senhor a Moisés: Vai ao povo, e santifica-os hoje e amanhã; lavem eles os seus vestidos,
Êxodo 19.11 e estejam prontos para o terceiro dia; porquanto no terceiro dia descerá o Senhor diante dos olhos de todo o povo sobre o monte Sinai.
Êxodo 19.12 Também marcarás limites ao povo em redor, dizendo: Guardai-vos, não subais ao monte, nem toqueis o seu termo; todo aquele que tocar o monte será morto.
Êxodo 19.13 Mão alguma tocará naquele que o fizer, mas ele será apedrejado ou asseteado; quer seja animal, quer seja homem, não viverá. Quando soar a buzina longamente, subirão eles até o pé do monte.
Êxodo 19.14 Então Moisés desceu do monte ao povo, e santificou o povo; e lavaram os seus vestidos.
Êxodo 19.15 E disse ele ao povo: Estai prontos para o terceiro dia; e não vos chegueis a mulher.
Êxodo 19.16 Ao terceiro dia, ao amanhecer, houve trovões, relâmpagos, e uma nuvem espessa sobre o monte; e ouviu-se um sonido de buzina mui forte, de maneira que todo o povo que estava no arraial estremeceu.
Êxodo 19.17 E Moisés levou o povo fora do arraial ao encontro de Deus; e puseram-se ao pé do monte.
Êxodo 19.18 Nisso todo o monte Sinai fumegava, porque o Senhor descera sobre ele em fogo; e a fumaça subiu como a fumaça de uma fornalha, e todo o monte tremia fortemente.
Êxodo 19.19 E, crescendo o sonido da buzina cada vez mais, Moisés falava, e Deus lhe respondia por uma voz.
Êxodo 19.20 E, tendo o Senhor descido sobre o monte Sinai, sobre o cume do monte, chamou a Moisés ao cume do monte; e Moisés subiu.
Êxodo 19.21 Então disse o Senhor a Moisés: Desce, adverte ao povo, para não suceder que traspasse os limites até o Senhor, a fim de ver, e muitos deles pereçam.
Êxodo 19.22 Ora, santifiquem-se também os sacerdotes, que se chegam ao Senhor, para que o Senhor não se lance sobre eles.
Êxodo 19.23 Respondeu Moisés ao Senhor: O povo não poderá subir ao monte Sinai, porque tu nos tens advertido, dizendo: Marca limites ao redor do monte, e santifica-o.
Êxodo 19.24 Ao que lhe disse o Senhor: Vai, desce; depois subirás tu, e Arão contigo; os sacerdotes, porém, e o povo não traspassem os limites para subir ao Senhor, para que ele não se lance sobre eles.
Êxodo 19.25 Então Moisés desceu ao povo, e disse-lhes isso.




Êxodo 20

OS DEZ MANDAMENTOS – Parte 1

 “1 Então falou Deus todas estas palavras, dizendo:
2 Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.
3 Não terás outros deuses diante de mim.
4 Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
5 Não te encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.
6 e uso de misericórdia com milhares dos que me amam e guardam os meus mandamentos.
7 Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão.
8 Lembra-te do dia do sábado, para o santificar.
9 Seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho;
10 mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas.
11 Porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; por isso o Senhor abençoou o dia do sábado, e o santificou.
12 Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.
13 Não matarás.
14 Não adulterarás.
15 Não furtarás.
16 Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
17 Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.
18 Ora, todo o povo presenciava os trovões, e os relâmpagos, e o sonido da buzina, e o monte a fumegar; e o povo, vendo isso, estremeceu e pôs-se de longe.
19 E disseram a Moisés: Fala-nos tu mesmo, e ouviremos; mas não fale Deus conosco, para que não morramos.
20 Respondeu Moisés ao povo: Não temais, porque Deus veio para vos provar, e para que o seu temor esteja diante de vós, a fim de que não pequeis.” (Êx 20.1-26).

As palavras citadas em Êx 20.2-17 foram proferidas audivelmente pelo Senhor a todos os israelitas, quando se encontravam de pé junto ao monte Sinai.
A lei escrita por Deus nos corações e consciências dos homens foi de tal maneira deformada pelo pecado, que foi necessário marcar o caráter da justiça e da santidade de Deus.
Certamente esta é uma lei do céu, de um Deus que é a Majestade infinita dos céus, porque de tal maneira o pecado deformou a natureza humana, que olhando para si, o homem nada veria em si mesmo que correspondesse perfeitamente aos mandamentos que lhes estavam sendo dados como expressão da vontade e da natureza divinas.
Geralmente se faz por conta desta inabilidade humana, um exame e avaliação muito superficiais do significado desta lei perfeita, e assim, não se chega a conhecer o tudo que está implícito nela, no seu espírito interior descrito em tão poucas palavras.
Por isso Jesus disse que não poderia e não deveria revogá-la, porque ela reflete em sua essência o caráter santo do próprio Deus.
Então a lei proferida audivelmente, veio não somente protestar contra o pecado que há no homem, como vindicar a justiça e santidade de Deus, exibindo direta e claramente que Ele não é como o homem, e não criou o homem no estado em que o homem se encontra, senão que tudo o que há de diferente neste, em relação à natureza divina deveu-se à entrada do pecado no mundo.
Mas a lei aponta a todo o homem o dever de ser perfeito e santo como Deus é perfeito e santo.
Assim o homem é responsável perante Ele em ser aquilo para o quê fora criado.
Para isso o Senhor proveu os meios necessários de redenção, perdão, mortificação do pecado, pela morte vicária de Jesus, pela operação do Espírito Santo, pelo dom da fé e da Sua Palavra revelada, para que o homem possa ser curado desta enfermidade chamada pecado, e viver em santidade e justiça na Sua presença.
Não é pois maravilhoso, que uma parte essencial do remédio que visa à nossa cura nos tenha sido dado de modo tão solene?


OS DEZ MANDAMENTOS – Parte 2

A lei é a força do pecado (I Cor 15.56), não porque seja cooperadora do pecado, mas em razão da malignidade do pecado que habita no homem e que o leva a estar debaixo da condenação da própria lei, que lhe fora dada para o seu bem, e não para o seu mal.
Mas para aqueles que têm vencido o pecado, e que morreram para o pecado, por meio da fé em Cristo, a lei é amada, e é santa, espiritual e boa, e o mandamento, santo, justo e bom (Rom 7.12,14,16).  
A lei revela portanto o quanto somos pecadores por natureza, e em contraste com isto, o quanto o nosso Deus é santo e justo por natureza.
A lei diz não cobiçarás, e passamos a entender que a cobiça pecaminosa não está em Deus e não é aprovada por Ele.
A lei então nos ajuda a ver que a cobiça está em nós e deve ser  removida  pela mortificação da carne, pelo Espírito.
Assim, os dez mandamentos, expostos neste capitulo vigésimo de Êxodo, são uma súmula de toda a lei moral, e bem poderíamos chamá-los de Constituição da lei moral, que é regulamentada em toda a Bíblia, pela especificação e detalhamento destes dez grandes mandamentos.
O primeiro mandamento é “Não terás outros deuses diante de mim”, e assim é proibido toda sorte de superstição, politeísmo e ateísmo.
O segundo mandamento é uma extensão do primeiro, e proíbe a adoração de ídolos em imagens de esculturas, representando qualquer criatura da terra ou dos céus, ou de qualquer ser que haja em cima nos céus, ou embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
Isto inclui a representação em imagens do próprio Deus, como haviam feito os israelitas no deserto, com o bezerro de ouro, dizendo que representava os deuses que haviam libertado Israel da escravidão no Egito.
O terceiro mandamento proíbe o ato de tomar o nome de Deus em vão, ou seja, carregar o nome do   Senhor, de se pertencer a Ele, e não viver à altura de tal vocação.
O quarto mandamento ordena a santificação do dia de sábado, como um dia separado em cada sete, para celebrar a Deus como Criador.
O quinto mandamento ordena a honra devida aos pais.
O sexto mandamento proíbe toda forma de assassinato, e subentende o dever de se esforçar para preservar a vida do nosso próximo.
O sétimo mandamento proíbe o adultério, e subentende toda forma de fornicação.
O oitavo mandamento proíbe toda forma de furto.
O nono mandamento proíbe toda forma de falsidade, especialmente considerada no testemunho falso com o intuito de prejudicar o próximo.
E finalmente o décimo mandamento proíbe toda forma de cobiça, especialmente aquela que é dirigida aos bens do próximo.
Como pode ser observado, apenas os quarto e quinto mandamentos não consistem de proibições, como os demais.
Isto é uma indicação de que há uma inclinação natural em toda pessoa a praticar aquilo que é contrário à vontade Deus. Daí as proibições expressada em forma de mandamentos.
Esta tendência da natureza decaída no pecado deve ser tratada e vencida para que se possa então praticar e viver tudo o que é ordenado na Lei.
A Lei aponta portanto para um padrão perfeito de retidão, baseado na pureza divina.
Assim, olhando para aquilo que somos e aquilo que a lei exige, nós podemos ser conduzidos à humildade e ao arrependimento, especialmente se houver um trabalho de convencimento do pecado operado pelo Espírito.
Pela Lei nós podemos entender que Deus é nosso Criador, Pai e Senhor, e deve receber de nós, temor, amor, reverência e glória.


OS DEZ MANDAMENTOS – Parte 3

A Lei ensina que a justiça e a retidão são uma alegria para Deus, e a injustiça uma abominação, com a qual ele nunca se alegrará.
Então somos convencidos pela lei que toda a nossa vida deve ser gasta no cultivo da retidão.
Porque se nós exibimos apenas uma reverência exterior que não é acompanhada pela retidão interior, nós não poderemos fazer nenhuma obra legítima que deve ser em justiça, pureza e santidade.
Se buscarmos aquilo que é justo e aprovado por Deus, Ele nos fortalecerá e capacitará para isto, porque nos tem chamado para viver em retidão.
A Lei não nos foi dada para ser considerada de um ponto de vista legalista, isto é, como se houvesse em nós mesmos a habilidade e condição de cumprir perfeitamente todos os seus preceitos em todo o tempo.
Como que se tivéssemos motivos para achar em nós mesmos a razão para nos gloriarmos nos preceitos santos, bons e justos da Lei divina.
Ao contrário, quando a consideramos do modo correto, não legalista, nós compreendemos que a Lei nos humilha quanto à condição da nossa natureza terrena, corrompida pelo pecado.
Primeiro, contrastando a nossa conduta com a retidão da Lei, que nos faz ver quão longe estamos de um viver que seja conforme a vontade de Deus, e em segundo lugar nos fazendo entender que não somos merecedores de sermos chamados seus filhos, ainda que justificados por Cristo, porque apesar de o Senhor ter conquistado para nós este direito, continuamos não merecedores dele, porque todo o mérito é dele e não nosso, porque somos pecadores que tropeçam em muitas coisas relativas à Lei de Deus (Tg 3.2).
Quando comparamos também o nosso poder com aquele que é exigido pela Lei, nos vemos completamente incapacitados para atender com perfeição àquilo que se exige de nós.
A consequência útil e necessária pois, do exame cuidadoso da Lei, é o de produzir em nós, desconfiança em nossa própria capacidade, ao mesmo tempo que devem ser movidas a nossa mente e consciência a sentirem o fardo da nossa culpa diante do julgamento de Deus, que tem associado ameaças e castigos à transgressão da Sua vontade.
Convencidos deste modo pela lei, não há nenhum ponto de segurança senão nos voltarmos para a bondade, longanimidade e misericórdia de Deus, e confiar inteiramente que Ele tem perdoado nossos pecados e esquecido a nossa culpa por meio da confissão, que temos depositado no sacrifício de Cristo e na Sua intercessão em nosso favor como nosso Sumo Sacerdote.
E justificados pela fé, e sendo santificados pelo Espírito Santo, nos aplicarmos à prática das coisas que nos são ordenadas com um coração purificado de toda má consciência.
Assim, a nossa confiança deve estar inteiramente em Cristo, e em nada mais, nem na própria Lei, que neste sentido nada poderá fazer por nós, senão confirmar a nossa culpa em razão dos nossos pecados.
Devemos portanto buscar ajuda somente em Cristo.
É por isso que os dez mandamentos começam com o dever de se buscar somente a Deus, e de não se confiar em nenhum outro deus adorado pelos homens, ou criado pela nossa imaginação, em formato de esculturas; começam também com o dever de se santificar o nome do Senhor, dando-Lhe a devida atenção, honra, reverência, apreço, e guardando o culto de adoração que Lhe é devido de forma regular, ao menos uma vez por semana, pela cessação de todo outro tipo de atividade ou interesse pessoal, que não seja o de glorificar o Seu santo nome.
Os quatro primeiros mandamentos, que descrevem tais deveres para com Deus, tinham na verdade, por alvo, capacitar os israelitas a prestarem não somente um verdadeiro culto de adoração ao Senhor, como também a habilitá-los a viverem em santidade e a cumprirem os seus deveres para com o seu próximo, descritos nos seis últimos mandamentos.
E para incentivar a uma verdadeira prática da Lei e consideração para com ela, o Senhor associou castigos aos segundo e terceiro mandamentos, e uma recompensa, ao quarto mandamento, respectivamente, como por exemplo, que a transgressão da lei traria juízos e castigos, e a obediência, bênçãos e recompensas.
Assim, a lei não foi dada apenas para nos convencer de quem é Deus, e de quem nós somos, mas também e sobretudo para ser efetivamente praticada.
Por isso a Lei enumera uma longa lista de bênçãos e de maldições (Lev 26; Deut 28) atestando a pureza imaculada de Deus, que não pode suportar a iniquidade, e o Seu amor infinito à retidão, pelo qual Ele não pode deixar de recompensar os que praticam a justiça.
Quando afirmou que não veio revogar a Lei e os profetas Jesus confirmou este princípio de Deus em castigar a injustiça e em recompensar a prática da justiça.
Ainda que não o faça de forma legalista e precipitada, pois ao julgar, nunca deixa de lado a sua graça, longanimidade, bondade e misericórdia.
Então alguém que queira cumprir os mandamentos como um mero religioso que teme o castigo ou que simplesmente ama a recompensa, jamais poderá atingir o objetivo fixado por Deus, porque é impossível guardar a lei com o espírito correto se não se amar a Deus acima de todas as coisas.
É por se amar ao Senhor, pelo desejo sincero de se viver para Ele, de honrá-lo esquecido da própria honra pessoal, que se recebe graça da parte do Senhor para se viver de acordo com aquilo que é exigido pela lei.
Por isso a Bíblia resume toda a lei no amor a Deus e ao próximo, e resume ainda mais dizendo que o cumprimento da lei é o amor, isto é, somente amando a Deus e a Sua vontade é possível guardar e cumprir os seus mandamentos, e este cumprimento será a prova de que amamos de fato ao Senhor, porque como vimos, isto será uma tarefa impossível, se não o amarmos.
Assim, quando Jesus diz que se O amarmos guardaremos os seus mandamentos, e que aquele que tem os seus mandamentos e os guarda, esse é o que O ama, parece que Ele está se referindo muito mais à consequência do que à causa, isto é, cumprir a lei será consequência de O amarmos de fato, e não propriamente a causa disto, pois como vimos, é impossível guardar a lei sem que amemos antes a Deus.
Por isso os quatro primeiros dos Dez mandamentos descrevem os deveres do homem para com Deus.
A Lei moral de Deus é absoluta e eterna. Ela não muda como é imutável o próprio Deus.
Jesus não modificou portanto a lei moral, Ele apenas revelou o seu sentido mais interior.


OS DEZ MANDAMENTOS – Parte 4

Vejamos agora cada mandamento em separado:

1 – Primeiro Mandamento

“Não terás outros deuses diante de mim.” (Êx 20.3).

O sentido deste mandamento é que o Senhor terá que ser glorificado na vida das pessoas do Seu povo, e reivindica a posse delas como sua propriedade exclusiva.
Um cristão não pertence nem mais a si mesmo, quanto mais a qualquer outra pessoa ou falso deus.
Tendo sido libertado da escravidão do pecado e da morte, pelo Senhor, a sua vida pertence inteiramente a Ele.
A palavra para “deuses” usada em Ex 20.3 é Elohim, que significa no hebraico pluralidade de majestades, de soberanos.
Assim, o sentido no mandamento é a proibição de ter outros soberanos espirituais sobre o governo de nossas vidas, seja ele de qual origem for, porque este governo deve pertencer somente e exclusivamente ao Senhor.
Nisto se proíbe portanto o culto, devoção e busca de obediência a anjos, demônios, gurus espirituais, ou qualquer entidade física e espiritual que elejamos para o governo espiritual de nossas vidas.
Ao exigir exclusividade de governo espiritual, o Senhor também impõe ao seu povo, exclusividade de tudo a que se refere a este governo, como a saber, a adoração que é devida somente a Ele, a obediência da Sua vontade tendo prioridade sobre tudo o mais, inclusive sobre a nossa própria vontade, a entrega total de nossas vidas e futuro, em suas mãos, para o uso e serviços que bem Lhe aprouver, seja na vida espiritual, sentimental, secular, emocional, financeira, profissional etc.
O filho de Deus deve buscar conhecer qual é a vontade do Senhor para cada uma das áreas da sua vida e fazer valer o cumprimento da Sua boa, santa e agradável vontade, pois é da vontade do Senhor fazer valer o Seu governo sobre as nossas vidas.
Deste modo. é totalmente errado pensar que devemos apenas culto de adoração religiosa ao Senhor, e que tudo o mais que se refira às nossas vidas não deve ser dirigido por Ele, ou mesmo ter a Sua interferência.
Nós somos ensinados na Bíblia que tudo o que fizermos deve ser feito para a exclusiva glória de Deus, e para que assim seja de fato, deve ter a marca da Sua mão poderosa e direção sobre tudo o que fizermos.


OS DEZ MANDAMENTOS – Parte 5

2 – Segundo Mandamento (Êx 20.4-6)

“Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança, alguma do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o Senhor teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem, e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.”.

Antes de qualquer comentário, veja que há uma promessa de misericórdia para aqueles que amam a Deus e guardam os seus mandamentos, citada no final do versículo sexto.
Como já comentamos antes, esta é a ordem correta: primeiro amar a Deus, depois guardar os mandamentos, pois já vimos que não é possível guardar os mandamentos se não amarmos ao Senhor.
Por isso, antes de fazer a vontade de Deus é preciso aprender a amar esta Sua vontade, e mais do que tudo o próprio Deus.
E Deus promete usar de misericórdia até mil gerações daqueles que o amam e guardam os seus mandamentos.
Mas, ao mesmo tempo, revela que visita a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que o aborrecem fazendo aquilo que Ele proíbe.
A citação pais e filhos, não se refere particularmente à relação familiar, mas às gerações posteriores (filhos) de congregações, localidades e até mesmo nações, em relação às anteriores (filhos).
E esta misericórdia divina (em razão da obediência) ou visitação de juízos  (desobediência) estão vinculados no mandamento à proibição de adorar imagens de escultura.
O ponto aqui destacado é que o culto e adoração, especialmente o culto público não deve ser realizado em conformidade com a imaginação dos homens, mas de acordo com a direção e instruções de Deus, conforme Ele fixou na lei da Antiga Aliança, para o tabernáculo, e na Nova Aliança, conforme nos tem ensinado na Bíblia, especialmente pelo ministério de Jesus e dos apóstolos.
Em suma, o culto deve seguir a norma estabelecida pelo Senhor em Sua Palavra, e não segundo as tradições e imaginações dos homens.
Quando o Senhor é desonrado por um povo numa determinada geração, é bem possível que aquela gente fique privada da Sua santa presença, ou que seja visitada pelos seus juízos, até a terceira e quarta geração subsequentes.
Há uma grande responsabilidade sobre os ombros daqueles que dirigem o culto de Deus aonde quer que seja, pois muito das bênçãos posteriores, que virão sobre as pessoas daquele local, poderão estar de alguma forma vinculadas à fidelidade que eles tiveram a Deus no passado.
Uma adoração correta trará a bênção da misericórdia prometida, especialmente para o perdão dos nosso pecados, e a incorreta, juízos corretivos.
É somente ao Senhor que deve ser tributada toda honra, glória e louvor em tudo o que fizermos, porque afinal, nada temos que não tenhamos recebido dEle, e nada que façamos que não seja pela Sua graça.


OS DEZ MANDAMENTOS – Parte 6

3 – Terceiro Mandamento

“Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.” (Êx 20.7).

O nome de Deus está vinculado à Sua pessoa santa, justa, soberana, divina.
E a Ele é devida toda a honra, e esta sempre será pequena por maior que seja, porque nunca será à altura de tão elevada Majestade, daquele que criou todas as coisas e as governa com a Sua sabedoria, amor, justiça e poder.
Como pode ser admitido então que alguém tome o Seu nome em vão?
Qual é a honra que Ele receberá quando se usar o nome dEle para nenhum propósito?
O uso do Seu santo nome deve estar sempre associado à adoração, oração, louvor, ensino, pregação, e sempre visando à Sua honra e glória.
Sempre que nos referirmos a Ele de modo leviano, impróprio, ou de qualquer outra forma que não Lhe traga a devida honra e louvor, estaremos pecando.
E Ele diz que não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão.
Este mandamento tem o propósito de nos lembrar o quão elevado e honrado é o nosso Deus.
E o quanto devemos nos esforçar para que este nome seja santificado pelo testemunho de nossas vidas, assim como Jesus nos ensina na oração dominical.
Se a própria lei da natureza nos ensina que o nome de um soberano terreno que seja justo deve ser honrado e estimado, muito mais devemos ter em honra e estima o nome do Deus Altíssimo, sobre cujo nome, não há nenhum outro nome, que seja mais elevado.

4 – Quarto Mandamento (Ex 20.8-11)

“Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, em teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; por isso o Senhor abençoou o dia de sábado, e o santificou.”.

Deus fixou um dia de culto e adoração em cada sete, para que fosse principalmente lembrado e glorificado como Criador, e para lembrar o homem que há um alvo adiante para os filhos de Deus, que é entrar no descanso do Senhor, depois de terem realizado as suas obras na terra, assim como Deus descansou depois de ter concluído a criação.  
Considerando um sentido prático para este mandamento relativo a este mundo, Deus estabeleceu um referencial para a humanidade tendo criado tudo em seis dias e tendo descansado no sétimo dia, de modo que agora pudesse ordenar que em cada seis dias de trabalho, os homens cessassem todas as suas tarefas rotineiras, de modo a não somente poderem efetivamente descansar no dia seguinte, sem que isto signifique que temos aqui uma ordem para ficarem ociosos, pois o que se lhes ordena é que não somente cessem as suas atividades neste dia, mas que o santifiquem, e para tanto está implícito aqui o empenho nos serviços de culto e adoração a Deus.
As prescrições cerimoniais relativas ao dia de sábado, que são detalhadas em outras porções do Pentateuco, comprovam esta afirmação, e em sendo cerimoniais, muito do que está prescrito para a guarda do sábado não é aplicável à igreja, pois este era um mandamento relativamente típico da Antiga Aliança, que foi celebrada exclusivamente com toda a nação de Israel no chamado período da dispensação da Lei.
Para marcar que na Nova Aliança se celebraria também ao Senhor como Criador no que se pode chamar de dia de descanso, tradicionalmente a Igreja em todo o mundo tem separado o domingo, desde a Igreja Primitiva como dia não somente para celebrar a criação, como também para celebrar a ressurreição de Cristo, que ocorreu neste dia, e que trouxe à existência a formação da nova criação espiritual de Deus, as novas criaturas geradas pelo Espírito Santo,por causa da fé em Cristo.
Assim, além de ser celebrado como Criador, é também como Redentor.
A escolha do domingo serve também dentro dos propósitos divinos para marcar a inauguração de uma Nova Aliança, porque a Igreja não segue o dia de descanso do Antigo Pacto, que é o sábado.
Deus marcou assim que há uma clara distinção entre a Nova e a Antiga Aliança.    
Como o Senhor santificou e abençoou o sétimo dia, Ele ensinou na Lei dada a Israel que a bênção está associada à santificação, e esta por sua vez, está relacionada ao descanso do Senhor, que não é propriamente um lugar, mas uma condição, uma situação, que é alcançada por uma atitude de quem demonstra externamente que O ama de fato, a ponto de separar todo um dia para Ele em cada sete, para cuidar dos interesses do reino de Deus.
Assim, não é comum se admitir que um verdadeiro cristão não se disponha a congregar numa igreja em que juntamente com seus irmãos em Cristo, separe todos os domingos para cultuar e adorar a Deus.
Pois esta é uma ordenança do próprio Senhor, que é muito importante e útil para a sua própria santificação e para se manter firme na fé.
Deste mandamento se depreende que é da vontade de Deus que o homem trabalhe até o máximo de seis dias em cada sete.
Daí se dizer mesmo no Novo Testamento, que aquele que não quiser trabalhar também não coma.
O homem deve viver do próprio trabalho de suas mãos.
Não faz qualquer sentido que o ocioso de todos os dias separe um dia para cultuar a Deus, pois teria todos os dias disponíveis para fazê-lo.
Mas seria isto santificar o sétimo dia?
Seria um culto aceitável pelo Senhor?
Seria uma forma de honrá-lo, deixando de trabalhar quando está no seu alcance o poder de fazê-lo?
Assim, o ato de descansar no sétimo dia está também implícito o dever de trabalhar nos seis dias antecedentes.
Trabalhar para o próprio sustento e dos seus é um ato de amor, e um compromisso que temos com Deus.
O trabalhar fazendo todas as coisas com amor é uma das formas de se honrar a Deus e de se demonstrar por um testemunho vivo, que se é obediente à Sua vontade, pois o mandamento também diz: “seis dias trabalharás e farás toda a tua obra.”.
 Consideremos também a sabedoria divina, antes de fechar este assunto, porque se a todos é ordenado paralisarem suas atividades em determinado dia, regularmente, isto indica que o propósito de Deus é o de reunir todo o seu povo, para que em unidade seja adorado por eles. De outro modo, como isto seria possível, se ficasse ao juízo de cada um, a escolha do dia em cada sete, que pretendessem separar para cultuar a Deus?


OS DEZ MANDAMENTOS – Parte 7

5 – Quinto Mandamento (Êx 20.12)

“Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.”.

Uma das formas de se demonstrar a nossa obediência e submissão à vontade de Deus é obedecendo e sendo submissos àqueles que Ele tem constituído sobre nós, a saber, autoridades civis, pastores, anciãos, maridos em relação a suas esposas, e especialmente os pais, conforme se ordena neste quinto mandamento.
Deste modo, quem diz honrar a Deus e não honra a seus pais, especialmente se estes honram ao Senhor, está enganando a si mesmo e está mentindo.
Assim como João diz que aquele que diz amar a Deus a quem não vê e não ama a seu próximo, a quem vê, é mentiroso. Ou seja: está se enganando quando pensa que está de fato amando ao Senhor.                                        
A propósito este é o primeiro mandamento dos seis que destacam o nosso dever para com o nosso próximo.
E estes seis últimos consistem em obrigações práticas que demonstrarão se realmente amamos a Deus, pois quem ama o próximo tem amado a Deus.
Devemos nossa vida a Deus que é o autor de toda a vida, e isto nos traz o dever de gratidão e de honrá-lo.
Mas para trazer este dom a nós, Deus se vale de meios, a saber, os nossos pais.
E eles não são apenas os intermediários de Deus para nos conceder a nossa vida, como também são os meios de nossa subsistência e manutenção até que possamos caminhar por nós mesmos.
No caso de pais cristãos, que nos tenham ensinado nos caminhos do Senhor e que tenham orado pela nossa conversão para que recebêssemos o novo nascimento do Espírito, somos-lhes então devedores de uma dupla honra.
Deus, que se agrada da gratidão, que nos ordena que em tudo demos graças, quer que demonstremos a nossa gratidão a nossos pais de modo prático, honrando-os com a nossa obediência e com recompensá-los por tudo que fizeram por nós.
Nossa gratidão a Deus pelos Seus benefícios que nos foram e são concedidos, deve ser expressada em serviço amoroso, e de igual modo a nossa gratidão a nossos pais deveria ser expressada da mesma forma.
E tão agradável é ao Senhor que demonstremos esta submissão, obediência, gratidão a nossos pais, honrando-os, de maneira que nunca sejamos motivo de desgosto para eles, senão de contentamento e honra, que Ele acrescentou uma promessa de bênção associada ao mandamento, dizendo que prolongaria a vida na terra de todos os que honrassem seus pais.
E isto inclui certamente proteção e provimento de boa saúde.
Ainda que não vejamos ou saibamos, haverá este cuidado especial prometido por Deus àqueles que obedecerem este mandamento.
Evidentemente, outros fatores pesam em favor de se ter uma vida longa na terra, e assim, quem morre em tenra idade não significa que terá sido necessariamente por ter desonrado a seus pais.
Nem mesmo o oposto é verdadeiro, isto é, que todo o que tiver morrido em avançada velhice é porque honrou a seus pais.
Mas todos aqueles que têm honrado a seus pais podem estar certos de que neste particular têm agradado a Deus.
Entretanto devemos lembrar que não nos é dado escolher guardar um mandamento e negligenciar outro.
Pois um viver verdadeiramente abençoado depende de se empenhar em guardar e honrar todos os mandamentos de Deus.
Assim aprendemos com Tiago o que ele diz em Tg 2.10,11: “Pois, qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos. Porquanto aquele que disse: Não adulterarás, também ordenou: Não matarás. Ora, se não adulteras, porém, matas, vens a ser transgressor da lei.”.


OS DEZ MANDAMENTOS – Parte 8

6 – Sexto Mandamento

“Não matarás.” (Êx 20.13).

Excetuando-se os casos de julgamento estipulados pela própria lei, que determinava a morte de quem matasse com dolo, e do exercício regular da magistratura para julgar os crimes praticados pelos homens, Deus revela na lei, e especialmente neste mandamento, que todo homem deve se esforçar para preservar a vida do seu próximo, e não para exterminá-la.
Deus condena o homicídio, especialmente se este é praticado com violência e motivado pelo ódio.
Cabe destacar que o julgamento dos juízes deveria ser imparcial e nunca pessoal, para que não fosse afetado por motivações erradas como desejos de vingança acompanhados de violência.
Deus é o autor da vida e somente a Ele cabe o direito de tirá-la, mesmo na concessão que fez para os casos de legítima defesa, para repelir ataques sofridos por inimigos, e mesmo em se tratando de defesa pessoal, ou ainda nas situações passadas em julgado em juízo, pois que tudo isto foi regulamentado pelo próprio Deus na lei, conforme se vê no restante do Pentateuco.
O mandamento proíbe então, por princípio, todo homicídio injustificado, motivado pelo pecado em desejos odiosos voltados contra o próximo.
O homem deve amar o seu inimigo e não destruí-lo. Deve dar de comer a seu inimigo se tiver fome, e dar-lhe de beber se tiver sede, e não buscar o seu mal.
Se Jesus definiu o ódio contra o próximo como o próprio ato de homicídio, devemos nos guardar de toda ira injustificada e imprópria, de forma que esta não venha a se transformar no motivo do nosso próprio julgamento pelo Senhor, pois ele tem dito que aquele que se irar contra seu irmão sem motivo é réu de julgamento.
É coisa agradável a Deus que tenhamos vida quieta e sossegada. Mas jamais se poderá ter isto com um espírito encolerizado.
O sentido interior do mandamento vai pois muito além do ato de se tirar a vida física de alguém, pois o apóstolo João afirma que aquele que odeia a seu irmão é assassino (I Jo 3.15).
Desta forma, aquele que odeia, não pode permanecer no amor de Deus, que é o vínculo da unidade.


OS DEZ MANDAMENTOS – Parte 9

7 – Sétimo Mandamento (Êx 20.14)

“Não adulterarás.”.

O sentido deste mandamento é que Deus ama a pureza, e assim, nós deveríamos evitar todo tipo de impureza.
Jesus diz que bem-aventurados são os limpos de coração porque verão a Deus (Mt 5.8).
Não adulterar é uma das formas de se manter limpo o coração.
Jesus definiu o adultério como o olhar para uma mulher com intenção impura.
Não é necessariamente pois e somente o ato consumado de se deitar com outra pessoa que não seja o seu marido ou esposa.
O adulterar tem pois a ver aos olhos de Deus com qualquer impureza ou excesso libidinoso que suja o coração do homem, e torna o seu espírito incompatível à comunhão com Deus que é inteiramente puro e santo.
A pureza é pois a virtude oposta ao adultério, pois é por ela que se guarda o coração naquela condição compatível com a santidade de Deus.
E o adultério significa exatamente aquilo que estraga, corrompe, altera esta condição de compatibilidade, e ofende primeiro ao Senhor a quem devemos fidelidade, e também aos demais para os quais nossa fidelidade é devida.
O adultério é pois mais uma disposição interna, uma atitude do coração, do que propriamente a consumação de um ato.
Paulo afirma em I Tes 4.3-8: “Porque esta é a vontade de Deus, a saber, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição, que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santidade e honra, não na paixão da concupiscência, como os gentios que não conhecem a Deus;  ninguém iluda ou defraude nisso a seu irmão, porque o Senhor é vingador de todas estas coisas, como também antes vo-lo dissemos e testificamos. Porque Deus não nos chamou para a imundícia, mas para a santificação. Portanto, quem rejeita isso não rejeita ao homem, mas sim a Deus, que vos dá o seu Espírito Santo.”.
E ainda o mesmo apóstolo afirma em I Cor 6.15-20: “Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei pois os membros de Cristo, e os farei membros de uma meretriz? De modo nenhum. Ou não sabeis que o que se une à meretriz, faz-se um corpo com ela? Porque, como foi dito, os dois serão uma só carne. Mas, o que se une ao Senhor é um só espírito com ele. Fugi da prostituição. Qualquer outro pecado que o homem comete, é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que habita em vós, o qual possuís da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo.”.
A palavra hebraica para adultério,  neaf, é da mesma raiz da palavra apostatar, e sabemos que apostasia significa o abandono da posição de fidelidade, aqui no caso, pode ser considerada o abandonar a fidelidade a Deus, ao cônjuge, ou a qualquer posição de fidelidade em que se encontrava anteriormente.
Por exemplo, o ato de não ser fiel à pregação da exata Palavra revelada de Deus é considerado um ato de adulteração da Sua Palavra.
Portanto há muitos aspectos a serem considerados no mandamento não adulterarás do que somente a infidelidade aos votos matrimoniais.
E em síntese podemos afirmar que o mandamento aponta pelo seu oposto, ao dever de sermos sempre fiéis aos relacionamentos aos quais estamos compromissados pela vontade de Deus.


OS DEZ MANDAMENTOS – Parte 10

8 – Oitavo Mandamento (Êx 20.15)

“Não furtarás.”.

Se por princípio, como de fato ocorre, nada podemos fazer a não ser por permissão ou concessão de Deus, pois está em Seu poder nos abrir portas ou fechá-las, impedir-nos de avançar ou fazer-nos avançar; de nos enfermar ou manter saudáveis; de nos conceder ou não dons e talentos, então é correto afirmar que tudo o que uma pessoa possa obter neste mundo, terá sido por esta permissão ou concessão divinas.
Em sendo assim, tudo o que obtivermos de modo fraudulento e desonesto, por meio de roubo ou furto, também ocorrerá dentro desta permissão de Deus, mas não de sua concessão e muito menos consentimento, pois o mandamento afirma: “não furtarás.”.
O mandamento aponta pois em essência para o dever de todo homem de se contentar com aquilo que possui, e de ser honesto em tudo aquilo que fizer, primando sempre em não trazer qualquer prejuízo ao seu próximo, tirando dele o que lhe pertence por direito, natural ou legal.
Deus prometeu cuidar de todas as necessidades de Seu povo, e assim, se alguém dentre os cristãos, se entrega à prática de furtos pensando necessitar disto para garantir a sua sobrevivência, está dando, antes de tudo uma grande prova da sua incredulidade quanto à grande verdade que Deus proverá todas as necessidades de seus filhos.
E sabendo que Deus provê, o mandamento por outro lado nos alerta sobre o dever de dar e emprestar para promover o bem do nosso próximo, em vez de o prejudicarmos defraudando-o, pois o Senhor tem prometido dar com medida sacudida e recalcada a todo o que der generosamente.
Quanto mais o homem semear, mais ele colherá. Assim, o caminho para a verdadeira prosperidade não é furtar, mas ao contrário, dar e emprestar. Pois o que dá e empresta será abençoado por Deus, e o que furta será castigado e corrigido por Ele, pois o mandamento diz: “não furtarás.”.


9 – Nono Mandamento (Êx 20.16)

“Não darás falso testemunho contra o teu próximo.”.

O sentido deste mandamento é que Deus é a verdade e portanto abomina a falsidade, e por conseguinte é nosso dever cultivar a verdade e a sinceridade de uns para com os outros.
Então nunca devemos prejudicar o nosso próximo com calúnias e falsas acusações, não apenas em juízo, como também na vida privada, por meio de mexericos contra a sua pessoa com a clara intenção de prejudicar a sua reputação, honra, ou causar-lhe qualquer outro tipo de dano.
Evidentemente, está embutido neste mandamento, um outro de mesma natureza: “não mentirás.”.
Se Deus é a verdade, Ele é certamente contra todo tipo de mentira, e a Bíblia ensina claramente que o pai da mentira e do engano é o diabo.
Satanás ataca a reputação do próprio Deus e procura convencer as pessoas por meio de enganos, que Deus não é bom, não é verdadeiro, não é fiel, não é justo, apontando-lhes principalmente os sofrimentos que têm neste mundo, mas nunca lhes diz que tudo isto é consequência do pecado, e não por causa de uma suposta indiferença de Deus para com os sofrimentos da humanidade.
Desta forma, o diabo tem espalhado todo tipo de juízo falso, seja baseado na ignorância ou não dos homens, que conduz a toda sorte de afirmações mentirosas por parte deles, a respeito de Deus e do próximo, por avaliações que são baseadas em aparências, na própria maldade, e quase nunca na justiça e na verdade.
Ao ordenar que não se dê falso testemunho contra o próximo, não se deve julgar que toda verdade relativa ao próximo deve ser testemunhada contra ele.
Pois o amor cobre multidão de pecados, e há situações em que pecados que não sejam de domínio público e nem contra o corpo de Cristo, senão contra a própria pessoa que o praticou, devem ser tratados com mansidão e longanimidade, por aqueles que são espirituais, pois o mandamento evangélico é que os fracos devem ser amparados, os desanimados consolados, sermos longânimos para com todos, e mesmo os insubmissos devem ser admoestados, isto é, aconselhados (I Tes 5.14).
O nono mandamento tem em vista principalmente preservar a honra do próximo, e certamente isto não seria alcançado se toda verdade relativa ao que tenha feito venha ao domínio do conhecimento público, a pretexto de que temos o dever de expor toda a verdade.
A verdade deve ser sempre seguida, mas devemos também sempre lembrar que a misericórdia triunfa no juízo.
Se em nosso zelo pela verdade formos tomados pelo desejo de expor a pessoa à vergonha pública, já não andaremos de acordo com esta mesma verdade, que nos impõe o dever de levarmos as cargas uns dos outros (Gál 6.1,2).


10 – Décimo Mandamento (Êx 20.17)

“Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem cousa alguma que pertença ao teu próximo.”.

O pecado da cobiça é geralmente alimentado pelo pecado da inveja.
Deus é amor, e o amor não é invejoso, porque em vez de se entristecer com a prosperidade do próximo, ao contrário se alegra com ela, porque vê nisto a manifestação dos atos de bondade de Deus.
A inveja é um pecado terrível que não admite que outros sejam ou tenham mais bens e honra do que nós.
E assim não somente se alegra com a ruína do próximo, como também não admite que ele sequer se aproxime perigosamente, segundo a nossa perspectiva invejosa, do mesmo nível em que nos encontramos.
A cura deste pecado está em nos compararmos com Deus que é infinitamente mais elevado do que nós, e assim seremos mantidos em humildade ao nos compararmos com outros, vendo que por mais que um homem, seja quem for, possa ser ou ter neste mundo, comparado com o que Deus é e possui, ele é menos do que uma gota que cai de um balde, e assim, estaremos guardados por conseguinte do pecado da cobiça, por pensar que seremos felizes se tivermos ou formos mais do que a pessoa que invejamos é ou possui.

Na parte final deste vigésimo capítulo está registrado que Deus argumentou contra a idolatria do povo, visto que lhes havia falado dos céus (20.22,23). E os ídolos têm boca e não falam. Mas o Deus de Israel falou com eles e não viram nenhuma aparência, e isto seria portanto suficiente para desencorajá-los a tentarem representá-lo sobre qualquer tipo de forma, que acabaria por configurar uma adoração a outros deuses, pois que Deus, que é espírito, não pode ser representado por imagens fabricadas pelos homens ou até mesmo pelos anjos.
O ídolo jamais será o próprio Deus, que é vivo e é o Criador dos céus e da terra e de tudo que neles há.
Desta forma, o ídolo seria mais uma criatura, não de Deus, mas do homem, pois somente Deus é Criador, pois tudo o mais que existe quer nos céus, quer na terra, é fruto do Seu trabalho de criação.      
Assim, em vez de tentarem representá-lo por meio de imagens de escultura, deveriam erigir altares para que lhe oferecessem neles os seus sacrifícios e ofertas pacíficas, para o propósito de celebrar a memória do Seu santo nome, e para que o povo fosse abençoado por Ele.
Provavelmente para evitar a tentação da carne em tentar honrar a Deus com objetos de prata ou de ouro, ou outras pedras finamente esculpidas com formas que no final seriam uma inclinação para a idolatria, o Senhor ordenou que os altares deveriam ser de terra ou de pedras não lavradas, e se fosse desobedecido nisto, ele consideraria os altares como tendo sido profanados. E com vistas a fixar o decoro e a santidade exigidos no Seu serviço de adoração, vedou também a construção de degraus para subirem aos altares, para que não fosse exposta a nudez dos sacerdotes.


Êxodo 20.1 Então falou Deus todas estas palavras, dizendo:
Êxodo 20.2 Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.
Êxodo 20.3 Não terás outros deuses diante de mim.
Êxodo 20.4 Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
Êxodo 20.5 Não te encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.
Êxodo 20.6 e uso de misericórdia com milhares dos que me amam e guardam os meus mandamentos.
Êxodo 20.7 Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão.
Êxodo 20.8 Lembra-te do dia do sábado, para o santificar.
Êxodo 20.9 Seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho;
Êxodo 20.10 mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas.
Êxodo 20.Êxodo 20.11 Porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; por isso o Senhor abençoou o dia do sábado, e o santificou.
Êxodo 20.12 Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.
Êxodo 20.13 Não matarás.
Êxodo 20.14 Não adulterarás.
Êxodo 20.15 Não furtarás.
Êxodo 20.16 Não dirás falso testemunho contra o teu proximo.
Êxodo 20.17 Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.
Êxodo 20.18 Ora, todo o povo presenciava os trovões, e os relâmpagos, e o sonido da buzina, e o monte a fumegar; e o povo, vendo isso, estremeceu e pôs-se de longe.
Êxodo 20.19 E disseram a Moisés: Fala-nos tu mesmo, e ouviremos; mas não fale Deus conosco, para que não morramos.
Êxodo 20.20 Respondeu Moisés ao povo: Não temais, porque Deus veio para vos provar, e para que o seu temor esteja diante de vós, a fim de que não pequeis.
Êxodo 20.21 Assim o povo estava em pé de longe; Moisés, porém, se chegou às trevas espessas onde Deus estava.
Êxodo 20.22 Então disse o Senhor a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: Vós tendes visto que do céu eu vos falei.
Êxodo 20.23 Não fareis outros deuses comigo; deuses de prata, ou deuses de ouro, não os fareis para vós.
Êxodo 20.24 um altar de terra me farás, e sobre ele sacrificarás os teus holocaustos, e as tuas ofertas pacíficas, as tuas ovelhas e os teus bois. Em todo lugar em que eu fizer recordar o meu nome, virei a ti e te abençoarei.
Êxodo 20.25 E se me fizeres um altar de pedras, não o construirás de pedras lavradas; pois se sobre ele levantares o teu buril, profaná-lo-ás.
Êxodo 20.26 Também não subirás ao meu altar por degraus, para que não seja ali exposta a tua nudez.



Êxodo 21

Muitos se perguntam ainda hoje, por que motivo, Deus, ao começar a regulamentar os dez mandamentos em Êxodo 21, descrevendo a forma de sua aplicação pelos israelitas, na Antiga Aliança, não aboliu a escravatura, já que tinha visitado os egípcios com Seus juízos por terem escravizado Israel.
E este capítulo começa exatamente falando dos deveres dos senhores de escravos hebreus, isto é, quando ocorresse o caso do escravo ser da mesma nacionalidade do seu senhor, a saber um israelita.
E não poucos têm argumentado ao longo da história, com base nestes preceitos que a escravidão é uma instituição aprovada por decreto divino.
Mas, se estudarmos a lei com espírito imparcial nós poderemos entender melhor e de modo justo como é que Deus vê a escravidão.
Em primeiro lugar deve ser destacado que há na lei uma descrição de deveres dos senhores de escravos para com eles, de modo que fosse possível até a condição descrita de um escravo escolher voluntariamente servir para sempre o seu senhor, por amá-lo e reconhecer a forma justa e amorosa com que era tratado por ele.
A prática de escravizar e de se comprar pessoas para a realização de trabalhos para os seus senhores era uma prática muita antiga, que não podemos precisar o seu início no tempo, mas vemos nas páginas de Gênesis que Abraão tinha muitos escravos a seu serviço, e os tratava de forma familiar, como pessoas da sua própria casa.
Assim, a compra de pessoas para trabalharem era permitida, mas com a exigência de serem amadas e tratadas, como se da família fossem.
A prática primitiva era a de se comprar a força de trabalho e não de conquistá-la pela força, especialmente pela guerra entre nações, para o que a instituição da escravidão “evoluiria” no futuro.
E tendo se tornado comum oprimir escravos como estavam fazendo os egípcios com os israelitas, Deus se interpôs regulamentando os direitos e deveres tanto de senhores quanto de escravos.
A relação aqui citada na Lei é de senhores e servos, e não de feitores e vassalos.
O homem, de um modo ou de outro sempre estará a serviço de alguém, pois foi criado por Deus exatamente para servir.
E Jesus nos deixou o maior exemplo de serviço ao próximo, e estabeleceu que a medida da grandeza de alguém está exatamente na mesma relação proporcional ao serviço humilde que presta a outros.
O grande fato é que não foi Deus quem instituiu a escravatura na sua forma expressiva de opressão, pois esta prática foi criada pela própria maldade do homem, e isto já existia em Israel, mesmo quando estavam no Egito, pois havia senhores israelitas que também possuíam escravos.
Como as relações em sociedade não eram as mais justas, Deus se interpôs regulamentando para a nação de Israel a forma como deveriam ser estas relações.
E o fez, como não poderia ser diferente, orientando-os em princípios de amor e de justiça.
E esta base de amor e justiça se reflete nas palavras do apóstolo Paulo em Ef 6.5-9: “Vós, servos, obedecei a vossos senhores segundo a carne, com temor e tremor, na sinceridade de vosso coração, como a Cristo, não servindo somente à vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus, servindo de boa vontade como ao Senhor, e não como aos homens. Sabendo que cada um, seja escravo, seja livre, receberá do Senhor todo bem que fizer. E vós, senhores, fazei o mesmo para com eles, deixando as ameaças, sabendo que o Senhor tanto deles como vosso está no céu, e que para com ele não há acepção de pessoas.”.
A lei punia com a sentença de morte quem fizesse a alguém escravo por meio de rapto, isto é, através do uso da força para vender tal pessoa a alguém com o intuito de obter simples vantagem financeira (Ex 21.16).
Os prejuízos causados com dolo ao próximo deveriam ser reparados por meio de restituição, e em alguns casos até mesmo com a morte daquele que lhes dera causa.
É neste capítulo que está prescrito o princípio retributivo da lei do vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferimento por ferimento, golpe por golpe, para ser aplicado pelos juízes de Israel em caso de dano grave (21.23,24).
Este princípio deveria vigorar como um princípio de justiça civil na teocracia da Antiga Aliança, em que a própria lei de Moisés era a constituição de Israel, e tinha por alvo dar equidade ao juízo, porque este não deveria exceder e nem ficar aquém do dano produzido.
Jesus revogou a aplicação deste princípio na Nova Aliança, não contemplando as nações do mundo, que não estavam sujeitas ao mesmo, porque se tratava de um lei civil para Israel, e assim, quando o revogou, o fez para que os juízes de Israel não mais continuassem usando tal norma, que havia sido fixada de modo rígido, na antiga dispensação em razão da dureza do coração humano, não disciplinado ao cumprimento de normas reguladoras do comportamento em sociedade.
Todavia não foi revogado por se tratar de um princípio injusto, ao contrário, esta lei ensina que Deus é justo, e não deixará que o dano grave e intencional deixe de ser punido no mesmo nível da ofensa que foi praticada, e nem mesmo que houvesse maior rigor além do exigido.
Esta lei aplicada na prática em Israel tinha o propósito de gerar o temor em se fazer o mal ao próximo, de modo que se sabia que a pena seria determinada em conformidade com o mesmo tipo de dano que lhe dera causa.
Esta lei civil é direta, contundente, aponta para o dever de ser justo e responsável pelos seus atos. Ela é assim porque foi dada diretamente pelo próprio Deus, e o caráter da lei revela isto. Ela não foi promulgada pelo ajuste da deliberação dos representantes da sociedade, que abrandariam ou eliminariam muitas penalidades aqui e ali, por temerem por suas próprias vidas, ou então com o intuito político de agradarem ao povo.
O propósito da lei era o de forjar uma sociedade que revelasse ao mundo qual é o caráter do único Deus verdadeiro. Que Ele é bom, misericordioso, mas também justo.  Certamente não somente julga o pecado, como exige daqueles que estão aliançados com Ele, que façam reparação de seus erros e que pratiquem o que é justo.
Os que são do povo de Deus devem atentar de modo muito sério para os seus mandamentos, porque eles são corrigidos por estes princípios e se exige deles que pautem a sua caminhada segundo estes princípios que nos revelam o caráter justo e bom do Deus que servimos.
Quando Paulo diz que toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra (II Tim 3.6,17), certamente não deixou de fora estes mandamentos da lei de Moisés, ao contrário, tinha eles certamente em vista, com todo o conjunto das Escrituras, que nos foram dadas por Deus, para o propósito definido pelas palavras do apóstolo.
Então o que aprendemos em resumo do capítulo 21 de Êxodo é que não se deve explorar e oprimir a ninguém, que não se deve deixar o prejuízo causado a outros, sem a devida reparação, seja prejuízo intencional ou não; e no caso de prejuízo intencional e com dolo não se deve deixar de se aplicar a devida pena.
A vida deve ser de inteira responsabilidade para com aqueles que estão debaixo do nosso cuidado ou liderança, e estes devem ser tratados de modo justo e amoroso. Isto porque o nosso Deus é assim, e é assim que nós devemos ser também.  


Êxodo 21.1 Estes são os estatutos que lhes proporás:
Êxodo 21.2  Se comprares um servo hebreu, seis anos servirá; mas ao sétimo sairá forro, de graça.
Êxodo 21.3  Se entrar sozinho, sozinho sairá; se tiver mulher, então com ele sairá sua mulher.
Êxodo 21.4 Se seu senhor lhe houver dado uma mulher e ela lhe houver dado filhos ou filhas, a mulher e os filhos dela serão de seu senhor e ele sairá sozinho.
Êxodo 21.5 Mas se esse servo expressamente disser: Eu amo a meu senhor, a minha mulher e a meus filhos, não quero sair forro;
Êxodo 21.6 então seu senhor o levará perante os juízes, e o fará chegar à porta, ou ao umbral da porta, e o seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e ele o servirá para sempre.
Êxodo 21.7 Se um homem vender sua filha para ser serva, ela não saira como saem os servos.
Êxodo 21.8 Se ela não agradar ao seu senhor, de modo que não se despose com ela, então ele permitirá que seja resgatada; vendê-la a um povo estrangeiro, não o poderá fazer, visto ter usado de dolo para com ela.
Êxodo 21.9 Mas se a desposar com seu filho, fará com ela conforme o direito de filhas.
Êxodo 21.10 Se lhe tomar outra, não diminuirá e o mantimento daquela, nem o seu vestido, nem o seu direito conjugal.
Êxodo 21.11 E se não lhe cumprir estas três obrigações, ela sairá de graça, sem dar dinheiro.
Êxodo 21.12 Quem ferir a um homem, de modo que este morra, certamente será morto.
Êxodo 21.13 Se, porém, lhe não armar ciladas, mas Deus lho entregar nas mãos, então te designarei um lugar, para onde ele fugirá.
Êxodo 21.14 No entanto, se alguém se levantar deliberadamente contra seu próximo para o matar à traição, tirá-lo-ás do meu altar, para que morra.
Êxodo 21.15 Quem ferir a seu pai, ou a sua mãe, certamente será morto.
Êxodo 21.16 Quem furtar algum homem, e o vender, ou mesmo se este for achado na sua mão, certamente será morto.
Êxodo 21.17 Quem amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe, certamente será morto.
Êxodo 21.18 Se dois homens brigarem e um ferir ao outro com pedra ou com o punho, e este não morrer, mas cair na cama,
Êxodo 21.19 se ele tornar a levantar-se e andar fora sobre o seu bordão, então aquele que o feriu será absolvido; somente lhe pagará o tempo perdido e fará que ele seja completamente curado.
Êxodo 21.20 Se alguém ferir a seu servo ou a sua serva com pau, e este morrer debaixo da sua mão, certamente será castigado;
Êxodo 21.21 mas se sobreviver um ou dois dias, não será castigado; porque é dinheiro seu.
Êxodo 21.22 Se alguns homens brigarem, e um ferir uma mulher grávida, e for causa de que aborte, não resultando, porém, outro dano, este certamente será multado, conforme o que lhe impuser o marido da mulher, e pagará segundo o arbítrio dos juízes;
Êxodo 21.23 mas se resultar dano, então darás vida por vida,
Êxodo 21.24 olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé,
Êxodo 21.25 queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe.
Êxodo 21.26 Se alguém ferir o olho do seu servo ou o olho da sua serva e o cegar, deixá-lo-á ir forro por causa do olho.
Êxodo 21.27 Da mesma sorte se tirar o dente do seu servo ou o dente da sua serva, deixá-lo-á ir forro por causa do dente.
Êxodo 21.28 Se um boi escornear um homem ou uma mulher e este morrer, certamente será apedrejado o boi e a sua carne não se comerá; mas o dono do boi será absolvido.
Êxodo 21.29 Mas se o boi dantes era escorneador, e o seu dono, tendo sido disso advertido, não o guardou, o boi, matando homem ou mulher, será apedrejado, e também o seu dono será morto.
Êxodo 21.30 Se lhe for imposto resgate, então dará como redenção da sua vida tudo quanto lhe for imposto;
Êxodo 21.31 quer tenha o boi escorneado a um filho, quer a uma filha, segundo este julgamento lhe será feito.
Êxodo 21.32 Se o boi escornear um servo, ou uma serva, dar-se-á trinta siclos de prata ao seu senhor, e o boi será apedrejado.
Êxodo 21.33 Se alguém descobrir uma cova, ou se alguém cavar uma cova e não a cobrir, e nela cair um boi ou um jumento,
Êxodo 21.34 o dono da cova dará indenização; pagá-la-á em dinheiro ao dono do animal morto, mas este será seu.
Êxodo 21.35 Se o boi de alguém ferir de morte o boi do seu próximo, então eles venderão o boi vivo e repartirão entre si o dinheiro da venda, e o morto também dividirão entre si.
Êxodo 21.36 Ou se for notório que aquele boi dantes era escorneador, e seu dono não o guardou, certamente pagará boi por boi, porém o morto será seu.



Êxodo 22

A continuação das leis que Deus deu a Moisés no Sinai, que lemos no capítulo 22 de Êxodo, refletem o mesmo caráter das leis do capítulo anterior.
Nós vemos claramente o rigor previsto nas penalidades dos danos com dolo contra o próximo, especialmente contra os fracos e desamparados, como órfãos e viúvas, em favor dos quais o próprio Deus afirma que se levantaria pessoalmente para julgar a causa deles e punir os seus ofensores (Êx 22.21-24).
Veja o que se diz em Êx 22.16,17:
“Se alguém seduzir qualquer virgem, que não estava desposada, e se deitar com ela, pagará seu dote e a tomará por mulher. Se o pai dela definitivamente recusar dar-lha, pagará ele em dinheiro conforme o dote das virgens.”.
Leia também Dt 22.13-30, em que há maiores detalhes sobre a pureza e responsabilidade exigidas para o matrimônio.  
E a lei geral dos dez mandamentos “não furtarás” recebe no capítulo 22 de Êxodo a sua regulamentação, prescrevendo como os juízes de Israel deveriam agir no julgamento de furtos.
E por princípio geral, para desestimular a prática de furtos, a reparação do dano material e moral não seria feita por meio de uma restituição equivalente, mas se deveria pagar cinco ou quatro vezes o valor do bem furtado, e no caso de não possuir o ladrão posses suficientes, ele próprio deveria ser vendido para pagar o seu furto.
Se ele fosse morto à noite por alguém da casa que havia invadido, o caso seria considerado legítima defesa e a pessoa que o matasse não seria considerada culpada do sangue que havia derramado.
Mas no caso de fazê-lo durante o dia seria considerada culpada, pois neste caso, poderia avaliar as intenções do ladrão de apenas roubar e de não atentar contra a sua vida e a dos seus familiares.  


Êxodo 22.1 Se alguém furtar um boi (ou uma ovelha), e o matar ou vender, por um boi pagará cinco bois, e por uma ovelha quatro ovelhas.
Êxodo 22.2 Se o ladrão for achado a minar uma casa, e for ferido de modo que morra, o que o feriu não será réu de sangue;
Êxodo 22.3 mas se o sol houver saído sobre o ladrão, o que o feriu será réu de sangue. O ladrão certamente dará indenização; se nada possuir, será então vendido por seu furto.
Êxodo 22.4 Se o furto for achado vivo na sua mão, seja boi, ou jumento, ou ovelha, pagará ele o dobro.
Êxodo 22.5 Se alguém fizer pastar o seu animal num campo ou numa vinha, e se soltar o seu animal e este pastar no campo de outrem, do melhor do seu próprio campo e do melhor da sua própria vinha fará restituição.
Êxodo 22.6 Se alastrar um fogo e pegar nos espinhos, de modo que sejam destruídas as medas de trigo, ou a seara, ou o campo, aquele que acendeu o fogo certamente dará, indenização.
Êxodo 22.7 Se alguém entregar ao seu próximo dinheiro, ou objetos, para guardar, e isso for furtado da casa desse homem, o ladrão, se for achado, pagará o dobro.
Êxodo 22.8 Se o ladrão não for achado, então o dono da casa irá à presença dos juizes para se verificar se não meteu a mão nos bens do seu próximo.
Êxodo 22.9 Em todo caso de transgressão, seja a respeito de boi, ou de jumento, ou de ovelhas, ou de vestidos, ou de qualquer coisa perdida de que alguém disser que é sua, a causa de ambas as partes será levada perante os juízes; aquele a quem os juízes condenarem pagará o dobro ao seu próximo.
Êxodo 22.10 Se alguém entregar a seu próximo para guardar um jumento, ou boi, ou ovelha, ou outro qualquer animal, e este morrer, ou for aleijado, ou arrebatado, ninguém o vendo,
Êxodo 22.11 então haverá o juramento do Senhor entre ambos, para ver se o guardador não meteu a mão nos bens do seu próximo; e o dono aceitará o juramento, e o outro não fará restituição.
Êxodo 22.12 Se, porém, o animal lhe tiver sido furtado, fará restituirão ao seu dono.
Êxodo 22.13 Se tiver sido dilacerado, trá-lo-á em testemunho disso; não dará indenização pelo dilacerado.
Êxodo 22.14 Se alguém pedir emprestado a seu próximo algum animal, e este for danificado ou morrer, não estando presente o seu dono, certamente dará indenização;
Êxodo 22.15 se o dono estiver presente, o outro não dará indenização; se tiver sido alugado, o aluguel responderá por qualquer dano.
Êxodo 22.16 Se alguém seduzir uma virgem que não for desposada, e se deitar com ela, certamente pagará por ela o dote e a terá por mulher.
Êxodo 22.17 Se o pai dela inteiramente recusar dar-lha, pagará ele em dinheiro o que for o dote das virgens.
Êxodo 22.18 Não permitirás que viva uma feiticeira.
Êxodo 22.19 Todo aquele que se deitar com animal, certamente será morto.
Êxodo 22.20 Quem sacrificar a qualquer deus, a não ser tão-somente ao Senhor, será morto.
Êxodo 22.21 Ao estrangeiro não maltratarás, nem o oprimirás; pois vós fostes estrangeiros na terra do Egito.
Êxodo 22.22 A nenhuma viúva nem órfão afligireis.
Êxodo 22.23 Se de algum modo os afligirdes, e eles clamarem a mim, eu certamente ouvirei o seu clamor;
Êxodo 22.24 e a minha ira se acenderá, e vos matarei à espada; vossas mulheres ficarão viúvas, e vossos filhos órfãos.
Êxodo 22.25 Se emprestares dinheiro ao meu povo, ao pobre que está contigo, não te haverás com ele como credor; não lhe imporás juros.
Êxodo 22.26 Ainda que chegues a tomar em penhor o vestido do teu próximo, lho restituirás antes do pôr do sol;
Êxodo 22.27 porque é a única cobertura que tem; é o vestido da sua pele; em que se deitaria ele? Quando pois clamar a mim, eu o ouvirei, porque sou misericordioso.
Êxodo 22.28 Aos juízes não maldirás, nem amaldiçoarás ao governador do teu povo.
Êxodo 22.29 Não tardarás em trazer ofertas da tua ceifa e dos teus lagares. O primogênito de teus filhos me darás.
Êxodo 22.30 Assim farás com os teus bois e com as tuas ovelhas; sete dias ficará a cria com a mãe; ao oitavo dia ma darás.
Êxodo 22.31 Ser-me-eis homens santos; portanto não comereis carne que por feras tenha sido despedaçada no campo; aos cães a lançareis.




Êxodo 23

O capítulo 23 de Êxodo continua e conclui a regulamentação dos dez mandamentos, conforme os estatutos civis que Deus deu a Moisés no monte Sinai.
Depois de lhe ter dado estes mandamentos ordenou que descesse do monte e preparasse o povo para celebrar formalmente a aliança com Ele, através do juramento solene de que guardariam todos aqueles mandamentos.
Depois, Moisés voltaria ao monte onde permaneceria por quarenta dias e noites para receber, principalmente as tábuas de pedra escritas por Deus com os dez mandamentos e as instruções relativas à construção do tabernáculo e a regulamentação da forma de culto e serviço que deveria ser realizado nele pelos sacerdotes.
Isto será encontrado a partir do vigésimo quarto capitulo, pois, neste 22º, como dissemos antes, encontramos a conclusão da regulamentação dos dez mandamentos.
Posteriormente, outras leis civis seriam acrescentadas a estas, conforme se vê nos demais livros do Pentateuco.
No versículo segundo nós vemos que a justiça deve prevalecer sobre o interesse da maioria.
E a pobreza não é um argumento consistente para justificar a prática do que é errado (v 3).
No entanto, o pobre não deveria ter o seu direito negado, em razão da sua pobreza (v.6).
Nos versículos 4 e 5 vemos traços daquele amor aos inimigos, que nos foi ordenado por Jesus.
O ímpio não deveria ser justificado, assim como o inocente e o justo não deveriam ser condenados pelo que não fizeram (v. 7).
Os juízes não deveriam aceitar suborno para não serem influenciados em seus julgamentos, inclinando-se a serem parciais com aqueles que lhes subornassem (v. 8).
Ninguém deveria ser discriminado em Israel, pela sua condição de não ser um israelita (v.9).
Nos versículos 10 e 11 há uma norma para incrementar a produção agrícola, e também para amparar os pobres em suas necessidades de alimento.
Esta é uma lei, dentre muitas outras, que tinham em vista, sobretudo, combater o egoísmo que habita naturalmente no coração dos homens, lhes ensinando a serem sensíveis e generosos para com o seu próximo, sem nada esperarem em troca.
Temos também neste capítulo, dentre outras ordenanças, as relativas à celebração das festas fixas anuais: a dos pães ázimos (páscoa); a festa das primícias (pentecostes), e a festa da colheita no final do ano (tabernáculos).
Estas festas tinham principalmente em vista preservar a unidade de Israel em torno da gratidão ao Senhor, pelo reconhecimento de ser Ele o seu libertador (páscoa/ázimos) e provedor de todas as coisas (primícias e colheita).    
 Deus revelou também a Moisés que o general que iria adiante deles, e que principalmente os levaria à vitória diante dos povos de Canaã, seria o Anjo da aliança, que certamente é uma referência à teofania de Jesus, a quem o apóstolo Paulo se refere como a pedra espiritual que os seguia (I Cor 10.4).
E a profanação da terra da promessa pelos povos que habitavam Canaã havia chegado a um ponto extremo que até seus próprios filhos eram sacrificados por eles aos seus deuses, cujos nomes Deus proibiu aos israelitas até mesmo se referir a eles (v 13); e assim todas as imagens de escultura daqueles deuses bem como os seus adoradores deveriam ser destruídos por Israel, de modo que, quando viessem a habitar em Canaã não se contaminassem com eles, e dessem um testemunho em todo o mundo de serem um povo separado pelo Senhor, para viverem do modo santo e justo que Ele havia designado.
Além disso, seria testemunhada a impotência e falsidade daqueles deuses, assim como o Senhor havia revelado a dos deuses egípcios, de modo que as pessoas abandonassem a sua adoração e o exemplo da perversão das vidas daqueles que os adoravam.
E Moisés diria estas palavras ao povo de Israel antes que o Senhor entrasse em aliança com eles, para que entendessem que o seu compromisso com Deus exigiria todas estas ações.
Mas para encorajá-los, Deus fez também a promessa de que se o servissem do modo que lhes estava exigindo, Ele os abençoaria lhes dando prosperidade de alimentos e água, bem como retiraria do meio deles as enfermidades, e não haveria em Israel mulheres que abortassem ou fossem estéreis, e teriam vida longeva.
E enviaria o Seu terror diante deles, confundindo a todo o povo aonde entrassem, e faria com que seus inimigos lhes voltassem as costas, e expulsaria a todos os seus inimigos da terra prometida, aos poucos, de modo que eles possuíssem a terra por herança (Ex 23.25-31).


Êxodo 23.1 Não levantarás falso boato, e não pactuarás com o ímpio, para seres testemunha injusta.
Êxodo 23.2 Não seguirás a multidão para fazeres o mal; nem numa demanda darás testemunho, acompanhando a maioria, para perverteres a justiça;
Êxodo 23.3 nem mesmo ao pobre favorecerás na sua demanda.
Êxodo 23.4 Se encontrares desgarrado o boi do teu inimigo, ou o seu jumento, sem falta lho reconduzirás.
Êxodo 23.5 Se vires deitado debaixo da sua carga o jumento daquele que te odeia, não passarás adiante; certamente o ajudarás a levantá-lo.
Êxodo 23.6 Não perverterás o direito do teu pobre na sua demanda.
Êxodo 23.7 Guarda-te de acusares falsamente, e não matarás o inocente e justo; porque não justificarei o ímpio.
Êxodo 23.8 Também não aceitarás peita, porque a peita cega os que têm vista, e perverte as palavras dos justos.
Êxodo 23.9 Outrossim, não oprimirás o estrangeiro; pois vós conheceis o coração do estrangeiro, porque fostes estrangeiros na terra do Egito.
Êxodo 23.10 Seis anos semearás tua terra, e recolherás os seus frutos;
Êxodo 23.11 mas no sétimo ano a deixarás descansar e ficar em pousio, para que os pobres do teu povo possam comer, e do que estes deixarem comam os animais do campo. Assim farás com a tua vinha e com o teu olival.
Êxodo 23.12 Seis dias farás os teus trabalhos, mas ao sétimo dia descansarás; para que descanse o teu boi e o teu jumento, e para que tome alento o filho da tua escrava e o estrangeiro.
Êxodo 23.13 Em tudo o que vos tenho dito, andai apercebidos. Do nome de outros deuses nem fareis menção; nunca se ouça da vossa boca o nome deles.
Êxodo 23.14 Três vezes no ano me celebrarás festa:
Êxodo 23.15 A festa dos pães ázimos guardarás: sete dias comerás pães ázimos como te ordenei, ao tempo apontado no mês de abibe, porque nele saíste do Egito; e ninguém apareça perante mim de mãos vazias;
Êxodo 23.16 também guardarás a festa da sega, a das primícias do teu trabalho, que houveres semeado no campo; igualmente guardarás a festa da colheita à saída do ano, quando tiveres colhido do campo os frutos do teu trabalho.
Êxodo 23.17 Três vezes no ano todos os teus homens aparecerão diante do Senhor Deus.
Êxodo 23.18 Não oferecerás o sangue do meu sacrifício com pão levedado, nem ficará da noite para a manhã a gordura da minha festa.
Êxodo 23.19 As primícias dos primeiros frutos da tua terra trarás à casa do Senhor teu Deus. Não cozerás o cabrito no leite de sua mãe.
Êxodo 23.20 Eis que eu envio um anjo adiante de ti, para guardar-te pelo caminho, e conduzir-te ao lugar que te tenho preparado.
Êxodo 23.21 Anda apercebido diante dele, e ouve a sua voz; não sejas rebelde contra ele, porque não perdoará a tua rebeldia; pois nele está o meu nome.
Êxodo 23.22 Mas se, na verdade, ouvires a sua voz, e fizeres tudo o que eu disser, então serei inimigo dos teus inimigos, e adversário dos teus adversários.
Êxodo 23.23 Porque o meu anjo irá adiante de ti, e te introduzirá na terra dos amorreus, dos heteus, dos perizeus, dos cananeus, dos heveus e dos jebuseus; e eu os aniquilarei.
Êxodo 23.24 Não te inclinarás diante dos seus deuses, nem os servirás, nem farás conforme as suas obras; Antes os derrubarás totalmente, e quebrarás de todo as suas colunas.
Êxodo 23.25 Servireis, pois, ao Senhor vosso Deus, e ele abençoará o vosso pão e a vossa água; e eu tirarei do meio de vós as enfermidades.
Êxodo 23.26 Na tua terra não haverá mulher que aborte, nem estéril; o número dos teus dias completarei.
Êxodo 23.27 Enviarei o meu terror adiante de ti, pondo em confusão todo povo em cujas terras entrares, e farei que todos os teus inimigos te voltem as costas.
Êxodo 23.28 Também enviarei na tua frente vespas, que expulsarão de diante de ti os heveus, os cananeus e os heteus.
Êxodo 23.29 Não os expulsarei num só ano, para que a terra não se torne em deserto, e as feras do campo não se multipliquem contra ti.
Êxodo 23.30 Pouco a pouco os lançarei de diante de ti, até que te multipliques e possuas a terra por herança.
Êxodo 23.31 E fixarei os teus limites desde o Mar Vermelho até o mar dos filisteus, e desde o deserto até o o rio; porque hei de entregar nas tuas mãos os moradores da terra, e tu os expulsarás de diante de ti.
Êxodo 23.32 Não farás pacto algum com eles, nem com os seus deuses.
Êxodo 23.33 Não habitarão na tua terra, para que não te façam pecar contra mim; pois se servires os seus deuses, certamente isso te será um laço.






Êxodo 24

O capítulo 24 de Êxodo registra como foi instituída e formalizada a Antiga Aliança, tendo a Moisés por mediador, e tendo como base o sangue de animais aspergido sobre o povo e sobre o livro da aliança. Tal como a Nova Aliança foi instituída e formalizada quando Jesus morreu na cruz e a selou com o Seu próprio sangue.
Deus havia prometido a Abraão ser o Deus da sua descendência, a saber o Deus de Israel, e agora, o povo de Israel declara que seria o povo de Deus, mediante o cumprimento de tudo o que lhe estava sendo ordenado por Ele.
E assim foi selado o pacto, a aliança, entre Deus e Israel, e deste com Deus.
Nenhuma aliança com Deus seria feita, se não fosse pela provisão da graça, tipificada no sacrifício e no sangue que apontavam para o sacrifício de Cristo; pois Deus, santo que é, não pode, em razão da exigência da Sua justiça, fazer aliança com pecadores, mas Ele proveu o meio necessário para isto, que é o sacrifício de Jesus, que satisfez à Sua justiça, por ter Ele morrido no lugar dos pecadores.
É por isso que lemos no Novo Testamento, em Hb 9.18-26, o seguinte:
“Pelo que nem o primeiro pacto foi consagrado sem sangue; porque, havendo Moisés anunciado a todo o povo todos os mandamentos segundo a lei, tomou o sangue dos novilhos e dos bodes, com água, lã purpúrea e hissopo e aspergiu tanto o próprio livro como todo o povo, dizendo: este é o sangue do pacto que Deus ordenou para vós. Semelhantemente aspergiu com sangue também o tabernáculo e todos os vasos do serviço sagrado. E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão. Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que estão no céu fossem purificadas com tais sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios melhores do que estes. Pois Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, mas no próprio céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus; nem também para se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote de ano em ano entra no santo lugar com sangue alheio; doutra forma, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas agora, na consumação dos séculos, uma vez por todas se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo.”.
Quando foi celebrada a Antiga Aliança naquele dia memorável no Sinai, Deus fez daquela, não somente uma ocasião solene, mas também festiva e de alegria, pois convocou à Sua presença Moisés, Arão, Nadabe e Abiú, sacerdotes, filhos de Arão, e setenta anciãos de Israel, sendo que estes contemplaram ao subir o monte, a glória do Senhor somente de longe, e apenas a Moisés foi permitido se aproximar-se do Senhor.
Todos eles viram um como que calçamento de safira que resplandecia como o brilho do céu, sobre o qual se encontravam os pés do Deus de Israel. Eles entenderam que aquele pacto tinha um propósito celestial, e não era apenas para propósitos terrenos, mas para atender ao desígnio do que é divino, espiritual, celestial.
O aspecto da glória celestial não parou por aí, pois tendo o Senhor convocado a Moisés para se dirigir ao cume do monte, ele foi envolvido por uma nuvem que cobriu o Sinai, e a glória de Deus pousou sobre o seu cume, e por sete dias Moisés permaneceu envolvido por aquela nuvem, até que Deus o chamou e ele se dirigiu para o cume do monte, onde havia o aspecto da glória do Senhor como um fogo consumidor que aparecia aos israelitas que estavam no sopé do Sinai.
E Moisés permaneceu na presença de Deus por quarenta dias e quarenta noites recebendo instruções para a construção e serviço do tabernáculo.  


Êxodo 24.1 Depois disse Deus a Moisés: Subi ao Senhor, tu e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel, e adorai de longe.
Êxodo 24.2 Só Moisés se chegará ao Senhor; os, outros não se chegarão; nem o povo subirá com ele.
Êxodo 24.3 Veio, pois, Moisés e relatou ao povo todas as palavras do Senhor e todos os estatutos; então todo o povo respondeu a uma voz: Tudo o que o Senhor tem falado faremos.
Êxodo 24.4 Então Moisés escreveu todas as palavras do Senhor e, tendo-se levantado de manhã cedo, edificou um altar ao pé do monte, e doze colunas, segundo as doze tribos de Israel,
Êxodo 24.5 e enviou certos mancebos dos filhos de Israel, os quais ofereceram holocaustos, e sacrificaram ao Senhor sacrifícios pacíficos, de bois.
Êxodo 24.6 E Moisés tomou a metade do sangue, e a pôs em bacias; e a outra metade do sangue espargiu sobre o altar.
Êxodo 24.7 Também tomou o livro do pacto e o leu perante o povo; e o povo disse: Tudo o que o Senhor tem falado faremos, e obedeceremos.
Êxodo 24.8 Então tomou Moisés aquele sangue, e espargiu-o sobre o povo e disse: Eis aqui o sangue do pacto que o Senhor tem feito convosco no tocante a todas estas coisas.
Êxodo 24.9 Então subiram Moisés e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel,
Êxodo 24.10 e viram o Deus de Israel, e debaixo de seus pés havia como que uma calçada de pedra de safira, que parecia com o próprio céu na sua pureza.
Êxodo 24.11 Deus, porém, não estendeu a sua mão contra os nobres dos filhos de Israel; eles viram a Deus, e comeram e beberam.
Êxodo 24.12 Depois disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim ao monte, e espera ali; e dar-te-ei tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos que tenho escrito, para lhos ensinares.
Êxodo 24.13 E levantando-se Moisés com Josué, seu servidor, subiu ao monte de Deus,
Êxodo 24.14 tendo dito aos anciãos: Esperai-nos aqui, até que tornemos a vós; eis que Arão e Hur ficam convosco; quem tiver alguma questão, se chegará a eles.
Êxodo 24.15 E tendo Moisés subido ao monte, a nuvem cobriu o monte.
Êxodo 24.16 Também a glória do Senhor repousou sobre o monte Sinai, e a nuvem o cobriu por seis dias; e ao sétimo dia, do meio da nuvem, Deus chamou a Moisés.
Êxodo 24.17 Ora, a aparência da glória do Senhor era como um fogo consumidor no cume do monte, aos olhos dos filhos de Israel.
Êxodo 24.18 Moisés, porém, entrou no meio da nuvem, depois que subiu ao monte; e Moisés esteve no monte quarenta dias e quarenta noites.





Êxodo 25

É no capitulo 25 de Êxodo que começam a ser dadas as instruções por Deus a Moisés, no cume do monte Sinai, para a construção do tabernáculo, e aqui são particularmente descritos a arca da aliança (v. 10-22); a mesa dos pães (23-30), e o candelabro (31).
Deus ordena a Moisés que levantasse uma oferta em materiais junto ao povo de Israel para que fosse construído um santuário.
A palavra usada para santuário no original hebraico é mikedash, que significa lugar santo, palácio, santuário, e nós vemos nesta palavra a raiz kadesh, do verbo santificar.
Este santuário teria então o propósito de santificar o nome de Deus, revelando a todas as nações o caráter santo do Deus de Israel, pela estrutura do tabernáculo e pelos serviços que seriam prestados a Ele no mesmo.
Apesar de ser um santuário terrestre (Hb 9.1), pois foi construído na terra pelas mãos dos homens, no entanto ele era uma figura do santuário celestial (Hb 9.24) e por isso foi ordenado a Moisés que o tabernáculo fosse construído exatamente em conformidade com o modelo que lhe foi mostrado por Deus no monte Sinai (Êx 25.9; Hb 8.1-5).
Todos aqueles utensílios sagrados que estavam no tabernáculo, o sacerdócio e os sacrifícios que nele eram apresentados, eram figuras de tudo aquilo que está em Cristo, que tabernaculou, isto é, habitou entre nós.
O verbo se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e de verdade (Jo 1.14).
Por isso lemos em Hb 9.11,12: “Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação, não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção.”.
Enquanto Deus passava instruções a Moisés no monte Sinai durante os quarenta dias e noites que lá permaneceu, e ordenando que tudo fosse construído com ofertas apresentadas voluntariamente pelos israelitas, estes, em razão da demora de Moisés, apresentaram ofertas para esculpir o bezerro de ouro, e isto demonstra o quão importante era que fosse regulada a forma de adoração e designado um santuário, para que isto fosse feito de acordo com as instruções de Deus, e não segundo a imaginação dos homens.
Os metais usados na construção do tabernáculo deveriam ser todos em ouro, prata e bronze, que são metais que não se oxidam como o ferro e não se deterioram com o tempo, havendo pois nisto, uma mensagem em figura da eternidade das coisas de Deus, e da sua incorruptibilidade, isto é, elas não estão sujeitas à adulteração produzida pelo pecado.
E o primeiro utensílio sagrado a ser descrito é a arca da aliança, e isto não sem razão, porque ela era o símbolo especial da presença de Deus, que ocupara o lugar mais interior do tabernáculo, chamado de Santo dos Santos, e sendo no formato de um cofre, ela guardaria no seu interior as duas tábuas da lei escritas com o dedo de Deus. E nisto haveria uma instrução especial de que a Palavra de Deus está associada indissoluvelmente à Sua própria pessoa, e que a presença do Senhor é expressada principalmente pela Sua vontade, que está revelada na Sua Palavra.
Por isso a arca é chamada de a arca do testemunho (Êx 33.6), porque dava testemunho da pessoa de Deus.
Ninguém poderia ter acesso à arca e ao ambiente onde ela se encontrava (Santo dos Santos) a não ser o sumo sacerdote, e apenas uma vez por ano, no dia da expiação nacional.
Havia querubins esculpidos sobre o propiciatória que ficava sobe a arca, e desenhados no espesso véu, que separava o Santo dos Santos do Lugar Santo, indicando que a santidade de Deus é guardada pelos querubins, de modo que o pecador que não for remido pelo sangue de Jesus não pode ter acesso à Sua presença.
E o Senhor disse que falaria com Moisés sobre tudo que lhe ordenasse para os filhos de Israel, do meio dos dois querubins que estavam no propiciatório, que era a tampa da arca (Êx 25.22).
O tabernáculo propriamente dito tinha cerca de dez metros de comprimento, por cinco de largura, e cinco de altura. Assim, tanto o Lugar Santo, quanto o Santo dos Santos, eram, respectivamente, um cubo perfeito de 5 metros de lado.
Além dos dois outros objetos sagrados citados neste capítulo (a mesa e o candelabro), que ficavam no Lugar Santo, havia também nele o altar do incenso, que não é citado neste capítulo, mas é descrito no trigésimo.
Todos estes objetos, inclusive a arca, eram feitos de madeira de acácia e revestidos de ouro. Apenas o candelabro era feito todo em ouro, sem partes de madeira.
Tudo no tabernáculo fala em figura de muitas realidades espirituais, que estão em Cristo, tanto quanto estão e devem estar nos cristãos.


Êxodo 25.1 Então disse o Senhor a Moisés:
Êxodo 25.2 Fala aos filhos de Israel que me tragam uma oferta alçada; de todo homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a minha oferta alçada.
Êxodo 25.3 E esta é a oferta alçada que tomareis deles: ouro, prata, bronze,
Êxodo 25.4 estofo azul, púrpura, carmesim, linho fino, pêlos de cabras,
Êxodo 25.5 peles de carneiros tintas de vermelho, peles de golfinhos, madeira de acácia,
Êxodo 25.6 azeite para a luz, especiarias para o óleo da unção e para o incenso aromàtico,
Êxodo 25.7 pedras de ônix, e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral.
Êxodo 25.8 E me farão um santuário, para que eu habite no meio deles.
Êxodo 25.9 Conforme a tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo, e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o fareis.
Êxodo 25.10 Também farão uma arca de madeira ,de acácia; o seu comprimento será de dois côvados e meio, e a sua largura de um côvado e meio, e de um côvado e meio a sua altura.
Êxodo 25.11 E cobri-la-ás de ouro puro, por dentro e por fora a cobrirás; e farás sobre ela uma moldura de ouro ao redor;
Êxodo 25.12 e fundirás para ela quatro argolas de ouro, que porás nos quatro cantos dela; duas argolas de um lado e duas do outro.
Êxodo 25.13 Também farás varais de madeira de acácia, que cobrirás de ouro.
Êxodo 25.14 Meterás os varais nas argolas, aos lados da arca, para se levar por eles a arca.
Êxodo 25.15 Os varais permanecerão nas argolas da arca; não serão tirados dela.
Êxodo 25.16 E porás na arca o testemunho, que eu te darei.
Êxodo 25.17 Igualmente farás um propiciatório, de ouro puro; o seu comprimento será de dois covados e meio, e a sua largura de um côvado e meio.
Êxodo 25.18 Farás também dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório.
Êxodo 25.19 Farás um querubim numa extremidade e o outro querubim na outra extremidade; de uma só peça com o propiciatório fareis os querubins nas duas extremidades dele.
Êxodo 25.20 Os querubins estenderão as suas asas por cima do propiciatório, cobrindo-o com as asas, tendo as faces voltadas um para o outro; as faces dos querubins estarão voltadas para o propiciatório.
Êxodo 25.21 E porás o propiciatório em cima da arca; e dentro da arca porás o testemunho que eu te darei.
Êxodo 25.22 E ali virei a ti, e de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins que estão sobre a arca do testemunho, falarei contigo a respeito de tudo o que eu te ordenar no tocante aos filhos de Israel.
Êxodo 25.23 Também farás uma mesa de madeira de acácia; o seu comprimento será de dois côvados, a sua largura de um côvado e a sua altura de um côvado e meio;
Êxodo 25.24 cobri-la-ás de ouro puro, e lhe farás uma moldura de ouro ao redor.
Êxodo 25.25 Também lhe farás ao redor uma guarnição de quatro dedos de largura, e ao redor na guarnição farás uma moldura de ouro.
Êxodo 25.26 Também lhe farás quatro argolas de ouro, e porás as argolas nos quatro cantos, que estarão sobre os quatro pés.
Êxodo 25.27 Junto da guarnição estarão as argolas, como lugares para os varais, para se levar a mesa.
Êxodo 25.28 Farás, pois, estes varais de madeira de acácia, e os cobrirás de ouro; e levar-se-á por eles a mesa.
Êxodo 25.29 Também farás os seus pratos, as suas colheres, os seus cântaros e as suas tigelas com que serão oferecidas as libações; de ouro puro os farás.
Êxodo 25.30 E sobre a mesa porás os pães da o proposição perante mim para sempre.
Êxodo 25.31 Também farás um candelabro de ouro puro; de ouro batido se fará o candelabro, tanto o seu pedestal como a sua haste; os seus copos, os seus cálices e as suas corolas formarão com ele uma só peça.
Êxodo 25.32 E de seus lados sairão seis braços: três de um lado, e três do outro.
Êxodo 25.33 Em um braço haverá três copos a modo de flores de amêndoa, com cálice e corola; também no outro braço três copos a modo de flores de amêndoa, com cálice e corola; assim se farão os seis braços que saem do candelabro.
Êxodo 25.34 Mas na haste central haverá quatro copos a modo de flores de amêndoa, com os seus cálices e as suas corolas,
Êxodo 25.35 e um cálice debaixo de dois braços, formando com a haste uma só peça; outro cálice debaixo de dois outros braços, de uma só peça com a haste; e ainda outro cálice debaixo de dois outros braços, de uma só peça com a haste; assim será para os seis braços que saem do candelabro.
Êxodo 25.36 Os seus cálices e os seus braços formarão uma só peça com a haste; o todo será de obra batida de ouro puro.
Êxodo 25.37 Também lhe farás sete lâmpadas, as quais se acenderão para alumiar defronte dele.
Êxodo 25.38 Os seus espevitadores e os seus cinzeiros serão de ouro puro.
Êxodo 25.39 De um talento de ouro puro se fará o candelabro, com todos estes utensílios.
Êxodo 25.40 Atenta, pois, que os faças conforme o seu modelo, que te foi mostrado no monte.




Êxodo 26

Vemos no capítulo 26 de Êxodo que Moisés recebeu instruções relativas às cortinas interiores do tabernáculo, que cobririam as tábuas revestidas de ouro, unidas umas às outras, que formavam tanto o Lugar Santo quanto o Santo dos Santos, quanto às camadas de peles de carneiros e de animais marinhos que cobririam o tabernáculo externamente.
Quatro tábuas dispostas paralelamente e cobertas com o véu, fariam separação entre o Lugar Santo e o Santo dos Santos.
 Tudo no tabernáculo era desmontável, de modo que pudesse ser um santuário portátil, acompanhando Israel em suas peregrinações.
Isto é ilustrativo da peregrinação do povo do Senhor neste mundo, que não possui um santuário fixo, até que cheguemos ao céu.
As tábuas do tabernáculo eram muitas mas eram unidas umas às outras pelos travessões, assim como as cortinas que eram unidas pelos colchetes, e de igual modo a igreja de Cristo é formada de muitas congregações, mas estas formam uma unidade, por estarem unidas pelos travessões e colchetes do amor.    
A vista interna do tabernáculo exibia as cortinas de linho com as cores azul, púrpura e vermelho, envolvendo as paredes de madeira revestidas de ouro, estando tais cortinas estampadas com querubins.
E olhando para o teto do tabernáculo se via uma cobertura feita de cortinas de peles de cabras (26.7), sobre a qual estava uma outra cobertura feita de pele de carneiro tingida de vermelho e sobre a qual estava uma cobertura de peles de animais marinhos (26.14).
E toda esta beleza estava sobre um chão de terra, como vemos no verso 24, para que o homem se lembrasse sempre que está na terra e Deus está no céu.
Nada se diz sobre revestimento do chão do tabernáculo, nenhuma instrução foi dada da parte de Deus a este respeito.
Na presença do Senhor, o homem deve se lembrar que é pó, e deve se humilhar diante do Criador dos céus e da terra.
A adoração verdadeira chama humilhação, porque Deus dá a Sua graça aos humildes.
No culto da Antiga Aliança o povo de Israel só podia ter acesso ao átrio exterior do tabernáculo, que será descrito no capítulo seguinte.
Ninguém podia oficiar no Lugar Santo, senão os sacerdotes, segundo os turnos designados, e somente para os serviços necessários de apagar e acender o candelabro, o incenso, e trocar os pães da mesa, e somente o sumo sacerdote podia entrar no Santo dos Santos, uma vez por ano para fazer propiciação com o sangue de animais, tanto pelos seus próprios pecados, quanto pelos de todo o povo.
  Assim não havia nenhum objeto que pudesse ser adorado pelo povo naquela estrutura cujo modelo foi dado por Deus a Moisés.
Nada que pudesse ser manipulado pelo homem, depois de ter sido construído.
Deus é Onipotente e Onisciente, o Deus Altíssimo e completamente santo, mas veio habitar entre os homens, mas revelou que a aproximação dEle exige santidade, e o acesso ao Santo dos Santos exige completa reverência e está reservada somente àqueles que estão aliançados com Ele e que são chamados e designados por Ele para estarem na Sua presença.
Deus é santo, e há um véu que separa o pecador de Deus. Somente em Cristo este véu é rasgado, de modo que se possa contemplar a beleza da santidade do Senhor.
Todos aqueles que contemplaram tal beleza  como Enoque, Noé, Moisés e tantos outros, só puderam fazê-lo porque Cristo rasgou o véu para eles, pois de outra modo, o pecador jamais poderia se aproximar de Deus e ter comunhão com Ele.
Mas a estrutura do tabernáculo, que fala em figura das realidade do céu, e da forma de aproximação do Senhor, continua a nos lembrar que devemos fazê-lo com reverência e santo temor, pois o Deus que servimos é inteiramente elevado e santo.  


Êxodo 26.1 O tabernáculo farás de dez cortinas de linho fino torcido, e de estofo azul, púrpura, e carmesim; com querubins as farás, obra de artífice.
Êxodo 26.2 O comprimento de cada cortina será de vinte e oito côvados, e a largura de quatro côvados; todas as cortinas serão da mesma medida.
Êxodo 26.3 Cinco cortinas serão enlaçadas, cada uma à outra; e as outras cinco serão enlaçadas da mesma maneira.
Êxodo 26.4 Farás laçadas de estofo azul na orla da última cortina do primeiro grupo; assim também farás na orla da primeira cortina do segundo grupo;
Êxodo 26.5 a saber, cinquenta laçadas na orla de uma cortina, e cinquenta laçadas na orla da outra; as laçadas serão contrapostas uma à outra.
Êxodo 26.6 Farás cinquenta colchetes de ouro, e prenderás com eles as cortinas, uma à outra; assim o tabernáculo virá a ser um todo.
Êxodo 26.7 Farás também cortinas de pêlos de cabras para servirem de tenda sobre o tabernáculo; onze destas cortinas farás.
Êxodo 26.8 O comprimento de cada cortina será de trinta côvados, e a largura de cada cortina de quatro côvados; as onze cortinas serão da mesma medida.
Êxodo 26.9 E ajuntarás cinco cortinas em um grupo, e as outras seis cortinas em outro grupo; e dobrarás a sexta cortina na frente da tenda.
Êxodo 26.10 E farás cinquenta laçadas na orla da última cortina do primeiro grupo, e outras cinquenta laçadas na orla da primeira cortina do segundo grupo.
Êxodo 26.11 Farás também cinquenta colchetes de bronze, e meterás os colchetes nas laçadas, e assim ajuntarás a tenda, para que venha a ser um todo.
Êxodo 26.12 E o resto que sobejar das cortinas da tenda, a saber, a meia cortina que sobejar, penderá aos fundos do tabernáculo.
Êxodo 26.13 E o côvado que sobejar de um lado e de outro no comprimento das cortinas da tenda, penderá de um e de outro lado do tabernáculo, para cobri-lo.
Êxodo 26.14 Farás também para a tenda uma coberta de peles de carneiros, tintas de vermelho, e por cima desta uma coberta de peles de golfinhos.
Êxodo 26.15 Farás também as tábuas para o tabernáculo de madeira de acácia, as quais serão colocadas verticalmente.
Êxodo 26.16 O comprimento de cada tábua será de dez côvados, e a sua largura de um côvado e meio.
Êxodo 26.17 Duas couceiras terá cada tábua, unidas uma à outra por travessas; assim farás com todas as tábuas do tabernáculo.
Êxodo 26.18 Ao fazeres as tábuas para o tabernáculo, farás vinte delas para o lado meridional.
Êxodo 26.19 Farás também quarenta bases de prata debaixo das vinte tábuas; duas bases debaixo de uma tábua, para as suas duas couceiras, e duas bases debaixo de outra, para as duas couceiras dela.
Êxodo 26.20 Também para o outro lado do tabernáculo, o que dá para o norte, farás vinte tábuas,
Êxodo 26.21 com as suas quarenta bases de prata; duas bases debaixo de uma tábua e duas debaixo de outra.
Êxodo 26.22 E para o lado posterior do tabernáculo, o que dá para o ocidente, farás seis tábuas.
Êxodo 26.23 Farás também duas tábuas para os cantos do tabernáculo no lado posterior.
Êxodo 26.24 Por baixo serão duplas, do mesmo modo se estendendo inteiras até a primeira argola em cima; assim se fará com as duas tábuas; elas serão para os dois cantos.
Êxodo 26.25 Haverá oito tábuas com as suas dezesseis bases de prata: duas bases debaixo de uma tábua e duas debaixo de outra.
Êxodo 26.26 Farás também travessões de madeira de acácia; cinco para as tábuas de um lado do tabernáculo,
Êxodo 26.27 e cinco para as tábuas do outro lado do tabernáculo, bem como c6 azeite para a luz, especiarias para o óleo da unção e para o para o ocidente.
Êxodo 26.28 O travessão central passará ao meio das tábuas, de uma extremidade à outra.
Êxodo 26.29 E cobrirás de ouro as tábuas, e de ouro farás as suas argolas, como lugares para os travessões; também os travessões cobrirás de ouro.
Êxodo 26.30 Então levantarás o tabernáculo conforme o modelo que te foi mostrado no monte.
Êxodo 26.31 Farás também um véu de azul, púrpura, carmesim, e linho fino torcido; com querubins, obra de artífice, se fará;
Êxodo 26.32 e o suspenderás sobre quatro colunas de madeira de acácia, cobertas de ouro; seus colchetes serão de ouro, sobre quatro bases de prata.
Êxodo 26.33 Pendurarás o véu debaixo dos colchetes, e levarás para dentro do véu a arca do testemunho; este véu vos fará separação entre o lugar santo e o santo dos santos.
Êxodo 26.34 Porás o propiciatório sobre a arca do testemunho no santo dos santos;
Êxodo 26.35 colocarás a mesa fora do véu, e o candelabro defronte da mesa, para o lado sul do tabernáculo; e porás a mesa para o lado norte.
Êxodo 26.36 Farás também para a porta da tenda um reposteiro de azul, púrpura, carmesim: e linho fino torcido, obra de bordador.
Êxodo 26.37 E para o reposteiro farás cinco colunas de madeira de acácia, cobrindo-as de ouro (os seus colchetes também serão de ouro), e para elas fundirás cinco bases de bronze.



Êxodo 27

Com exceção da parte final do capítulo 27 de Êxodo, que fala sobre o azeite do candelabro, tudo o mais se refere à parte exterior do tabernáculo propriamente dito, onde estava o Santo dos Santos e o Lugar Santo.
Aqui se descreve o átrio e o altar do holocausto. Mas não se fala ainda no capítulo 27 sobre a pia na qual os sacerdotes deveriam se lavar, e que é citada no capítulo trigésimo (30.17-21).
Os patriarcas erigiam altares para oferecerem sacrifícios ao Senhor, por onde quer que fossem, mas a partir do momento que o tabernáculo fosse erigido e consagrado o ofício sacerdotal, nenhum sacrifício seria aceito por Deus se não fosse oferecido no altar que ficava no átrio do tabernáculo, e se não fosse também oferecido na presença dos sacerdotes, e segundo as prescrições da lei.
O altar do holocaustos era um cubo de madeira de acácia revestido de bronze, e com uma grelha também de bronze, e com chifres nas quatro extremidades, que serviam não somente de ornamento como também como sinal do poder de Deus, sob o qual nenhum malfeitor poderia ser morto enquanto segurasse um dos chifres do altar.
Isto era uma forte figura da grande verdade que nenhum pecador, por maior que seja o seu pecado, pode ser condenado se estiver sob o poder de Deus, que decorre do sacrifício de Jesus, que foi oferecido por Ele próprio, como grande Sumo Sacerdote, que tornou o seu sacrifício inteiramente aceitável a Deus.
O átrio que rodeava a tenda do tabernáculo tinha cerca de 50 metros de comprimento por 25 de largura. E as cortinas que compunham suas paredes tinham uma altura aproximada de dois metros e meio.

Êxodo 27.1 Farás também o altar de madeira de acácia; de cinco côvados será o comprimento, de cinco côvados a largura (será quadrado o altar), e de três côvados a altura.
Êxodo 27.2 E farás as suas pontas nos seus quatro cantos; as suas pontas formarão uma só peça com o altar; e o cobrirás de bronze.
Êxodo 27.3 Far-lhe-ás também os cinzeiros, para recolher a sua cinza, e as pás, e as bacias, e os garfos e os braseiros; todos os seus utensílios farás de bronze.
Êxodo 27.4 Far-lhe-ás também um crivo de bronze em forma de rede, e farás para esta rede quatro argolas de bronze nos seus quatro cantos,
Êxodo 27.5 e a porás em baixo da borda em volta do altar, de maneira que a rede chegue até o meio do altar.
Êxodo 27.6 Farás também varais para o altar, varais de madeira de acácia, e os cobrirás de bronze.
Êxodo 27.7 Os varais serão metidos nas argolas, e estarão de um e de outro lado do altar, quando for levado.
Êxodo 27.8 èco, de tábuas, o farás; como se te mostrou no monte, assim o farão.
Êxodo 27.9 Farás também o átrio do tabernáculo. No lado que dá para o sul o átrio terá cortinas de linho fino torcido, de cem côvados de comprimento.
Êxodo 27.10 As suas colunas serão vinte, e vinte as suas bases, todas de bronze; os colchetes das colunas e as suas faixas serão de prata.
Êxodo 27.11 Assim também ao longo do lado do norte haverá cortinas de cem côvados de comprimento, e serão vinte as suas colunas e vinte as bases destas, todas de bronze; os colchetes das colunas e as suas faixas serão de prata.
Êxodo 27.12 E na largura do átrio do lado do ocidente haverá cortinas de cinquenta côvados; serão dez as suas colunas, e dez as bases destas.
Êxodo 27.13 Semelhantemente a largura do átrio do lado que dá para o nascente será de cinquenta côvados.
Êxodo 27.14 As cortinas para um lado da porta serão de quinze côvados; três serão as suas colunas, e três as bases destas.
Êxodo 27.15 E de quinze côvados serão as cortinas para o outro lado; as suas colunas serão três, e três as bases destas.
Êxodo 27.16 Também à porta do átrio haverá um reposteiro de vinte côvados, de azul, púrpura, carmesim, e linho fino torcido, obra de bordador; as suas colunas serão quatro, e quatro as bases destas.
Êxodo 27.17 Todas as colunas do átrio ao redor serão cingidas de faixas de prata; os seus colchetes serão de prata, porém as suas bases de bronze.
Êxodo 27.18 O comprimento do átrio será de cem côvados, e a largura, por toda a extensão, de cinquenta, e a altura de cinco côvados; as cortinas serão de linho fino torcido; e as bases das colunas de bronze.
Êxodo 27.19 Todos os utensílios do tabernáculo em todo o seu serviço, e todas as suas estacas, e todas as estacas do átrio, serão de bronze.
Êxodo 27.20 Ordenarás aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveiras, batido, para o candeeiro, para manter uma lâmpada acesa continuamente.
Êxodo 27.21 Na tenda da revelação, fora do véu que está diante do testemunho, Arão e seus filhos a conservarão em ordem, desde a tarde até pela manhã, perante o Senhor; este será um estatuto perpétuo para os filhos de Israel pelas suas gerações.




Êxodo 28

A inscrição “Santidade ao Senhor” usada na lâmina de ouro que era colocada sobre a mitra que ficava na cabeça do sumo sacerdote, citada em Êx 28.36, é kodesh lêh Iavé, no original hebraico, sendo a tradução de kodesh, santidade, e não santo, como aparece em algumas versões, e a palavra traduzida por Senhor, que vem de Adonai, que era a palavra pronunciada todas as vezes que aparecia no texto lido o nome de Deus com as quatro consoantes iod, que corresponde a Y, hêt que corresponde a H, e vav que corresponde a W com som de v, e um outro hêt no final, nome este que se refere ao nome de Deus na sua aliança com Israel, cuja pronúncia se perdeu, e que em muitas versos aparece traduzido por Jeová, num esforço de se resgatar a possível pronúncia que o referido nome teria.
E assim toda a riqueza de detalhes da vestimenta do sumo sacerdote estava resumida na expressão daquela lâmina de ouro, que indicava que aquele que tem a honra de oficiar os serviços sagrados diante de Deus deve estar em santidade de vida.
Como Arão foi o primeiro sumo sacerdote a oficiar no tabernáculo, então a chamada vestimenta de glória, que ali se descreve, era o traje que  deveria usar nas ocasiões também designadas por Deus, e geralmente, deveria ser trajada depois de se fazer ofertas de sacrifício pelo pecado, e especialmente quando eram concluídos os serviços de expiação do pecado de toda a nação, no chamado dia da expiação nacional.
A peça chamada de peitoral do juízo, que continha doze pedras preciosas com os nomes inscritos das tribos de Israel, respectivamente, ensina em figura que Jesus, como sumo sacerdote é quem traz junto ao seu coração os nomes das pessoas do seu povo, para sempre interceder por elas, e é Ele quem se responsabiliza pela sua salvação e bem espiritual, pois o peitoral pesava sobre os ombros de Arão, sendo preso às ombreiras por argolas de ouro. Por isso de diz em Is 9.6 que o governo está sobre os ombros de Jesus.
A palavra tumin, significa perfeições, e a palavra urim, luzes, em Ex 28.30. Designavam duas pedras que deveriam ser também colocadas no peitoral do juízo, de modo a indicar que o ofício do sacerdote deveria ser realizado com sabedoria celestial e iluminação espiritual também procedente de Deus.
As romãs com campainhas, tanto ornamentavam o traje do sumo sacerdote como também serviam provavelmente para indicar pelo som que produziam que ele continuava vivo enquanto permanecia no interior do Santo dos Santos.
Isto serviria para lembrar ao oficiante a necessidade de estar em sinceridade, santidade, e em reverente temor e tremor diante do Senhor, de modo que não estivesse sujeito ao juízo de morte de Deus para aqueles que fizessem o Seu serviço de modo indigno e relaxadamente.
Os ministros de Deus devem se separar de toda impureza e se consagrarem ao Senhor, para o Seu serviço e honra.  


Êxodo 28.1 Depois farás chegar a ti teu irmão Arão, e seus filhos com ele, dentre os filhos de Israel, para me administrarem o ofício sacerdotal; a saber: Arão, Nadabe e Abiú, Eleazar e Itamar, os filhos de Arão.
Êxodo 28.2 Farás vestes sagradas para Arão, teu irmão, para glória e ornamento.
Êxodo 28.3 Falarás a todos os homens hábeis, a quem eu tenha enchido do espírito de sabedoria, que façam as vestes de Arão para santificá-lo, a fim de que me administre o ofício sacerdotal.
Êxodo 28.4 Estas pois são as vestes que farão: um peitoral, um éfode, um manto, uma túnica bordada, uma mitra e um cinto; farão, pois, as vestes sagradas para Arão, teu irmão, e para seus filhos, a fim de me administrarem o ofício sacerdotal.
Êxodo 28.5 E receberão o ouro, o azul, a púrpura, o carmesim e o linho fino,
Êxodo 28.6 e farão o éfode de ouro, azul, púrpura, carmesim e linho fino torcido, obra de desenhista.
Êxodo 28.7 Terá duas ombreiras, que se unam às suas duas pontas, para que seja unido.
Êxodo 28.8 E o cinto de obra esmerada do éfode, que estará sobre ele, formando com ele uma só peça, será de obra semelhante de ouro, azul, púrpura, carmesim e linho fino torcido.
Êxodo 28.9 E tomarás duas pedras de berilo, e gravarás nelas os nomes dos filhos de Israel.
Êxodo 28.10 Seis dos seus nomes numa pedra, e os seis nomes restantes na outra pedra, segundo a ordem do seu nascimento.
Êxodo 28.11 Conforme a obra de lapidário, como a gravura de um selo, gravarás as duas pedras, com os nomes dos filhos de Israel; guarnecidas de engastes de ouro as farás.
Êxodo 28.12 E porás as duas pedras nas ombreiras do éfode, para servirem de pedras de memorial para os filhos de Israel; assim sobre um e outro ombro levará Arão diante do Senhor os seus nomes como memorial.
Êxodo 28.13 Farás também engastes de ouro,
Êxodo 28.14 e duas cadeiazinhas de ouro puro; como cordas as farás, de obra trançada; e aos engastes fixarás as cadeiazinhas de obra trançada.
Êxodo 28.15 Farás também o peitoral do juízo, obra de artífice; conforme a obra do éfode o farás; de ouro, de azul, de púrpura, de carmesim, e de linho fino torcido o farás.
Êxodo 28.16 Quadrado e duplo, será de um palmo o seu comprimento, e de um palmo a sua largura.
Êxodo 28.17 E o encherás de pedras de engaste, em quatro fileiras: a primeira será de uma cornalina, um topázio e uma esmeralda;
Êxodo 28.18 a segunda fileira será de uma granada, uma safira e um ônix;
Êxodo 28.19 a terceira fileira será de um jacinto, uma ágata e uma ametista;
Êxodo 28.20 e a quarta fileira será de uma crisólita, um berilo e um jaspe; elas serão guarnecidas de ouro nos seus engastes.
Êxodo 28.21 Serão, pois, as pedras segundo os nomes dos filhos de Israel, doze segundo os seus nomes; serão como a gravura de um selo, cada uma com o seu nome, para as doze tribos.
Êxodo 28.22 Também farás sobre o peitoral cadeiazinhas como cordas, obra de trança, de ouro puro.
Êxodo 28.23 Igualmente sobre o peitoral farás duas argolas de ouro, e porás as duas argolas nas duas extremidades do peitoral.
Êxodo 28.24 Então meterás as duas cadeiazinhas de ouro, de obra trançada, nas duas argolas nas extremidades do peitoral;
Êxodo 28.25 e as outras duas pontas das duas cadeiazinhas de obra trançada meterás nos dois engastes, e as porás nas ombreiras do éfode, na parte dianteira dele.
Êxodo 28.26 Farás outras duas argolas de ouro, e as porás nas duas extremidades do peitoral, na sua borda que estiver junto ao lado interior do éfode.
Êxodo 28.27 Farás mais duas argolas de ouro, e as porás nas duas ombreiras do éfode, para baixo, na parte dianteira, junto à costura, e acima do cinto de obra esmerada do éfode.
Êxodo 28.28 E ligarão o peitoral, pelas suas argolas, às argolas do éfode por meio de um cordão azul, de modo que fique sobre o cinto de obra esmerada do éfode e não se separe o peitoral do éfode.
Êxodo 28.29 Assim Arão levará os nomes dos filhos de Israel no peitoral do juízo sobre o seu coração, quando entrar no lugar santo, para memorial diante do Senhor continuamente.
Êxodo 28.30 Também porás no peitoral do juízo o Urim e o Tumim, para que estejam sobre o coração de Arão, quando entrar diante do Senhor; assim Arão levará o juízo dos filhos de Israel sobre o seu coração diante do Senhor continuamente.
Êxodo 28.31 Também farás o manto do éfode todo de azul.
Êxodo 28.32 No meio dele haverá uma abertura para a cabeça; esta abertura terá um debrum de obra tecida ao redor, como a abertura de cota de malha, para que não se rompa.
Êxodo 28.33 E nas suas abas, em todo o seu redor, farás romãs de azul, púrpura e carmesim, e campainhas de ouro, entremeadas com elas ao redor.
Êxodo 28.34 uma campainha de ouro, e uma romã, outra campainha de ouro, e outra romã, haverá nas abas do manto ao redor.
Êxodo 28.35 E estará sobre Arão quando ministrar, para que se ouça o sonido ao entrar ele no lugar santo diante do Senhor e ao sair, para que ele não morra.
Êxodo 28.36 Também farás uma lâmina de ouro puro, e nela gravarás como a gravura de um selo: SANTO AO SENHOR.
Êxodo 28.37 Pô-la-ás em um cordão azul, de maneira que esteja na mitra; bem na frente da mitra estará.
Êxodo 28.38 E estará sobre a testa de Arão, e Arão levará a iniquidade das coisas santas, que os filhos de Israel consagrarem em todas as suas santas ofertas; e estará continuamente na sua testa, para que eles sejam aceitos diante do Senhor.
Êxodo 28.39 Também tecerás a túnica enxadrezada de linho fino; bem como de linho fino farás a mitra; e farás o cinto, obra de bordador.
Êxodo 28.40 Também para os filhos de Arão farás túnicas; e far-lhes-ás cintos; também lhes farás tiaras, para glória e ornamento.
Êxodo 28.41 E vestirás com eles a Arão, teu irmão, e também a seus filhos, e os ungirás e consagrarás, e os santificarás, para que me administrem o sacerdócio.
Êxodo 28.42 Faze-lhes também calções de linho, para cobrirem a carne nua; estender-se-ão desde os lombos até as coxas.
Êxodo 28.43 E estarão sobre Arão e sobre seus filhos, quando entrarem na tenda da revelação, ou quando chegarem ao altar para ministrar no lugar santo, para que não levem iniquidade e morram; isto será estatuto perpétuo para ele e para a sua descendência depois dele.



Êxodo 29

No capítulo 29 de Êxodo são prescritas ordenanças para a consagração dos sacerdotes, e para a santificação do altar; e também para os sacrifícios diários (38-41).
E na parte final do referido capítulo há promessas de Deus de santificar a Arão, seus filhos e a todas as pessoas de Israel nos ofícios, que seriam realizados por eles no tabernáculo.
O trabalho de consagração indicava que tinha sido Deus quem havia escolhido os sacerdotes e declarado a aceitação deles, e  deveriam estar convictos da honra de terem sido chamados por Deus, como afirma o autor de Hebreus:
“Ninguém, pois, toma esta honra para si mesmo, senão quando chamado por Deus, como aconteceu com Arão.” (5.4).
Eles foram portanto distinguidos por Deus dos demais homens, e separados das atividades rotineiras e comuns, e reservados para Deus, e para atender aos serviços da Sua casa.
O carneiro que era oferecido como holocausto na consagração dos sacerdotes (Êx 29.15-18) ilustrava o que se diz em Rom 12.1, pois o fato de ser inteiramente queimado representava a total dedicação deles ao serviço de Deus, como sacrifícios vivos, cujas vidas seriam inteiramente gastas e consumidas pelas chamas do amor santo e do zelo fervoroso.
O novilho havia sido oferecido como oferta pelo pecado (Êx 29.14), e o primeiro carneiro como holocausto (v. 18), e agora o segundo carneiro seria oferecido como oferta pacífica e para a consagração dos sacerdotes (v. 22).
Era o sangue deste carneiro que era colocado na ponta da orelha e nos polegares da mão e do pé direitos deles.
E a coxa e o peito deste carneiro deveriam ser dados aos sacerdotes para a sua provisão (v. 27).
O sangue deste carneiro foi misturado ao óleo da unção e foi borrifado sobre as vestimentas dos sacerdotes, de forma a marcar a sua consagração pelo sangue de Cristo e pelo Espírito Santo, dos quais aquele sangue e óleo eram figuras.
Eles tiveram suas vestes lavadas no sangue do Cordeiro, e foram ungidos pelo Espírito Santo, e assim poderiam oficiar em favor dos homens diante de Deus..
As partes deste segundo carneiro da consagração deveriam ser movidas de lá para cá, como que representando o oferecimento do sacrifício a Deus.
A parte que era queimada no altar era  pertencente ao Senhor, indicando que o sacrifício foi aceito por Ele, e assim ele seria favorável ao ofertante, e como vimos antes, a coxa e o peito era a parte dos sacerdotes.
Aqui há uma maravilhosa figura indicando que o sacrifício de Jesus foi antes de tudo um sacrifício que foi oferecido a Deus para que Ele fosse favorável aos pecadores, que se aproximam dEle, confiantes no seu sacrifício, e por outro lado, o sacrifício do Senhor é dado aos pecadores, para que se alimentando dEle, possam ter vida eterna, por terem sido justificados dos seus pecados.
Embora todos estes atos fossem realizados num único dia, a consagração deles só seria considerada completa depois de contados sete dias, quando começariam efetivamente os seus serviços.
Este tempo de espera é muito significativo porque ilustra perfeitamente o fato de que apesar de muitos ministros serem ordenados ao santo ministério, somente no tempo certo de Deus é que eles serão efetivos no ministério, pela preparação que o Senhor lhes dará entre a ordenação e a chamada para a realização do ministério que tem preparado para eles.
Estes sete dias representam portanto o tempo certo e perfeito que é conhecido por Deus e necessário para que os que são chamados por Ele possam oficiar de modo efetivo na obra que Ele lhes tem designado para fazerem.
Havia um serviço diário designado para ser feito pelos sacerdotes, que era o oferecimento no altar, todas as manhãs e todas as noites, de um cordeiro que deveria ser oferecido às custas públicas, e ininterruptamente ao longo de todas as gerações.
Se não houvesse qualquer outro sacrifício para ser oferecido ou não, estes dois cordeiros seriam oferecidos diariamente, sendo um pela manhã e outro à noite (v 38-41), para o benefício de toda a nação de Israel.
Isto demonstrava que aqueles sacrifícios eram apenas uma figura para a remoção do pecado, que é feita somente com o sacrifício de Cristo,  pois que eram oferecidos diariamente, indicando que não eram eficazes para a remoção definitiva do pecado, pois que deveriam ser repetidos continuamente.
Mas eles representam também a intercessão ininterrupta de Cristo em favor da igreja, e de igual modo o nosso dever de oferecer incessantemente sacrifícios espirituais de oração e louvor, todos os dias, em reconhecimento humilde de nossa dependência de Deus.

Êxodo 29.1 Isto é o que lhes farás para os santificar, para que me administrem o sacerdócio: Toma um novilho e dois carneiros sem defeito,
Êxodo 29.2 e pão ázimo, e bolos ázimos, amassados com azeite, e coscorões ázimos, untados com azeite; de flor de farinha de trigo os farás;
Êxodo 29.3 e os porás num cesto, e os trarás no cesto, com o novilho e os dois carneiros.
Êxodo 29.4 Então farás chegar Arão e seus filhos à porta da tenda da revelação e os lavarás, com água.
Êxodo 29.5 Depois tomarás as vestes, e vestirás a Arão da túnica e do manto do éfode, e do éfode mesmo, e do peitoral, e lhe cingirás o éfode com o seu cinto de obra esmerada;
Êxodo 29.6 e pôr-lhe-ás a mitra na cabeça; e sobre a mitra porás a coroa de santidade;
Êxodo 29.7 então tomarás o óleo da unção e, derramando-lho sobre a cabeça, o ungirás.
Êxodo 29.8 Depois farás chegar seus filhos, e lhes farás vestir túnicas,
Êxodo 29.9 e os cingirás com cintos, a Arão e a seus filhos, e lhes atarás as tiaras. Por estatuto perpétuo eles terão o sacerdócio; consagrarás, pois, a Arão e a seus filhos.
Êxodo 29.10 Farás chegar o novilho diante da tenda da revelação, e Arão e seus filhos porão as mãos sobre a cabeça do novilho;
Êxodo 29.11 e imolarás o novilho perante o Senhor, à porta da tenda da revelação.
Êxodo 29.12 Depois tomarás do sangue do novilho, e com o dedo o porás sobre as pontas do altar, e todo o sangue restante derramarás à base do altar.
Êxodo 29.13 Também tomarás toda a gordura que cobre as entranhas, o redenho do fígado, os dois rins e a gordura que houver neles, e queimá-los-ás sobre o altar;
Êxodo 29.14 mas a carne do novilho, o seu couro e o seu excremento queimarás fora do arraial; é sacrifício pelo pecado.
Êxodo 29.15 Depois tomarás um carneiro, e Arão e seus filhos porão as mãos sobre a cabeça dele,
Êxodo 29.16 e imolarás o carneiro e, tomando o seu sangue, o espargirás sobre o altar ao redor;
Êxodo 29.17 e partirás o carneiro em suas partes, e lavarás as suas entranhas e as suas pernas, e as porás sobre as suas partes e sobre a sua cabeça.
Êxodo 29.18 Assim queimarás todo o carneiro sobre o altar; é um holocausto para o Senhor; é cheiro suave, oferta queimada ao Senhor.
Êxodo 29.19 Depois tomarás o outro carneiro, e Arão e seus filhos porão as mãos sobre a cabeça dele;
Êxodo 29.20 e imolarás o carneiro, e tomarás do seu sangue, e o porás sobre a ponta da orelha direita de Arão e sobre a ponta da orelha direita de seus filhos, como também sobre o dedo polegar da sua mão direita e sobre o dedo polegar do seu pé direito; e espargirás o sangue sobre o altar ao redor.
Êxodo 29.21 Então tomarás do sangue que estará sobre o altar, e do óleo da unção, e os espargirás sobre Arão e sobre as suas vestes, e sobre seus filhos, e sobre as vestes de seus filhos com ele; assim ele será santificado e as suas vestes, também seus filhos e as vestes de seus filhos com ele.
Êxodo 29.22 Depois tomarás do carneiro a gordura e a cauda gorda, a gordura que cobre as entranhas e o redenho do fígado, os dois rins com a gordura que houver neles e a coxa direita (porque é carneiro de consagração),
Êxodo 29.23 e uma fogaça de pão, um bolo de pão azeitado e um coscorão do cesto dos pães ázimos que estará diante do Senhor,
Êxodo 29.24 e tudo porás nas mãos de Arão, e nas mãos de seus filhos; e por oferta de movimento o moverás perante o Senhor.
Êxodo 29.25 Depois o tomarás das suas mãos e o queimarás no altar sobre o holocausto, por cheiro suave perante o Senhor; é oferta queimada ao Senhor.
Êxodo 29.26 Também tomarás o peito do carneiro de consagração, que é de Arão, e por oferta de movimento o moverás perante o Senhor; e isto será a tua porção.
Êxodo 29.27 E santificarás o peito da oferta de movimento e a coxa da oferta alçada, depois de movida e alçada, isto é, aquilo do carneiro de consagração que for de Arão e de seus filhos;
Êxodo 29.28 e isto será para Arão e para seus fihos a porção de direito, para sempre, da parte dos filhos de Israel, porque é oferta alçada; e oferta alçada será dos filhos de Israel, dos sacrifícios das suas ofertas pacíficas, oferta alçada ao Senhor.
Êxodo 29.29 As vestes sagradas de Arão ficarão para seus filhos depois dele, para nelas serem ungidos e sagrados.
Êxodo 29.30 Sete dias os vestirá aquele que de seus filhos for sacerdote em seu lugar, quando entrar na tenda da revelação para ministrar no lugar santo.
Êxodo 29.31 Também tomarás o carneiro de consagração e cozerás a sua carne em lugar santo.
Êxodo 29.32 E Arão e seus filhos comerão a carne do carneiro, e o pão que está no cesto, à porta da tenda da revelação;
Êxodo 29.33 e comerão as coisas com que for feita expiação, para consagrá-los, e para santificá-los; mas delas o estranho nào comerá, porque são santas.
Êxodo 29.34 E se sobejar alguma coisa da carne da consagração, ou do pão, até pela manhã, o que sobejar queimarás no fogo; não se comerá, porque é santo.
Êxodo 29.35 Assim, pois, farás a Arão e a seus filhos conforme tudo o que te hei ordenado; por sete dias os sagrarás.
Êxodo 29.36 Também cada dia oferecerás para expiação o novilho de sacrifício pelo pecado; e purificarás o altar, fazendo expiação por ele; e o ungirás para santificá-lo.
Êxodo 29.37 Sete dias farás expiação pelo altar, e o santificarás; e o altar será santíssimo; tudo o que tocar o altar será santo.
Êxodo 29.38 Isto, pois, é o que oferecerás sobre o altar: dois cordeiros de um ano cada dia continuamente.
Êxodo 29.39 Um cordeiro oferecerás pela manhã, e o outro cordeiro oferecerás à tardinha;
Êxodo 29.40 com um cordeiro a décima parte de uma efa de flor de farinha, misturada com a quarta parte de um him de azeite batido, e para libação a quarta parte de um him de vinho.
Êxodo 29.41 E o outro cordeiro oferecerás à tardinha, e com ele farás oferta de cereais como com a oferta da manhã, e conforme a sua oferta de libação, por cheiro suave; oferta queimada é ao Senhor.
Êxodo 29.42 Este será o holocausto contínuo por vossas gerações, à porta da tenda da revelação, perante o Senhor, onde vos encontrarei, para falar contigo ali.
Êxodo 29.43 E ali virei aos filhos de Israel; e a tenda será santificada pela minha glória;
Êxodo 29.44 santificarei a tenda da revelação e o altar; também santificarei a Arão e seus filhos, para que me administrem o sacerdócio.
Êxodo 29.45 Habitarei no meio dos filhos de Israel, e serei o seu Deus;
Êxodo 29.46 e eles saberão que eu sou o Senhor seu Deus, que os tirei da terra do Egito, para habitar no meio deles; eu sou o Senhor seu Deus.



Êxodo 30

Em Êxodo 30 vemos que o altar do incenso ficava no Lugar Santo juntamente com o candelabro, e a mesa dos pães.
O incenso era queimado no Lugar Santo todas as manhãs e todas as tardes de todos os dias, sem que os sacerdotes pudessem ver a arca do testemunho no interior do Santo dos Santos, porque havia a separação do véu.
Mas sendo queimado diante do véu na direção em que se encontrava a arca tipificava o que acontece com as orações dos santos, especialmente suas intercessões, que são feitas em espírito em direção ao Senhor que não vemos, mas sabemos que nos ouve e atende.
E tal é a importância de que o tempo reservado à oração não seja misturado com nenhuma outra atividade, para que nada se interponha entre aquele que ora e o Senhor, que em figura, Deus ordenou o que lemos em Êxodo 30.9, a respeito do altar do incenso:
“Não oferecereis sobre ele incenso estranho, nem holocausto, nem ofertas de manjares; nem tampouco derramareis libações sobre ele.”.
Oração é oração. Pregação é pregação. Ensino é ensino. Não se deve portanto pregar na oração e orar na pregação.
É muito comum ouvirmos verdadeiros sermões de pessoas que pensam estar orando. A oração é dirigida ao alto, à presença do Senhor, assim como está representado na fumaça do incenso que sobe.
Mas o altar do incenso também tipificava a intercessão contínua de Cristo como nosso sumo sacerdote, pois Ele está na presença do Pai sempre intercedendo por nós.
Por isso foi ordenado a Moisés que o altar de incenso fosse colocado defronte do véu (Êx 30.6). E a bordadura de ouro que este altar tinha ao redor da parte superior (v. 3) simbolizava a coroa de Cristo, que intercede por nós como rei.          
Todos os serviços do tabernáculo tinham em vista principalmente a expiação do pecado.
E para deixar marcado que esta expiação é a mesma tanto para ricos quanto para pobres, uma mesma taxa que proveria as despesas dos serviços públicos do tabernáculo seria cobrada deles (v 11-16).
Não seria a oferta propriamente que faria expiação pelas almas dos israelitas, mas esta seria feita no tabernáculo com o pagamento que eles fariam, e que apontava simbolicamente para isto.
O tabernáculo era terrestre e teria que ser mantido com recursos materiais.
Mas o tabernáculo maior e melhor que é Cristo é celestial, não necessita de nenhum recurso terreno para fazer expiação pelas nossas almas, da qual aquela era apenas figura.
Contudo, dali se aprende a lição que a salvação de Jesus é a mesma tanto para ricos quanto para pobres.
O rico não é salvo de modo diferente do que é salvo o pobre.
Ele não participará de uma mesa diferente no céu, porque tanto pobres quanto ricos participarão da mesma mesa do Senhor.
E é algo maravilhoso verificar que isto se cumpre já a partir da terra, porque na igreja de Cristo não há acepção de pessoas.
Em Êx 30.17-21 são dadas instruções relativas à pia de bronze, que deveria ficar entre a tenda da congregação, que era o tabernáculo propriamente dito, e o altar do holocausto.
Os sacerdotes tinham que lavar as mãos e os pés antes de entrarem no Lugar Santo para queimarem incenso, acenderem e apagarem as lâmpadas do candelabro, e para trocarem os pães.
Isto tipificava a necessidade de nos santificarmos continuamente, e nos renovarmos nesta santificação diariamente, pois os serviços eram diários, para que possamos ministrar na presença do Senhor.
Na lavagem diária com água da pia de bronze nós temos mais uma vez tipificado o ensino de que não devemos buscar a santidade em nós mesmos, mas na graça e Palavra purificadora de Jesus, simbolizada pela água que nos lava.
E isto se faz por meio da fé nEle, no Seu perdão, e por meio do arrependimento e confissão de nossos pecados.
E é muito interessante o fato de que logo após o registro das ordenanças relativas à purificação cerimonial pia de bronze, estejam registradas as instruções relacionadas à composição e uso do óleo da unção para ungir o tabernáculo e todos os seus utensílios, bem como a Arão e seus filhos, que foram os primeiros sacerdotes.
De modo nenhum este óleo poderia ser usado sobre outras pessoas a não ser os sacerdotes.
E o que aprendemos disto?
Aprendemos que sempre que confessamos os nossos pecados com sinceridade de coração, e com verdadeiro arrependimento, isto é, com uma mudança real em nossa atitude em relação ao pecado, nos voltando para Deus, podemos esperar com certeza que seremos ungidos pelo Espírito Santo, que gerará em nós santidade e poder.
É a unção do Espírito quem de fato nos santifica, nos dando um coração puro e reto, e que ama a Deus e a Sua santa vontade.
E do fato de que o tabernáculo e os seus utensílios deveriam ser consagrados com o óleo da unção, aprendemos que não apenas nossas vidas, mas tudo o que nos pertence, e especialmente as coisas que temos consagrado para o serviço de Deus, devem ser usadas de modo exclusivamente santo, e não devemos misturar coisas profanas às coisas que são sagradas.
Pois disto também depende a manutenção da presença do Espírito Santo entre nós.
Ele não estará atuando entre nós quando estamos deliberadamente junto e associados àquelas coisas que sabemos que são condenadas pelo Senhor, especialmente quando estamos ligados a elas pelos nossos afetos.
Cristo não estará à vontade numa casa que esteja suja pelo pecado.
Ele primeiro a lavará para que possa se sentir em casa, pois é inteiramente santo.

Êxodo 30.1 Farás um altar para queimar o incenso; de madeira de acácia o farás.
Êxodo 30.2 O seu comprimento será de um côvado, e a sua largura de um côvado; será quadrado; e de dois côvados será a sua altura; as suas pontas formarão uma só peça com ele.
Êxodo 30.3 De ouro puro o cobrirás, tanto a face superior como as suas paredes ao redor, e as suas pontas; e lhe farás uma moldura de ouro ao redor.
Êxodo 30.4 Também lhe farás duas argolas de ouro debaixo da sua moldura; nos dois cantos de ambos os lados as farás; e elas servirão de lugares para os varais com que o altar será levado.
Êxodo 30.5 Farás também os varais de madeira de acácia e os cobrirás de ouro.
Êxodo 30.6 E porás o altar diante do véu que está junto à arca do testemunho, diante do propiciatório, que se acha sobre o testemunho, onde eu virei a ti.
Êxodo 30.7 E Arão queimará sobre ele o incenso das especiarias; cada manhã, quando puser em ordem as lâmpadas, o queimará.
Êxodo 30.8 Também quando acender as lâmpadas à tardinha, o queimará; este será incenso perpétuo perante o Senhor pelas vossas gerações.
Êxodo 30.9 Não oferecereis sobre ele incenso estranho, nem holocausto, nem oferta de cereais; nem tampouco derramareis sobre ele ofertas de libação.
Êxodo 30.10 E uma vez no ano Arão fará expiação sobre as pontas do altar; com o sangue do sacrifício de expiação de pecado, fará expiação sobre ele uma vez no ano pelas vossas gerações; santíssimo é ao Senhor.
Êxodo 30.11 Disse mais o Senhor a Moisés:
Êxodo 30.12 Quando fizeres o alistamento dos filhos de Israel para sua enumeração, cada um deles dará ao Senhor o resgate da sua alma, quando os alistares; para que não haja entre eles praga alguma por ocasião do alistamento.
Êxodo 30.13 Dará cada um, ao ser alistado, meio siclo, segundo o siclo do santuário (este siclo é de vinte jeiras); meio siclo é a oferta ao Senhor.
Êxodo 30.14 Todo aquele que for alistado, de vinte anos para cima, dará a oferta do Senhor.
Êxodo 30.15 O rico não dará mais, nem o pobre dará menos do que o meio siclo, quando derem a oferta do Senhor, para fazerdes expiação por vossas almas.
Êxodo 30.16 E tomarás o dinheiro da expiação dos filhos de Israel, e o designarás para o serviço da tenda da revelação, para que sirva de memorial a favor dos filhos de Israel diante do Senhor, para fazerdes expiação por vossas almas.
Êxodo 30.17 Disse mais o Senhor a Moisés:
Êxodo 30.18 Farás também uma pia de bronze com a sua base de bronze, para lavatório; e a porás entre a tenda da revelação e o altar, e nela deitarás água,
Êxodo 30.19 com a qual Arão e seus filhos lavarão as mãos e os pés;
Êxodo 30.20 quando entrarem na tenda da revelação lavar-se-ão com água, para que não morram, ou quando se chegarem ao altar para ministrar, para fazer oferta queimada ao Senhor.
Êxodo 30.21 Lavarão, pois, as mãos e os pés, para que não morram; e isto lhes será por estatuto perpétuo a ele e à sua descendência pelas suas gerações.
Êxodo 30.22 Disse mais o Senhor a Moisés:
Êxodo 30.23 Também toma das principais especiarias, da mais pura mirra quinhentos siclos, de canela aromática a metade, a saber, duzentos e cinquenta siclos, de cálamo aromático duzentos e cinquenta siclos,
Êxodo 30.24 de cássia quinhentos siclos, segundo o siclo do santuário, e de azeite de oliveiras um him.
Êxodo 30.25 Disto farás um óleo sagrado para as unções, um perfume composto segundo a arte do perfumista; este será o óleo sagrado para as unções.
Êxodo 30.26 Com ele ungirás a tenda da revelação, a arca do testemunho,
Êxodo 30.27 a mesa com todos os seus utensílios, o candelabro com os seus utensílios, o altar de incenso,
Êxodo 30.28 a altar do holocausto com todos os seus utensílios, o altar de incenso,
Êxodo 30.29 Assim santificarás estas coisas, para que sejam santíssimas; tudo o que as tocar será santo.
Êxodo 30.30 Também ungirás a Arão e seus filhos, e os santificarás para me administrarem o sacerdócio.
Êxodo 30.31 E falarás aos filhos de Israel, dizendo: Este me será o óleo sagrado para as unções por todas as vossas gerações.
Êxodo 30.32 Não se ungirá com ele carne de homem; nem fareis outro de semelhante composição; sagrado é, e para vós será sagrado.
Êxodo 30.33 O homem que compuser um perfume como este, ou que com ele ungir a um estranho, será extirpado do seu povo.
Êxodo 30.34 Disse mais o Senhor a Moisés: Toma especiarias aromáticas: estoraque, e ônica, e gálbano, especiarias aromáticas com incenso puro; de cada uma delas tomarás peso igual;
Êxodo 30.35 e disto farás incenso, um perfume segundo a arte do perfumista, temperado com sal, puro e santo;
Êxodo 30.36 e uma parte dele reduzirás a pó e o porás diante do testemunho, na tenda da revelação onde eu virei a ti; coisa santíssimá vos será.
Êxodo 30.37 Ora, o incenso que fareis conforme essa composição, não o fareis para vós mesmos; santo vos será para o Senhor.
Êxodo 30.38 O homem que fizer tal como este para o cheirar, será extirpado do seu povo.




Êxodo 31

Vemos de forma muito clara e direta em Êxodo 31, a verdade de que os dons e talentos dos homens lhes são concedidos por Deus.
Agora, pelo bom ou  mau uso do  livre arbítrio, poderão usar estes dons para criar um ídolo abominável e para comporem toda sorte de obras inspiradas pelo pecado e por demônios, ou então, colocarão, como Bezalel e Aoliabe, estes dons e talentos recebidos, a serviço de Deus.
Deus mesmo qualificou as pessoas para o serviço de construção do tabernáculo, enchendo-as do seu Espírito e também de  habilidade, de inteligência e de conhecimento em todo artifício (v. 3).
E deu sabedoria de coração a todos os homens hábeis para que fizessem tudo o que ele havia ordenado a Moisés em relação ao tabernáculo (v 6).
Veja que a sabedoria de coração seria dada a homens hábeis (v 6).
O negligente, o insensato, o preguiçoso, não deve sequer esperar receber sabedoria de coração e habilidade da parte de Deus.
Se não houver arrependimento destas coisas, se não procurar verdadeira conversão que mude esta sua presente condição, não haverá também da parte do Senhor qualquer mover no sentido de dar-lhe aquilo que ele não tem procurado.
Por isso se diz que o que procura acha, e o que pede recebe, e ao que bate à porta esta lhe é aberta.
O homem deve estar fazendo bom uso daquilo que tem recebido de Deus.
Ele não deve enterrar os seus talentos, mas negociar com eles para obter lucros para o seu Senhor.
E fazendo assim, Ele será convocado para tarefas maiores e melhores, e terá satisfação em seu viver, porque o homem foi criado para progredir em direção à perfeição espiritual.
E se este alvo não está sendo atingido, ele não poderá ter verdadeira satisfação em seu viver.
É muito apropriado que na sequência do 31º capítulo de Êxodo, que Deus tenha reafirmado a Moisés as ordenanças relativas ao sábado.
Pois até mesmo a obra de construção do tabernáculo deveria ser cessada no dia de descanso para que todo o povo se lembrasse que é o Senhor quem os santificava.
Aquele dia era santificado para lembrar sempre  ao povo de Deus que eles tinham o dever de serem santos assim como o Senhor é santo.
Seria pela santificação do sábado que Israel testemunharia a todas as nações que Deus havia santificado os seus corações.
Eles testemunhariam que os interesses do Senhor estão acima dos nossos próprios interesses.
Separando um dia em cada sete eles demonstrariam que importa mais fazer a vontade do Senhor do que a nossa própria vontade.
Este seria portanto um sinal permanente de que o Deus de Israel era distinto de todos os falsos deuses, que eram adorados pelas demais nações.
E de tal forma era importante este testemunho a ser dado por Israel (v. 16 e 17), na perspectiva do Senhor, que ele ordenou que fosse morto todo aquele que fizesse alguma obra no sábado (v. 15).
O verso 18 fecha todas as ordenanças e mandamentos que Moisés recebeu no monte Sinai naqueles quarenta dias e noites que esteve na presença de Deus, afirmando que as duas tábuas de pedra do testemunho, escritas pelo dedo de Deus haviam sido dadas a Moisés, depois que Ele havia acabado de falar com ele todas as palavras que lemos do capítulo 25 ao 31 de Êxodo.

Êxodo 31.1 Depois disse o Senhor a Moisés:
Êxodo 31.2 Eis que eu tenho chamado por nome a Bezaleel, filho de îri, filho de Hur, da tribo de Judá,
Êxodo 31.3 e o enchi do espírito de Deus, no tocante à sabedoria, ao entendimento, à ciência e a todo ofício,
Êxodo 31.4 para inventar obras artísticas, e trabalhar em ouro, em prata e em bronze,
Êxodo 31.5 e em lavramento de pedras para engastar, e em entalhadura de madeira, enfim para trabalhar em todo ofício.
Êxodo 31.6 E eis que eu tenho designado com ele a Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã, e tenho dado sabedoria ao coração de todos os homens hábeis, para fazerem tudo o que te hei ordenado,
Êxodo 31.7 a saber: a tenda da revelação, a arca do testemunho, o propiciatório que estará sobre ela, e todos os móveis da tenda;
Êxodo 31.8 a mesa com os seus utensílios, o candelabro de ouro puro com todos os seus utensílios, o altar do incenso,
Êxodo 31.9 o altar do holocausto com todos os seus utensílios, e a pia com a sua base;
Êxodo 31.10 as vestes finamente tecidas, as vestes sagradas de Arão, o sacerdote, e as de seus filhos, para administrarem o sacerdócio;
Êxodo 31.11 o óleo da unção, e o incenso aromático para o lugar santo; eles farão conforme tudo o que te hei mandado.
Êxodo 31.12 Disse mais o Senhor a Moisés:
Êxodo 31.13 Falarás também aos filhos de Israel, dizendo: Certamente guardareis os meus sábados; porquanto isso é um sinal entre mim e vós pelas vossas gerações; para que saibais que eu sou o Senhor, que vos santifica.
Êxodo 31.14 Portanto guardareis o sábado, porque santo é para vós; aquele que o profanar certamente será morto; porque qualquer que nele fizer algum trabalho, aquela alma será exterminada do meio do seu povo.
Êxodo 31.15 Seis dias se trabalhará, mas o sétimo dia será o sábado de descanso solene, santo ao Senhor; qualquer que no dia do sábado fizer algum trabalho, certamente será morto.
Êxodo 31.16 Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel, celebrando-o nas suas gerações como pacto perpétuo. ,
Êxodo 31.17 Entre mim e os filhos de Israel será ele um sinal para sempre; porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, e ao sétimo dia descansou, e achou refrigério.
Êxodo 31.18 E deu a Moisés, quando acabou de falar com ele no monte Sinai, as duas tábuas do testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus.



Êxodo 32

Cerca de três mil homens foram mortos por causa da fabricação e adoração do bezerro de ouro pela espada dos levitas, por ordem de Moisés.
E em Êxodo 32 vemos este mesmo Moisés subindo ao monte para fazer intercessão pelo povo, pedindo perdão a Deus por aquele pecado, a ponto de lhe pedir que riscasse o seu nome do livro da vida, caso não se dispusesse a perdoá-los.
Deus havia acabado de lhes proferir audivelmente os dez mandamentos, dizendo que não fizessem para si imagens de escultura porque é Deus zeloso que visita a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que O aborrecem (Êx 20.5).
E antes de Moisés subir ao monte para receber instruções para a construção do tabernáculo e para receber as duas tábuas de pedra com os mandamentos, Deus havia se aliançado com o povo pela declaração formal deles de que aceitavam as suas condições e que cumpririam todos os Seus mandamentos.
E logo depois disto eles fabricaram e adoraram o bezerro de ouro.
Se isto tivesse passado em branco naquela ocasião, e em face das bases daquela Aliança, se não houvesse um juízo imediato sobre aquele pecado, Deus passaria aos olhos deles como mentiroso e nada zeloso como havia afirmado de que visitaria a iniquidade dos pais nos filhos caso fizessem alguma imagem de escultura e a adorassem.
Eles haviam sido previamente prevenidos e foram devidamente alertados, e no entanto não tiveram o mínimo temor quanto ao fato de que Deus cumpriria a ameaça que associara ao mandamento.
Então a ordem foi que cada um dos levitas cingisse a sua espada e que fossem de porta em porta matando cada um a seu irmão, amigo e vizinho (v 27), que haviam liderado aquela adoração idolátrica, e que se consagrassem ao Senhor cada um contra o seu filho e contra o seu irmão (v 29) para que fossem abençoados por Deus.
A aliança seria mantida mas o povo aprenderia que Deus cumpre de fato aquilo que Ele afirma na Sua Palavra.    
O Anjo da Aliança, que é Cristo, iria com os israelitas em suas jornadas, e isto deveria pesar em seus corações, lhes trazendo constrangimento em face da graça e bondade de Deus, reveladas na fidelidade de Seu Filho.
Ainda que justamente irado com o nosso pecado o Pai deu o Filho por nós pecadores para o nosso benefício.
E como voltaríamos as costas para Ele sem sofrer a devida punição da nossa ingratidão e endurecimento?
Jesus foi quem fez a completa compensação pelos nossos pecados.
Moisés tentou se apresentar como compensação pelo pecado dos israelitas pedindo que Deus o matasse e tirasse o seu nome do livro da vida, mas o seu pedido não poderia ser aceito, porque não seria eficaz, porque Moisés era também um pecador, e somente alguém perfeitamente santo poderia fazer esta compensação para cobrir o nosso pecado, livrando-nos da condenação eterna.
Mesmo naquela matança de cerca de três mil homens a misericórdia de Deus já havia sido exibida, porque eles somavam em Israel cerca de seiscentos mil homens prontos para a guerra, e certamente o número dos que idolatraram o bezerro era muito maior do que aqueles três mil.
Certamente foram mortos os lideres que pressionaram Arão a construir o bezerro, e que haviam sido identificados pelos levitas.
Assim, os muitos que foram poupados da morte e que haviam também pecado, estavam debaixo da graça e da misericórdia que lhes havia livrado da morte que mereciam.
E foi em favor destes que Moisés intercedeu para que Deus lhes perdoasse o pecado.
E Moisés conseguiu com a sua intercessão que o Senhor os poupasse e prometesse o envio do seu Anjo, mas afirmou que lembraria do pecado deles para que os castigasse quando cometessem outros pecados graves como aquele.
E na verdade isto viria a ocorrer porque os israelitas continuaram idolatrando ao longo das suas gerações e isto fez com que o Senhor os visitasse com juízos que culminaram nos cativeiros assírio e babilônico.


Êxodo 32.1 Mas o povo, vendo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão, e lhe disse: Levanta-te, faze-nos um deus que vá adiante de nós; porque, quanto a esse Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu.
Êxodo 32.2 E Arão lhes disse: Tirai os pendentes de ouro que estão nas orelhas de vossas mulheres, de vossos filhos e de vossas filhas, e trazei-mos.
Êxodo 32.3 Então todo o povo, tirando os pendentes de ouro que estavam nas suas orelhas, os trouxe a Arão;
Êxodo 32.4 ele os recebeu de suas mãos, e com um buril deu forma ao ouro, e dele fez um bezerro de fundição. Então eles exclamaram: Eis aqui, ó Israel, o teu deus, que te tirou da terra do Egito.
Êxodo 32.5 E Arão, vendo isto, edificou um altar diante do bezerro e, fazendo uma proclamação, disse: Amanhã haverá festa ao Senhor.
Êxodo 32.6 No dia seguinte levantaram-se cedo, ofereceram holocaustos, e trouxeram ofertas pacíficas; e o povo sentou-se a comer e a beber; depois levantou-se para folgar.
Êxodo 32.7 Então disse o Senhor a Moisés: Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste subir da terra do Egito, se corrompeu;
Êxodo 32.8 depressa se desviou do caminho que eu lhe ordenei; eles fizeram para si um bezerro de fundição, e adoraram-no, e lhe ofereceram sacrifícios, e disseram: Eis aqui, ó Israel, o teu deus, que te tirou da terra do Egito.
Êxodo 32.9 Disse mais o Senhor a Moisés: Tenho observado este povo, e eis que é povo de dura cerviz.
Êxodo 32.10 Agora, pois, deixa-me, para que a minha ira se acenda contra eles, e eu os consuma; e eu farei de ti uma grande nação.
Êxodo 32.11 Moisés, porém, suplicou ao Senhor seu Deus, e disse: ç Senhor, por que se acende a tua ira contra o teu povo, que tiraste da terra do Egito com grande força e com forte mão?
Êxodo 32.12 Por que hão de falar os egípcios, dizendo: Para mal os tirou, para matá-los nos montes, e para destruí-los da face da terra?. Torna-te da tua ardente ira, e arrepende-te deste mal contra o teu povo.
Êxodo 32.13 Lembra-te de Abraão, de Isaque, e de Israel, teus servos, aos quais por ti mesmo juraste, e lhes disseste: Multiplicarei os vossos descendentes como as estrelas do céu, e lhes darei toda esta terra de que tenho falado, e eles a possuirão por herança para sempre.
Êxodo 32.14 Então o Senhor se arrependeu do mal que dissera que havia de fazer ao seu povo.
Êxodo 32.15 E virou-se Moisés, e desceu do monte com as duas tábuas do testemunho na mão, tábuas escritas de ambos os lados; de um e de outro lado estavam escritas.
Êxodo 32.16 E aquelas tábuas eram obra de Deus; também a escritura era a mesma escritura de Deus, esculpida nas tábuas.
Êxodo 32.17 Ora, ouvindo Josué a voz do povo que jubilava, disse a Moisés: Alarido de guerra há no arraial.
Êxodo 32.18 Respondeu-lhe Moisés: Não é alarido dos vitoriosos, nem alarido dos vencidos, mas é a voz dos que cantam que eu ouço.
Êxodo 32.19 Chegando ele ao arraial e vendo o bezerro e as danças, acendeu-se-lhe a ira, e ele arremessou das mãos as tábuas, e as despedaçou ao pé do monte.
Êxodo 32.20 Então tomou o bezerro que tinham feito, e queimou-o no fogo; e, moendo-o até que se tornou em pó, o espargiu sobre a água, e deu-o a beber aos filhos de Israel.
Êxodo 32.21 E perguntou Moisés a Arão: Que te fez este povo, que sobre ele trouxeste tamanho pecado?.
Êxodo 32.22 Ao que respondeu Arão: Não se acenda a ira do meu senhor; tu conheces o povo, como ele é inclinado ao mal.
Êxodo 32.23 Pois eles me disseram: Faze-nos um deus que vá adiante de nós; porque, quanto a esse Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu.
Êxodo 32.24 Então eu lhes disse: Quem tem ouro, arranque-o. Assim mo deram; e eu o lancei no fogo, e saiu este bezerro.
Êxodo 32.25 Quando, pois, Moisés viu que o povo estava desenfreado (porque Arão o havia desenfreado, para escárnio entre os seus inimigos),
Êxodo 32.26 pôs-se em pé à entrada do arraial, e disse: Quem está ao lado do Senhor, venha a mim. Ao que se ajuntaram a ele todos os filhos de Levi.
Êxodo 32.27 Então ele lhes disse: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Cada um ponha a sua espada sobre a coxa; e passai e tornai pelo arraial de porta em porta, e mate cada um a seu irmão, e cada um a seu amigo, e cada um a seu vizinho.
Êxodo 32.28 E os filhos de Levi fizeram conforme a palavra de Moisés; e caíram do povo naquele dia cerca de três mil homens.
Êxodo 32.29 Porquanto Moisés tinha dito: Consagrai-vos hoje ao Senhor; porque cada um será contra o seu filho, e contra o seu irmão; para que o Senhor vos conceda hoje uma bênção.
Êxodo 32.30 No dia seguinte disse Moisés ao povo Vós tendes cometido grande pecado; agora porém subirei ao Senhor; porventura farei expiação por vosso pecado.
Êxodo 32.31 Assim tornou Moisés ao Senhor, e disse: Oh! este povo cometeu um grande pecado, fazendo para si um deus de ouro.
Êxodo 32.32 Agora, pois, perdoa o seu pecado; ou se não, risca-me do teu livro, que tens escrito.
Êxodo 32.33 Então disse o Senhor a Moisés: Aquele que tiver pecado contra mim, a este riscarei do meu livro.
Êxodo 32.34 Vai pois agora, conduze este povo para o lugar de que te hei dito; eis que o meu anjo irá adiante de ti; porém no dia da minha visitação, sobre eles visitarei o seu pecado.
Êxodo 32.35 Feriu, pois, o Senhor ao povo, por ter feito o bezerro que Arão formara.



Êxodo 33

Êxodo 33 é um dos capítulos mais maravilhosos da Bíblia. O que nele se revela é muito profundo sobre a santidade de Deus, sobre a Sua justiça e ao mesmo tempo sobre a Sua misericórdia.
Deus havia trazido um terrível juízo de morte a muitos israelitas por causa do pecado de idolatria do bezerro de ouro, e agora, traz aos sobreviventes daquele juízo um mais terrível ainda, pois declarara que a Sua presença não seria mais com o povo e estaria fazendo isto por misericórdia, para que não os consumisse em razão dos seus pecados.
E vale destacar o que a Palavra registra a respeito disso:
“E quando o povo ouviu esta má notícia, pôs-se a prantear, e nenhum deles vestiu os seus atavios. Pois o Senhor tinha dito a Moisés: Dize aos filhos de Israel: És um povo de dura cerviz; se por um só momento eu subir no meio de ti, te consumirei; portanto agora despe os teus atavios, para que eu saiba o que te hei de fazer.” (Êx 33.4,5).
A tristeza invadiu o coração dos israelitas e lhes foi ordenado pelo Senhor que retirassem então dali por diante os símbolos externos de alegria, que eram os enfeites que eles usavam, especialmente as mulheres, e eles obedeceram ao Senhor (v. 6).
Os enfeites que haviam sido usados para fabricar o bezerro de ouro, ficariam agora sem uso, mostrando a sua inutilidade quando não há verdadeiro motivo para a alma estar alegre, em razão do pecado.
O Senhor dissera que estaria ausente do povo, mas não de Moisés, e por isso este, sem abandonar o povo, se afastou deles e armou a tenda em que atendia e julgava, bem longe do arraial onde o povo estava instalado.
E Deus manifestava visivelmente a eles a Sua presença com Moisés pela nuvem que ficava à porta da sua tenda.
E do meio da nuvem o Senhor falava com Moisés.
Assim, todo aquele que desejasse buscar o Senhor teria que fazê-lo saindo do arraial e se dirigindo à tenda da congregação que estava bem longe do local onde o povo se encontrava (v. 7).
E quando o povo que estava no arraial via a coluna de nuvem à porta da tenda, eles se levantavam às portas das respectivas tendas e adoravam ao Senhor, de longe. (v. 10).
Esta era de fato uma cena para quebrantar qualquer coração.
Um povo humilhado, sem os seus atavios, adorando de longe por temor de se aproximar, mas Deus estava operando com isso uma tristeza que era para um arrependimento que dá vida, de modo que pudessem aprender quantas dores produz o pecado, e deste modo buscassem ter comunhão com Ele para serem fortalecidos pela graça, de modo a não viverem vencidos pelas cobiças da carne.    
No verso 3 nós lemos Deus declarando acerca dos israelitas que não subiria com eles porque eram um povo de dura cerviz.
Isto revela que não é possível haver comunhão com Deus quando se tem uma cerviz endurecida.
Ela terá que ser curvada em atitude de verdadeira humildade e adoração.
O pescoço erguido e a cabeça altiva na presença de Deus encontrará certamente resistência porque Ele resiste ao soberbo, e somente concede graça a quem se humilha.
E o Senhor mandou Moisés dizer  isto para que eles conhecessem a sua real condição (v. 5).
Deus os teria curado das suas disposições corruptas e produziria neles a retidão, mas eles eram teimosos e obstinados, e odiavam a idéia de serem transformados, e não queriam ter Deus reinando sobre eles.
Mas toda aquela situação estava dando ensejo a que o Senhor se revelasse de modo mais aprofundado a eles, e especialmente a Moisés, que totalmente desconfortado pela declaração de Deus de que não subiria com eles para Canaã, rogou ao Senhor que lhe desse a conhecer os Seus propósitos, para que pudesse conhecê-lo melhor, e achasse graça aos Seus olhos, como Ele havia declarado a seu respeito (v. 12 e 13).
Moisés esperava que Deus recuasse imediata e totalmente e declarasse que voltaria a estar presente com todo o povo.
Mas a resposta que obteve foi a promessa de que o Senhor estaria presente com ele lhe dando descanso (v. 14).
Mas Moisés não queria a presença de Deus somente para si, Ele queria para todo o povo, e assim continuou na Sua intercessão em que Ele se mostrasse favorável para com toda a nação (v 16), pois sabia que sem a presença do Senhor (v. 15) Israel não era nada, senão um povo comum, pois a forma de se revelar às nações que a graça de Deus era com eles, era exatamente em que Deus andasse com eles (v. 16).
E a intercessão de Moisés prevaleceu diante do Senhor (v. 17), não porque Israel o merecesse, mas porque Moisés havia achado graça diante de Deus.
E assim se dá o mesmo com a igreja de Cristo, que tem o favor da presença de Deus com ela, não porque o mereça, mas porque Jesus, o nosso Sumo Sacerdote, Advogado, Mediador, Salvador, achou graça diante de Deus em sua intercessão e obra em nosso favor.
E em face do atendimento do pedido que fizera a Deus Moisés se maravilhou com a Sua graça, e lhe rogou imediatamente em seguida que lhe mostrasse a Sua glória (v.18).
Um ser infinitamente santo e bondoso deveria ser cheio de uma também infinita glória, e Moisés desejou ardentemente conhecê-la.
E o Senhor respondeu ao nível de suas aspirações e disse que faria passar diante de Moisés toda a Sua bondade, e não todo o Seu poder.
O que estava encantando a Moisés era exatamente o caráter bondoso do Senhor, e era sobre esta bondade que ele queria conhecer, e como Deus conhece todos os nossos pensamentos e desejos, Ele leu os pensamentos e viu os sentimentos de Moisés, e lhe deu resposta ao nível do que estava sendo perguntado pelo seu coração.
E assim, seria revelado direta e claramente pela primeira vez, que a bondade divina é eletiva.
Deus não pode exercer misericórdia de forma indiscriminada e obrigatoriamente para com todas as pessoas, sem qualquer distinção, pois, em Sua soberania e sabedoria, Ele sabe exatamente quem não desperdiçará a manifestação da Sua bondade e misericórdia, e por isso age conforme declarou a Moisés no verso 19: “terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem eu  me compadecer.”.
E assim Moisés teria um melhor entendimento sobre a forma como Deus estava tratando com Israel, e saberia que Ele não pode, apesar da sua longanimidade, usar da mesma misericórdia tanto para com justos quanto para injustos.
Ele já havia declarado antes, nos dez mandamentos que faz misericórdia até mil gerações daqueles que o amam e guardam os seus mandamentos (20.6), mas que visita a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que o aborrecem (20.5). E o que estava ocorrendo era exatamente a demonstração prática desta verdade com a qual eles teriam que tratar dali em diante.
E a glória de Deus é a Sua bondade, e Ele se dará a conhecer a nós muito mais pela glória da Sua misericórdia e bondade do que pela glória da Sua majestade.

Êxodo 33.1 Disse mais o Senhor a Moisés: Vai, sobe daqui, tu e o povo que fizeste subir da terra do Egito, para a terra a respeito da qual jurei a Abraão, a Isaque, e a Jacó, dizendo: ë tua descendência a darei.
Êxodo 33.2 E enviarei um anjo adiante de ti (e lançarei fora os cananeus, e os amorreus, e os heteus, e os perizeus, e os heveus, e os jebuseus),
Êxodo 33.3 para uma terra que mana leite e mel; porque eu não subirei no meio de ti, porquanto és povo de cerviz dura; para que não te consuma eu no caminho.
Êxodo 33.4 E quando o povo ouviu esta má notícia, pôs-se a prantear, e nenhum deles vestiu os seus atavios.
Êxodo 33.5 Pois o Senhor tinha dito a Moisés: Dize aos filhos de Israel: És um povo de dura cerviz; se por um só momento eu subir no meio de ti, te consumirei; portanto agora despe os teus atavios, para que eu saiba o que te hei de fazer.
Êxodo 33.6 Então os filhos de Israel se despojaram dos seus atavios, desde o monte Horebe em diante.
Êxodo 33.7 Ora, Moisés costumava tomar a tenda e armá-la fora do arraial, bem longe do arraial; e chamou-lhe a tenda da revelação. E todo aquele que buscava ao Senhor saía à tenda da revelação, que estava fora do arraial.
Êxodo 33.8 Quando Moisés saía à tenda, levantava-se todo o povo e ficava em pé cada um à porta da sua tenda, e olhava a Moisés pelas costas, até entrar ele na tenda.
Êxodo 33.9 E quando Moisés entrava na tenda, a coluna de nuvem descia e ficava à porta da tenda; e o Senhor falava com Moisés.
Êxodo 33.10 Assim via todo o povo a coluna de nuvem que estava à porta da tenda, e todo o povo, levantando-se, adorava, cada um à porta da sua tenda.
Êxodo 33.11 E falava o Senhor a Moisés face a face, como qualquer fala com o seu amigo. Depois tornava Moisés ao arraial; mas o seu servidor, o mancebo Josué, filho de Num, não se apartava da tenda.
Êxodo 33.12 E Moisés disse ao Senhor: Eis que tu me dizes: Faze subir a este povo; porém não me fazes saber a quem hás de enviar comigo. Disseste também: Conheço-te por teu nome, e achaste graça aos meus olhos.
Êxodo 33.13 Se eu, pois, tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que agora me mostres os teus caminhos, para que eu te conheça, a fim de que ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é teu povo.
Êxodo 33.14 Respondeu-lhe o Senhor: Eu mesmo irei contigo, e eu te darei descanso.
Êxodo 33.15 Então Moisés lhe disse: Se tu mesmo não fores conosco, não nos faças subir daqui.
Êxodo 33.16 Como, pois, se saberá agora que tenho achado graça aos teus olhos, eu e o teu povo? acaso não é por andares tu conosco, de modo a sermos separados, eu e o teu povo, de todos os povos que há sobre a face da terra;
Êxodo 33.17 Ao que disse o Senhor a Moisés: Farei também isto que tens dito; porquanto achaste graça aos meus olhos, e te conheço pelo teu nome.
Êxodo 33.18 Moisés disse ainda: Rogo-te que me mostres a tua glória.
Êxodo 33.19 Respondeu-lhe o Senhor: Eu farei passar toda a minha bondade diante de ti, e te proclamarei o meu nome Jeová; e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem me compadecer.
Êxodo 33.20 E disse mais: Não poderás ver a minha face, porquanto homem nenhum pode ver a minha face e viver.
Êxodo 33.21 Disse mais o Senhor: Eis aqui um lugar junto a mim; aqui, sobre a penha, te poras.
Êxodo 33.22 E quando a minha glória passar, eu te porei numa fenda da penha, e te cobrirei com a minha mão, até que eu haja passado.
Êxodo 33.23 Depois, quando eu tirar a mão, me verás pelas costas; porém a minha face não se verá.



Êxodo 34

Em Êxodo 33 Moisés havia rogado o perdão de Deus para o pecado dos israelitas relativo ao bezerro de ouro, e mais do que isto, que Ele não negasse a Sua presença ao povo de Israel.
E tendo obtido o favor do Senhor, rogou que Lhe mostrasse a Sua glória, e foi atendido no que pediu, conforme vemos em Êxodo 34.
Todavia, o que Moisés veria seria apenas um vislumbre da glória de Deus, porque Ele lhe declarou que homem nenhum verá a Sua face e viverá.
O Senhor tomaria então a providência necessária para que Moisés pudesse vê-lo pelas costas passando adiante dele entre a fenda de uma rocha no monte Sinai, para onde o convocou para escrever de novo as leis em duas novas tábuas de pedra, porque no episódio da adoração do bezerro, ele havia quebrado as duas primeiras.
E o Senhor o cobriria com Sua mão na fenda da rocha até que tivesse passado.
Tendo ordenado a Moisés que subisse ao cume do Sinai na manhã do dia seguinte, e quando lá chegou, Deus proclamou as palavras que estão registradas nos versos 6 e 7 de Êx 34:
“Jeová, Jeová, Deus compassivo, clemente e longânimo, e grande em misericórdia e fidelidade, que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniqüidade dos pais nos filhos, e nos filhos dos filhos até a terceira e quarta geração.”.
Deus revelou a Moisés o motivo das penas da lei: Ele não pode inocentar o culpado, e está obrigado pelo Seu atributo de Justiça a exercer juízos sobre a iniquidade. Ele não pode portanto declarar que somos inocentes quando somos culpados, pois Ele é o Deus fiel e verdadeiro que não pode mentir. Mas como é compassivo, clemente e longânimo, grande em misericórdia e fidelidade, Ele pode perdoar a iniquidade, a transgressão e o pecado de todos os pecadores que se arrependam e se convertam dos seus maus caminhos, com base no sólido fundamento que é o pagamento total de nossa dívida de pecados por Jesus na cruz.
Assim, a lei manifesta estes dois aspectos do caráter de Deus: o punitivo e o perdoador.
A lei define o crime e estipula a pena correspondente.
Define o que é bom e estipula a recompensa.
E definia também quais são as ofensas para as quais não haveria perdão no período de vigência daquela aliança (de Moisés a João Batista).
E sendo a igreja uma sociedade dirigida por princípios diferentes dos que regiam o  povo de Israel na Antiga Aliança, que constituía uma nação debaixo de um governo teocrático, com leis civis para dirigirem a nação, assim como todas as nações possuem os seus códigos penais e civis para regularem as relações da sociedade, não se prescreve portanto na Nova Aliança, para o povo de Deus, o mesmo processamento previsto na lei de Moisés para os casos de transgressão da lei.
Entretanto, se aprende por princípio, acerca da realidade de que o pecado sujeita à morte, e ainda que alguém que permaneça debaixo da escravidão do pecado não seja punido com uma sentença de morte neste mundo, é bem certo que esta pessoa além de permanecer morta espiritualmente, há de ser condenada à morte eterna, depois que partir desta vida. E se aprende também que Deus detesta o pecado e o punirá caso não haja arrependimento. Do mesmo modo que se agrada da prática da justiça e a recompensará.
Moisés havia preparado as tábuas de pedra para que Deus escrevesse a lei naquelas tábuas com o Seu próprio dedo. E como na Nova Aliança Deus tem prometido escrever a lei em nossas mentes e corações, nós temos que prepará-los para recebê-la, e isto se faz por arrependimento, confissão, fé, e por um caminhar na verdade.
O coração de pedra deve ser quebrado pela convicção e humilhação em relação ao pecado, e como lemos em Tg 1.21: “Pelo que, despojando-vos de toda sorte de imundícia e de todo vestígio do mal, recebei com mansidão a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar as vossas almas.”. Assim, deve ser mortificado o pecado e em seu lugar deve ser recebida a palavra de Deus.
Tendo sido fortalecido pelas palavras que ouviu de Deus acerca do Seu caráter bondoso e perdoador, Moisés se sentiu encorajado a reafirmar a sua intercessão para que Deus perdoasse o pecado do povo, e pediu também o seguinte: “segue em nosso meio conosco.”; apesar de ser o povo de dura cerviz.
E nisto tudo Moisés se incluiu entre os israelitas assumindo o pecado deles como se fosse o seu próprio ao dizer: “Perdoa a nossa iniquidade e o nosso pecado, toma-nos por tua herança.”.
Nisto ele foi um tipo de Cristo que assumiu os nossos pecados como sendo seus próprios, apesar de não ter pecado, e que se identificou com os pecadores fazendo intercessão por eles junto ao Pai.
E Deus mostraria que é de fato perdoador, ao ter respondido à intercessão de Moisés com as palavras que lemos em Ex 34.10-17.
Ele fez uma aliança com eles de fazer maravilhas através de Israel que nunca se fizeram em toda a terra, de modo que os israelitas vissem a obra do Senhor, especialmente lançando fora da presença deles os habitantes de Canaã.
Mas para isto, deveriam se abster de fazer aliança com aquelas nações pagãs que haviam sido condenadas por Deus, em razão da sua impiedade e idolatria.
E não somente não deveriam fazer aliança com eles como deveriam derrubar os seus altares, quebrar suas colunas e cortar seus postes-ídolos, e também não deveriam dar seus filhos em casamento às mulheres de Canaã, para que não se prostituíssem com os seus deuses.
O perdão do pecado da adoração do bezerro de ouro não seria condicional, mas deveriam lembrar que a ruína deles, e o temporário desfavor que tiveram da parte do Senhor se deveu exatamente à idolatria que deveriam agora combater em outras nações, devendo se acautelar por si mesmos, para que não voltassem a incorrer  no mesmo pecado.
Para reafirmar aos israelitas o seu completo repúdio à idolatria, no final das promessas e advertências feitas a Moisés para serem ditas a toda a nação de Israel, o Senhor proferiu o seguinte breve mandamento:
“Não farás para ti deuses fundidos.” (v 17).
Israel deveria revelar às nações que aqueles que adoram imagens de escultura não conhecem o Deus verdadeiro, ainda que o fato de simplesmente não adorar tais imagens signifique necessariamente que se tenha conhecimento de Deus.
Todavia, permanece uma verdade que aqueles que adoram ídolos ou seguramente não conhecem a Deus, ou então estão provocando a Sua ira, porque é Deus zeloso, e não divide a Sua adoração com ninguém, especialmente com falsos deuses criados pela imaginação dos homens.
Daí encontrarmos mesmo no Novo Testamento as seguintes exortações dos apóstolos aos gentios, que haviam se convertido e que tinham vindo do mundo pagão, que era dado à idolatria: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos.” (I Jo 5.21). “que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue.” (At 15.20).
E a reafirmação das três festas solenes (18-27), que Israel deveria celebrar anualmente serviria para comprovar que Deus havia perdoado o povo, e para confirmar que a aliança que Ele havia feito com eles permanecia de pé apesar de a terem anulado com a idolatria do bezerro de ouro.
E lemos expressamente no verso 27:
“Disse mais o Senhor a Moisés: Escreve estas palavras: porque segundo o teor destas palavras fiz aliança contigo e com Israel.”.
No verso 28 nós vemos que a lei que foi escrita por Deus nas tábuas de pedra foram os dez mandamentos que ele havia proferido audivelmente a toda a nação de Israel.
E tendo passado quarenta dias e noites no monte com Deus, em jejum absoluto (v.28) comprovando-se assim que Deus é poderoso para preservar a vida daqueles que estão a seu serviço, quando estes se encontram em condições de não poderem se alimentar adequadamente, Moisés desceu com as tábuas com os dez mandamentos, e não percebeu que a pele do seu rosto estava resplandecendo de tal forma que o próprio Arão e os israelitas temeram se aproximar dele, mas ele convocou a Arão e os príncipes de Israel e lhes declarou os mandamentos e as boas notícias que havia recebido do Senhor em relação a ter declarado que seria favorável a eles.
E depois disse as mesmas palavras a todo o povo.
Depois de lhes ter falado colocou um véu sobre o rosto, e só o tirava para falar com o Senhor. (v. 29-35).
A glória de Deus estampada no rosto de Moisés era um sinal visível do favor de Deus concedido a eles, e da aceitação da sua intercessão em favor da nação.
De igual modo, quando Jesus foi transfigurado com a glória celestial no monte e se ouviu uma voz vinda do céu dizendo que Ele deveria ser ouvido por ser o Filho amado de Deus, isto também confirmava a aceitação do sacrifício que ele faria em favor dos pecadores em Jerusalém, para que o pecado deles pudesse ser perdoado, tal como os israelitas haviam sido  perdoados por Deus, por causa da intercessão de Moisés em favor deles.
É bastante significativo, neste sentido, que Moisés e Elias tivessem estado com Cristo no monte da transfiguração lhe falando das coisas que em breve sucederiam em Jerusalém, relativas à Sua morte.
Moisés colocou o véu sobre a sua face para não fazer uma ostentação carnal da autoridade que lhe fora concedida por Deus, de modo que ele viesse a ser uma pedra de tropeço para os israelitas que poderiam se sentir tentados a adorá-lo.
Moisés sabia que era apenas um homem dependente, como os demais, da graça do Senhor e que somente Deus deve ser adorado.
Mas o Novo Testamento interpreta que aquela atitude de Moisés acabou servindo para ilustrar que apesar da glória que a dispensação da Lei, ou Antiga Aliança, possuía, havia nela uma obscuridade não revelada em suas instituições cerimoniais que apontavam para Cristo e para a graça do evangelho, porque um véu estava colocado sobre elas, de forma que os filhos de Israel não podiam ver distintamente aquelas verdades espirituais das quais a lei era uma sombra e figura.
A beleza do evangelho estava velada, ocultada na dispensação da lei, e o véu seria removido por Cristo (II Cor 3.13-16).

Êxodo 34.1 Então disse o Senhor a Moisés: Lavra duas tábuas de pedra, como as primeiras; e eu escreverei nelas as palavras que estavam nas primeiras tábuas, que tu quebraste.
Êxodo 34.2 Prepara-te para amanhã, e pela manhã sobe ao monte Sinai, e apresenta-te a mim ali no cume do monte.
Êxodo 34.3 Mas ninguém suba contigo, nem apareça homem algum em todo o monte; nem mesmo se apascentem defronte dele ovelhas ou bois.
Êxodo 34.4 Então Moisés lavrou duas tábuas de pedra, como as primeiras; e, levantando-se de madrugada, subiu ao monte Sinai, como o Senhor lhe tinha ordenado, levando na mão as duas tábuas de pedra.
Êxodo 34.5 O Senhor desceu numa nuvem e, pondo-se ali junto a ele, proclamou o nome Jeová.
Êxodo 34.6 Tendo o Senhor passado perante Moisés, proclamou: Jeovã, Jeová, Deus misericordioso e compassivo, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade;
Êxodo 34.7 que usa de beneficência com milhares; que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado; que de maneira alguma terá por inocente o culpado; que visita a iniquidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até a terceira e quarta geração.
Êxodo 34.8 Então Moisés se apressou a inclinar-se à terra, e adorou,
Êxodo 34.9 dizendo: Senhor, se agora tenho achado graça aos teus olhos, vá o Senhor no meio de nós; porque este é povo de dura cerviz:; e perdoa a nossa iniquidade e o nosso pecado, e toma-nos por tua herança.
Êxodo 34.10 Então disse o Senhor: Eis que eu faço um pacto; farei diante de todo o teu povo maravilhas quais nunca foram feitas em toda a terra, nem dentro de nação alguma; e todo este povo, no meio do qual estás, verá a obra do Senhor; porque coisa terrível é o que faço contigo.
Êxodo 34.11 Guarda o que eu te ordeno hoje: eis que eu lançarei fora de diante de ti os amorreus, os cananeus, os heteus, os perizeus, os heveus e os jebuseus.
Êxodo 34.12 Guarda-te de fazeres pacto com os habitantes da terra em que hás de entrar, para que isso não seja por laço no meio de ti.
Êxodo 34.13 Mas os seus altares derrubareis, e as suas colunas quebrareis, e os seus aserins cortareis
Êxodo 34.14 (porque não adorarás a nenhum outro deus; pois o Senhor, cujo nome é Zeloso, é Deus zeloso),
Êxodo 34.15 para que não faças pacto com os habitantes da terra, a fim de que quando se prostituirem após os seus deuses, e sacrificarem aos seus deuses, tu não sejas convidado por eles, e não comas do seu sacrifício;
Êxodo 34.16 e não tomes mulheres das suas filhas para os teus filhos, para que quando suas filhas se prostituírem após os seus deuses, não façam que também teus filhos se prostituam após os seus deuses.
Êxodo 34.17 Não farás para ti deuses de fundição.
Êxodo 34.18 A festa dos pães ázimos guardarás; sete dias comerás pães ázimos, como te ordenei, ao tempo apontado no mês de abibe; porque foi no mês de abibe que saíste do Egito.
Êxodo 34.19 Tudo o que abre a madre é meu; até todo o teu gado, que seja macho, que abre a madre de vacas ou de ovelhas;
Êxodo 34.20 o jumento, porém, que abrir a madre, resgatarás com um cordeiro; mas se não quiseres resgatá-lo, quebrar-lhe-ás a cerviz. Resgatarás todos os primogênitos de teus filhos. E ninguém aparecerá diante de mim com as mãos vazias.
Êxodo 34.21 Seis dias trabalharás, mas ao sétimo dia descansarás; na aradura e na sega descansarás.
Êxodo 34.22 Também guardarás a festa das semanas, que é a festa das primícias da ceifa do trigo, e a festa da colheita no fim do ano.
Êxodo 34.23 Três vezes no ano todos os teus varões aparecerão perante o Senhor Jeová, Deus do Israel;
Êxodo 34.24 porque eu lançarei fora as nações de diante de ti, e alargarei as tuas fronteiras; ninguém cobiçará a tua terra, quando subires para aparecer três vezes no ano diante do Senhor teu Deus.
Êxodo 34.25 Não sacrificarás o sangue do meu sacrifício com pão levedado, nem o sacrifício da festa da páscoa ficará da noite para a manhã.
Êxodo 34.26 As primeiras das primícias da tua terra trarás à casa do Senhor teu Deus. Não cozerás o cabrito no leite de sua mãe.
Êxodo 34.27 Disse mais o Senhor a Moisés: Escreve estas palavras; porque conforme o teor destas palavras tenho feito pacto contigo e com Israel.
Êxodo 34.28 E Moisés esteve ali com o Senhor quarenta dias e quarenta noites; não comeu pão, nem bebeu água, e escreveu nas tábuas as palavras do pacto, os dez mandamentos.
Êxodo 34.29 Quando Moisés desceu do monte Sinai, trazendo nas mãos as duas tábuas do testemunho, sim, quando desceu do monte, Moisés não sabia que a pele do seu rosto resplandecia, por haver Deus falado com ele.
Êxodo 34.30 Quando, pois, Arão e todos os filhos de Israel olharam para Moisés, eis que a pele do seu rosto resplandecia, pelo que tiveram medo de aproximar-se dele.
Êxodo 34.31 Então Moisés os chamou, e Arão e todos os príncipes da congregação tornaram a ele; e Moisés lhes falou.
Êxodo 34.32 Depois chegaram também todos os filhos de Israel, e ele lhes ordenou tudo o que o Senhor lhe falara no monte Sinai.
Êxodo 34.33 Assim que Moisés acabou de falar com eles, pôs um véu sobre o rosto.
Êxodo 34.34 Mas, entrando Moisés perante o Senhor, para falar com ele, tirava o véu até sair; e saindo, dizia aos filhos de Israel o que lhe era ordenado.
Êxodo 34.35 Assim, pois, viam os filhos de Israel o rosto de Moisés, e que a pele do seu rosto resplandecia; e tornava Moisés a pôr o véu sobre o seu rosto, até entrar para falar com Deus.






Êxodo 35

O que deveria ter sido feito quando Moisés desceu a primeira vez do monte, e que não pôde ser feito em razão da desordem causada pelo bezerro de ouro, começou a ser feito agora como descrito a partir de Êxodo 35, depois de que a duras penas a reconciliação foi feita, e então seriam colocados em andamento para a construção do tabernáculo e de tudo o que se referia ao serviço que seria nele realizado.
E como muita atividade seria exigida, Moisés introduz as suas instruções para tudo o que seria necessário à obra com a relativa à guarda do sábado, para que este não fosse quebrado mesmo pelo trabalho de construção do tabernáculo.
Moisés foi fiel em tudo o que fez, tanto em relação a Deus quanto em relação ao povo.
Ele nada acrescentou ou diminuiu ou modificou das palavras que havia recebido de Deus para serem transmitidas a Israel.
Se o tivesse feito teria sido infiel tanto a uma parte quanto outra.
Então ele agiu de modo correto quanto à sua função de mediador entre Deus e o povo.
E Jesus também foi perfeitamente fiel em tudo o que recebeu do Pai como Mediador entre Ele e a Sua igreja.
Só que Moisés foi fiel como servo em toda a casa de Deus, e Jesus  como Filho sobre a Sua própria casa (Hb 3.1-6).
O tabernáculo seria construído com ofertas voluntárias do povo, e não com uma taxa ou imposto que lhes fosse cobrado.
Eles se dispuseram imediatamente em atender o que lhes havia sido ordenado de modo que o zelo que estava sobre eles em razão do favor de Deus não se esfriasse por causa de demoras.
Eles devem ter feito as suas ofertas de acordo com o princípio de II Cor 8.11,12: “agora, pois, levai a termo a obra, para que, assim como houve a prontidão no querer, haja também o cumprir segundo o que tendes. Porque, se há prontidão de vontade, é aceitável segundo o que alguém tem, e não segundo o que não tem.”. Isto é, cada um deve ofertar segundo as suas posses, pois o Senhor não exigirá de nós aquilo que não temos, ou que Ele não venha a nos dar. Pois o Senhor olha mais ao coração do ofertante do que àquilo que ele tem para dar.
Há um destaque ao trabalho de tecelagem e costura que foi feito pelas mulheres (v 25 e 26) e isto revela que não somente as ofertas em bens devem ser consagradas ao Senhor, como também o nosso trabalho. Aquele que não tiver bens para ofertar deve trabalhar para o Senhor.
E Bezalel e Aoliabe foram designados por Deus para a realização e supervisão da obra, capacitando-os e qualificando-os pelo Espírito Santo, inclusive a ensinarem a outros.
De igual modo os apóstolos foram designados para serem os mestres construtores do tabernáculo do evangelho, para o qual eles haviam sido cheios do Espírito e de sabedoria e entendimento.

Êxodo 35.1 Então Moisés convocou toda a congregação dos filhos de Israel, e disse-lhes: Estas são as palavras que o Senhor ordenou que cumprísseis.
Êxodo 35.2 Seis dias se trabalhará, mas o sétimo dia vos será santo, sábado de descanso solene ao Senhor; todo aquele que nele fizer qualquer trabalho será morto.
Êxodo 35.3 Não acendereis fogo em nenhuma das vossas moradas no dia do sábado.
Êxodo 35.4 Disse mais Moisés a toda a congregação dos filhos de Israel: Esta é a palavra que o Senhor ordenou dizendo:
Êxodo 35.5 Tomai de entre vós uma oferta para o Senhor; cada um cujo coração é voluntariamente disposto a trará por oferta alçada ao Senhor: ouro, prata e bronze,
Êxodo 35.6 como também azul, púrpura, carmesim, linho fino, pelos de cabras,
Êxodo 35.7 peles de carneiros tintas de vermelho, peles de golfinhos, madeira de acácia,
Êxodo 35.8 azeite para a luz, especiarias para o óleo da unção e para o incenso aromático,
Êxodo 35.9 pedras de berilo e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral.
Êxodo 35.10 E venham todos os homens hábeis entre vós, e façam tudo o que o Senhor tem ordenado:
Êxodo 35.11 o tabernáculo, a sua tenda e a sua coberta, os seus colchetes e as suas tábuas, os seus travessões, as suas colunas e as suas bases;
Êxodo 35.12 a arca e os seus varais, o propiciatório, e o véu e reposteiro;
Êxodo 35.13 a mesa e os seus varais, todos os seus utensílios, e os pães da proposição;
Êxodo 35.14 o candelabro para a luz, os seus utensílios, as suas lâmpadas, e o azeite para a luz;
Êxodo 35.15 o altar do incenso e os seus varais, o óleo da unção e o incenso aromático, e o reposteiro da porta para a entrada do tabernáculo;
Êxodo 35.16 o altar do holocausto com o seu crivo de bronze, os seus varais, e todos os seus utensílios; a pia e a sua base;
Êxodo 35.17 as cortinas do átrio, as suas colunas e as suas bases, o reposteiro para a porta do átrio;
Êxodo 35.18 as estacas do tabernáculo, as estacas do atrio, e as suas cordas;
Êxodo 35.19 as vestes finamente tecidas, para o uso no ministério no lugar santo, as vestes sagradas de Arão, o sacerdote, e as vestes de seus filhos, para administrarem o sacerdócio.
Êxodo 35.20 Então toda a congregação dos filhos de Israel saiu da presença de Moisés.
Êxodo 35.21 E veio todo homem cujo coração o moveu, e todo aquele cujo espírito o estimulava, e trouxeram a oferta alçada do Senhor para a obra da tenda da revelação, e para todo o serviço dela, e para as vestes sagradas.
Êxodo 35.22 Vieram, tanto homens como mulheres, todos quantos eram bem dispostos de coração, trazendo broches, pendentes, anéis e braceletes, sendo todos estes joias de ouro; assim veio todo aquele que queria fazer oferta de ouro ao Senhor.
Êxodo 35.23 E todo homem que possuía azul, púrpura, carmesim, linho fino, pelos de cabras, peles de carneiros tintas de vermelho, ou peles de golfinhos, os trazia.
Êxodo 35.24 Todo aquele que tinha prata ou metal para oferecer, o trazia por oferta alçada ao Senhor; e todo aquele que possuía madeira de acácia, a trazia para qualquer obra do serviço.
Êxodo 35.25 E todas as mulheres hábeis fiavam com as mãos, e traziam o que tinham fiado, o azul e a púrpura, o carmesim e o linho fino.
Êxodo 35.26 E todas as mulheres hàbeis que quisessem fiavam os pelos das cabras.
Êxodo 35.27 Os príncipes traziam pedras de berilo e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral,
Êxodo 35.28 e as especiarias e o azeite para a luz, para o óleo da unção e para o incenso aromático.
Êxodo 35.29 Trouxe uma oferta todo homem e mulher cujo coração voluntariamente se moveu a trazer alguma coisa para toda a obra que o senhor ordenara se fizesse por intermédio de Moisés; assim trouxeram os filhos de Israel uma oferta voluntária ao Senhor.
Êxodo 35.30 Depois disse Moisés aos filhos de Israel: Eis que o Senhor chamou por nome a Bezaleel, filho de îri, filho de Hur, da tribo de Judá,
Êxodo 35.31 e o encheu do espírito de Deus, no tocante à sabedoria, ao entendimento, à ciência e a todo ofício,
Êxodo 35.32 para inventar obras artísticas, para trabalhar em ouro, em prata e em bronze,
Êxodo 35.33 em lavramento de pedras para engastar, em entalhadura de madeira, enfim, para trabalhar em toda obra fina.
Êxodo 35.34 Também lhe dispôs o coração para ensinar a outros; a ele e a Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã,
Êxodo 35.35 a estes encheu de sabedoria do coração para exercerem todo ofício, seja de gravador, de desenhista, de bordador em azul, púrpura, carmesim e linho fino, de tecelão, enfim, dos que exercem qualquer ofício e dos que inventam obras artísticas.





Êxodo 36

No capítulo 36 de Êxodo são confirmadas as instruções do capítulo 26, referentes às cortinas, à cobertura de peles, às tábuas e ao véu e suas colunas.
Sendo que ele é iniciado se fazendo referência ao trabalho de Bezalel e Aoliabe e daqueles que se juntaram a eles, que foi realizado em conformidade com o que o Senhor havia ordenado, isto é, eles não fariam uso da sua própria imaginação para desenvolverem a sua arte.
A obra do Senhor deve ser feita de acordo com o método de Deus e com o plano de Deus, e não de acordo com as nossas invenções.
E isso se aplica mais particularmente ao ensino e à pregação da Palavra, que não deve ser substituída ou modificada ao bel prazer da nossa criatividade.
Porque nos tem sido ordenado edificar sobre o fundamento que já foi colocado pelos apóstolos e pelos profetas, do qual o Senhor Jesus é a pedra angular.
E a obra do Senhor deve ser feita com a honestidade que Lhe é devida, e os recursos que nos forem entregues devem ser empregados totalmente na mesma.
No caso de oferta alçada, ou seja, levantada para um determinado fim específico, não se deve recolher mais do que o estritamente necessário para a realização do seu objeto, assim como foi o caso das ofertas levantadas para a construção do tabernáculo, que foram suspensas por ordem de Moisés, quando se viu que já havia material suficiente.


Êxodo 36.1 Assim trabalharão Bezaleel e Aoliabe, e todo homem hábil, a quem o Senhor deu sabedoria e entendimento, para saberem exercer todo ofício para o serviço do santuário, conforme tudo o que o Senhor tem ordenado.
Êxodo 36.2 Então Moisés chamou a Bezaleel e a Aoliabe, e a todo homem hábil, em cujo coração Deus tinha posto sabedoria, isto é, a todo aquele cujo coração o moveu a se chegar à obra para fazê-la;
Êxodo 36.3 e receberam de Moisés toda a oferta alçada, que os filhos de Israel tinham do para a obra do serviço do santuário, para fazê-la; e ainda eles lhe traziam cada manhã ofertas voluntárias.
Êxodo 36.4 Então todos os sábios que faziam toda a obra do santuário vieram, cada um da obra que fazia,
Êxodo 36.5 e disseram a Moisés: O povo traz muito mais do que é necessário para o serviço da obra que o Senhor ordenou se fizesse.
Êxodo 36.6 Pelo que Moisés deu ordem, a qual fizeram proclamar por todo o arraial, dizendo: Nenhum homem, nem mulher, faça mais obra alguma para a oferta alçada do santuário. Assim o povo foi proibido de trazer mais.
Êxodo 36.7 Porque o material que tinham era bastante para toda a obra, e ainda sobejava.
Êxodo 36.8 Assim todos os homens hábeis, dentre os que trabalhavam na obra, fizeram o tabernáculo de dez cortinas de linho fino torcido, de azul, de púrpura e de carmesim, com querubins, obra de artífice.
Êxodo 36.9 O comprimento de cada cortina era de vinte e oito côvados, e a largura de quatro côvados; todas as cortinas eram da mesma medida.
Êxodo 36.10 Ligaram cinco cortinas uma com outra; e as outras cinco da mesma maneira.
Êxodo 36.11 Fizeram laçadas de azul na orla da última cortina do primeiro grupo; assim, também fizeram na orla da primeira cortina do segundo grupo.
Êxodo 36.12 Cinquenta laçadas fizeram na orla de uma cortina, e cinquenta laçadas na orla da outra, do segundo grupo; as laçadas eram contrapostas uma à outra.
Êxodo 36.13 Também fizeram cinquenta colchetes de ouro, e com estes colchetes uniram as cortinas, uma com outra; e o tabernáculo veio a ser um todo.
Êxodo 36.14 Fizeram também cortinas de pelos de cabras para servirem de tenda sobre o tabernáculo; onze cortinas fizeram.
Êxodo 36.15 O comprimento de cada cortina era de trinta côvados, e a largura de quatro côvados; as onze cortinas eram da mesma medida.
Êxodo 36.16 uniram cinco destas cortinas à parte, e as outras seis à parte.
Êxodo 36.17 Fizeram cinquenta laçadas na orla da última cortina do primeiro grupo, e cinquenta laçadas na orla da primeira cortina do segundo grupo.
Êxodo 36.18 Fizeram também cinquenta colchetes de bronze, para ajuntar a tenda, para que viesse a ser um todo.
Êxodo 36.19 Fizeram para a tenda uma cobertura de peles de carneiros tintas de vermelho, e por cima desta uma cobertura de peles de golfinhos.
Êxodo 36.20 Também fizeram, de madeira de acácia, as tábuas para o tabernáculo, as quais foram colocadas verticalmente.
Êxodo 36.21 O comprimento de cada tábua era de dez côvados, e a largura de um côvado e meio.
Êxodo 36.22 Cada tábua tinha duas couceiras, unidas uma à outra; assim fizeram com todas as tábuas do tabernáculo.
Êxodo 36.23 Assim, pois, fizeram as tábuas para o tabernáculo; vinte tábuas para o lado que dá para o sul;
Êxodo 36.24 e fizeram quarenta bases de prata para se pôr debaixo das vinte tábuas: duas bases debaixo de uma tábua para as suas duas couceiras, e duas debaixo de outra, para as duas couceiras dela.
Êxodo 36.25 Também para o segundo lado do tabernáculo, o que dá para o norte, fizeram vinte tábuas,
Êxodo 36.26 com as suas quarenta bases de prata, duas bases debaixo de uma tábua, e duas bases debaixo de outra.
Êxodo 36.27 Para o lado posterior do tabernáculo, o que dá para o ocidente, fizeram seis tábuas.
Êxodo 36.28 E para os dois cantos do tabernáculo no lado posterior, fizeram mais duas tábuas.
Êxodo 36.29 Por baixo eram duplas, do mesmo modo se estendendo até a primeira argola, em cima; assim fizeram com as duas tábuas nos dois cantos.
Êxodo 36.30 Assim havia oito tábuas com as suas bases de prata, a saber, dezesseis bases, duas debaixo de cada tábua.
Êxodo 36.31 Fizeram também travessões de madeira de acácia: cinco travessões para as tábuas de um lado do tabernáculo,
Êxodo 36.32 e cinco para as tábuas do outro lado do tabernáculo, e outros cinco para as tábuas do tabernáculo no lado posterior, o que dá para o ocidente.
Êxodo 36.33 Fizeram que o travessão do meio passasse ao meio das tábuas duma extremidade até a outra.
Êxodo 36.34 E cobriram as tábuas de ouro, e de ouro fizeram as suas argolas como lugares para os travessoes; também os travessões cobriu de ouro.
Êxodo 36.35 Fizeram então o véu de azul, púrpura, carmesim e linho fino torcido; com querubins, obra de artífice, o fizeram.
Êxodo 36.36 E fizeram-lhe quatro colunas de madeira de acácia e as cobriram de ouro; e seus colchetes fizeram de ouro; e fundiram-lhes quatro bases de prata.
Êxodo 36.37 Fizeram também para a porta da tenda um reposteiro de azul, púrpura, carmesim e linho fino torcido, obra de bordador,
Êxodo 36.38 com as suas cinco colunas e os seus colchetes; e de ouro cobriu os seus capitéis e as suas faixas; e as suas cinco bases eram de bronze.





Êxodo 37

As particularidades para o fabrico dos móveis do tabernáculo, descritos nos capítulos 25 (arca, propiciatório, mesa dos pães e candelabro) e 30 (altar do incenso), são repetidas em Êxodo 37.
Assim como a narrativa de vários fatos são repetidos nos quatro evangelhos, em razão da importância da sua confirmação e conhecimento pela igreja, de igual modo, os detalhes relativos ao tabernáculo são repetidos no livro de Êxodo, para que, especialmente os sacerdotes fixassem que a forma de se construir o tabernáculo e tudo o que ele continha, era a que estava escrita repetidamente nas Escrituras.
Assim, apesar de parecer ser estranho que Moisés tivesse registrado de forma repetitiva as mesmas instruções para a construção do tabernáculo, quando poderia ter feito apenas um só registro.
Mas como Moisés escreveu por inspiração divina, então não há nenhuma repetição vã, pois não há nenhuma palavra que seja inútil nas Escrituras, e houve o propósito útil de confirmar o que havia sido registrado anteriormente, para que ninguém duvidasse quanto à exatidão das instruções a serem obedecidas.
Aqui vale destacar as palavras do apóstolo Pedro que mostram a importância do método de Deus de se repetir e se repetir sempre as verdades da Sua Palavra:
“Pelo que estarei sempre pronto para vos lembrar estas coisas, ainda que as saibais, e estejais confirmados na verdade que já está convosco. E tendo por justo, enquanto ainda estou neste tabernáculo, despertar-vos com admoestações, sabendo que brevemente hei de deixar este meu tabernáculo, assim como nosso Senhor Jesus Cristo já mo revelou. Mas procurarei diligentemente que também em toda ocasião depois da minha morte tenhais lembrança destas coisas.” (II Pe 1.12-15).

Êxodo 37.1 Fez também Bezaleel a arca de madeira de acácia; o seu comprimento era de dois côvados e meio, a sua largura de um côvado e meio, e a sua altura de um côvado e meio.
Êxodo 37.2 Cobriu-a de ouro puro por dentro e por fora, fez-lhe uma moldura de ouro ao redor,
Êxodo 37.3 e fundiu-lhe quatro argolas de ouro nos seus quatro cantos, duas argolas num lado e duas no outro.
Êxodo 37.4 Também fez varais de madeira de acácia, e os cobriu de ouro;
Êxodo 37.5 e meteu os varais pelas argolas aos lados da arca, para se levar a arca.
Êxodo 37.6 Fez também um propiciatório de ouro puro; o seu comprimento era de dois côvados e meio, e a sua largura de um côvado e meio.
Êxodo 37.7 Fez também dois querubins de ouro; de ouro batido os fez nas duas extremidades do propiciatório,
Êxodo 37.8 um querubim numa extremidade, e o outro querubim na outra; de uma só peça com o propiciatório fez os querubins nas duas extremidades dele.
Êxodo 37.9 E os querubins estendiam as suas asas por cima do propiciatório, cobrindo-o com as asas, tendo as faces voltadas um para o outro; para o propiciatório estavam voltadas as faces dos querubins.
Êxodo 37.10 Fez também a mesa de madeira de acácia; o seu comprimento era de dois côvados, a sua largura de um côvado, e a sua altura de um côvado e meio.
Êxodo 37.11 cobriu-a de ouro puro, e fez-lhe uma moldura de ouro ao redor.
Êxodo 37.12 Fez-lhe também ao redor uma guarnição de quatro dedos de largura, e ao redor na guarnição fez uma moldura de ouro.
Êxodo 37.13 Fundiu-lhe também nos quatro cantos que estavam sobre os seus quatro pés.
Êxodo 37.14 Junto da guarnição estavam as argolas para os lugares dos varais, para se levar a mesa.
Êxodo 37.15 Fez também estes varais de madeira de acácia, e os cobriu de ouro, para se levar a mesa.
Êxodo 37.16 E de ouro puro fez os utensílios que haviam de estar sobre a mesa, os seus pratos e as suas colheres, as suas tigelas e os seus cântaros, com que se haviam de oferecer as libações.
Êxodo 37.17 Fez também o candelabro de ouro puro; de ouro batido fez o candelabro, tanto o seu pedestal como a sua haste; os seus copos, os seus cálices e as suas corolas formavam com ele uma só peça.
Êxodo 37.18 Dos seus lados saíam seis braços: três de um lado do candelabro e três do outro lado.
Êxodo 37.19 Em um braço havia três copos a modo de flores de amêndoa, com cálice e corola; igualmente no outro braço três copos a modo de flores de amêndoa, com cálice e corola; assim se fez com os seis braços que saíam do candelabro.
Êxodo 37.20 Mas na haste central havia quatro copos a modo de flores de amêndoa, com os seus cálices e as suas corolas;
Êxodo 37.21 também havia um cálice debaixo de dois braços, formando com a haste uma só peça, e outro cálice debaixo de dois outros braços, de uma só peça com a haste, e ainda outro cálice debaixo de dois outros braços, de uma só peça com a haste; e assim se fez para os seis braços que saíam da haste.
Êxodo 37.22 Os seus cálices e os seus braços formavam uma só peça com a haste; o todo era uma obra batida de ouro puro.
Êxodo 37.23 Também de ouro puro lhe fez as lâmpadas, em número de sete, com os seus espevitadores e os seus cinzeiros.
Êxodo 37.24 De um talento de ouro puro fez o candelabro e todos os seus utensilios.
Êxodo 37.25 De madeira de acácia fez o altar do incenso; de um côvado era o seu comprimento, e de um côvado a sua largura, quadrado, e de dois côvados a sua altura; as suas pontas formavam uma só peça com ele.
Êxodo 37.26 Cobriu-o de ouro puro, tanto a face superior como as suas paredes ao redor, e as suas pontas, e fez-lhe uma moldura de ouro ao redor.
Êxodo 37.27 Fez-lhe também duas argolas de ouro debaixo da sua moldura, nos dois cantos de ambos os lados, como lugares dos varais, para com eles se levar o altar.
Êxodo 37.28 E os varais fez de madeira de acácia, e os cobriu de ouro.
Êxodo 37.29 Também fez o óleo sagrado da unção, e o incenso aromático, puro, qual obra do perfumista.






Êxodo 38

Erigindo o Tabernáculo

Em Êxodo 38 há a repetição da descrição do altar do holocausto e do átrio, citados no capítulo 27, e da bacia de bronze, citada no capítulo 30.
E na parte final do capítulo (38.21-31) estão enumerados os gastos com os materiais para a construção do tabernáculo.
No verso 8 se destaca que a bacia de bronze foi fabricada com os espelhos de bronze das mulheres que se reuniam para ministrar à porta da tenda da congregação.
Estas mulheres haviam consagrado suas vidas a Deus, e foi algo muito natural para elas lhe consagrarem seus objetos, que usavam para cuidar da sua beleza, porque a verdadeira beleza interior delas não necessitava de espelho para ser vista.

O capítulo 39 de Êxodo registra o acabamento do trabalho de construção do tabernáculo, e as últimas coisas preparadas foram as vestes dos sacerdotes, que são também descritas no capitulo 28.
Estas vestimentas não eram confortáveis para passeio ou descanso, mas eram caracteristicamente roupas de serviço para realizar a obra de Deus.
Os sacerdotes, assim como Cristo deveriam se empenhar em servir e não em serem servidos.
Eles foram chamados por Deus para principalmente fazerem expiação do pecado do povo, e então seria para o benefício deles, e não para o próprio benefício e interesse que  foram investidos pelo Senhor em tão honrado ofício.

O tabernáculo, por ordem do Senhor, foi erigido exatamente um ano depois que os israelitas tinham celebrado a páscoa no Egito no primeiro dia do mês de Abibe, daquele que havia sido determinado por Deus como o primeiro ano a ser contado da história de Israel.
Assim, passado um ano, no primeiro dia do primeiro mês do segundo ano, o tabernáculo foi levantado nas cercanias do monte Sinai, conforme registro de Êxodo 40.
Deus quis marcar o começo de um novo ano, com uma nova vida que estaria associada à consagração do tabernáculo.
A designação de tenda da revelação é uma referência ao tabernáculo propriamente dito, isto é, ao ambiente coberto que continha o Lugar Santo e o Santo dos Santos.
O átrio que circundava a tenda era cercado por cortinas e ficava numa área descoberta.
O candelabro ficava no lado sul do Lugar Santo, e a mesa dos pães ficava no lado oposto, ao norte, e o altar do incenso defronte ao véu.
E tanto a entrada da tenda quanto do átrio ficavam voltadas para o leste.
A parte final deste capítulo registra que quando o tabernáculo acabou de ser levantado, então uma nuvem cobriu a tenda da revelação, veja bem, não todo o átrio, mas a parte coberta onde estava o Lugar Santo e o Santo dos Santos, e a glória do Senhor encheu o tabernáculo; de forma que Moisés não podia entrar na tenda da revelação, porquanto a nuvem repousava sobre ela, e a glória do Senhor enchia o tabernáculo.
Isto não somente indicava a presença de Deus entre o povo, como também indicava a obediência que Lhe era devida, porque quando a nuvem se levantava de sobre o tabernáculo, os israelitas tinham que se colocar em marcha seguindo  a direção que a nuvem lhes apontava. E se a nuvem, porém, não se levantasse, eles não caminhavam até o dia em que ela se levantasse.
E se durante o dia havia esta nuvem da parte do Senhor sobre o tabernáculo, durante a noite havia sobre ele uma coluna de fogo.
Não se deve pensar que Deus estava somente na nuvem, ou no Santo dos Santos, especialmente quando falava com Moisés.
Ele habitava nos corações que pelo arrependimento e pela fé, Lhe haviam consagrado um altar, assim como em Moisés, Josué e tantos outros.
A glória na nuvem, na coluna de fogo, no interior da tenda, era um sinal não para os cristãos, porque estes não devem andar por vista, e sim por fé, mas um sinal especialmente para os incrédulos de modo a convencê-los, naquela antiga aliança que foi feita com todos os israelitas, que Deus estava de fato no meio deles, e que, portanto, deveriam em consequência temê-lo e guardar os Seus mandamentos.
E tal era a intensidade do brilho da glória de Deus no interior do tabernáculo, que Moisés não podia entrar na tenda, porque não suportaria a intensidade do brilho da glória do Senhor.
Moisés não pôde entrar enquanto a glória de Deus enchia o tabernáculo, mas Jesus, em quem reside a plenitude da divindade, entrou no Santo dos Santos celestial, onde está a plenitude da glória de Deus obtendo uma eterna redenção.


Êxodo 38.1 Fez também o altar do holocausto de madeira de acácia; de cinco côvados era o seu comprimento e de cinco côvados a sua largura, quadrado, e de três côvados a sua altura.
Êxodo 38.2 E fez-lhe pontas nos seus quatro cantos; as suas pontas formavam uma só peça com ele; e cobriu-o de bronze.
Êxodo 38.3 Fez também todos os utensílios do altar: os cinzeiros, as pás, as bacias, os garfos e os braseiros; todos os seus utensílios fez de bronze.
Êxodo 38.4 Fez também para o altar um crivo de bronze em forma de rede, em baixo da borda ao redor, chegando ele até o meio do altar.
Êxodo 38.5 E fundiu quatro argolas para as quatro extremidades do crivo de bronze, como lugares dos varais.
Êxodo 38.6 E fez os varais de madeira de acácia, e os cobriu de bronze.
Êxodo 38.7 E meteu os varais pelas argolas aos lados do altar, para com eles se levar o altar; fê-lo oco, de tábuas.
Êxodo 38.8 Fez também a pia de bronze com a sua base de bronze, dos espelhos das mulheres que se reuniam e ministravam à porta da tenda da revelação.
Êxodo 38.9 Fez também o átrio. Para o lado meridional as cortinas eram de linho fino torcido, de cem côvados de comprimento.
Êxodo 38.10 As suas colunas eram vinte, e vinte as suas bases, todas de bronze; os colchetes das colunas e as suas faixas eram de prata.
Êxodo 38.11 Para o lado setentrional as cortinas eram de cem côvados; as suas colunas eram vinte, e vinte as suas bases, todas de bronze; os colchetes das colunas e as suas faixas eram de prata.
Êxodo 38.12 Para o lado ocidental as cortinas eram de cinquenta covados; as suas colunas eram dez, e as suas bases dez; os colchetes das colunas e as suas faixas eram de prata.
Êxodo 38.13 E para o lado oriental eram as cortinas de cinquenta côvados.
Êxodo 38.14 As cortinas para um lado da porta eram de quinze côvados; as suas colunas eram três e as suas bases três.
Êxodo 38.15 Do mesmo modo para o outro lado; de um e de outro lado da porta do átrio havia cortinas de quinze côvados; as suas colunas eram três e as suas bases três.
Êxodo 38.16 Todas as cortinas do átrio ao redor eram de linho fino torcido.
Êxodo 38.17 As bases das colunas eram de bronze; os colchetes das colunas e as suas faixas eram de prata; o revestimento dos seus capitéis era de prata; e todas as colunas do átrio eram cingidas de faixas de prata.
Êxodo 38.18 O reposteiro da porta do átrio era de azul, púrpura, carmesim e linho fino torcido, obra de bordador; o comprimento era de vinte côvados, e a altura, na largura, de cinco côvados, conforme a altura das cortinas do átrio.
Êxodo 38.19 As suas colunas eram quatro, e quatro as suas bases, todas de bronze; os seus colchetes eram de prata, como também o revestimento dos capitéis, e as suas faixas.
Êxodo 38.20 E todas as estacas do tabernáculo e do átrio ao redor eram de bronze.
Êxodo 38.21 Esta é a enumeração das coisas para o tabernáculo, a saber, o tabernáculo do testemunho, que por ordem de Moisés foram contadas para o ministério dos levitas, por intermédio de Itamar, filho de Arão, o sacerdote.
Êxodo 38.22 Fez, pois, Bezaleel, filho de îri, filho de Hur, da tribo de Judá, tudo quanto o Senhor tinha ordenado a Moisés;
Êxodo 38.23 e com ele Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã, gravador, desenhista, e bordador em azul, púrpura, carmesim e linho fino.
Êxodo 38.24 Todo o ouro gasto na obra, em toda a obra do santuário, a saber, o ouro da oferta, foi vinte e nove talentos e setecentos e trinta siclos, conforme o siclo do santuário.
Êxodo 38.25 A prata dos arrolados da congregação montou em cem talentos e mil setecentos setenta e cinco siclos, conforme o siclo do santuário;
Êxodo 38.26 um beca para cada cabeça, isto é, meio siclo, conforme o siclo do santuário, de todo aquele que passava para os arrolados, da idade de vinte anos e acima, que foram seiscentos e três mil quinhentos e cinquenta.
Êxodo 38.27 E houve cem talentos de prata para fundir as bases do santuário e as bases do véu; para cem bases eram cem talentos, um talento para cada base.
Êxodo 38.28 Mas dos mil setecentos e setenta e cinco siclos, fez colchetes para as colunas, e cobriu os seus capitéis e fez-lhes as faixas.
Êxodo 38.29 E o bronze da oferta foi setenta talentos e dois mil e quatrocentos siclos.
Êxodo 38.30 Dele fez as bases da porta da tenda da revelação, o altar de bronze, e o crivo de bronze para ele, todos os utensílios do altar,
Êxodo 38.31 as bases do átrio ao redor e as bases da porta do átrio, todas as estacas do tabernáculo e todas as estacas do átrio ao redor.





Erigindo o Tabernáculo

Em Êxodo 38 há a repetição da descrição do altar do holocausto e do átrio, citados no capítulo 27, e da bacia de bronze, citada no capítulo 30.
E na parte final do capítulo (38.21-31) estão enumerados os gastos com os materiais para a construção do tabernáculo.
No verso 8 se destaca que a bacia de bronze foi fabricada com os espelhos de bronze das mulheres que se reuniam para ministrar à porta da tenda da congregação.
Estas mulheres haviam consagrado suas vidas a Deus, e foi algo muito natural para elas lhe consagrarem seus objetos, que usavam para cuidar da sua beleza, porque a verdadeira beleza interior delas não necessitava de espelho para ser vista.

O capítulo 39 de Êxodo registra o acabamento do trabalho de construção do tabernáculo, e as últimas coisas preparadas foram as vestes dos sacerdotes, que são também descritas no capitulo 28.
Estas vestimentas não eram confortáveis para passeio ou descanso, mas eram caracteristicamente roupas de serviço para realizar a obra de Deus.
Os sacerdotes, assim como Cristo deveriam se empenhar em servir e não em serem servidos.
Eles foram chamados por Deus para principalmente fazerem expiação do pecado do povo, e então seria para o benefício deles, e não para o próprio benefício e interesse que  foram investidos pelo Senhor em tão honrado ofício.

O tabernáculo, por ordem do Senhor, foi erigido exatamente um ano depois que os israelitas tinham celebrado a páscoa no Egito no primeiro dia do mês de Abibe, daquele que havia sido determinado por Deus como o primeiro ano a ser contado da história de Israel.
Assim, passado um ano, no primeiro dia do primeiro mês do segundo ano, o tabernáculo foi levantado nas cercanias do monte Sinai, conforme registro de Êxodo 40.
Deus quis marcar o começo de um novo ano, com uma nova vida que estaria associada à consagração do tabernáculo.
A designação de tenda da revelação é uma referência ao tabernáculo propriamente dito, isto é, ao ambiente coberto que continha o Lugar Santo e o Santo dos Santos.
O átrio que circundava a tenda era cercado por cortinas e ficava numa área descoberta.
O candelabro ficava no lado sul do Lugar Santo, e a mesa dos pães ficava no lado oposto, ao norte, e o altar do incenso defronte ao véu.
E tanto a entrada da tenda quanto do átrio ficavam voltadas para o leste.
A parte final deste capítulo registra que quando o tabernáculo acabou de ser levantado, então uma nuvem cobriu a tenda da revelação, veja bem, não todo o átrio, mas a parte coberta onde estava o Lugar Santo e o Santo dos Santos, e a glória do Senhor encheu o tabernáculo; de forma que Moisés não podia entrar na tenda da revelação, porquanto a nuvem repousava sobre ela, e a glória do Senhor enchia o tabernáculo.
Isto não somente indicava a presença de Deus entre o povo, como também indicava a obediência que Lhe era devida, porque quando a nuvem se levantava de sobre o tabernáculo, os israelitas tinham que se colocar em marcha seguindo  a direção que a nuvem lhes apontava. E se a nuvem, porém, não se levantasse, eles não caminhavam até o dia em que ela se levantasse.
E se durante o dia havia esta nuvem da parte do Senhor sobre o tabernáculo, durante a noite havia sobre ele uma coluna de fogo.
Não se deve pensar que Deus estava somente na nuvem, ou no Santo dos Santos, especialmente quando falava com Moisés.
Ele habitava nos corações que pelo arrependimento e pela fé, Lhe haviam consagrado um altar, assim como em Moisés, Josué e tantos outros.
A glória na nuvem, na coluna de fogo, no interior da tenda, era um sinal não para os cristãos, porque estes não devem andar por vista, e sim por fé, mas um sinal especialmente para os incrédulos de modo a convencê-los, naquela antiga aliança que foi feita com todos os israelitas, que Deus estava de fato no meio deles, e que, portanto, deveriam em consequência temê-lo e guardar os Seus mandamentos.
E tal era a intensidade do brilho da glória de Deus no interior do tabernáculo, que Moisés não podia entrar na tenda, porque não suportaria a intensidade do brilho da glória do Senhor.
Moisés não pôde entrar enquanto a glória de Deus enchia o tabernáculo, mas Jesus, em quem reside a plenitude da divindade, entrou no Santo dos Santos celestial, onde está a plenitude da glória de Deus obtendo uma eterna redenção.



Êxodo 39

Vide comentário no capitulo 38.

Êxodo 39.1 Fizeram também de azul, púrpura e carmesim as vestes, finamente tecidas, para ministrar no lugar santo, e fizeram as vestes sagradas para Arão, como o Senhor ordenara a Moisés.
Êxodo 39.2 Assim se fez o éfode de ouro, azul, púrpura, carmesim e linho fino torcido;
Êxodo 39.3 bateram o ouro em lâminas delgadas, as quais cortaram em fios, para entretecê-lo no azul, na púrpura, no carmesim e no linho fino, em obra de desenhista;
Êxodo 39.4 fizeram-lhe ombreiras que se uniam; assim pelos seus dois cantos superiores foi ele unido.
Êxodo 39.5 E o cinto da obra esmerada do éfode, que estava sobre ele, formava com ele uma só peça e era de obra semelhante, de ouro, azul, púrpura, carmesim e linho fino torcido, como o Senhor ordenara a Moisés.
Êxodo 39.6 Também prepararam as pedras de berilo, engastadas em ouro, lavradas como a gravura de um selo, com os nomes dos filhos de Israel;
Êxodo 39.7 as quais puseram sobre as ombreiras do éfode para servirem de pedras de memorial para os filhos de Israel, como o Senhor ordenara a Moisés.
Êxodo 39.8 Fez-se também o peitoral de obra de desenhista, semelhante à obra do éfode, de ouro, azul, púrpura, carmesim e linho fino torcido.
Êxodo 39.9 Quadrado e duplo fizeram o peitoral; o seu comprimento era de um palmo, e a sua largura de um palmo, sendo ele dobrado. f
Êxodo 39.10 E engastaram nele quatro fileiras de pedras: a primeira delas era de um sárdio, um topázio e uma esmeralda;
Êxodo 39.11 a segunda fileira era de uma granada, uma safira e um ônix;
Êxodo 39.12 a terceira fileira era de um jacinto, uma ágata e uma ametista;
Êxodo 39.13 e a quarta fileira era de uma crisólita, um berilo e um jaspe; eram elas engastadas nos seus engastes de ouro.
Êxodo 39.14 Estas pedras, pois, eram doze, segundo os nomes dos filhos de Israel; eram semelhantes a gravuras de selo, cada uma com o nome de uma das doze tribos.
Êxodo 39.15 Também fizeram sobre o peitoral cadeiazinhas, semelhantes a cordas, obra de trança, de ouro puro.
Êxodo 39.16 Fizeram também dois engastes de ouro e duas argolas de ouro, e fixaram as duas argolas nas duas extremidades do peitoral.
Êxodo 39.17 E meteram as duas cadeiazinhas de trança de ouro nas duas argolas, nas extremidades do peitoral.
Êxodo 39.18 E as outras duas pontas das duas cadeiazinhas de trança meteram nos dois engastes, e as puseram sobre as ombreiras do éfode, na parte dianteira dele.
Êxodo 39.19 Fizeram outras duas argolas de ouro, que puseram nas duas extremidades do peitoral, na sua borda que estava junto ao éfode por dentro.
Êxodo 39.20 Fizeram mais duas argolas de ouro, que puseram nas duas ombreiras do éfode, debaixo, na parte dianteira dele, junto à sua costura, acima do cinto de obra esmerada do éfode.
Êxodo 39.21 E ligaram o peitoral, pelas suas argolas, às argolas do éfode por meio de um cordão azul, para que estivesse sobre o cinto de obra esmerada do éfode, e o peitoral não se separasse do éfode, como o Senhor ordenara a Moisés.
Êxodo 39.22 Fez-se também o manto do éfode de obra tecida, todo de azul,
Êxodo 39.23 e a abertura do manto no meio dele, como a abertura de cota de malha; esta abertura tinha um debrum em volta, para que não se rompesse.
Êxodo 39.24 Nas abas do manto fizeram romãs de azul, púrpura e carmesim, de fio torcido.
Êxodo 39.25 Fizeram também campainhas de ouro puro, pondo as campainhas nas abas do manto ao redor, entremeadas com as romãs;
Êxodo 39.26 uma campainha e uma romã, outra campainha e outra romã, nas abas do manto ao redor, para uso no ministério, como o Senhor ordenara a Moisés.
Êxodo 39.27 Fizeram também as túnicas de linho fino, de obra tecida, para Arão e para seus filhos,
Êxodo 39.28 e a mitra de linho fino, e o ornato das tiaras de linho fino, e os calções de linho fino torcido,
Êxodo 39.29 e o cinto de linho fino torcido, e de azul, púrpura e carmesim, obra de bordador, como o Senhor ordenara a Moisés.
Êxodo 39.30 Fizeram também, de ouro puro, a lâmina da coroa sagrada, e nela gravaram uma inscrição como a gravura de um selo: SANTO AO SENHOR.
Êxodo 39.31 E a ela ataram um cordão azul, para prendê-la à parte superior da mitra, como o Senhor ordenara a Moisés.
Êxodo 39.32 Assim se acabou toda a obra do tabernáculo da tenda da revelação; e os filhos de Israel fizeram conforme tudo o que o Senhor ordenara a Moisés; assim o fizeram.
Êxodo 39.33 Depois trouxeram a Moisés o tabernáculo, a tenda e todos os seus utensílios, os seus colchetes, as suas tábuas, os seus travessões, as suas colunas e as suas bases;
Êxodo 39.34 e a cobertura de peles de carneiros tintas de vermelho, e a cobertura de peles de golfinhos, e o véu do reposteiro;
Êxodo 39.35 a arca do testemunho com os seus varais, e o propiciatório;
Êxodo 39.36 a mesa com todos os seus utensílios, e os pães da proposição;
Êxodo 39.37 o candelabro puro com suas lâmpadas todas em ordem, com todos os seus utensílios, e o azeite para a luz;
Êxodo 39.38 também o altar de ouro, o óleo da unção e o incenso aromático, e o reposteiro para a porta da tenda;
Êxodo 39.39 o altar de bronze e o seu crivo de bronze, os seus varais, e todos os seus utensílios; a pia e a sua base;
Êxodo 39.40 as cortinas do átrio, as suas colunas e as suas bases, e o reposteiro para a porta do átrio, as suas cordas e as suas estacas, e todos os utensílios do serviço do tabernáculo, para a tenda da revelação;
Êxodo 39.41 as vestes finamente tecidas para uso no ministério no lugar santo, e as vestes sagradas para Arão, o sacerdote, e as vestes para seus filhos, para Êxodo 39.administrarem o sacerdócio.
42 Conforme tudo o que o Senhor ordenara a Moisés, assim fizeram os filhos de Israel toda a obra.
Êxodo 39.43 Viu, pois, Moisés toda a obra, e eis que a tinham feito; como o Senhor ordenara, assim a fizeram; então Moisés os abençoou.







Êxodo 40

Vide comentário no capítulo 38.

Êxodo 40.1 Depois disse o Senhor a Moisés:
Êxodo 40.2 No primeiro mês, no primeiro dia do mês, levantarás o tabernáculo da tenda da revelação,
Êxodo 40.3 e porás nele a arca do testemunho, e resguardaras a arca com o véu.
Êxodo 40.4 Depois colocarás nele a mesa, e porás em ordem o que se deve pôr em ordem nela; também colocarás nele o candelabro, e acenderás as suas lâmpadas.
Êxodo 40.5 E porás o altar de ouro para o incenso diante da arca do testemunho; então pendurarás o reposteiro da porta do tabernáculo.
Êxodo 40.6 E porás o altar do holocausto diante da porta do tabernáculo da tenda da revelação.
Êxodo 40.7 E porás a pia entre a tenda da revelação e o altar, e nela deitarás água.
Êxodo 40.8 Depois levantarás as cortinas do átrio ao redor, e pendurarás o reposteiro da porta do átrio.
Êxodo 40.9 Então tomarás o óleo da unção e ungirás o tabernáculo, e tudo o que há nele; e o santificarás, a ele e a todos os seus móveis; e será santo.
Êxodo 40.10 Ungirás também o altar do holocausto, e todos os seus utensílios, e santificarás o altar; e o altar será santíssimo.
Êxodo 40.11 Então ungirás a pia e a sua base, e a santificarás.
Êxodo 40.12 E farás chegar Arão e seus filhos à porta da tenda da revelação, e os lavarás com água.
Êxodo 40.13 E vestirás Arão das vestes sagradas, e o ungirás, e o santificarás, para que me administre o sacerdócio.
Êxodo 40.14 Também farás chegar seus filhos, e os vestirás de túnicas,
Êxodo 40.15 e os ungirás como ungiste a seu pai, para que me administrem o sacerdócio, e a sua unção lhes será por sacerdócio perpétuo pelas suas gerações.
Êxodo 40.16 E Moisés fez conforme tudo o que o Senhor lhe ordenou; assim o fez.
Êxodo 40.17 E no primeiro mês do segundo ano, no primeiro dia do mês, o tabernáculo foi levantado.
Êxodo 40.18 Levantou, pois, Moisés o tabernáculo: lançou as suas bases; armou as suas tábuas e nestas meteu os seus travessões; levantou as suas colunas;
Êxodo 40.19 estendeu a tenda por cima do tabernáculo, e pôs a cobertura da tenda sobre ela, em cima, como o Senhor lhe ordenara.
Êxodo 40.20 Então tomou o testemunho e pô-lo na arca, ajustou à arca os varais, e pôs-lhe o propiciatório em cima.
Êxodo 40.21 Depois introduziu a arca no tabernáculo, e pendurou o véu do reposteiro, e assim resguardou a arca do testemunho, como o Senhor lhe ordenara.
Êxodo 40.22 Pôs também a mesa na tenda da revelação, ao lado do tabernáculo para o norte, fora do véu,
Êxodo 40.23 e sobre ela pôs em ordem o pão perante o Senhor, como o Senhor lhe ordenara.
Êxodo 40.24 Pôs também na tenda da revelação o candelabro defronte da mesa, ao lado do tabernáculo para o sul,
Êxodo 40.25 e acendeu as lâmpadas perante o Senhor, como o Senhor lhe ordenara.
Êxodo 40.26 Pôs o altar de ouro na tenda da revelação diante do véu,
Êxodo 40.27 e sobre ele queimou o incenso de especiarias aromáticas, como o Senhor lhe ordenara.
Êxodo 40.28 Pendurou o reposteiro à: porta do tabernáculo,
Êxodo 40.29 e pôs o altar do holocausto à porta do tabernáculo da tenda da revelação, e sobre ele ofereceu o holocausto e a oferta de cereais, como o Senhor lhe ordenara.
Êxodo 40.30 Depois: colocou a pia entre a tenda da revelação e o altar, e nela deitou água para a as abluções.
Êxodo 40.31 E junto dela Moisés, e Arão e seus filhos lavaram as mãos e os pés.
Êxodo 40.32 Quando entravam na tenda da revelação, e quando chegavam ao altar, lavavam-se, como o Senhor ordenara a Moises.
Êxodo 40.33 Levantou também as cortinas do átrio ao redor do tabernáculo e do altar e pendurou o reposteiro da porta do átrio. Assim Moisés acabou a obra.
Êxodo 40.34 Então a nuvem cobriu a tenda da revelação, e a glória do Senhor encheu o tabernáculo;
Êxodo 40.35 de maneira que Moisés não podia entrar na tenda da revelação, porquanto a nuvem repousava sobre ela, e a glória do Senhor enchia o tabernáculo.
Êxodo 40.36 Quando, pois, a nuvem se levantava de sobre o tabernáculo, prosseguiam os filhos de Israel, em todas as suas jornadas;
Êxodo 40.37 se a nuvem, porém, não se levantava, não caminhavam até o dia em que ela se levantasse.
Êxodo 40.38 Porquanto a nuvem do Senhor estava de dia sobre o tabernáculo, e o fogo estava de noite sobre ele, perante os olhos de toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas.



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