sábado, 17 de outubro de 2015

Romanos 1 a 16

Romanos 1

Porque o Pecador Necessita do Evangelho – P 1 - Romanos 1

Esta epístola tem sido chamada por muitos, de o evangelho segundo Paulo. Ele fez uso da palavra evangelho por 4 vezes, somente neste primeiro capítulo, como se vê nos versículos 1, 9, 15 e 16, enfatizando que havia sido chamado para apóstolo, tendo sido separado de um modo especial por Deus, para o evangelho de Cristo.
Paulo declarou que servia a Deus em seu espírito, no evangelho de Seu Filho. Que estava pronto para anunciar também o evangelho em Roma, porque não se envergonhava do evangelho, uma vez que é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê.
A grande necessidade da humanidade é um evangelho de Deus que a salve; que repousa na realidade de que Deus manifestou por várias vezes, especialmente no Velho Testamento, a Sua ira contra o pecado.
Então, é somente pela justiça do evangelho, que é segundo a fé, que a ira de Deus contra o pecado daqueles que se convertem a Ele pode ser satisfeita, conforme o apóstolo vai expor amplamente nesta epístola.
Paulo diz, que a justiça de Deus é revelada no evangelho de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé; porque esta justiça evangélica é a justiça de Deus; no sentido de que é a que Ele está aprovando e aceitando.
A justiça que está sendo oferecida para a remissão dos pecados é a do próprio Cristo, portanto, é somente por causa da fé, que os pecadores são justificados.
Paulo declarou qual era seu principal propósito de estar entre os santos de Roma nos versos 11 e 12, que era o de comunicar algum dom espiritual, como para que ele também fosse consolado, através da fé mútua.
O evangelho deve ser pregado a toda criatura debaixo do céu, conforme ordenança de Jesus; logo, o apóstolo disse que estava pronto para pregar o evangelho também em Roma.
Não é por mérito de raça, de capacidade humana ou de qualquer outra qualificação ou capacitação humana que há salvação de pecadores, mas pela exclusiva graça que opera de fé em fé no evangelho, como Paulo afirma no verso 17.
A ação do pecado no mundo é evidente de várias maneiras, e o apóstolo enumera algumas a título de ilustração, até o versículo 32.
Todas as pessoas são, portanto indesculpáveis perante o justo juízo de Deus que exige perfeita santidade a todos, sem exceção.
É somente pela graça e justiça do evangelho que está sendo oferecida gratuitamente na dispensação da graça divina, que se pode escapar do Juízo condenatório em razão do pecado.
Todos necessitam de um Salvador eficaz, e este é somente Jesus Cristo, conforme o apóstolo Paulo argumenta em toda esta epístola.


“1 Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para o evangelho de Deus.
2 O qual antes prometeu pelos seus profetas nas santas escrituras,
3 Acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne,
4 Declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos, Jesus Cristo, nosso Senhor,
5 Pelo qual recebemos a graça e o apostolado, para a obediência da fé entre todos os gentios pelo seu nome,
6 Entre as quais sois também vós chamados para serdes de Jesus Cristo.
7 A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados santos: Graça e paz de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
8 Primeiramente dou graças ao meu Deus por Jesus Cristo, acerca de vós todos, porque em todo o mundo é anunciada a vossa fé.
9 Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho, me é testemunha de como incessantemente faço menção de vós,
10 Pedindo sempre em minhas orações que nalgum tempo, pela vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião de ir ter convosco.
11 Porque desejo ver-vos, para vos comunicar algum dom espiritual, a fim de que sejais confortados;
12 Isto é, para que juntamente convosco eu seja consolado pela fé mútua, assim vossa como minha.
13 Não quero, porém, irmãos, que ignoreis que muitas vezes propus ir ter convosco (mas até agora tenho sido impedido) para também ter entre vós algum fruto, como também entre os demais gentios.
14 Eu sou devedor, tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes.
15 E assim, quanto está em mim, estou pronto para também vos anunciar o evangelho, a vós que estais em Roma.
16 Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego.
17 Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé.
18 Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça.
19 Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.
20 Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;
21 Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.
22 Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.
23 E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.
24 Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si;
25 Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.
26 Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza.
27 E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.
28 E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm;
29 Estando cheios de toda a iniquidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade;
30 Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães;
31 Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia;
32 Os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem.”. (Romanos 1.1-32)





Romanos 2

Porque o Pecador Necessita do Evangelho – P 2 - Romanos 2

A desobediência à verdade aqui referida, não é ao conjunto de verdades morais, mas a verdade do evangelho, que é Cristo. A resistência a Ele e a consequente rejeição ao evangelho é o que resulta em juízo divino.
Jesus falou claramente sobre a necessidade de se nascer de novo para entrar no reino dos céus. Por isso, Jesus foi logo ao ponto com Nicodemos, dizendo-lhe que não era o fato de ser um religioso sincero que garantia seu acesso ao reino de Deus, mas ter uma experiência real de novo nascimento do Espírito Santo.
Deus não faz distinção entre judeus e gentios, porque não faz acepção de pessoas.
Os judeus não tinham, portanto nada do que se gloriar em relação aos gentios, porque tanto estes, que não estiveram debaixo da Lei de Moisés, quanto os judeus que estiveram debaixo da Lei, caso vivessem no pecado, pereceriam igual e eternamente, se não fossem justificados pela fé no evangelho de Cristo.
Assim, o judeu não se encontrava em vantagem em relação aos gentios quanto à justiça do evangelho, nem os gentios em vantagem em relação aos judeus, porque tanto um quanto outro não são justificados por suas obras, mas por uma real união com Cristo.
A mera ortodoxia do judeu na defesa da Lei, não lhe ajudaria em nada quanto à salvação segundo o evangelho, porque não é por se ter a Lei e se gloriar em Deus; saber a vontade de Deus e aprovar o que é prescrito na Sua Palavra, ainda que seja um mestre da Lei; que se terá algum valor, caso não se pratique aquilo que se defende, como Paulo diz nos versos 17 a 24.
Não é bastante conhecer o bem; falar bem, professar o bem; prometer o bem, porque é necessário acima de tudo, fazer o bem.
Segundo o apóstolo, para praticar o bem conforme é definido por Cristo é necessário viver na fé do evangelho.

“1 Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo.
2 E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem.
3 E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?
4 Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento?
5 Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;
6 O qual recompensará cada um segundo as suas obras; a saber:
7 A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção;
8 Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniqüidade;
9 Tribulação e angústia sobre toda a alma do homem que faz o mal; primeiramente do judeu e também do grego;
10 Glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego;
11 Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas.
12 Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados.
13 Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados.
14 Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei;
15 Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os;
16 No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.
17 Eis que tu que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus;
18 E sabes a sua vontade e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por lei;
19 E confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas,
20 Instrutor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei;
21 Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas?
22 Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio?
23 Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei?
24 Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós.
25 Porque a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão se torna em incircuncisão.
26 Se, pois, a incircuncisão guardar os preceitos da lei, porventura a incircuncisão não será reputada como circuncisão?
27 E a incircuncisão que por natureza o é, se cumpre a lei, não te julgará porventura a ti, que pela letra e circuncisão és transgressor da lei?
28 Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne.
29 Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus. (Rom 2.1-29)

Se a condição de toda pessoa é a de estar naturalmente no pecado, então, qualquer um que julga seu próximo, é indesculpável e condena a si mesmo, conforme o apóstolo afirma logo no início deste segundo capítulo.
Deus requer conversão, porque sem esta, não é possível atender à demanda da sua justiça, que não faz distinção de pessoas, condição de nascimento, ou religião.
Daí Paulo ter afirmado nos versos 9 e 10:
“9 Tribulação e angústia sobre toda a alma do homem que faz o mal; primeiramente do judeu e também do grego;
10 Glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego;”

Então, ao se falar na graça, fé, e justiça do evangelho que são recebidas de Cristo, e que nEle estão, fala-se ao mesmo tempo de uma operação real na vida do cristão, convertendo-o das trevas para a luz, da prática do mal para a prática da justiça evangélica.
A pessoa que se converter, realmente amará a Palavra de Deus, não somente para ouvi-la, mas para praticá-la.
Ela amará a Deus e a seus irmãos em Cristo, buscará viver em unidade espiritual com Deus e com seus irmãos na fé, porque passará a ter a habitação do Espírito Santo, conforme Deus prometeu que o daria a todo que fosse feito discípulo de Cristo.
Assim, não é pela sua bondade e afeto naturais que o homem é livrado da condenação futura, porque todos são pecadores destituídos da glória de Deus, e necessitam ser justificados por Cristo, bem como serem regenerados e santificados pelo Espírito Santo, de maneira que não é a própria justiça que a salvará, mas a justiça de Cristo que ela encontrou no evangelho.
Todos os que forem transformados pela graça do evangelho, viverão eternamente.
Por isso o apóstolo disse o seguinte nos versos 6 a 8:
“6 O qual recompensará cada um segundo as suas obras; a saber:
7 A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção;
8 Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniquidade;”





Romanos 3

Qual é Justiça que se Revela no Evangelho? P 1 - Romanos 3

Neste, e nos capítulos anteriores, o apóstolo demonstrou com argumentos sólidos que a condição do melhor dos homens, diante de Deus é de completa miséria por causa do pecado.
Então, ainda que o fato de ser judeu tenha em si alguma vantagem, porque foi aos israelitas que Deus revelou  Sua Palavra, e por meio deste povo que trouxe Cristo ao mundo e com Ele a Sua salvação, no entanto, quanto ao que diz respeito à condição de escravidão por causa do pecado original, os judeus se encontram nas mesmas condições em que se encontram os gentios aos olhos de Deus.
Todos que são libertos o são somente pelo modo descrito pelo apóstolo, sobretudo nos versos 9 a 18, das coisas que são condenadas pela Lei, de maneira que toda boca se feche diante de Deus, quanto à tentativa de alegar diante dEle qualquer tipo de justiça ou mérito pessoal.
Pela exposição dos versos 3 a 8, Paulo demonstrou que o fato de alguns judeus, na verdade a maioria deles, não viver em conformidade com a vontade de Deus, por não serem convertidos, não demonstrava que a fidelidade de Deus havia sido aniquilada; ao contrário, comprovava que Ele é fiel em cumprir o que prometeu, porque apesar de toda sua infidelidade quanto à antiga aliança, por cerca de 14 séculos, deu-lhes ainda um Salvador.
Assim, a injustiça deles trouxe à luz a bondade e a misericórdia de Deus, na pessoa de Jesus.
Deus permitiu e tem permitido a longa existência do pecado no mundo, para exibir o quanto é longânimo, perdoador, misericordioso, justo e bondoso.
Todavia, aqueles que afirmam que é bom praticar o pecado, porque a graça tudo perdoa, demonstram com esta sua atitude que não conhecem de fato a Cristo, porque caso fossem convertidos, saberiam que os que assim pensam encontram-se condenados por permanecerem na prática deliberada do pecado, como Paulo afirma em Rom 3.8.
É importante lembrar, que já a partir deste capítulo, o grande tema dominante desta epístola é o da justificação pela graça mediante a fé, sem o concurso das obras.
Paulo falou também de santificação, a partir do sexto capítulo.
É muito importante ter sempre isto em vista ao estudar esta epístola, para que não se faça uma confusão entre justificação e santificação, pois a justificação e a regeneração são instantâneas e acontecem no momento em que a pessoa se converte e passa a ter a habitação do Espírito Santo. Isto ocorre de uma vez para sempre, sem ser anulado. São atos irrevogáveis de Deus.
Já a santificação é um processo, de negar-se a si mesmo e carregar a cruz seguindo a Jesus dia a dia. É o ato que dura toda a vida, e consiste no despojamento do velho homem e do crescimento na graça e no conhecimento de Jesus.
Então, ao dizer que por obras da lei ninguém pode ser justificado, o apóstolo não estava negando a importância da lei, mas mostrando que ela não tem nenhuma participação no trabalho que é realizado para a nossa justificação e regeneração, senão somente nos convencer que somos pecadores e que necessitamos, portanto de um Salvador.
Deste modo, Paulo fechou este capitulo dizendo, que a fé do evangelho não está destinada a remover a lei, mas confirmar a lei, isto é, tanto sabemos pela fé o quanto a lei de Deus é perfeita em mostrar o Seu caráter e a nossa miséria, e o quanto podemos viver de modo que satisfaça as exigências da lei, somente quando somos convertidos pelo evangelho da graça de Cristo.
Paulo afirma no verso 32:
“Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei.”


“1 Qual é, pois, a vantagem do judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão?
2 Muita, em toda a maneira, porque, primeiramente, as palavras de Deus lhe foram confiadas.
3 Pois quê? Se alguns foram incrédulos, a sua incredulidade aniquilará a fidelidade de Deus?
4 De maneira nenhuma; sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, E venças quando fores julgado.
5 E, se a nossa injustiça for causa da justiça de Deus, que diremos? Porventura será Deus injusto, trazendo ira sobre nós? (Falo como homem.)
6 De maneira nenhuma; de outro modo, como julgará Deus o mundo?
7 Mas, se pela minha mentira abundou mais a verdade de Deus para glória sua, por que sou eu ainda julgado também como pecador?
8 E por que não dizemos, como alguns, caluniosamente, afirmam que o fazemos: Pratiquemos males para que venham bens? A condenação destes é justa.
9 Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma, pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado;
10 Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.
11 Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus.
12 Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.
13 A sua garganta é um sepulcro aberto; Com as suas línguas tratam enganosamente; Peçonha de áspides está debaixo de seus lábios;
14 Cuja boca está cheia de maldição e amargura.
15 Os seus pés são ligeiros para derramar sangue.
16 Em seus caminhos há destruição e miséria;
17 E não conheceram o caminho da paz.
18 Não há temor de Deus diante de seus olhos.
19 Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus.
20 Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.
21 Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas;
22 Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença.
23 Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;
24 Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.
25 Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus;
26 Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.
27 Onde está logo a jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não; mas pela lei da fé.
28 Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei.
29 É porventura Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente,
30 Visto que Deus é um só, que justifica pela fé a circuncisão, e por meio da fé a incircuncisão.
31 Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei.”. (Rom 3.1-31)






Romanos 4

Qual é Justiça que se Revela no Evangelho? P 2 - Romanos 4

Na verdade, nem na justificação, nem na santificação, temos motivo para nos gloriar em nós mesmos, tal como Abraão não tinha motivos para se gloriar no fato ter sido justificado pela fé.
Não somente por causa do argumento de que esta justificação é por pura graça e misericórdia de Deus, excluindo qualquer mérito do homem, como também pela verdade que toda a glória é devida somente ao Senhor, porque somente Ele é o Criador, o Salvador e o Senhor.
Sem Ele nada existiria. Sem Ele não haveria nenhuma salvação, nenhuma eleição, justificação, nenhuma santificação, nenhuma glorificação, nenhuma cura, nenhum livramento da condenação, nenhuma herança para o cristão no céu.
Então, ao afirmar que se Abraão tivesse sido justificado por obras, teria motivo de se gloriar, mas não diante de Deus, Paulo queria dizer que ele teria realmente motivo de se gloriar em si mesmo, caso fosse possível alguém ser justificado por suas obras.
Mas, como isto é impossível, então ninguém deve se gloriar em si mesmo em Sua presença, senão somente no próprio Deus, que tudo opera em todos, e por meio de quem são todas as coisas.
Deste modo, não está sendo enfocado por Paulo, que haja alguma obrigação de Deus em dar a salvação a qualquer pessoa como uma espécie de salário, de pagamento de uma dívida, por alguma boa obra que tenha sido praticada por aquele a quem Ele salvou.
Como Deus sabia que não haveria no homem nenhum modo de salvar a si mesmo do pecado, Ele deliberou, desde a eternidade, salvar pela graça mediante a fé.
Então, se uma pessoa insiste em ser salva por obras, ela permanecerá sob a condenação de Deus, porque está sendo desobediente à Sua ordenação, de que aquele que for salvo, o será pela Sua graça, e mediante a fé.
As boas obras devem ser praticadas, mas não com o fim de sermos salvos por Cristo, porque isto ocorre somente pela graça e mediante a fé.
É pela fé no sangue que Jesus derramou na cruz, que somos lavados e perdoados dos nossos pecados.
Deus revelou esta verdade pelo Espírito ao rei Davi, a qual lemos no Sl 32.1,2, cujas palavras Paulo usou em Rom 4.7 e 8:
“7 Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, E cujos pecados são cobertos.
 “8 Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado.”

A justificação é uma declaração da parte de Deus em relação a quem se converte, de que esta pessoa é agora justa diante dEle, ou seja, está justificada do pecado, por causa da obra realizada por Jesus em seu favor.
Esta justiça que é atribuída à pessoa é a justiça do próprio Cristo. É a veste de Cristo com a qual ela agora está vestida.
Uma vez justificada, esta pessoa é chamada a ter esta mesma justiça sendo-Lhe agora implantada, isto é, incorporada em sua nova natureza, recebida do alto, pelo Espírito, de maneira que seja aperfeiçoada na justiça evangélica; mas isto não faz parte do ato da justificação, que como vimos antes, é uma declaração feita por Deus de que somos agora justos aos Seus olhos por causa de Cristo,   e não uma implantação da Sua justiça em nós.
Esta implantação da justiça é feita pela regeneração e santificação do Espírito Santo, sendo que a santificação é um processo progressivo, e não instantâneo tal como se dá com a justificação e a regeneração.
A prova que esta bênção da justificação, que nos dá a salvação, não é somente para os judeus se comprova pelo fato de ter sido Abraão justificado pela fé, quando ainda era um gentio em Ur dos caldeus.  Abraão só foi circuncidado em seu prepúcio depois de ter crido em Deus e ter sido justificado, de maneira que não é a circuncisão do prepúcio que justifica uma pessoa, conforme os judeus costumavam ensinar, porque não foi por ter sido circuncidado que Abraão foi justificado.
Aconteceu justamente o contrário: ele foi circuncidado porque foi justificado, isto é, ele recebeu a circuncisão como um sinal comprobatório da justificação que é pela fé.
De maneira, que os cristãos que são justificados devem trazer em si este sinal comprobatório que também foram circuncidados por terem crido, já não mais no prepúcio, mas no coração.
A circuncisão dos judeus era um ato de despojamento da carne do prepúcio.  
Então, a circuncisão do cristão na Nova Aliança com Cristo consiste no despojamento da carne, não do prepúcio, mas do princípio operativo do pecado, que a Bíblia chama de carne; que consiste em tudo aquilo que nos impeça de ter uma vida de comunhão no espírito com Deus.
Lembremos que o motivo alegado por Deus de que não permaneceria mais atuando nos homens nos dias de Noé, porque estes eram carnais, significava que haviam se tornado insensíveis, e completamente endurecidos à ação do Espírito Santo que procurava conduzi-los ao arrependimento, conforme lemos em Gên 6.3.
Deve ser levado em conta também, que a promessa da Nova Aliança foi feita a Abraão mais de quatrocentos anos antes da Lei ter sido dada a Moisés no Sinai.
Isto significa, que ao dizer que no descendente de Abraão seriam benditas todas as nações da terra, Deus estava mostrando que o modo de alguém ser salvo não seria por causa da Lei, mas pela promessa que fez a Abraão, de salvar também a muitos do mesmo modo como fizera com Abraão, a saber, somente pela fé.
Se a herança prometida a Abraão, de uma pátria celestial para ele e aqueles que seriam considerados seus descendentes, tivesse sido feita pela Lei, a promessa de Deus teria sido aniquilada; mas isto é impossível, porque não foi pela Lei, mas pela justiça que é pela fé, que os homens são salvos, como Paulo afirma nos versos 13 e 14 deste quarto capítulo de Romanos.    
Se a promessa fosse pelas obras da Lei todos continuariam debaixo da ira e da maldição de Deus, porque não há quem guarde perfeitamente todos os mandamentos, durante todos os dias da sua vida. Se alguém pretendesse ser salvo pela Lei e não pela fé, esta seria a única maneira de ser salvo, a saber, pela guarda perfeita da Lei.
Ainda que a Lei não deva ser desconsiderada e descumprida, não há quem possa cumpri-la perfeitamente, porque o princípio do pecado permanece operando na carne e exigindo que seja mortificado diariamente pela operação da cruz.
Então, todos os homens, de todas as épocas; quer antes da Lei, como foi o caso de Abraão, quer depois da Lei, sempre foram e continuarão sendo justificados somente pela fé. De maneira que sendo por fé, a justificação será pela graça do Senhor, conforme Ele estabeleceu, para que ninguém se glorie diante dEle por suas próprias obras, como Paulo afirma no verso 16.
Assim o registro da justificação de Abraão pela fé, não se encontra em Gên 12 somente por causa dele, mas também por nós que temos sido justificados pela mesma fé com a qual ele foi justificado, para que não somente estejamos convictos sobre o modo pelo qual Deus salva, mas para que possamos ser efetivamente salvos da mesma maneira como Ele salvou Abraão, como se vê em Gên 15.6:
“E creu Abrão no Senhor, e o Senhor imputou-lhe isto como justiça.”

A grande prova que a justificação que dá vida eterna é pela fé no Filho de Deus está no fato da ressurreição de Jesus; portanto, pela Sua ressurreição comprovou que possui o poder de dar vida eterna aos que estão  mortos em seus pecados, a saber, todos os homens, dentre os quais se encontrava o próprio Abraão.
A ressurreição de Jesus foi também o sinal confirmatório de que a justiça divina havia sido plenamente satisfeita.
É importante que não haja nenhum resto mortal de Jesus na terra; assim como também não há de Elias e Enoque, porque foram arrebatados.
Mas, nenhum dos dois ressuscitou dos mortos como Jesus havia ressuscitado antes dEle ter subido ao céu, depois de ter experimentado a morte por todos os homens, para dar vida aos que crêem no Seu nome.

“1 Que diremos, pois, ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne?
2 Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus.
3 Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.
4 Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida.
5 Mas, àquele que não trabalha, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça.
6 Assim também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a justiça sem as obras, dizendo:
7 Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, E cujos pecados são cobertos.
8 Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado.
9 Vem, pois, esta bem-aventurança sobre a circuncisão somente, ou também sobre a incircuncisão? Porque dizemos que a fé foi imputada como justiça a Abraão.
10 Como lhe foi, pois, imputada? Estando na circuncisão ou na incircuncisão? Não na circuncisão, mas na incircuncisão.
11 E recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé, quando estava na incircuncisão, para que fosse pai de todos os que crêem, estando eles também na incircuncisão; a fim de que também a justiça lhes seja imputada;
12 E fosse pai da circuncisão, daqueles que não somente são da circuncisão, mas que também andam nas pisadas daquela fé que teve nosso pai Abraão, que tivera na incircuncisão.
13 Porque a promessa de que havia de ser herdeiro do mundo não foi feita pela lei a Abraão, ou à sua posteridade, mas pela justiça da fé.
14 Porque, se os que são da lei são herdeiros, logo a fé é vã e a promessa é aniquilada.
15 Porque a lei opera a ira. Porque onde não há lei também não há transgressão.
16 Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé que teve Abraão, o qual é pai de todos nós,
17 (Como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí) perante aquele no qual creu, a saber, Deus, o qual vivifica os mortos, e chama as coisas que não são como se já fossem.
18 O qual, em esperança, creu contra a esperança, tanto que ele tornou-se pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será a tua descendência.
19 E não enfraquecendo na fé, não atentou para o seu próprio corpo já amortecido, pois era já de quase cem anos, nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara.
20 E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus,
21 E estando certíssimo de que o que ele tinha prometido também era poderoso para o fazer.
22 Assim isso lhe foi também imputado como justiça.
23 E não somente por causa dele está escrito que lhe foi levado em conta,
24  mas também por nossa causa, posto que a nós igualmente nos será imputado, a saber, a nós que cremos naquele que ressuscitou dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor,
25 O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação.”







Romanos 5

Os Efeitos da Justificação Pela Fé - Romanos 5

Paulo não encerrou ainda o assunto da justificação pela fé, mas começou este quinto capítulo mostrando que já havia apresentado uma ampla definição sobre o modo da salvação que é mediante a justificação.
Agora, ele vai começar a falar dos efeitos desta justificação pela graça, mediante a fé.
O primeiro deles é que por meio dela fomos resgatados da maldição da Lei, que afirma que é maldito de Deus todo aquele que não cumpre perfeitamente todos os Seus mandamentos; por conseguinte, somos livrados também da ira de Deus contra o pecado.
Enquanto o homem não é justificado, Deus permanece em guerra com ele. Mas, uma vez  justificado, a guerra termina, porque é reconciliado com Deus por meio de Jesus, de maneira que se diz que agora desfruta de paz com Ele, em vez de se encontrar sujeito à Sua ira que se manifestaria certamente no dia do juízo, sujeitando-o a uma condenação eterna.
Por meio da justificação o cristão passa a participar da graça do evangelho, na qual estará firmemente seguro por causa da obra perfeita de redenção que foi feita em seu favor por Jesus.
Isto significa, que ainda que venha a decair da graça, pela prática de pecados eventuais, esta queda nunca será numa forma final e definitiva, porque foi transformado em filho de Deus, por meio da justificação.
É a justificação que abre também para nós a esperança firme e segura de que participaremos da glória de Deus, como Paulo afirma no verso 2.
Mas, os efeitos da justificação não param por aí, porque uma vez sendo transformados em filhos de Deus, passamos a contar com a assistência da graça, a qual nos fortalece e ampara nas tribulações, pelas quais a nossa fé é colocada à prova, para que possamos crescer.
De maneira que isto não é motivo de tristeza, mas para se dar glória a Deus, porque prova que de fato nos tornamos Seus filhos, e que agora estamos sendo aperfeiçoados por Ele através das tribulações, para que aprendamos a perseverança, a experiência e a esperança (v. 2,3).
Quando Paulo diz no verso 5, que a esperança não traz confusão porque o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado na justificação, o significado disto é que esta esperança evangélica é de plena e segura certeza do que temos recebido em Cristo, pela testificação do Espírito.
De maneira que, quando alguém se converte de fato a Cristo sendo justificado, tal pessoa não estará mais confusa acerca do modo pelo qual poderia ser salva, porque terá a graça da esperança do céu habitando em seu coração, por causa da presença do Espírito Santo.
Como Paulo disse nos versos 3 e 4, esta esperança será fortalecida e aperfeiçoada pelas próprias tribulações, porque veremos o poder operante de Deus em meio a elas, nos conduzindo em triunfo em Cristo, porque a fé verdadeira que salva não pode ser destruída, e não recuará diante das aflições, porque é o próprio Deus quem fortalece aqueles que são agora Seus filhos.
Mas, o apóstolo acrescentou argumentos ao que havia falado antes, para demonstrar que de fato a nossa esperança não é algo incerto, mas algo que podemos ter certeza de que jamais será frustrada. E, o grande argumento que Ele apresentou é que quando Cristo morreu por nós, ainda éramos fracos e ímpios.
Não foi por pessoas santas, e perfeitas na fé, que Ele morreu, mas por pecadores fracos e ímpios (não piedosos perfeitamente), como éramos todos nós antes da conversão.
Se Ele fez isto quando estávamos nesta condição, quanto mais não garantirá nossa salvação depois de termos sido santificados pela Sua Palavra e pelo Espírito Santo, e fortalecidos por Sua graça?
Jesus não morreu por justos, mas por injustos. E, se demonstrou Seu amor por nós quando éramos ainda pecadores, que nada ou pouco conheciam e viviam da santidade de Deus, muito mais podemos estar certos de que não nos deixará e desamparará depois que fomos justificados pelo Seu sangue e adotados como filhos de Deus.
Podemos então ter certeza da esperança que seremos salvos por Ele da ira vindoura, no Dia do Grande Juízo de Deus.
Outro grande argumento é o de que Deus nos reconciliou consigo mesmo através da morte de Jesus quando éramos Seus inimigos, porque vivíamos transgredindo Seus mandamentos e indiferentes quanto ao modo como deveríamos andar na Sua presença.
Esta condição de inimizade com Deus, é decorrente da natureza pecaminosa que possuímos; portanto, se formos reconciliados quando éramos inimigos, muito mais permaneceremos reconciliados depois que nos tornamos seus amigos por meio de Jesus.
Logo, podemos estar certos da segurança da nossa salvação, por causa da vida de Jesus, que vive para interceder por nós e garantir plenamente aquilo que obtivemos por herança por meio da fé nEle.
Mas além destes argumentos, Paulo destacou no verso 11, que é um dever nos gloriarmos em Deus, isto é, tributar-Lhe toda honra e glória, pelo que é em Si mesmo, uma vez que nos permitiu alcançar a reconciliação que dá vida eterna por meio de Jesus.
A partir do verso 11 deste quinto capitulo, Paulo discorreu sobre o pecado original, para demonstrar que a causa da condenação é decorrente principalmente dele, e não somente das transgressões que cometemos diariamente. Deus sujeitou toda a humanidade à condenação por causa da transgressão de Adão. A Bíblia diz que todos foram encerrados debaixo do pecado por causa da transgressão de Adão.
A morte entrou no mundo por causa do pecado de Adão, porque Deus lhe disse que, caso comesse do fruto proibido da árvore do conhecimento do bem e do mal, ele morreria, e com ele, toda a sua descendência.
Esta morte ocorreu simultaneamente ao ato da desobediência. A morte do espírito, que ficou separado da comunhão com Deus.
Assim, debaixo da cabeça desobediente que é Adão todos morrem, mas os que estiverem debaixo da cabeça obediente e justa de Cristo viverão eternamente.
Pela ofensa de Adão à justiça de Deus todos morreram, mas por meio da graça de Jesus muitos são justificados para a vida eterna no espírito, porque os efeitos do dom da graça foram concedidos por Deus de maneira muito mais abundante do que a sentença de morte por causa da transgressão de Adão.
Mas a justificação é imputada individualmente a cada pessoa que se converte, perdoando-lhe todas as suas muitas ofensas, como Paulo afirma nos versos 15 e 16.
De maneira que quando somos perdoados por Deus, o que está sendo perdoado não é o pecado que Adão cometeu no Éden, mas os nossos próprios pecados.
Então, se a morte reinou por causa da ofensa de um só homem, a saber, Adão, Deus proveu um meio para que a graça e o dom da justiça seja muito mais abundante, porque por meio de Cristo está perdoando muitas transgressões de muitos pecadores, como Paulo afirma no verso  17.
Mas, a base da justificação está relacionada a uma só ofensa, a saber, a de Adão no Éden; e a um só ato de justiça, a saber, Cristo guardando toda a Lei e morrendo por nós na cruz. Especificamente, este um só ato de justiça significa que a justificação é atribuída de uma única vez para sempre; do mesmo modo que a imputação do pecado e da morte que lhe é consequente, foram imputados de uma vez para sempre desde a transgressão de Adão.
Então, se a desobediência de Adão fez com que todos se tornassem pecadores, e estes não são poucos, uma vez que diz respeito a toda a humanidade,  de igual modo, a obediência de Jesus é a causa da justificação de muitos, a saber, de todos os que estão unidos a Ele pela fé.
Na justificação há uma diferença em relação à condenação quanto ao modo de imputação, porque se todos os homens são herdeiros de Adão, e estão ligados a Ele por descendência, nem todos estão ligados a Cristo, porque a união com Cristo não é natural, mas espiritual, e demanda necessidade de conversão para que possamos nos tornar co-herdeiros com Ele. Daí ser ordenado por Deus, que se pregue o evangelho a todos, de modo que tenham a oportunidade de alcançarem a vida eterna que está em Cristo Jesus.
Um dos propósitos da lei foi para que a ofensa ficasse bem patente aos olhos dos pecadores; revelando que há abundância de pecado no mundo.
Mas, pelo Seu plano de salvação Deus tem feito com que a graça seja mais abundante que este pecado abundante, porque em Cristo todas as transgressões são apagadas e esquecidas por causa da justificação.
Isto, porque como o pecado reina na morte, Deus estabeleceu o grande contraste, fazendo com que a graça que se opõe ao pecado reine também por meio da justificação, para a vida eterna, por meio de Jesus Cristo.  

“1 Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;
2 Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.
3 E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência,
4 E a paciência a experiência, e a experiência a esperança.
5 E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.
6 Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.
7 Dificilmente alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer.
8 Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.
9 Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.
10 Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.
11 E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação.
12 Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.
13 Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não havendo lei.
14 No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir.
15 Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa. Porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos.
16 E não foi assim o dom como a ofensa, por um só que pecou. Porque o juízo veio de uma só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação.
17 Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo.
18 Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.
19 Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos.
20 Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça;
“21 Para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor.”. (Rom 5.1-21)






Romanos 6

A Redenção e Santificação do Evangelho - Romanos 6

Paulo prosseguiu com os argumentos relativos aos efeitos da justificação neste sexto capitulo. Mais precisamente, tendo falado da justificação, ele iria argumentar agora a favor da consagração e da santificação, que devem se seguir ao ato da justificação.
Ele começou afirmando a necessidade da mortificação do pecado, em face de termos sido justificados, porque foi para este propósito que Deus nos justificou em Cristo, a saber, para que pudéssemos andar diante dEle, santos e inculpáveis.
Jesus morreu por causa dos nossos pecados, e é pela Sua morte que somos justificados, de maneira que não faz qualquer sentido permanecer na prática do pecado, sendo vencidos por pecados, depois de termos sido justificados, porque isto corresponde a agir contra o propósito eterno de Deus relativo à nossa salvação.
A morte de Jesus na cruz é considerada por Deus como sendo a morte do próprio cristão, porque foi uma morte substitutiva.Afinal, aquela morte estava destinada a nós pecadores. Ele não tinha pecado, havia guardado perfeitamente toda a Lei, portanto não era digno de morrer.
Então, pôde carregar sobre Si os nossos pecados.
Foram os nossos pecados a verdadeira causa da Sua morte, e não simplesmente a perseguição que sofreu por parte dos principais sacerdotes, escribas e fariseus.
Como Ele morreu por causa do pecado e para nos livrar da prática do pecado; como poderia ser admitido o raciocínio,  já que Ele justifica pecadores, que não há nenhum mal em viver na prática do pecado, porque afinal a graça nos perdoará?
Esta forma de pensar é induzida pelo fato de o pecado ser tão comum no mundo, e tão inerente à natureza humana, que parece a muitos que Deus não se importa com a prática dele.
Não podemos esquecer, no entanto que não há um só pecado em nenhum dos seres que vivem no céu. E, que Adão e Eva foram criados perfeitos sem qualquer pecado.
Então a vinda de Jesus a este mundo, encarnando num corpo como o nosso para morrer em nosso lugar, teve por propósito principal nos livrar da prática do pecado.
Isto equivale a dizer que a vontade de Deus em relação a Seus filhos é que sejam verdadeiramente santos, e que se santifiquem cada vez mais através do processo da santificação pelo Espírito, mediante aplicação da Sua Palavra, como Jesus intercedeu em favor dos cristãos em Jo 17.17.
 Deste modo, Deus considera todo cristão morto para o pecado, e é assim que cada cristão deve considerar a Si mesmo, para que esteja em acordo com a visão de Deus relativamente a ele, conforme Paulo afirma no verso  2.
Os que foram batizados em Cristo, não propriamente nas águas do batismo, mas no próprio Cristo, pela comunhão espiritual com Ele, foram batizados também na Sua morte, como Paulo afirma no verso 3.
Na verdade, quando somos justificados passamos a ser identificados com tudo que há em Cristo, porque o Pai planejou que fôssemos co-herdeiros com Ele em todas as coisas, inclusive nos Seus sofrimentos. Por isso temos uma cruz, porque Ele também teve a Sua.
Temos aflições neste mundo, porque Ele também padeceu terríveis sofrimentos e perseguições por causa da justiça do evangelho; mas assim como Ele tem um trono no céu, nós também teremos um trono.
Assim como Ele ressuscitou, também seremos ressuscitados.
Enfim, somos chamados a participar juntamente com Ele de todas as coisas que Lhe pertencem.
Logo, a vida que devemos viver neste mundo deve ser a que Ele viveu, isto é, uma vida no poder do Espírito Santo, mortificando o pecado de nossa natureza terrena, para que Deus possa ser glorificado, como Paulo diz no verso 4.
Fomos batizados tanto na semelhança da morte, quanto na da ressurreição de Jesus.
Émorrendo para o pecado, pelo ato de carregar voluntariamente a nossa cruz, que poderemos experimentar também o poder da vida ressurreta que Ele experimentou depois da morte, como se vê no verso 5.
O corpo do pecado deve ser desfeito, a saber, o nosso velho modo de vida, e tudo aquilo que pertence à carne, ao diabo e ao sistema carnal que se opõe à vontade de Deus, que a Bíblia chama de mundo, de maneira que sabendo que o nosso velho homem foi crucificado juntamente com Cristo, não devemos viver mais servindo ao pecado, como se lê no verso 6.
A justificação do pecado aconteceu exatamente pelo fato de estarmos mortos em relação ao nosso velho homem. Jesus veio para que tenhamos vida abundante, espiritual e eterna.
O diabo  veio roubar, matar e destruir.
Então, esta morte não é o grande alvo da vida cristã, porque um dia já não existirá mais morte nem mortificação do pecado, senão a nova vida que obtivemos em Cristo.
Então, o propósito de mortificar o pecado é para que tenhamos a verdadeira vida celestial, espiritual e divina.
O alvo do evangelho é trocar a tristeza pela alegria. Dar-nos uma grinalda em vez de cinzas. Trocar o espírito angustiado pelo louvor, conforme vemos em Is 61.2,3.
Mas nada disso é possível, se não passarmos antes pela mortificação da carne, com suas paixões, através da cruz, como lemos no verso 8.
Era precisamente isto que o Espírito Santo pretendeu ensinar através de Paulo, neste sexto capítulo de Romanos.
Assim como Cristo morreu e ressuscitou, e já não pode morrer mais, de igual modo nós, ainda que morramos, viveremos para sempre com Ele.
Isto é verdadeiro, tanto em relação à morte espiritual por causa do pecado, quanto à morte física, porque se morrermos para o pecado pelo despojamento do velho homem, com a crucificação das obras da carne, viveremos espiritualmente, porque acharemos a vida poderosa do Espírito do outro lado da cruz, e nosso corpo será ressuscitado por ocasião da segunda vinda do Senhor.
De maneira que em Cristo temos vida e não morte. O que morre é o pecado. A velha criatura. Mas a nova criatura vive, e viverá eternamente por causa de Jesus.
É àquela mesma justiça evangélica, à qual nos referimos anteriormente no comentário do terceiro capítulo, que devemos nos consagrar depois de justificados.
Devemos saber que estamos numa nova dispensação, a saber, a da graça, a do Espírito, a da justiça evangélica, que tem colocado à nossa disposição todos os dons e graças necessários para nossa santificação.
Deste modo, o cristão que não estiver se consagrando a Deus pela santificação de sua vida, está vivendo de modo contrário à Sua vontade. Isto não é apenas uma questão doutrinária, mas uma verdade que se demonstra nas Escrituras e na vida.
Aqueles que se consagrarem a Deus experimentarão o poder santificador da Palavra e do Espírito Santo, porque o próprio Deus efetuará tanto o querer quanto o realizar para o desenvolvimento da salvação deles, em crescimento espiritual.
O fato de não se estar mais debaixo de uma Antiga Aliança, a da Lei de Moisés, e de se estar debaixo de uma Nova Aliança, a da graça, não é nenhum salvo conduto que estamos recebendo da parte de Deus para permanecermos no pecado, como Paulo afirma no verso 15; sob a alegação de que afinal, o sangue de Jesus cobrirá todo e qualquer pecado que pratiquemos, ainda que deliberadamente.
Aqueles que entristecem e apagam o Espírito Santo deliberadamente, não podem contar com Seu consolo e companhia, enquanto endurecidos pelo pecado.
Apesar de Paulo não detalhar todas as consequências de uma desobediência voluntária de cristãos, neste capítulo, ele colocou tudo de forma resumida no verso 16:          
“Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?”

No entanto, ele se apressou a confirmar, que no caso de autênticos cristãos, é de se esperar que obedeçam de coração à forma de doutrina à qual foram entregues em decorrência de terem sido tornados participantes de Cristo, porque devem ser santos assim como Ele é santo, como se lê no verso 17.
Uma vez que foram libertados do pecado, não devem viver mais em servidão ao pecado, mas como servos da justiça evangélica, à qual foram submetidos por causa da justificação, como lemos no verso 18.
Ele falou no verso 19 sobre santificação, em termos de usar os membros do corpo não mais para servir à impureza e à maldade, mas para servirem à justiça evangélica, com vistas à santificação.
Antes da sua conversão, o cristão estava isento da disciplina da aliança, e da exigência da santificação, porque afinal estava debaixo da ira de Deus, por não ser justificado, como se lê no verso 20.
Mas o fruto daquelas ações passadas, anteriores à conversão, são agora, motivo de vergonha, porque o fim delas culminaria na morte, como se afirma no verso  21.
Deste modo, desde que foi libertado do poder do pecado, pela justificação, em Jesus Cristo, e tendo sido feito servo de Deus, o cristão deve ser diligente em seu viver visando ao fruto da santificação, e por fim à vida eterna, porque é preciso perseverar até o fim para a plena certeza da salvação, bem como santificar-se, porque sem a santificação ninguém verá o Senhor.
Se a paga que receberíamos do pecado será com certeza a morte eterna, devemos considerar que a vida eterna é um dom gratuito por meio de Jesus Cristo, como se lê no verso 23.
Assim, deveríamos nos aplicar às coisas que dizem respeito a esta vida, pela santificação, e não às que são relativas à morte espiritual, que se manifestam quando se vive na prática deliberada do pecado, negligenciando-se a necessidade da santificação da vida.
Como muito da força do velho homem foi destruído na regeneração, isto comprova que ele está destinado a desaparecer totalmente pelo trabalho da santificação: que consiste pelo seu lado negativo, no despojamento do velho homem; e pelo lado positivo, no ato de revestir-se do próprio Cristo.

“1 Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde?
2 De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?
3 Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?
4 De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.
5 Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição;
6 Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado.
7 Porque aquele que está morto está justificado do pecado.
8 Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos;
9 Sabendo que, tendo sido Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte não mais tem domínio sobre ele.
10 Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.
11 Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor.
12 Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências;
13 Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.
14 Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.
15 Pois que? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum.
16 Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?
17 Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues.
18 E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.
19 Falo como homem, pela fraqueza da vossa carne; pois que, assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia, e à maldade para maldade, assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para santificação.
20 Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.
21 E que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.
22 Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna.
23 Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” (Rom 6.1-23)






Romanos 7

Como o Evangelho Vence o Poder do Pecado - Romanos 7

Tendo falado sobre a necessidade de santificação no sexto capítulo, Paulo apresenta agora, algumas razões que explicam a necessidade desta santificação.
A primeira delas é que ao termos sido justificados, nós entramos automaticamente numa relação de caráter matrimonial com Cristo.
Na verdade não é apenas cada cristão individualmente que tem a Cristo por Seu noivo, mas toda a igreja.
Os judeus que estavam presos aos termos da Antiga Aliança por dever de obediência para com Deus, seriam tidos como adúlteros e infiéis se abandonassem aquela aliança que lhes foi determinada pelo Senhor para ser guardada.
Mas, estando em Cristo, já não estão mais debaixo do compromisso da Antiga Aliança, porque ela não somente foi revogada pela morte de Cristo, para que os que são justificados pela fé nEle, pudessem abandonar o primeiro pacto, a primeira aliança, o primeiro compromisso, para poderem assumir um segundo, de caráter muito diferente do primeiro.
Em Cristo estariam mortos para a exigência de fidelidade àquela Primeira Aliança, de maneira a poderem contrair núpcias com Ele nos termos de uma Nova Aliança, instituída no Seu sangue.
Paulo queria falar de morte para a Lei, não no sentido de estarmos desobrigados da Lei moral, pelo fato de sermos cristãos, mas pela mudança de alianças, porque logo no primeiro versículo deste capitulo, ele deixou claro que estava falando estas coisas àqueles que conheciam a lei.
Então, para se fazer melhor entendido no que estava dizendo, ele se valeu de uma ilustração, dizendo que se dá em relação a esta nova contração de núpcias com Cristo, para os que estavam debaixo do regime da lei do Velho Testamento, o mesmo que se dá com o casamento de um homem com uma mulher, pois que morrendo uma das partes, a outra fica livre para contrair novas núpcias.
Em Cristo, o cristão morreu para a condenação da Lei, que diz, que está debaixo de maldição todos os que transgredissem a quaisquer dos seus mandamentos.
Já não vale mais, portanto esta regra para um cristão que tenha sido justificado e se unido a Cristo pela fé, porque ele já não pode mais ser considerado maldito pela lei, caso venha a pecar eventualmente, porque não está mais casado com a lei, mas com Cristo.
Assim, a Lei não pode pretextar que esteja havendo infidelidade para com ela, porque estamos casados com outro, porque morremos para ela e para a sua condenação ao termos sido crucificados juntamente com Cristo.
O casamento com a Lei não nos ajudou em nada quanto à nossa salvação, porque em vez de nos ajudar, ela nos condenava e nos acusava, ainda que justamente, por causa dos nossos pecados, que consistiam na transgressão das suas ordenanças. E o resultado destas transgressões era a morte.
Mas, em Cristo nenhum judeu estava mais obrigado a cumprir os mandamentos civis e cerimoniais da Lei, porque foram revogados pelo Senhor.
Além disso, o modo de se agradar a Deus não incluiria mais a necessidade de se guardar também todos os mandamentos da Lei cerimonial de Moisés, porque a dispensação da graça não é um serviço a Deus segundo a letra dos mandamentos do Velho Testamento, mas em novidade de espírito, segundo a justiça do evangelho, não mais no regime da Lei, mas no regime do Espírito, conforme Paulo o detalhou no terceiro capítulo de II aos Coríntios.
Pelo verso 7, nós vemos que Paulo não estava se referindo apenas à lei cerimonial, mas também à lei moral, mostrando que nosso casamento, mesmo com esta lei, não poderia nos capacitar a viver de modo agradável a Deus e muito menos nos justificar do pecado, e até mesmo nos santificar.
A lei não é pecado; ao contrário, é santa, justa, perfeita, espiritual e boa. Mas, nós somos pecadores que transgridem naturalmente a lei, caso não sejamos capacitados pelo próprio poder de Deus operando em nós, pela graça, para que possamos viver de tal modo que sejamos irrepreensíveis diante de todas as exigências da Lei.
Por isso, apesar de a lei nos ajudar a compreender que somos pecadores, a força do pecado nos torna completamente incapacitados para atender por nós mesmos às suas exigências.
A lei sozinha, em vez de vencer o pecado, serve ao contrário, para colocá-lo ainda mais em realce; porque comprova que somos de fato pecadores, já que transgredimos os mandamentos da lei de Deus, caso não sejamos habilitados pelo Espírito Santo a vencer a fonte do pecado que opera na carne.
No entanto, ao sermos salvos por Cristo, passamos a entender que a Lei é espiritual, boa e santa, e passamos a dar o devido valor à Lei, apreciando os mandamentos de Deus; entendendo que nos foram dados para serem amados e cumpridos.
No entanto, tal é a força do pecado, que ele usa o próprio mandamento para nos enganar e matar, como Paulo afirma no verso 11.
Queremos fazer a vontade de Deus. Não queremos fazer aquilo que a Lei condena, antes queremos fazer o que ela aprova, mas sem a força da graça operando em nós, o pecado há de se revelar mais forte do que a nossa própria vontade, e acabamos derrotados.
A condição da luta que ocorre entre o Espírito e a carne é descrita por Paulo a partir do verso 14.
Sabendo que não é possível a aniquilação definitiva de qualquer tipo de pecado enquanto vivermos neste mundo, será sábio estarmos sempre prevenidos, porque a condição citada em Rom 7.22,23 é uma condição permanente enquanto estamos neste corpo:
“Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei guerreando contra a lei do meu entendimento, e me levando cativo à lei do pecado, que está nos meus membros.”

Mas também é verdade, que este prazer interior que temos agora na lei de Deus vem da habitação do Espírito Santo, como lemos em Tg 4.5:
“Ou pensais que em vão diz a escritura: O Espírito que ele fez habitar em nós anseia por nós até o ciúme?”

E em Rom 7.18,19:
“Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito o querer o bem está em mim, mas o efetuá-lo não está. Pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse pratico.”

Nisto não há qualquer paradoxo, mas a confirmação de que o pecado necessita de fato, ser vencido e mortificado, para que se possa cumprir as ordenanças do Senhor.
É possível praticar o bem, é possível viver em santidade, é possível ter comunhão com Deus, ainda que estejamos sujeitos à ação do pecado.
Enquanto no corpo estamos sujeitos ao pecado, por maior que seja a nossa consagração, e dizemos isto não para justificar um viver segundo a carne, mas exatamente para se viver de modo santo, sabendo nós de antemão isto; que enquanto neste mundo, nunca significará uma aniquilação total e permanente do pecado, e que por isso necessitamos ser diligentes quanto ao assunto da sua mortificação.
Esta é a razão principal porque o Espírito Santo e a nova natureza nos são doados pela graça, para que tenhamos um princípio interior por meio do qual possamos nos opor ao  pecado e à cobiça que conduz ao pecado.
Devemos saber que há uma permanente luta do Espírito Santo contra a carne, e da carne contra o Espírito, apesar de a carne ficar cada vez mais fraca, e a graça cada vez mais forte, à medida que progredimos em nossa santificação.
Há uma tendência no Espírito na nova natureza espiritual, para estar agindo contra a carne, como também na carne para estar agindo contra o Espírito Santo.
Como vemos em II Pe 1.4, 5 é nossa participação da natureza divina que nos dá uma fuga das corrupções que estão no mundo pela cobiça; e, vemos em Rom 7.23 tanto uma lei da mente, quanto uma lei dos membros do corpo.
Esta competição é pela  nossa vida e alma.
Não estar empregando o Espírito Santo e a nova natureza diariamente para  mortificar o pecado, é negligenciar aquele socorro excelente que Deus nos tem dado contra nosso maior inimigo.
Se negligenciarmos fazer uso do que nós recebemos, Deus pode reter Sua mão privando-nos de nos dar mais.
As Suas graças, como também os Seus dons nos são dados para serem usados e exercitados, e não para serem, enterrados ou jogados fora.
Não estar mortificando o pecado diariamente, é pecar contra a bondade, sabedoria, graça, e amor de Deus, que os tem fornecido para tal propósito.
No dizer de Rom 7.24 nós temos um corpo de morte, porque está sujeito continuamente à morte que é operada pelo pecado.
Este corpo só será livrado desta humilhação quando nós formos transformados no arrebatamento da igreja, quando receberemos um corpo glorificado que não está sujeito ao pecado.
Como lemos em Fp 3.21:
“que transformará o corpo da nossa humilhação, para ser conforme ao corpo da sua glória, segundo o seu eficaz poder de até sujeitar a si todas as coisas.”

Então não há outra forma de ser livrado da ação do pecado senão pela sua morte; por isso é nosso trabalho enquanto estivermos neste corpo, o de estar matando continuamente o pecado.
Este é o trabalho de se matar um terrível inimigo que vive dentro de nós, com um golpe após outro, de modo que não o deixemos viver.
 A relação entre a vontade que reside na mente, e a lei do pecado ou a lei do Espírito Santo, que operam no homem todo, a saber, no corpo, alma e espírito, são realidades que transcendem a própria vontade do homem; por conseguinte de todas as faculdades da sua mente. Paulo se referiu a isto em Romanos 7:15 a 25.
O cristão, de si mesmo, com sua mente deseja servir à lei de Deus, mas isto não é tudo quanto ele necessita para poder servir aprovadamente a Deus, pois precisa também que a lei do Espírito de vida em Cristo Jesus o capacite a fazer o que deseja, e a não fazer o que não deve e não deseja fazer, porque somente esta lei espiritual pode vencer a lei do pecado que opera na carne, que é mais forte do que a própria vontade.
Por isso, nossa mente deve ser renovada e sujeitada à Palavra de Deus. E, ainda que a vontade resista, nós devemos treinar a mente neste exercício de tal maneira, que a mantenhamos nos ajudando a meditar na Palavra, a orar, e a nos concentrarmos na busca do Senhor, até que Ele se manifeste e fortaleça nosso espírito.
Paulo diz no verso 16, que ao fazer o que ele não queria, consentia com a lei que é boa, a saber, a sua vontade era a de não pecar, mas o pecado que habita na carne o levava a praticar o mal, e nisto a lei comprovava que ela é boa, porque testifica ao homem que ele é pecador por natureza, porque apesar da sua vontade ser a de fazer somente o que é aprovado por Deus, o pecado opera com um poder superior à sua própria vontade, ensinando-lhe que não será ali, isto é, na sede da vontade, que a batalha será vencida pela graça, mas no seu coração.
Assim, o cristão se esforça e escolhe ter uma vida de devoção e virtude, porque Deus lhe deu um novo coração, uma nova natureza.
Mas, se não andar no Espírito quem prevalecerá sobre o coração do cristão será a carne, ativando ali toda sorte de cobiças e pensamentos que o levarão a produzir as obras da carne.
Paulo se refere em Rom 7.17, que já que o pecado é superior à sua própria vontade então já não é mais ele, ou seja, voluntariamente, que está buscando o mal, uma vez que sua vontade deseja tão somente fazer o que é agradável a Deus, mas é a força do pecado que nele habita, em sua natureza, que o conduz à pratica do mal que não deseja, e a não praticar o bem que quer.
Ele não está afirmando que não é responsável pelo mal que pratica, mas que é o pecado que nos domina que nos leva a pecar. A força do pecado será sempre mais forte do que a nossa simples vontade de não pecar. É isto que Paulo está afirmando.
Vitórias eventuais sobre determinados desejos não garantirão uma vitória plena e permanente sobre todos eles.
Não que Paulo vivesse pecando, mas ele quis nos ensinar que há somente um modo de se vencer o pecado, e isto é pelo poder do Espírito Santo, mediante a fé em Cristo.
É se sujeitando efetivamente a Cristo, que o pecado é vencido.
Assim, temos visto que o pecado não pode ser vencido pelo simples exercício da vontade. Não há na natureza terrena qualquer poder para combater o pecado, e ainda que desejemos  fazer o bem, buscando ter um uso correto da nossa vontade, não temos em nós mesmos o poder de efetuá-lo em perfeição.
De maneira que neste caso, querer não significa de nenhum modo, poder.
Mais uma vez o apóstolo vai afirmar nos versos 19 e 20, que é a lei do pecado que opera na nossa carne que nos leva a praticar o mal, embora o desejo de nossa vontade seja o de não praticá-lo, a ponto de dizermos que não somos nós, isto é, o nosso homem consciente que o está praticando, mas o pecado que habita em nós.
Lembramos mais uma vez, que ao falar em bem e mal, o apóstolo não está se referindo especificamente a atos morais, mas à presença ou falta de santificação no poder do Espírito Santo, em nossas vidas.
Somente o poder da graça de Deus pode vencer a força do pecado.
Deste modo, Paulo vai explicar melhor no capítulo seguinte como é que o Espírito Santo vence a natureza terrena decaída no pecado, e qual é o dever dos cristãos de se consagrarem inteiramente a Ele, para que possa realizar Seu trabalho de mortificação do pecado.
E, quanto os cristãos dependem inteiramente de seguirem o pendor do Espírito Santo, inclusive contando com Ele em suas intercessões, para que possam sair vencedores na luta que têm que travar contra a velha natureza, o diabo e o sistema carnal do mundo!


“1 Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive?
2 Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido.
3 De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido; mas, morto o marido, livre está da lei, e assim não será adúltera, se for de outro marido.
4 Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.
5 Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte.
6 Mas agora temos sido libertados da lei, tendo morrido para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra.
7 Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum. Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás.
8 Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, operou em mim toda a concupiscência; porquanto sem a lei estava morto o pecado.
9 E eu, nalgum tempo, vivia sem lei, mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri.
10 E o mandamento que era para vida, achei eu que me era para morte.
11 Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou, e por ele me matou.
12 E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom.
13 Logo tornou-se-me o bom em morte? De modo nenhum; mas o pecado, para que se mostrasse pecado, operou em mim a morte pelo bem; a fim de que pelo mandamento o pecado se fizesse excessivamente maligno.
14 Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado.
15 Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço.
16 E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa.
17 De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.
18 Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem.
19 Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.
20 Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.
21 Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo.
22 Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus;
23 Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.
24 Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?
“25 Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado.”. (Rom 7.1-25)






Romanos 8

A Segurança Eterna da Salvação do Evangelho - Romanos 8

Nós dissemos no final do comentário do sétimo capítulo, que Paulo iria explicar melhor neste presente capítulo como é que o Espírito Santo vence a natureza terrena decaída no pecado, e qual é o dever dos cristãos de se consagrarem inteiramente ao Espírito, para que possa realizar Seu trabalho de mortificação do pecado.
Na verdade, Paulo estará demonstrando a absoluta necessidade de todo cristão ser espiritual, porque foi isto que Deus planejou para cada um de Seus filhos. Foi para este propósito que concedeu dons e ministérios pelo Espírito Santo, à Igreja, visando ao aperfeiçoamento dos santos, como se vê em I Cor 12, 14 e Ef 4.
Se o cristão permanecer carnal, Ele não poderá conhecer a vida e paz do Espírito Santo, a qual só pode ser conhecida e experimentada, caso se ande no Espírito.
Paulo demonstrou neste capítulo, que há necessidade de não somente ter nascido do Espírito Santo, como se inclinar diariamente para o Espírito, isto é, andar no Espírito, vivendo em obediência debaixo da sua direção, instrução e poder, para que se possa ser transformado no cristão espiritual que Deus deseja que sejamos.
Se há uma lei do pecado e da morte operando na carne, há também uma lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus que nos livra desta lei do pecado e da morte, como se vê no verso 2.
A lei do Espírito Santo de vida é um princípio mais poderoso, que vence o pecado e a morte.
Necessitamos deste poder maior do Espírito Santo, do que aquele que existe naturalmente em todos nós, que nos puxa sempre espiritualmente para baixo, como a lei da gravidade.
Mas, os que se inclinarem de fato para o Espírito Santo buscarão e terão prazer nas coisas do Espírito; porém os que se inclinarem para a carne não terão nenhum prazer nas coisas do Espírito Santo, senão apenas nas que são carnais.
Assim, precisamos do mover do Espírito Santo, para que se vença a inclinação da carne que é morte, e para se experimentar a vida eterna, espiritual, celestial e divina, e também a paz espiritual que existem somente no Espírito.
É por se ter a habitação do Espírito Santo que se pode ter a certeza de se pertencer de fato a Cristo.
A presença de Cristo pelo Espírito Santo no cristão é o que vivifica seu espírito, ainda que seu corpo físico esteja morrendo a cada dia, pelo envelhecimento, por causa da sentença de morte que foi dada ao corpo natural em razão do pecado original de Adão.
No entanto, o espírito é livrado da morte espiritual porque foi justificado por Cristo, como se vê no verso 10.
Contudo, o próprio corpo natural que será desfeito pela morte, tem também a promessa da ressurreição por causa de Cristo.
Esta promessa não tem a ver apenas com a ressurreição futura, porque é dito também que Cristo vivificará os nossos corpos mortais pelo seu Espírito que em nós habita, como se vê no verso 11, porque Jesus é o Senhor e autor da vida, e veio a este mundo para nos dar vida abundante. Então, Ele é glorificado até mesmo sobre a vitória que traz às fraquezas e enfermidades de nosso corpo e alma.
O viver na carne produz quebra da comunhão com Deus, e é nisto que consiste a morte espiritual, a saber, a separação do nosso espírito do Espírito de Deus.
Nossos pecados entristecem o Espírito Santo e apagam Seu fogo, de maneira que não podemos contar com Sua ação santificadora quando somos carnais.
É por causa da adoção de filhos operada pelo Espírito Santo, que podemos chamar a Deus, de Pai, como se lê no verso 15.
É o Espírito que também testifica com nosso espírito, que somos filhos de Deus, como lemos no verso 16.
Outra prova da filiação do cristão a Deus reside no fato de ser co-participante dos sofrimentos de Cristo, padecendo com paciência tal como Ele, em favor do evangelho.
Mas, os sofrimentos que temos no mundo por amor a Cristo e ao evangelho, e não por causa do pecado, não podem ser comparados com a glória que será revelada quando Jesus livrar a criação do cativeiro a que ela ficou sujeita em razão do pecado; e quando for manifestada a glória sem qualquer sofrimento dos filhos de Deus.
Tudo enferma e está morrendo no universo por causa do pecado original.
Este é o significado de que a criação aguarda a liberdade da servidão da corrupção.
Apesar de ser renovado diariamente no espírito e exultar em Deus, no entanto o cristão também geme, porque espera a redenção completa dos males que ainda atingem seu corpo físico que tanto enferma, quanto enfraquece, envelhece e morre, como se afirma no verso 23.
Todavia, o cristão sabe que quando Cristo se manifestar em Sua volta receberá um corpo glorificado como o dEle, que já não estará mais sujeito a qualquer tipo de fraquezas, enfermidades e morte. Nós temos a certeza desta esperança pelo Espírito Santo.
É uma esperança segura tanto em relação à nossa salvação presente, quanto à nossa plena redenção futura; inclusive a do nosso corpo.
Esta esperança é pela fé, porque é de algo invisível que se aguarda.
Se algum dos cristãos vem a fraquejar quanto a esta esperança, ou quanto a qualquer outra promessa da Palavra de Deus, por motivo de alguma fraqueza de fé; o próprio Espírito Santo lhe ajudará em suas fraquezas, renovando-o na fé, e incentivando-o a orar, para que possa fazê-lo da maneira como convém.
O Espírito Santo o fará com gemidos inexprimíveis, isto é, de uma maneira sobrenatural operante em nós, que não poderemos definir com palavras.
Um cristão espiritual saberá discernir que tudo coopera juntamente para o seu bem, como também que ele foi chamado por Deus, para um propósito específico, a saber, o da sua santificação.
Ele sabe que foi predestinado para todas estas coisas que cooperam para o seu bem, seja inclusive na forma de tribulação e sofrimentos. De maneira que estes que foram assim predestinados, também foram chamados, pelo Espírito Santo, para se converterem e serem adotados como filhos de Deus.
Quando se convertem são justificados de todos os seus pecados, e é certo que por causa desta justificação também serão glorificados.
Deus não poupou Seu próprio Filho para que pudesse morrer por nós. Então, como haveria nEle alguma possível intenção de vir anular tudo o que nos tem prometido dar juntamente com Cristo, por causa da nossa união com Ele?
Como dissemos anteriormente, fomos feitos co-herdeiros com Ele e isto significa que tudo o que é de Cristo também é nosso por direito concedido, prometido e jurado pelo Pai.
Logo, quem poderá ser contra o cristão de maneira a impedir que se cumpra nele o propósito de Deus?
Por que então viverá o cristão de modo diferente deste propósito glorioso que lhe foi concedido pela graça do Senhor?
Ele não deve dar ouvidos à carne; voltaria Paulo a dizer no desenvolvimento destes argumentos verdadeiros, que está apresentando desde o verso 30; mas seguir sempre a direção e instrução do Espírito Santo.
Ainda que esteja num corpo carnal que enferma e morrerá, contudo vive pelo espírito e no Espírito.
Paulo começou este oitavo capítulo dizendo que já não há nenhuma condenação para os que são de Jesus, que andam segundo o Espírito Santo. Agora ele afirmou nos versos 33 e 34, que por causa desta justificação pela graça, mediante a fé, ninguém pode manter uma acusação contra os escolhidos de Deus que prevaleça no juízo vindouro, porque foram justificados.
Já não há de fato, nenhuma condenação para os cristãos, e nem o próprio Deus os condenará, porque Cristo carregou sobre Si os pecados daqueles aos quais justificou.
É Ele mesmo que intercede pelos santos à direita de Deus, para que continue operando eficazmente naqueles que foram transformados em Seus filhos, para que sejam santificados.
É por causa desta intercessão de Cristo que o cristão persevera, porque se fosse deixado entregue a si mesmo, não poderia prosseguir adiante por causa do pecado que ainda opera na carne.
De maneira que necessita do Espírito Santo e da intercessão de Cristo para que o pecado seja vencido, e seja capacitado com poder, para viver segundo o homem interior, no espírito, e não segundo a carne.
O nosso Grande Sumo Sacerdote, nosso Senhor Jesus Cristo, intercede por nós dia e noite e tem cumprido a promessa de estar conosco todos os dias até a consumação dos séculos. É esta a razão de não desfalecermos no meio do caminho rumo à nossa pátria celestial.
De tal ordem é a força deste poder operante da graça de Jesus no cristão, que nada poderá separá-lo do Seu amor.
Nenhuma tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo ou espada poderá consegui-lo, porque o caráter desta união é indissolúvel; porque tem o mesmo caráter matrimonial.
A fé vence o mundo, e todas as coisas que se levantam contra o conhecimento de Deus, em Cristo. A fé que salvou o cristão é um dom de Deus, e sendo assim é algo indestrutível.
Ela não pode ser vencida por nenhuma tribulação, seja interna ou externa.
Nada do que sentimos ou sofremos poderá nos separar de Cristo se pertencemos de fato a Ele, por termos sido, justificados e regenerados.
Deus trabalhará em nós através de todas estas coisas que no presente nos parecem adversas, mas que no fundo estão contribuindo para o nosso bem, de maneira que sejamos aperfeiçoados em santificação e amor; o que nos fará experimentar em graus cada vez maiores a plenitude que há em Cristo.
É, portanto por meio de todas estas coisas, que os cristãos são mais do que vencedores por meio do amor de Jesus.


“1 Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.
2 Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.
3 Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne;
4 Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.
5 Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito.
6 Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz.
7 Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser.
8 Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.
9 Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.
10 E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça.
11 E, se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita.
12 De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne.
13 Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis.
14 Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.
15 Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai.
16 O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.
17 E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados.
18 Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.
19 Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus.
20 Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou,
21 Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.
22 Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora.
23 E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo.
24 Porque em esperança fomos salvos. Ora a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê como o esperará?
25 Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos.
26 E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.
27 E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos.
28 E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.
29 Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.
30 E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.
31 Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?
32 Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas?
33 Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.
34 Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.
35 Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?
36 Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro.
37 Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.
38 Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir,
“39 Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Rom 8.1-39)





Romanos 9

A Consequência da Rejeição ou da Aceitação do Evangelho - Romanos 9

Tendo encerrado o oitavo capítulo de Romanos reafirmando a firmeza e a segurança eterna da salvação que os crentes autênticos têm em Jesus, fundamentadas nos dons  da justificação e da regeneração que são irrevogáveis, porque estão fundados na chamada (vocação) eletiva de Deus, cuja natureza também é irrevogável, o apóstolo Paulo lamenta a condição da nação de Israel, por seu endurecimento à recepção do evangelho, sabendo que isto duraria conforme profetizado pelo profeta Isaías, até a segunda vinda do Senhor.
A nação como um todo se encontraria endurecida, mas Deus sempre teria um remanescente fiel entre o povo que creria no evangelho e que portanto, alcançaria a salvação.
O desejo de Paulo em relação a eles era o de que todos os descendentes naturais de Abraão, chamados através de Isaque e Jacó, fossem salvos, mas ele estava bem instruído pelo Senhor que aos olhos do Senhor, nem todo israelita natural é um verdadeiro israelita espiritual, por não possuir a mesma fé salvadora que havia justificado Abraão.

E a causa imediata disto era a eleição divina, sobre a qual Paulo irá discorrer neste nono capitulo.
Tendo falado nos capítulos anteriores sobre a justificação e a santificação, e tendo feito uma breve alusão à predestinação e eleição no capítulo anterior, o apóstolo abriu agora mais amplamente o significado da eleição na qual está baseada a nossa salvação.
Ele começou com o exemplo do próprio povo de Israel, que tendo à disposição deles a adoção de filhos, a glória, as alianças, a lei, o culto e as promessas, os patriarcas aos quais foram feitas as promessas, e a quem foi dado até mesmo o próprio Cristo, segundo a carne, porque era da descendência da tribo de Judá, no entanto, não alcançaram a salvação em sua grande maioria.
E a razão disto é que o homem é totalmente dependente de Deus para que seja salvo por Ele, e isto está atrelado à Sua escolha e iniciativa divina na salvação, e não propriamente do nosso próprio querer e esforços.
É evidente que temos que buscar, desejar a salvação, mas ela não nos virá pelo nosso mero querer. Devemos bater à porta do céu, devemos procurá-la no Senhor Jesus, e pedir a Ele, humildemente, que nos salve.
Todos os que elaborarem o seu próprio caminho para a verdade e a vida eterna, será achado fora do caminho estreito, da única verdade e vida eterna que é o próprio Cristo.
Dependemos assim que Ele se manifeste a nós, por misericórdia e com graça, para nos perdoar de todos os nossos pecados, e isto Ele certamente fará se o buscarmos com verdadeiro arrependimento.
Ele tem prometido não lançar fora a qualquer que o buscar. Apesar do dever que temos em saber que é Ele que nos escolheu e amou primeiro, do que nós a Ele.
Veja o caso dos judeus dos dias do apóstolo.
Paulo os amava por ser também judeu, a ponto de desejar ser considerado, ele próprio maldito de Deus, por amor a eles, e caso  com isto fosse possível trazer a salvação a todos eles.
No entanto, ele reconhecia que não é por falta de desejo em Deus de salvar todos os pecadores que eles não podem ser salvos, mas pelo fato de que nem todos atendem ao convite da salvação pelo Evangelho.
Nem todos querem se submeter à nova lei da nova aliança em Cristo Jesus de amá-lo acima de tudo, e ao próximo como a si mesmo, e aos irmãos na fé, do mesmo modo pelo qual Jesus nos ama, com o amor ágape de Deus.
E os que assim procedem, permanecem endurecidos.
Deus, em Sua presciência e onisciência, que faz com que tudo saiba e conheça, antes mesmo de chegar à existência, sabe quais são estes que resistirão para sempre à Sua vontade e amor, de forma que não os elege para a salvação que eles desprezarão e rejeitarão.
O motivo da não eleição não é moral, porque todos os eleitos são tão pecadores quanto os demais, mas justamente por causa desta rejeição e deste desprezo da graça do evangelho que Deus está oferecendo em Jesus Cristo.
Em suma, os eleitos são os que virão a amar a Deus, a viver para Deus, e desejarem mais do que tudo fazer a Sua santa vontade.
Por isso, o apóstolo ilustra a eleição com os gêmeos Esaú e Jacó, dizendo que Deus, já havia dito à mãe de ambos, antes mesmo dos meninos nascerem, que havia amado a Jacó e odiado a Esaú, porque sabia que Esaú jamais O amaria.
Mas Deus conheceu também a Jacó por meio da Sua presciência, e sabia que ele viveria para fazer a Sua vontade, e ensinaria aos seus filhos a andarem nos caminhos do Senhor.
Então não foi por causa de nenhum mérito que eles tivessem antes de nascerem que foram eleitos, ou mesmo por obras que viriam a praticar depois de gerados, porque Deus os conhecera antes mesmo de tê-los formado no ventre de Rebeca.
O caso de faraó exemplifica claramente que Deus não está obrigado a usar de misericórdia para com todos os homens, porque Ele conhece o caráter de cada pessoa e a forma como elas agem diante dEle, mesmo em face dos Seus grandes juízos.
Muitos não se dobram ao Senhor, blasfemam contra Ele e contra os céus, odeiam a Jesus, ao evangelho e à Sua Igreja, e jamais se converterão dos seus maus caminhos, por maior que possa ser a bondade e a misericórdia que Ele possa usar para com eles.
Deus tem todavia suportado com paciência aqueles que são para Ele como vasos de ira, porque existem para que seja manifestada neles a ira do Seu juízo.
Mas os eleitos são chamados de vasos de misericórdia porque será manifestada em suas vidas a misericórdia de Deus, salvando-os de seus pecados e da condenação, assim como quem enche um vaso de azeite para curar feridas.
Este parêntesis feito por Paulo no nono capítulo de Romanos, inserindo-o no desenvolvimento do assunto relativo à justificação, santificação e pregação do evangelho, certamente foi orientado pelo Espírito Santo, para alertar aqueles que são eleitos entre os gentios, que a par de terem alcançado um dom firme, seguro e eterno de salvação, por meio de Cristo, isto não foi decorrente de Deus ter desistido de Israel e rejeitado a nação eleita.
Além disso, pesa sobre cada um deles o dever de andarem de modo digno da sua vocação, inclusive os próprios convertidos israelitas (remanescente de Israel), porque se Deus não poupou os próprios israelitas que haviam se endurecido ao evangelho, quanto mais os gentios que alcançaram a salvação por causa da sua rejeição por Israel.



“1 Em Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo):
2 Que tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração.
3 Porque eu mesmo poderia desejar ser anátema de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne;
4 Que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e as alianças, e a lei, e o culto, e as promessas;
5 Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém.
6 Não que a palavra de Deus haja faltado, porque nem todos os que são de Israel são israelitas;
7 Nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência.
8 Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência.
9 Porque a palavra da promessa é esta: Por este tempo virei, e Sara terá um filho.
10 E não somente esta, mas também Rebeca, quando concebeu de um, de Isaque, nosso pai;
11 Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama),
12 Foi-lhe dito a ela: O maior servirá o menor.
13 Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú.
14 Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma.
15 Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia.
16 Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece.
17 Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra.
18 Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer.
19 Dir-me-ás então: Por que se queixa ele ainda? Porquanto, quem tem resistido à sua vontade?
20 Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?
21 Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?
22 E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição;
23 Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou,
24 Os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?
25 Como também diz em Oséias: Chamarei meu povo ao que não era meu povo; E amada à que não era amada.
26 E sucederá que no lugar em que lhes foi dito: Vós não sois meu povo; aí serão chamados filhos do Deus vivo.
27 Também Isaías clama acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo.
28 Porque ele completará a obra e abreviá-la-á em justiça; porque o Senhor fará breve a obra sobre a terra.
29 E como antes disse Isaías: Se o Senhor dos Exércitos nos não deixara descendência, teríamos nos tornado como Sodoma, e teríamos sido feitos como Gomorra.
30 Que diremos pois? Que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça? Sim, mas a justiça que é pela fé.
31 Mas Israel, que buscava a lei da justiça, não chegou à lei da justiça.
32 Por quê? Porque não foi pela fé, mas como que pelas obras da lei; tropeçaram na pedra de tropeço;


33 Como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço, e uma rocha de escândalo; E todo aquele que crer nela não será confundido.”. (Rom 9.1-33)







Romanos 10

O Modo de se Pregar o Evangelho - Romanos 10

Multipliquem-se os modos e métodos de evangelização, mas a mensagem do evangelho deve ser sempre a mesma, bem como o grande objetivo final da pregação e ensino do evangelho deve ser sempre o mesmo, a saber, produzir a salvação e edificação de almas na verdade.
Foi com este propósito em vista que o apóstolo Paulo escreveu o texto que lemos no décimo capítulo de Romanos.
Como é somente pelo anúncio do evangelho pode se tornar conhecida a justiça de Cristo que está sendo oferecida gratuitamente aos pecadores,  justiça esta que é decorrente exclusivamente da graça, mediante a fé, conforme ele havia discorrido abundantemente sobre ela nos capítulos anteriores de Romanos, então ele se aplica agora em demonstrar que há necessidade de tornar esta justiça conhecida através da proclamação do evangelho.
E a própria fé por meio da qual somos salvos, é gerada em nós por ouvirmos a mensagem do evangelho – do genuíno evangelho de Cristo, conforme ele foi explicado por Paulo na carta aos Romanos.
Crer no evangelho é crer e viver a mensagem que Jesus veio a este mundo para que pudesse destruir o pecado e as obras do diabo em nossas vidas; para vivermos por meio da Sua própria vida, em verdadeira santificação, despojando-nos continuamente do nosso velho homem, que recebeu a sentença de morte quando, aos olhos de Deus, morremos juntamente com Cristo na cruz, para que vivêssemos em novidade de vida espiritual nos revestindo progressivamente das virtudes da pessoa do próprio Cristo, pelo crescimento das graças implantadas na nossa nova natureza recebida na regeneração, uma vez tendo sido justificados para sempre pela fé nEle.
O que fica aquém desta mensagem, pode ser tudo, menos o evangelho que Cristo veio anunciar, pois este aponta sobretudo para a necessidade de nos arrependermos do pecado para se obter a vida santificada que existe somente na nossa união com Jesus Cristo.
Esta é a mensagem da qual os cristãos estão encarregados por Deus de anunciar ao mundo inteiro, sem fazer acepção de pessoas, porque o evangelho em si, significa uma boa nova de grande alegria, e tem este caráter porque não se trata de uma justiça que é requerida por Deus de nós por meio dos nossos méritos, esforços isolados e boas obras, mas uma justiça que está sendo inteiramente oferecida – Cristo, Senhor Justiça Nossa, por meio de quem somos justificados, regenerados e santificados, com vistas à nossa glorificação futura.


Tendo falado nos capítulos anteriores sobre o significado propriamente dito do evangelho, Paulo vai falar agora neste capítulo sobre o modo de crer no evangelho e de pregá-lo.
Isto deve ser feito de forma positiva, a saber, expondo no poder do Espírito Santo os fatos relativos à obra de Cristo, porque são realidades que se cumpriram para que agora creiamos nelas, e para que por meio delas possamos ser salvos por Deus.
Sem a pregação da verdade não há nenhuma fé, porque aprouve a Deus salvar os que creem por meio da loucura da pregação.
Diz-se loucura, não porque seja algo insensato, mas porque é reputado, desta forma, pela maioria dos homens, que julgam uma loucura a ideia de o próprio Deus ter encarnado num corpo humano e ter morrido na cruz na pessoa de Seu Filho, carregando sobre Si os nossos pecados, e estar agora ordenando aos homens em toda a parte que se arrependam de seus pecados e carreguem suas próprias cruzes, para a mortificação do ego carnal, negando-se a si mesmos, para poderem ser verdadeiros discípulos de Jesus.
Uma salvação sem obras, sem méritos humanos, onde pessoas que se considerem capacitadas em si mesmas para a salvação, são desprezadas por Deus, e aqueles que se julgam indignos a seus próprios olhos são os que acham favor diante dEle.
Deus não escolheu os que são sábios, e elevados segundo o mundo, mas escolheu os que são fracos e desprezíveis para o mundo.
Então, a salvação, o evangelho e suas ordenanças para que o homem se reconheça pecador e que se humilhe diante de Deus, são considerados uma loucura para os que amam o mundo.
Veja o caso dos judeus, para os quais a ideia da morte de Deus numa cruz era e ainda é um verdadeiro escândalo, porque eles esperam até hoje um Messias guerreiro, poderoso, que humilhe e coloque o mundo debaixo dos seus pés.
É simplesmente impossível conhecer a Cristo enquanto se abriga tal tipo de vanglória no pensamento.
É impossível conhecer a Cristo quando se tenta agradar a Deus por meio da justiça própria.
Os judeus eram zelosos pelo nome do Deus da Bíblia, mas, segundo o apóstolo sem nenhum entendimento da revelação do evangelho, porque os seus olhos estavam fechados, porque não tinham a iluminação do Espírito Santo para entenderem o modo de salvação que é pela graça, e não pelas obras da lei, mediante a própria justiça do homem.
Deus não nos salva por causa da nossa justiça, mas por causa da justiça de Cristo.
A lei mesma tem por finalidade principal conduzir os homens à justiça de Jesus, por reconhecerem a impossibilidade de salvarem a si mesmos com a prática de suas obras, porque por melhores que elas sejam, eles continuam sendo servos do pecado.
Há de fato uma justiça que é pela lei, para a salvação, a qual somente Jesus pôde atender em Seu ministério terreno, porque cumpriu a lei perfeitamente.
Nenhum homem tem tal capacidade e poder, por causa do pecado que habita em sua natureza terrena.
Então é um caminho impossível o de alguém tentar ser justificado pela justiça que é pela lei, tal como os judeus continuam fazendo até hoje.
Por isso Deus salva não pela justiça que é segundo a lei, mas pela justiça que é segundo a fé, isto é, que nos vem por causa da nossa fé em Cristo, de que é Ele quem nos salva, independentemente dos nossos méritos e obras, porque não há quem possa cumprir a lei perfeitamente todos os dias da sua vida, e mudar por seu próprio poder a sua natureza terrena pecaminosa.
Assim, a justiça que é pela fé não indaga sobre quem irá para o céu; ou quem descerá ao abismo para que possa ser salvo.
Não há tal necessidade ou dúvida, porque Cristo já morreu e subiu ao céu de onde intercede por nós.
Ninguém achará salvação também no abismo, isto é, na morte, porque é aqui neste mundo o lugar onde somos salvos.
Jesus não subirá dentre os mortos para salvar alguém que desceu à sepultura.
O lugar de ser salvo, é aqui, e o momento é na presente dispensação da graça, que é designada por o dia que se chama Hoje, tão logo ouçamos a voz do Espírito em nosso coração, chamando-nos ao arrependimento e conversão.
Então não há necessidade de se pensar em buscar salvação no céu ou no abismo, porque a palavra que nos salva está junto de nós, na nossa boca e no nosso coração, quando confessamos a Jesus como Senhor de nossas vidas.
É confessando a Jesus como Senhor com a nossa boca, crendo no nosso coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos para a nossa justificação, que somos salvos pelo poder da Sua graça.
A boca simplesmente faz a confissão da experiência que ocorreu no espírito, isto é, no coração.
E este modo de salvar usado por Deus é tanto para judeus quanto para gregos, porque Ele não faz acepção de pessoas, e é rico para com todos os que O invocam; porque tem prometido salvar a todo aquele que invocar o Seu nome.
Tendo falado sobre o modo de crer no evangelho, o apóstolo falou a partir do verso 14 sobre o modo como deve ser  a sua pregação.
Primeiro ele enfatiza, que as pessoas que ouvirão o evangelho e crerão nele, são aquelas que estiverem debaixo de uma verdadeira pregação da verdade do evangelho.
Isto porque há muitos que pregam muitas coisas mas não o evangelho.
Muitos falam coisas acerca do evangelho, mas não o evangelho, propriamente dito.
O evangelho é como a semente da parábola do grão de mostarda.
Somente dele pode germinar a vida eterna.
Então não haverá salvação pela pregação de qualquer outra palavra, senão a do próprio evangelho.
Um outro ponto importante sobre o modo de pregar o evangelho, é que aqueles que o pregam devem ser enviados por Deus a fazê-lo.
E todo aquele que Deus enviar nesta missão será antes preparado por Ele, tanto quanto ao conhecimento da mensagem da cruz, quanto a experimentar a cruz em sua própria vida; porque somente aqueles que estão crucificados verdadeiramente podem pregar a mensagem da cruz.
Deve haver portanto uma comissão divina para cada pessoa que é levantada como pregador.
Outro ponto que é destacado por Paulo no verso 15 deste décimo capítulo de Romanos, em relação à pregação, é aquele que faz referência aos pés dos que pregam, e se diz deles que são formosos.
Isto indica, que servir ao Senhor na pregação da Palavra implicará em movimento para ir para onde quer que Ele nos enviar.
Será exigido de nós prontidão para caminhar, para avançar, para conquistar almas para Cristo.
Então a fé é pelo ouvir a pregação, e este ouvir deve ser obrigatoriamente da Palavra de Deus, e não de qualquer outra palavra da imaginação, ciência ou artifício dos homens.
A mensagem que devemos pregar é uma revelação que nos veio diretamente do céu, então devemos nos cuidar para não nos iludirmos pensando que pregamos o evangelho enquanto falamos somente de coisas naturais e de realidades que pertencem a este mundo.


“1 Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação.
2 Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento.
3 Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus.
4 Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.
5 Ora Moisés descreve a justiça que é pela lei, dizendo: O homem que fizer estas coisas viverá por elas.
6 Mas a justiça que é pela fé diz assim: Não digas em teu coração: Quem subirá ao céu? (isto é, a trazer do alto a Cristo.)
7 Ou: Quem descerá ao abismo? (isto é, a tornar a trazer dentre os mortos a Cristo.)
8 Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos,
9 A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.
10 Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação.
11 Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido.
12 Porquanto não há diferença entre judeu e grego; porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam.
13 Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.
14 Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue?
15 E como pregarão, se não forem enviados? como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas.
16 Mas nem todos têm obedecido ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem creu na nossa pregação?
17 De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.
18 Mas digo: Porventura não ouviram? Sim, por certo, pois Por toda a terra saiu a voz deles, E as suas palavras até aos confins do mundo.
19 Mas digo: Porventura Israel não o soube? Primeiramente diz Moisés: Eu vos porei em ciúmes com aqueles que não são povo, Com gente insensata vos provocarei à ira.
20 E Isaías ousadamente diz: Fui achado pelos que não me buscavam, Fui manifestado aos que por mim não perguntavam.
21 Mas para Israel diz: Todo o dia estendi as minhas mãos a um povo rebelde e contradizente.”. (Rom 10.1-21)









Romanos 11

O Poder Perdoador e Reconciliador do Evangelho - Romanos 11

Apesar de a maior parte da nação de Israel ter rejeitado a Cristo e ao evangelho;, Cristo não rejeitou a Israel  de uma forma final e definitiva, porque tem mantido por causa da eleição, um remanescente fiel em Israel, por amor e por causa da promessa que fizera aos patriarcas da referida nação.
Não para defender Israel, mas para defender a verdade, Paulo se apressou a desfazer um possível dito entre as igrejas gentílicas de que tendo Israel rejeitado ao evangelho, e ter crucificado Jesus, Deus era agora somente o Deus dos gentios e não dos judeus.
Havendo ou não tal probabilidade deste pensamento corrente, Paulo comprovou que isto não era verdade, porque ele era um judeu e havia abraçado o evangelho, tendo sido separado por Deus para ser apóstolo dos gentios. E não somente ele, como muitos israelitas estavam se convertendo, apesar da rejeição do evangelho pela nação como um todo.
Isto comprovava que Deus não havia rejeitado a nação de Israel de maneira definitiva, tal como não a rejeitara nos dias de Elias, quando o profeta pensou que somente Ele restara dentre os que conheciam realmente ao Senhor, mas Deus lhe revelou que havia reservado para Si sete mil pessoas cujos joelhos não haviam se dobrado diante de Baal para adorá-lo.
Do mesmo modo, tal como nos dias de Elias sempre haverá um remanescente fiel em Israel, segundo a eleição da graça, como Paulo afirma no verso 5.
Deus fez uma promessa aos patriarcas de ser o Deus de Israel para sempre e confirmou esta palavra pelo ministério dos profetas.
Isto tem se cumprido, porque Israel será nação até que Cristo volte, para que se cumpra o propósito da conversão da quase totalidade da nação, por ocasião da volta de Jesus em glória para destruir o reino do Anticristo, que estará na ocasião fazendo grande perseguição contra Israel.
Neste momento da volta do Senhor com poder e grande glória, os israelitas reconhecerão finalmente que Jesus é o Messias, o qual havia sido rejeitado por seus antepassados, como se vê nos versos 26 e 27.
Deus projetou a salvação desta maneira, permitindo que viesse em parte, endurecimento sobre Israel, para que não houvesse nenhuma vanglória quanto aos que são salvos desta nação escolhida, como, de igual maneira, manteve todas as nações dos gentios na condição humilhante de não terem tido o privilégio de terem sido escolhidas para se revelar através delas, tanto quanto havia feito com Israel nos dias do Velho Testamento.
Assim, a todos, manteve em desobediência e em humilhação, tanto a judeus quanto a gentios, para que nenhum deles viesse a se vangloriar diante dEle por terem algum privilégio exclusivo quanto à salvação.
Era basicamente isto que Paulo quis demonstrar com seus argumentos em todo este décimo primeiro capítulo. Por isso, mais uma vez repetiu no verso 6, que a eleição pela qual viremos a ser salvos, é feita pela graça de Deus, e não pelas obras, porque se fosse pelas obras, a graça já não seria graça.
Tanto que, o que Israel estava buscando pelo caminho das obras não foi alcançado, a saber, a salvação, mas os eleitos o alcançaram pela graça, mediante a fé, tanto entre os que são desta nação quanto entre os povos gentios.
Se Deus permitiu que Seu próprio povo ficasse sujeito a um espírito de sono profundo, com olhos para não verem, nem ouvidos para entenderem a salvação por meio da graça do evangelho, quanto mais, não poderia permitir que isto ocorresse entre os gentios?
Então nenhuma nação tem do que se gloriar diante dEle em relação ao evangelho.
Paulo, não havia desistido de pregar aos judeus, apesar de ter sido designado para ser apóstolo dos gentios, porque na sua comissão para o apostolado Jesus lhe disse que era o seu vaso escolhido para pregar não somente aos gentios, mas também a reis e aos filhos de Israel, como se vê em At 9.15.
Se Deus mandou continuar pregando o evangelho aos israelitas, isto significa que Ele não os havia rejeitado conforme alguns poderiam estar pensando em razão da rejeição do evangelho por uma grande parte deles. Isto comprova também, que o evangelho tem este caráter de amor aos inimigos e perseguidores, para que pelo arrependimento, alguns também se convertam.
Quão grande é a graça e a misericórdia do Senhor!
Por isso, esta pregação a eles não tinha em vista servir apenas de juízo contra sua incredulidade, mas principalmente, para salvar os eleitos de Israel, como se afirma no verso 14.
O mundo tem uma dívida de gratidão para com Israel, porque foi através desta nação que Deus se revelou e trouxe o Messias ao mundo.
A base da revelação do Novo Testamento se encontra na revelação que foi feita por Deus no Velho Testamento através de Israel, de maneira que esta nação foi plantada pelo Senhor para ser como a Sua vinha, a Sua oliveira santa, de maneira que apesar de suas transgressões; eles não viviam sem Deus no mundo como os gentios, que viviam em absoluto paganismo, sem terem tido qualquer revelação da vontade de Deus nos dias do Velho Testamento, senão somente à nação de Israel.
Eles eram o povo de Deus na Antiga Aliança, a Sua Igreja no Velho Testamento, e foi desta raiz que brotou um rebento; a raiz de Jessé, que é o próprio Senhor Jesus, porque era da descendência de Israel segundo a carne.
Então, ao serem os gentios admitidos como povo de Deus, o que foi feito na verdade foi uma operação de enxerto de ramos bravios nesta raiz santa que havia sido plantada por Deus, de maneira que nenhum gentio tinha porque se gloriar em Deus, pela sua conversão, tendo total desprezo pelos israelitas, porque afinal, Deus não os rejeitou e tem mantido a promessa de ser glorificado neles, com a conversão desta nação como um todo no tempo do fim.
Israel permanecerá endurecido até que tenha entrado no reino de Deus a plenitude dos gentios que devem ser salvos, quando então o Senhor voltará para resgatar Seu povo, por causa da eleição e do amor de Deus aos patriarcas.
Os gentios têm uma dívida espiritual eterna para com Israel, porque foi a partir dos judeus que a salvação se manifestou a todas as nações do mundo, como vemos em Jo 4.22.        


“1 Digo, pois: Porventura rejeitou Deus o seu povo? De modo nenhum; porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim.
2 Deus não rejeitou o seu povo, que antes conheceu. Ou não sabeis o que a Escritura diz de Elias, como fala a Deus contra Israel, dizendo:
3 Senhor, mataram os teus profetas, e derribaram os teus altares; e só eu fiquei, e buscam a minha alma?
4 Mas que lhe diz a resposta divina? Reservei para mim sete mil homens, que não dobraram os joelhos a Baal.
5 Assim, pois, também agora neste tempo ficou um remanescente, segundo a eleição da graça.
6  E, se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça.
7  Que diremos, pois? O que Israel busca, isso não conseguiu; mas a eleição o alcançou; e os mais foram endurecidos,
8 Como está escrito: Deus lhes deu espírito de profundo sono, olhos para não verem, e ouvidos para não ouvirem, até ao dia de hoje.
9 E Davi diz: Torne-se-lhes a sua mesa em laço, e em armadilha, E em tropeço, por sua retribuição;
10 Escureçam-se-lhes os olhos para não verem, E encurvem-se-lhes continuamente as costas.
11 Digo, pois: Porventura tropeçaram, para que caíssem? De modo nenhum, mas pela sua queda veio a salvação aos gentios, para os incitar à emulação.
12 E se a sua queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude!
13 Porque convosco falo, gentios, que, enquanto for apóstolo dos gentios, exalto o meu ministério;
14 Para ver se de alguma maneira posso incitar à emulação os da minha carne e salvar alguns deles.
15 Porque, se a sua rejeição é a reconciliação do mundo, qual será a sua admissão, senão a vida dentre os mortos?
16 E, se as primícias são santas, também a massa o é; se a raiz é santa, também os ramos o são.
17 E se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles, e feito participante da raiz e da seiva da oliveira,
18 não te glories contra os ramos; e, se contra eles te gloriares, não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti.
19 Dirás, pois: Os ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado.
20 Está bem; pela sua incredulidade foram quebrados, e tu estás em pé pela fé. Então não te ensoberbeças, mas teme.
21 Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, teme que não te poupe a ti também.
22 Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas para contigo, benignidade, se permaneceres na sua benignidade; de outra maneira também tu serás cortado.
23 E também eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus para os tornar a enxertar.
24 Porque, se tu foste cortado do natural zambujeiro e, contra a natureza, enxertado na boa oliveira, quanto mais esses, que são naturais, serão enxertados na sua própria oliveira!
25 Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado.
26 E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, E desviará de Jacó as impiedades.
27 E esta será a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados.
28 Assim que, quanto ao evangelho, são inimigos por causa de vós; mas, quanto à eleição, amados por causa dos pais.
29 Porque os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento.
30 Porque assim como vós também antigamente fostes desobedientes a Deus, mas agora alcançastes misericórdia pela desobediência deles,
31 Assim também estes agora foram desobedientes, para também alcançarem misericórdia pela misericórdia a vós demonstrada.
32 Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia.
33 Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!
34 Porque, quem compreendeu a mente do Senhor? ou quem foi seu conselheiro?
35 Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado?
36 Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.”. (Rom 11.1-36)









Romanos 12

A Conduta dos que Abraçam o Evangelho – P 1 - Romanos 12

Tendo explanado nos capítulos anteriores a doutrina do evangelho em relação à obra realizada por Cristo e qual é a posição que os cristãos obtiveram diante de Deus por causa dEle, Paulo passou a descrever agora neste capítulo quais são as implicações práticas nas vidas dos cristãos, por causa da salvação pelo evangelho.
O propósito do evangelho não é o de simplesmente de nos trazer informações sobre a vida celestial que está em Jesus Cristo, mas de transformar nossos corações e modificar efetivamente todo o nosso comportamento.
A fé cristã não é um mero sistema de crenças, mas um poder, um princípio espiritual vivo e eficaz que opera principalmente pelo amor.
Assim, as exortações práticas deste capítulo resumem em que consiste a vida do cristão.
Paulo começou o décimo segundo capítulo de Romanos, rogando aos cristãos, por causa da misericórdia que foi demonstrada a eles por Deus, em Cristo, oferecendo-O como oferta pelos pecados deles, que também apresentassem os seus próprios corpos a Deus como um sacrifício vivo, santo e agradável.
Mas para que isto seja possível é necessário que não se tome a forma deste mundo, pensando e agindo segundo o mundo, de maneira que é necessária uma transformação de vida pela renovação da mente, para que se possa experimentar de fato a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus, como se lê no verso 2.
A palavra usada por Paulo no original grego para transformação é metamorféu, de onde é vertida a nossa palavra metamorfose, que explica, por exemplo, a transformação de uma lagarta numa borboleta.
É portanto uma referência a uma transformação de essência de vida. De uma vida natural e carnal, para uma vida espiritual. E o modo desta nossa transformação é afirmado pelo apóstolo como sendo resultante da renovação da nossa mente.
É importante que saibamos que temos uma mente habituada aos padrões de pensamentos mundanos, terrenos e pecaminosos, e ainda por cima corrompida pelo pecado, e por isso ela precisa ser renovada pelo Espírito Santo e pela Palavra de Deus, para que possamos substituir estes padrões de pensamentos terrenos, mundanos e pecaminosos, pelos padrões celestiais, divinos e santos.
Para exemplificar este modo de pensar segundo o mundo e não segundo Deus, podemos citar o conceito que é muito comum ser atribuído à palavra santificação, que pouco ou nada tem a ver com o reto ensino bíblico.
Quando a Bíblia fala da santificação sem a qual ninguém verá a Deus, e que para obtê-la necessitamos nascer de novo do Espírito e sermos submetidos à disciplina de Deus para que sejamos feitos coparticipantes da Sua própria santidade, geralmente isto que é apresentado de modo claro, firme e absoluto é interpretado por muitos como algo que se refira tão somente à própria escolha que fazemos de evitar determinados hábitos nocivos e incorporar alguns outros que sejam moralmente aprovados.
Todavia, o ensino bíblico sobre a santificação que é requerida por Deus aponta para uma mortificação real da natureza terrena – de um revestimento real da vida de Cristo, e isto por progressivas provações da fé que visam ao seu refinamento e crescimento, de modo que o apóstolo Paulo afirma que  importa entrarmos no reino de Deus por meio de muitas tribulações.
A pergunta portanto, que deve ser respondida à luz de todo o ensino bíblico, e particularmente pela exposição feita por Paulo sobre o evangelho na epístola aos Romanos, deve ser a seguinte:
É isto o que temos visto sendo pregado e praticado por aqueles que dizem estar a serviço de Cristo?
Se a resposta é negativa para a grande maioria, então isto pode ser entendido facilmente com o que nos ensina a própria Bíblia, uma vez que a vida que é segundo Deus é fruto de muito esforço, de empenho diligente, de muita disciplina, no cumprimento dos deveres ordenados, como por exemplo, estes que são destacados pelo apóstolo no décimo segundo capítulo de Romanos.
Acrescente-se a isto que o exercício destas graças e  deveres demanda um coração sincero na busca de uma vida consagrada ao Senhor e aos interesses do Seu reino, uma vez que existe a impossibilidade de se servir a dois senhores.
Não importa qual seja a nossa medida de fé, ou o grau de importância e responsabilidade do nosso ministério, porque em todos os casos, o que se requer é completa fidelidade ao Senhor e à Sua Palavra.
De modo que se dissermos que o alvo do evangelho é uma vida em que o pecado seja algo eventual, como resultado de falta de falta de vigilância, de oração, de meditação e prática da Palavra ocasionada por alguma negligência ou fraqueza decorrente de um descuido ocasional no uso do escudo da fé, e de todos os componentes da armadura de Deus, é quase certo que isto ocasionará um espanto geral, porque os crentes se acostumaram à idéia de que haja da parte de Deus para eles, uma abertura de concessões para permanecerem na prática do pecado.
Releia o estudo relativo ao sexto capítulo de Romanos, e veja se há ali alguma instrução desta natureza?
Porventura não são afirmadas verdades absolutas como as seguintes?

“Rom 6:1  Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante?
Rom 6:2 De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?”

“Rom 6:12 Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões;
Rom 6:13 nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniqüidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça.”

Multiplicam-se as causas para que não se veja na maioria das igrejas de nossos dias sendo pregado o tipo de santificação bíblica, que é o único que pode agradar efetivamente a Deus e nos tornar úteis para a obra do evangelho; mas, talvez, a maior delas é o temor de não se ver os templos sendo esvaziados, pela fuga de supostos crentes, todavia este temor não existia na Igreja Primitiva, nem nas congregações dos puritanos, nem nas de Wesley em seus dias, e nem nas de todos aqueles que sabiam que o alvo do evangelho não é o de ajuntar pessoas, mas de produzir convertidos para Cristo.

Jesus disse que o reino dos céus é tomado por esforço, e a uma sociedade pós-moderna não agrada a ideia de esforço. Isto pode ser visto principalmente na falta de diligência em se ler textos bíblicos ou comentários bíblicos que possuam mais do que uma página. Como é possível conhecer a verdade revelada com este tipo de conduta?
Por isso necessitamos nos exortar mutuamente à diligência na prática do amor e das boas obras.
Devemos interceder uns pelos outros para que possamos ser achados de pé naquela condição que nos é imposta pelo evangelho.
Por isso, quando cremos, somos feitos parte de um  corpo formado por muitos membros, exatamente para que haja auxílio e cooperação mútuos entre os diversos membros, pelo desempenho das respectivas funções e dons recebidos de Deus.
Assim, o amor não fingido que os cristãos devem ter é o amor cristão conforme está definido em I Cor 13.
O cristão deve aborrecer toda forma de mal, e apegar-se somente ao bem.
Além do amor a Deus e a todos os homens referido no verso 9, é dever do cristão amar seus irmãos em Cristo de coração, preferindo-se em honra mutuamente como se afirma no verso 10.
Nenhum cristão deve ser lento, vagaroso na execução do zelo pelas coisas de Deus, e devem servi-lo fervorosamente em espírito como se vê no verso 11.
Devem ser alegres na esperança da sua salvação, e sabendo que esta é certa e segura, devem ser pacientes em suas tribulações, e conseguirão isto perseverando em oração, como se afirma no verso 12.
A vida cristã é pontilhada de muitas lutas contra os poderes das trevas, especialmente quando o cristão aumenta em graus a sua consagração ao Senhor.
Isto lhe traz muitas aflições e tristezas, por isso deve permanecer firme na alegria da esperança da vida completamente resgatada das dores e aflições que sofre neste mundo que desfrutará por ocasião da volta do Senhor, sabendo também que o Senhor não lhe deixará nem desamparará, ao contrário, lhe proverá força e consolo em suas provações presentes.
Paulo diz no verso 13 deste décimo segundo capitulo de Romanos: “Comunicai com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade;”, a palavra no original grego para o verbo comunicai é koinoneo, de onde vem a palavra koinonia, que significa comunhão.
Então se trata de um compartilhar as necessidades dos irmãos em comunhão com eles, no Espírito, daí ser seguido este mandamento pelo de se praticar a hospitalidade; não apenas em nossas casas, mas em nossos corações.
O verso 14 contém uma repetição do mandamento que nos foi dado por Jesus em Seu ministério terreno de abençoarmos os que nos maldizem e perseguem, a ponto de até mesmo amarmos os nossos inimigos.
Todo cristão faz parte de um corpo do qual Jesus é a cabeça.
Desta forma se algum membro deste corpo está triste, ele fica também triste.
Se algum membro está alegre ele também se alegra, de maneira que é, neste modo de vida sentindo simpatia no espírito pela condição dos demais membros do corpo de Cristo, que cada cristão deve ser encontrado, por andar no Espírito e ter aprendido dEle a ter um coração como o de Cristo que simpatiza tanto com as nossas alegrias quanto com as nossas tristezas, daí ter o apóstolo dito no verso 15: “Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram;”.
Se é deste modo que os cristãos devem viver na comunhão mútua, então devem se esforçar para que tenham o mesmo sentir e pensar de uns para com os outros; não ambicionando as coisas que o mundo considera elevadas, mas se acomodando com as que são humildes; mas isto só será possível se não andarem segundo a sua própria sabedoria terrena, mas somente pelo ato de se auto-negar para poderem andar e viver em conformidade com a mente de Cristo, e não segundo o modo de pensar e agir deste mundo, como se lê no verso 16.
Desta forma é um dever de todo cristão, no que depender deles, terem paz com todos os homens. Não é somente a paz de comunhão que é possível somente entre aqueles que andam no Espírito; como também a paz de ausência de conflitos, no que diz respeito à relação dos cristãos com todas as pessoas.
Na verdade a paz de Jesus é um juiz que dirá ao nosso coração se estamos agindo contra este mandamento, porque quando estamos em plena comunhão com o Senhor, todo espírito de vingança, amargura, contenda, ira, vai embora, e o que reina é o espírito de paz como fruto do Espírito Santo.
Não é dado ao cristão o direito de se vingar, ainda que seja tratando com frieza e amargura, àqueles que julga que devem pagar por lhe terem aborrecido.
Nem mesmo no caso de uma breve ira justificada por causa de algum pecado real praticado contra ele deve abrigar qualquer sentimento de vingança, mas deixar que Deus seja o juiz da sua causa.
Ele prometeu julgar todo o mal que for praticado no mundo e certamente o fará no dia do juízo, e muitas vezes intervém com juízos, mesmo neste mundo para defender os seus, então o cristão deve aprender a confiar totalmente nesta justiça divina que nunca falha e guardar o seu coração sossegado e em paz em meio às injustiças que possa vir a sofrer, como se vê no verso 19.
Então em vez de se vingar, deve amar seus inimigos, e caso eles tenham fome e não tenham quem possa lhes dar de comer, o cristão bem fará se o alimentar; do mesmo modo deve agir caso ele tenha sede, porque estará amontoando brasas de fogo sobre a sua cabeça, isto é, dando-lhe a oportunidade de examinar a sua consciência e ver se é justa a inimizade que tem alimentado contra os cristãos, como se lê no verso 20.
Seguindo todas estas ordenanças o cristão não se deixará vencer pelo mal, antes vencerá o mal com o bem; e nunca é demais lembrar que Satanás está sempre procurando brechas em nosso comportamento, através das quais possa entrar com suas tentações para neutralizar-nos em nossa caminhada espiritual, como se vê no verso 21.
Agora, como temos aprendido até aqui, pelo exame das Escrituras, nada disso é possível de ser vivido à parte de Cristo. Por isso necessitamos manter a nossa comunhão diariamente em espírito com Ele, através da vigilância, da oração, e do exercício de todos demais meios de graça que nos foram providos por Deus com vistas a mantermos a referida comunhão, pois sem Ele nada podemos fazer.

E acima de tudo devemos cuidar em manter o nosso coração puro, porque é dele que procedem todas as veredas desta vida divina.


“1 Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
2 E não vos conformeis com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.
3 Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.
4 Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação,
5 Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros.
6 De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé;
7 se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina esmere-se no fazê-lo;
8  ou o que exorta faça-o com dedicação; o que contribui, com liberalidade; o que preside, com diligência; quem exerce misericórdia, com alegria.
9 O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem.
10 Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.
11 Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor;
12 Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração;
13 Comunicai com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade;
14 Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis.
15 Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram;
16 Sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos;
17 A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens.
18 Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.
19 Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor.
20 Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça.
21 Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.”. (Rom 12.1-21)







Romanos 13

A Conduta dos que Abraçam o Evangelho – P 2 - Romanos 13

Neste capítulo Paulo falou do dever ordenado por Deus de que os cristãos estejam em submissão às autoridades civis, quer magistrados, quer membros do poder executivo, em todos os seus escalões, porque estão a serviço de Deus, ainda que não espiritual, mas para atenderem especialmente à Sua ordenança de castigarem os malfeitores e cobrarem impostos para a manutenção da organização da vida em sociedade.
Aquele que resistir à autoridade não está resistindo, portanto ao homem, mas a Deus que nos deu tal ordenança de lhes estarmos sujeitos.
Depois de ter falado do dever de se pagar tributos ao governo, Paulo estendeu o assunto dizendo que na verdade, não devemos ficar devendo coisa alguma a qualquer pessoa, senão somente o amor, que é uma dívida que temos para com Deus em relação a amar o próximo, especialmente pelo dever de orar por ele e de lhe anunciar o evangelho de Cristo.
Assim, o que é devido a cada pessoa deve lhe ser dado, seja tributo, imposto, temor ou honra.  
Estas dívidas devem ser liquidadas, mas a do amor nunca será quitada, porque devemos nos amar mutuamente, pois é no amor ao próximo que se cumpre a lei.
Na verdade, todas as exigências da lei são atendidas quando vivemos no amor de Deus, sendo capacitados e ensinados por Ele a amar o próximo; não meramente com nosso amor e afeto natural e humano, mas com o amor do próprio Deus derramado em nossos corações pelo Espírito.
Como o amor não faz nenhum mal ao próximo, então o cumprimento da lei é o amor, como se afirma no verso 10.
Aqueles que não estão vivendo estas coisas às quais o apóstolo vem se referindo desde o décimo segundo capítulo, devem despertar do sono espiritual em que se encontram, porque se não estão vivendo isto é sinal de que estão em profundo sono, que não lhes permite terem consciência da realidade ao seu redor.
Se o cristão é do dia e não da noite; se ele é luz no Senhor, então deve rejeitar toda e qualquer obra das trevas e se vestir com as armas espirituais da luz, como se vê nos versos 11 e 12.    
Se o cristão viver e andar despertado pelo Espírito, não será achado ocupado com glutonarias, desonestidades, bebedeiras, em contendas e invejas, porque Deus terá sempre o primeiro lugar em tudo em sua vida, e nada conseguirá conquistar em seu coração o lugar e o temor que são devidos ao Senhor.
Além de rejeitar as obras das trevas, despojando-se do velho homem, diariamente, o cristão deve se revestir do próprio Senhor Jesus, e não dar qualquer alimento à carne com suas cobiças.
O reino de Deus permanece oculto dentro de nós e não se manifesta enquanto não nos consagramos ao Senhor para obediência a todas estas ordenanças.
É somente quando nos consagramos a Cristo que os nossos olhos espirituais são abertos pela iluminação do Espírito Santo, não somente para poder entender o que nos é ordenado, como também para receber o poder espiritual necessário para praticá-lo e experimentá-lo.

“1 Toda a alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus.
2 Por isso quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação.
3 Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem, e terás louvor dela.
4 Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal.
5 Portanto é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência.
6 Por esta razão também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo sempre a isto mesmo.
7 Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.
8 A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei.
9 Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.
10 O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor.
11 E isto digo, conhecendo o tempo, que já é hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando aceitamos a fé.
12 A noite é passada, e o dia é chegado. Rejeitemos, pois, as obras das trevas, e vistamo-nos das armas da luz.
13 Andemos honestamente, como de dia; não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja.
“14 Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências.”. (Rom 13.1-14)








Romanos 14

A Conduta dos que Abraçam o Evangelho – P 3 - Romanos 14

A questão apresentada neste capitulo quanto ao ato de não comer ou beber aquilo com que possa se escandalizar nosso irmão é diferente em ordem da que foi apresentada nas epístolas dirigidas aos Coríntios, porque o problema nesta igreja dizia respeito a se comer carne sacrificada a ídolos.

Aqui neste décimo quarto capítulo, o problema era de outra natureza, diferente do citado em I Coríntios, porque estava relacionado ao fato das distinções cerimoniais da Lei de Moisés sobre alimentos puros e imundos, e também sobre as libações e comidas que acompanhavam os sacrifícios apresentados no templo de Jerusalém.
Paulo demonstra que ninguém seria recomendado ao reino de Deus pelo ritualismo cerimonial de tais distinções de alimentos impostas no regime da lei no Velho Testamento, e nem se deveria por outro lado, se atacar aos judeus que ainda guardavam tais costumes.
Por isso, é dito que aquele que come não julgue o que não come, e o que não come também não julgue o que come, porque afinal não é nisto que consiste o reino de Deus, mas em justiça, paz e alegria no Espírito Santo, como se vê no verso 17.
Além disso, os judeus estavam acostumados a guardarem dias festivos conforme determinados pela lei, e que agora em Cristo já não eram mais exigidos por Deus.
Então, quando um cristão judeu afirmava a importância de se guardar tais dias para se agradar a Deus a um gentio, ele estava errando, do mesmo modo que estaria errando os gentios que os condenassem por estarem ainda guardando aqueles cerimoniais da lei, aos quais estavam apegados por dever de consciência e tradição, como se vê nos versos 5 e 6.
Foi somente em relação a esta questão de comer ou não certos alimentos, e de se guardar dias sagrados assim considerados pela lei, que Paulo disse que cada um deveria ter uma opinião bem definida em sua mente.
Ele restringiu o fato de cada cristão estar inteiramente seguro em sua própria mente, apenas a esta questão cerimonial de alimentos e dias sagrados segundo os judeus; para que ninguém tentasse impor aos outros o seu próprio ponto de vista.
Por isso, o apóstolo disse que em Cristo já não havia mais nenhuma distinção entre alimentos puros e imundos. Na verdade Ele não tem considerado mais nenhum alimento imundo, mas se alguém quisesse continuar assim considerando que o considerasse.
Deste modo, ao dizer no verso 14 que estava bem certo no Senhor Jesus que não há mais nenhuma coisa de si mesma imunda, a não ser para aquele que a tem por imunda, ele não estava de modo algum dizendo que tudo o que existe no mundo é puro; porque estava restringindo o uso desta expressão apenas aos alimentos que comemos.
Paulo aproveitou para estender a questão sobre a comida e bebida, para além do cerimonialismo e aplicou-a ao fato de se comer e beber de maneira escandalosa, que sirva como pedra de tropeço para alguns irmãos (v. 20 a 23).
Assim, em vez de estarem preocupados em julgarem seus irmãos quanto a estas coisas não essenciais, eles pecavam contra o Senhor, esquecidos que, cada um dará conta de si mesmo a Deus, no Tribunal de Cristo.


“1 Ora, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas.
2 Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes.
3 O que come não despreze o que não come; e o que não come, não julgue o que come; porque Deus o recebeu por seu.
4 Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio Senhor ele está em pé ou cai. Mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar.
5 Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente.
6 Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz e o que não faz caso do dia para o Senhor o não faz. O que come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e o que não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus.
7 Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si.
8 Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor.
9 Porque foi para isto que morreu Cristo, e ressurgiu, e tornou a viver, para ser Senhor, tanto dos mortos, como dos vivos.
10 Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo.
11 Porque está escrito: Como eu vivo, diz o Senhor, que todo o joelho se dobrará a mim, E toda a língua confessará a Deus.
12 De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.
13 Assim que não nos julguemos mais uns aos outros; antes seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao irmão.
14 Eu sei, e estou certo no Senhor Jesus, que nenhuma coisa é de si mesma imunda, a não ser para aquele que a tem por imunda; para esse é imunda.
15 Mas, se por causa da comida se contrista teu irmão, já não andas conforme o amor. Não destruas por causa da tua comida aquele por quem Cristo morreu.
16 Não seja, pois, blasfemado o vosso bem;
17 Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.
18 Porque quem nisto serve a Cristo agradável é a Deus e aceito aos homens.
19 Sigamos, pois, as coisas que servem para a paz e para a edificação de uns para com os outros.
20 Não destruas por causa da comida a obra de Deus. É verdade que tudo é limpo, mas mal vai para o homem que come com escândalo.
21 Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça.
22 Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova.
23 Mas aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque não come por fé; e tudo o que não é de fé é pecado.”. (Rom 14.1-23)







Romanos 15

A Palavra do Evangelho e o Poder do Espírito Santo - Romanos 15

Paulo começou este capítulo concluindo o assunto que havia tratado no capítulo anterior, para dizer que aqueles que se consideravam espirituais e fortes na graça, esclarecidos nas coisas relativas ao reino de Deus não deveriam se valer da maturidade espiritual para desprezarem aqueles que ainda não estivessem no mesmo nível de santificação e espiritualidade.
Ao contrário, deveriam servir de suporte para os cristãos fracos, porque não fomos chamados a agradar a nós mesmos, mas a amar nossos irmãos com demonstrações práticas de ações, orações, serviços e usos dos nossos dons em favor deles, para que sejam aperfeiçoados na fé.
O verbo suportar empregado no primeiro versículo, quando Paulo fala sobre “suportar as fraquezas dos fracos”, vem do original grego bastazo, que significa levar o que é duro de suportar, carregar, sustentar, apoiar. Então, não é suportar no sentido de tolerar, mas de ajudar.
Nós encontramos este mesmo verbo, usado com o mesmo sentido em outras passagens tais como Mt 8.17; Lc 14.27; Rom 11.18 e Gál 6.2.
O modo de agradar não a nós mesmos, mas ao nosso próximo, é com as coisas que sejam boas para a sua edificação, como se vê no verso 2.
Estas coisas que são boas para edificação têm a ver com o evangelho do Senhor, porque Ele não agradou a Si mesmo, tomando sobre Si as nossas injúrias, como se vê no verso 3.
Para este propósito, de suportarmos as debilidades dos fracos, e nos exercitarmos no amor, é que foi feito o registro das Escrituras para o nosso ensino, para que através das mesmas nós tenhamos esperança, através da perseverança e consolação que recebemos das próprias Escrituras, como se afirma no verso 4.
Deus mesmo é quem nos faz perseverar e nos consola, fazendo com que tenhamos o mesmo sentimento de uns para com os outros, segundo o exemplo que temos em Cristo Jesus como se vê no verso 5.
Ele faz isto para que possamos em concordância, como  uma só boca, isto é, em unidade de amor, de fé e de espírito, glorificar o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, como se afirma no verso  6; portanto os cristãos devem se acolher mutuamente como amigos, da mesma forma como Cristo nos recebeu, para a glória de Deus.
Os cristãos que existiam em Roma, fossem eles judeus ou gentios, deveriam viver nesta unidade recomendada pelo apóstolo, não permitindo que questões sobre comida, bebida, dias sagrados, que ele havia citado no capítulo anterior, servissem de base para separá-los.
Porque apesar de Jesus ter cumprido Seu ministério terreno entre os judeus, por causa da necessidade de confirmar a Palavra de Deus, pela promessa que havia feito aos patriarcas de Israel; no entanto, Ele era também o Senhor e Deus dos gentios conforme as próprias Escrituras haviam predito a respeito do relacionamento que viria a existir entre eles e Cristo, como se vê nos versos 8 a 12.
 Paulo orou para que Deus enchesse os cristãos romanos de toda a alegria e paz, na fé que tinham no evangelho, para que fossem plenos na esperança por meio do poder do Espírito Santo. De maneira que ele tinha a convicção, pela testificação do Espírito junto ao seu espírito, de que os Romanos estavam cheios da bondade de Deus, e de todo o conhecimento necessário para que pudessem se exortar mutuamente.
Paulo se referiu ao apostolado que havia recebido do Senhor para ser Seu ministro entre os gentios, para lhes ministrar o evangelho de Deus, coisa esta que não vinha fazendo somente com palavras, mas também por obras, pelo poder dos sinais e prodígios do Espírito Santo, nas áreas que lhes haviam sido designadas pelo Senhor, e isto desde Jerusalém até ao Ilírico, como se vê nos versos 15 a 19.
Ilírico era uma região que ficava ao norte da Macedônia.
Ele vinha pregando o evangelho, esforçando-se para que não o fizesse onde já houvesse sido pregado por outros que não estivessem associados ao seu ministério. Este era um dos motivos pelo qual havia se sentido muitas vezes impedido de ir pregar em Roma; mas como já não havia mais áreas pioneiras para trabalhar na Ásia, Macedônia e Grécia, ele pretendia evangelizar a Espanha, que ainda era uma área não alcançada na ocasião da escrita desta epístola.
Ele esperava que fosse ter com os romanos quando estivesse a caminho da Espanha, para desfrutar um pouco da companhia deles, antes de ser encaminhado por eles para esta nova frente de trabalho que pretendia inaugurar, como se lê nos versos 20 a 24.
No entanto, naquele momento ele iria para Jerusalém, para levar aos santos pobres de Jerusalém a grande coleta que havia sido feita nas Igrejas da Grécia e da Macedônia, por cerca de um ano, e que se encontrava em sua posse para ser distribuída a eles, como se vê nos versos 25 e 26.
Os judeus haviam abençoado os gentios, espiritualmente falando, por terem sido os depositários da revelação de Deus. E, os gentios eram devedores a eles da salvação que lhes havia chegado por meio de Jesus Cristo.
Assim, poderiam pagar esta dívida espiritual com seus bens temporais, como se lê no verso  27.
Paulo não sabia ainda, nesta ocasião, que Deus já havia feito planos para ele, diferentes do que ele havia feito; porque senão, jamais teria escrito o que escreveu no verso 28, que depois que tivesse entregue a oferta aos cristãos de Jerusalém, iria para a Espanha, passando antes por Roma, porque, até então não lhe havia sido revelado que importava ir sim para Roma, mas em prisão, para dar testemunho sobretudo ao Imperado e à sua guarda pretoriana.
Antes mesmo de chegar em Roma, ele ficou preso por cerca de quatro anos, sendo dois em Jerusalém, e dois em Cesaréia, e ficaria também por cerca de dois anos, preso em Roma; de maneira que não sabemos se chegou a ir para a Espanha conforme era do Seu propósito.
Pelas evidências internas do livro de Atos e das epístolas que escreveu quando se encontrava preso em Roma (Ef, Fp, Cl, Fm), podemos inferir que ele chegou a ser libertado e passou um pequeno período de tempo desfrutando desta liberdade, quando escreveu as epístolas de I Timóteo e Tito, mas viria a sofrer um novo aprisionamento em Roma, quando escreveu II Timóteo, dizendo que estava aguardando o momento do seu martírio e entrada na glória celestial.
Mas, o que disse no verso 29 teve cabal cumprimento, porque chegou de fato na plenitude da bênção do evangelho de Cristo quando esteve com eles, porque ficou numa prisão domiciliar onde podia receber a visita de qualquer pessoa.
Ele pediu orações para que orassem, para que fosse livrado dos judeus rebeldes de Jerusalém, assim como ele estava orando neste sentido, como se lê no verso 30.
Ele estava sofrendo uma furiosa perseguição dos judeus que ainda pretendiam matá-lo em todas as partes em que havia pregado o evangelho, e sabia que havia tais sentimentos de ressentimento contra ele em Jerusalém, porque estava sendo infamado por uma afirmação falsa dos judeus que estava pregando contra a Lei de Moisés.
Na verdade, o que eles não queriam, era se sujeitar à nova lei do evangelho, se é que podemos chamar o evangelho de lei, uma vez que é o poder de Deus, a manifestação da força da Sua maravilhosa graça para com os pecadores.
Ele tinha o propósito de que orassem assim como ele estava orando, para que pudesse chegar logo em Roma com alegria, e para compartilhar da mesma alegria no Espírito com eles.
Paulo encerrou seu assunto principal no final deste capítulo, porque se despediu dos Romanos no verso 33, desejando-lhes que o Deus de paz fosse com eles. Amém!
Ele passaria no capítulo seguinte às recomendações e saudações finais, fechando então a epístola.



“1 Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos.
2 Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação.
3 Porque também Cristo não agradou a si mesmo, mas, como está escrito: Sobre mim caíram as injúrias dos que te injuriavam.
4 Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança.
5 Ora, o Deus de paciência e consolação vos conceda o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus.
6 Para que concordes, a uma boca, glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.
7 Portanto recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu para glória de Deus.
8 Digo, pois, que Jesus Cristo foi ministro da circuncisão, por causa da verdade de Deus, para que confirmasse as promessas feitas aos pais;
9 E para que os gentios glorifiquem a Deus pela sua misericórdia, como está escrito: Portanto eu te louvarei entre os gentios, E cantarei ao teu nome.
10 E outra vez diz: Alegrai-vos, gentios, com o seu povo.
11 E outra vez: Louvai ao Senhor, todos os gentios, E celebrai-o todos os povos.
12 Outra vez diz Isaías: Uma raiz em Jessé haverá, E naquele que se levantar para reger os gentios, Os gentios esperarão.
13 Ora o Deus de esperança vos encha de todo a alegria e paz no vosso crer, para que abundeis em esperança pelo poder do Espírito Santo.
14 Eu próprio, meus irmãos, certo estou, a respeito de vós, que vós mesmos estais cheios de bondade, cheios de todo o conhecimento, podendo admoestar-vos uns aos outros.
15 Mas, irmãos, em parte vos escrevi mais ousadamente, como para vos trazer outra vez isto à memória, pela graça que por Deus me foi dada;
16 Que seja ministro de Jesus Cristo para os gentios, ministrando o evangelho de Deus, para que seja agradável a oferta dos gentios, santificada pelo Espírito Santo.
17 De sorte que tenho glória em Jesus Cristo nas coisas que pertencem a Deus.
18 Porque não ousarei dizer coisa alguma, que Cristo por mim não tenha feito, para fazer conduzir os gentios à obediência, por palavra e por obras;
19 Pelo poder dos sinais e prodígios, no poder do Espírito de Deus; de maneira que desde Jerusalém, e arredores, até ao Ilírico, tenho pregado o evangelho de Jesus Cristo.
20 E desta maneira me esforcei por anunciar o evangelho, não onde Cristo foi nomeado, para não edificar sobre fundamento alheio;
21 Antes, como está escrito: Aqueles a quem não foi anunciado, o verão, E os que não ouviram o entenderão.
22 Por isso também muitas vezes tenho sido impedido de ir ter convosco.
23 Mas agora, que não tenho mais demora nestes sítios, e tendo já há muitos anos grande desejo de ir ter convosco,
24 Quando partir para Espanha irei ter convosco; pois espero que de passagem vos verei, e que para lá seja encaminhado por vós, depois de ter desfrutado um pouco da vossa companhia.
25 Mas agora vou a Jerusalém para ministrar aos santos.
26 Porque pareceu bem à Macedônia e à Acaia fazerem uma coleta para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém.
27 Isto lhes pareceu bem, como devedores que são para com eles. Porque, se os gentios foram participantes dos seus bens espirituais, devem também ministrar-lhes os temporais.
28 Assim que, concluído isto, e havendo-lhes consignado este fruto, de lá, passando por vós, irei à Espanha.
29 E bem sei que, indo ter convosco, chegarei com a plenitude da bênção do evangelho de Cristo.
30 E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus;
31 Para que seja livre dos rebeldes que estão na Judéia, e que esta minha administração, que em Jerusalém faço, seja bem aceita pelos santos;
32 A fim de que, pela vontade de Deus, chegue a vós com alegria, e possa recrear-me convosco.
33 E o Deus de paz seja com todos vós. Amém.”.







Romanos 16

Saudações Evangélicas-  Romanos 16

Paulo começou as recomendações e saudações finais da epístola citando o nome de Febe, e que fosse bem recebida pela Igreja de Roma. Ela era provavelmente uma diaconisa da Igreja de Cencréia, que ficava numa cidade portuária próxima de Corinto, como se vê no primeiro versículo.
Ela havia hospedado a muitos cristãos em sua residência, inclusive ao próprio Paulo.
Convém lembrar, que Paulo estava escrevendo esta epístola aos Romanos quando se encontrava no final da sua terceira viagem missionária em Corinto.
Paulo pediu que Áquila e Priscila fossem também saudados, porque haviam sido seus cooperadores no evangelho tendo se exposto ao perigo de perderem a própria vida por causa de Paulo, motivo pelo qual lhes era grato, assim como todas as igrejas dos gentios, como se vê nos versos  3 e 4.
Vale recordar, que Priscila e Áquila residiam em Roma, mas haviam sido expulsos de lá quando o imperador romano Cláudio, decretou que todos os judeus fossem expulsos de Roma, como se vê em At 28.2.
Paulo havia feito contato com eles em Corinto, porque eram da mesma profissão (fabricantes de tendas); e como estavam sendo saudados agora em Roma, significa que por ocasião da escrita de Romanos, havia retornado à sua antiga residência, onde estava funcionando uma Igreja.
Quando Priscila e Áquila estiveram em Éfeso, eles tiveram também uma igreja funcionando em sua casa, naquela cidade, como se vê em I Cor 16.19.
O próximo a ser citado nas saudações finais de Paulo foi Epêneto, a quem ele chamou de “meu amado”, assim como também chamou a Amplias no verso 8, e a Eustaquis no verso 9, sendo que Epêneto foi um dos primeiros a se converterem na região da Acaia, sendo que se encontrava agora em Roma.
Ele citou também a Maria, referindo-se a ela como alguém que havia trabalhado muito por ele, no verso 6.
Andrônico e Júnias foram também citados no verso 7, que eram parentes de Paulo segundo a carne, e que também haviam sido companheiros numa prisão que Paulo havia sofrido antes da prisão que ainda viria a sofrer em Jerusalém; que certamente, não haviam sido seus companheiros quando havia sido encarcerado em Filipos. Então, esta prisão que Paulo havia sofrido por causa do evangelho juntamente com eles, não se encontra no registro do livro de Atos.
É dito também pelo apóstolo, que Andrônico e Júnias haviam se distinguido entre os apóstolos e que haviam se convertido a Cristo antes dele.
O fato de dizer que haviam se distinguido entre os apóstolos, não significa que eram apóstolos, mas que a santidade deles havia sido reconhecida pelos apóstolos do Senhor.
Urbano foi citado no verso 9 como cooperador em Cristo.
Apeles foi citado no verso 10 como sendo aprovado em Cristo, por causa do seu caráter e santidade reconhecida por todos na obra de Cristo.
Duas famílias foram saudadas nos versos 10 e 11: a de Aristóbulo, e a de Narciso, a saber, aos convertidos no Senhor destas famílias, cujas cabeças eram Aristóbulo e Narciso.
Outro parente de Paulo também foi citado na saudação, no verso 11, o qual se chamava Herodião.
Três mulheres são citadas, para honra delas, como os demais que estavam sendo citados por Paulo, por terem trabalhado na obra do Senhor. Seus nomes eram Trifena, Trifosa e Pérside. Sendo que esta última foi chamada de amada, e que havia trabalhado muito no Senhor, destacando-se assim, das outras duas, como se vê no verso 12.
Rufo foi citado como eleito no Senhor, o que comprova que podemos saber pela testificação do Espírito quais são os eleitos de Deus que se converteram a Ele, apesar de não podermos saber quem é eleito antes da sua conversão, a não ser que nos seja feita uma revelação especial do Espírito, o que é muito raro, e que se pode entender das palavras de Paulo em I Cor 7:
 “como sabes ó mulher que teu marido se converterá?”

Isto não é revelado a ninguém, para que nenhuma pessoa se sinta impedida de buscar sua salvação no Senhor, e todo o que vier a Ele não será rejeitado.
A mãe de Rufo foi também citada, e Paulo disse que ela era também como uma mãe para ele. Paulo havia recomendado a Timóteo que tratasse as mulheres idosas como a mães (I Tim 5.2).
Outras pessoas foram saudadas sem menções especiais a elas nos versos 14 e 15:
“14 Saudai a Asíncrito, a Flegonte, a Hermes, a Pátrobas, a Hermas, e aos irmãos que estão com eles.
“15 Saudai a Filólogo e a Júlia, a Nereu e a sua irmã, e a Olimpas, e a todos os santos que com eles estão.”

Para que ninguém fosse omitido nestas saudações, Paulo pediu que eles se saudassem uns aos outros com ósculo santo, e que todas as Igrejas de Cristo lhes saudavam, como se vê no verso 16.
Paulo fez uma pausa nas saudações para mais algumas recomendações de caráter prático, quanto ao dever de vigiarem aqueles que promoviam dissensões e escândalos contra a doutrina que haviam aprendido, para que não se unissem a eles, como se vê no verso 17; porque tais pessoas não servem a Jesus, senão ao próprio ventre, isto é, o interesse deles é somente o de explorar financeiramente o rebanho. Eles alcançam seus objetivos usando de palavras suaves e elogios para enganarem o coração dos simples, que não conhecem o caráter exortativo e a disciplina do evangelho, como se vê nos versos 17 e 18.
No entanto, Paulo fizera isto à guisa de alerta, porque já havia mencionado antes, a bondade e o conhecimento dos cristãos romanos, bem como reforçou tais palavras agora no verso 19, referindo-se à obediência deles; que era conhecida de todos, motivo pelo qual se comprazia neles, mas queria que fossem sábios para o bem, e símplices para o mal.
Depois desta palavra de alerta, ele lhes lembrou que o Deus de paz esmagaria em breve, Satanás debaixo dos seus pés. E lhes desejou que a graça de Jesus fosse com eles, no verso 20.
Mas, quando parecia que já tinha encerrado de novo a epístola, ele retomou as saudações, para mencionar o nome daqueles que se encontravam com ele em Corinto e que também estavam saudando os romanos.
Paulo disse que também estavam lhes saudando Timóteo, seu cooperador, Lúcio, Jasom, que era o chefe da sinagoga de Corinto e que havia se convertido, e Sosíprato, os quais Paulo chama de seus parentes. É possível que todas estas citações; meus parentes, seja um indicativo de serem judeus, porque afinal, todos tinham uma descendência comum em Jacó, como se lê no verso 21.
Tércio, que foi o amanuense desta epístola aos romanos, isto é, que a havia escrito enquanto o apóstolo lhe ditava as palavras que deveria escrever, também os saudou, conforme lemos no verso 22.
Paulo estava hospedado na casa de Gaio quando escreveu esta epístola, e a residência de Gaio ficava em Corinto, o qual foi um dos poucos que haviam sido batizados por Paulo.
Ele também estava enviando saudações aos romanos, juntamente com Erasto, procurador de Corinto, e o irmão Quarto, como lemos no verso  23.
Mais uma vez Paulo desejou que a graça de Jesus fosse com todos os cristãos de Roma, no verso 24.
Ele encerrou finalmente a epístola pedindo aos romanos que orassem ao Senhor, porque era poderoso para confirmá-los segundo o seu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério que esteve oculto desde os tempos eternos; mas que foi manifestado agora, e notificado pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno, para ser pregado a todas as nações para a obediência da fé, como lemos nos versos 25 e 26.
Mais uma vez Paulo destacou o caráter do único e verdadeiro evangelho que deve ser pregado em todas as nações, que era o evangelho que Ele pregava, ao qual Ele nos revelou nesta epístola que escreveu aos Romanos.
De maneira que todo aquele que desejar saber o que é o evangelho de Cristo, e não apenas saber coisas sobre o evangelho, poderá conhecê-lo através da meditação e do estudo meticuloso desta epístola que foi escrita aos Romanos.
A epístola foi encerrada com as seguintes palavras do apóstolo, no verso 27:
“Ao único Deus, sábio, seja dada glória por Jesus Cristo para todo o sempre. Amém.”

De fato, depois de tudo o que aprendemos no estudo desta epístola, devemos reconhecer que toda a glória deve ser tributada somente a Deus, por causa de Jesus Cristo, em todas as coisas, e não apenas na pregação do evangelho.


“1 Recomendo-vos, pois, Febe, nossa irmã, a qual serve na igreja que está em Cencréia,
2 Para que a recebais no Senhor, como convém aos santos, e a ajudeis em qualquer coisa que de vós necessitar; porque tem hospedado a muitos, como também a mim mesmo.
3 Saudai a Priscila e a Áqüila, meus cooperadores em Cristo Jesus,
4 Os quais pela minha vida expuseram as suas cabeças; o que não só eu lhes agradeço, mas também todas as igrejas dos gentios.
5 Saudai também a igreja que está em sua casa. Saudai a Epêneto, meu amado, que é as primícias da Acaia em Cristo.
6 Saudai a Maria, que trabalhou muito por nós.
7 Saudai a Andrônico e a Júnias, meus parentes e meus companheiros na prisão, os quais se distinguiram entre os apóstolos e que foram antes de mim em Cristo.
8 Saudai a Amplias, meu amado no Senhor.
9 Saudai a Urbano, nosso cooperador em Cristo, e a Estáquis, meu amado.
10 Saudai a Apeles, aprovado em Cristo. Saudai aos da família de Aristóbulo.
11 Saudai a Herodião, meu parente. Saudai aos da família de Narciso, os que estão no Senhor.
12 Saudai a Trifena e a Trifosa, as quais trabalham no Senhor. Saudai à amada Pérside, a qual muito trabalhou no Senhor.
13 Saudai a Rufo, eleito no Senhor, e a sua mãe e minha.
14 Saudai a Asíncrito, a Flegonte, a Hermes, a Pátrobas, a Hermas, e aos irmãos que estão com eles.
15 Saudai a Filólogo e a Júlia, a Nereu e a sua irmã, e a Olimpas, e a todos os santos que com eles estão.
16 Saudai-vos uns aos outros com santo ósculo. As igrejas de Cristo vos saúdam.
17 E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles.
18 Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples.
19 Quanto à vossa obediência, é ela conhecida de todos. Comprazo-me, pois, em vós; e quero que sejais sábios no bem, mas simples no mal.
20 E o Deus de paz esmagará em breve Satanás debaixo dos vossos pés. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja convosco. Amém.
21 Saúdam-vos Timóteo, meu cooperador, e Lúcio, Jasom e Sosípatro, meus parentes.
22 Eu, Tércio, que esta carta escrevi, vos saúdo no Senhor.
23 Saúda-vos Gaio, meu hospedeiro, e de toda a igreja. Saúda-vos Erasto, procurador da cidade, e também o irmão Quarto.
24 A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós. Amém.
25 Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério que desde tempos eternos esteve oculto,
26 Mas que se manifestou agora, e se notificou pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno, a todas as nações para obediência da fé;
27 Ao único Deus, sábio, seja dada glória por Jesus Cristo para todo o sempre. Amém.”



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