sábado, 17 de outubro de 2015

I Pedro 1 a 5

I Pedro 1

Paciência Vitoriosa no Sofrimento - 1 Pedro 1

Pedro se referiu no segundo versículo aos destinatários de sua primeira epístola como sendo eleitos segundo a presciência de Deus, na santificação do Espírito, para a aspersão e obediência ao sangue de Jesus Cristo.
Fomos eleitos, segundo o texto de Pedro, para sermos santificados pelo do Espírito Santo, e para recebermos a aspersão e sermos obedientes ao sangue  de  Jesus Cristo.
Porque é por meio da santificação e  da  nossa purificação  pelo sangue de nosso Senhor, que se comprova a nossa eleição, ou seja, que somos de fato escolhidos por Deus para sermos Sua exclusiva propriedade, não sendo mais escravizados ao pecado.
Nosso Senhor afirmou que foi Ele quem nos escolheu, e não propriamente nós a Ele, ou seja, nós o amamos porque nos amou primeiro; conhecemos e valorizamos a Sua redenção e salvação, porque fomos primeiro redimidos e salvos por Ele.
Se não tivesse vindo a nós, jamais teríamos ido a Ele.
 Assim, o propósito da eleição é nos conduzir ao conhecimento pessoal de Jesus Cristo, e nos tornar santos assim como Deus é  santo, daí a necessidade da nossa santificação.
Isto tem a ver com a nossa participação da Sua natureza divina, que é de  santidade (Hb 12.10).
Sem escolher fazer a Sua  vontade,  sem  nos submetermos ao Seu governo, jamais poderemos conhecer a Sua natureza divina, a qual Ele tem prazer em revelar e comunicar àqueles que O amam.
Estes que O amam devem renunciar ao próprio governo, e se deixarem conduzir pelo Espírito Santo, para que possam conhecer a natureza de  Deus.
À medida que progride a nossa santificação, mais progride o nosso  conhecimento de Deus, porque fomos eleitos para este propósito de  conhecermos mais e mais a Sua própria pessoa divina e virtudes, de um modo  íntimo  e pessoal, em plena comunhão com Ele.
De maneira que a própria vida eterna consiste neste conhecimento pessoal de Deus (João 17.3).
Pedro desejou aos destinatários de sua primeira epístola, graça e paz multiplicadas. Isto denota a importância que era dada pelos apóstolos e por toda a Igreja Primitiva, tanto da circuncisão, quanto da incircuncisão, ao fortalecimento na graça de Jesus, e à busca da paz, que é fruto desta graça (I Pe 1.2b).
O apóstolo fez menção à multiplicação destas graças na vida dos cristãos, porque eles as possuem em determinado grau, o qual pode crescer cada vez mais, conforme a consagração dos filhos de Deus à Sua vontade.
Tendo concluído a breve saudação inicial, o apóstolo passou a exaltar o nome do Senhor pelas coisas que fez em favor dos cristãos por meio de Jesus Cristo; bendizendo o Seu nome antes de tudo pela Sua grande misericórdia, pela qual foram regenerados, não para um propósito temporário e terreno, mas para uma esperança viva, isto é de vida eterna, que eles obtiveram por meio da ressurreição de nosso Senhor (I Pe 1.3).
Uma esperança que não pode ser corrompida, e que não tem qualquer defeito, e que não pode falhar, porque está fixada e reservada nos céus para os que são de Cristo (v. 4).
Tal caráter eterno e firme desta esperança de vida eterna não é garantido pelo poder dos cristãos, mas pelo poder de Deus, pelo qual são guardados, simplesmente por causa da fé deles, e não de suas obras de justiça, para a plena manifestação da salvação deles, da qual, cuja glória plena será revelada no último tempo (v. 5).
Os cristãos exultam no Espírito, por causa desta esperança, embora sejam contristados por várias provações (que produzem tristeza em seus corações juntamente com a alegria espiritual que eles sentem por causa da sua esperança), conforme Deus julgue necessário para o aperfeiçoamento da fé deles, para que aprendam a serem perseverantes e venham a ser amadurecidos espiritualmente, de maneira que pela evidência da obra transformadora de suas vidas por Jesus Cristo, em santidade, isto Lhe traga louvor, glória e honra na Sua vinda (v. 6, 7).
É a provação desta fé pelo fogo que a fortalece e a faz crescer em graça, de modo que o Jesus invisível se tornará cada vez mais real e operante na vida do cristão, implantando nele as Suas virtudes divinas, e isto fará com que ele exulte com alegria indescritível e cheia de glória, por saber estar alcançando o objetivo da sua fé, que é a salvação da sua alma (v. 8, 9).
A salvação por meio da fé em nosso Senhor Jesus Cristo, na dispensação da graça, havia sido prenunciada pelos profetas do Antigo Testamento (v. 10), e eles procuraram saber pelo Espírito Santo, que estava neles, em que tempo ou ocasião haveria de ocorrer os sofrimentos de Cristo e a glória que haveria de seguir a tais sofrimentos (v. 11).
Mas foi revelado a eles que isto não ocorreria nos dias em que viveram, a saber no Velho Testamento, e que a promessa do derramar do Espírito Santo em todas as nações, para a pregação do evangelho, não ocorreria nos seus dias, mas foi para os cristãos que viveriam na dispensação da graça, que eles prenunciaram as coisas relativas ao evangelho que lhes havia sido pregado por aqueles que lhes falaram sendo instrumentos do Espírito Santo, que começou a ser derramado do céu desde o dia do Pentecostes.
Para esta pregação no poder do Espírito Santo, até mesmo os anjos gostariam de participar, mas este privilégio foi dado por Deus aos cristãos (v.12).
Em face de toda a obra realizada por Deus em favor dos Seus eleitos, e do propósito da sua vocação (chamada) pelo Espírito, o apóstolo descreve a partir do verso 13, quais são as coisas em que devem se empenhar para serem e fazerem, para o inteiro agrado de Deus.
Em primeiro lugar, devem procurar renovar as suas mentes, com sobriedade, e viver pela graça que lhes está sendo oferecida por meio da revelação de Jesus Cristo.
Eles já receberam uma certa medida de graça na regeneração, quando nasceram de novo do Espírito Santo, na conversão, mas esta graça deve aumentar em graus em suas vidas, conforme é do propósito de Deus (v. 13).
A mente do cristão deve estar cingida com a verdade da Palavra de Deus,  a qual deve ser aplicada à sua vida, porque ele tem agora uma luta a travar contra o diabo, contra a carne e contra as seduções do mundo, uma vez que tendo se convertido das trevas para a luz, e do domínio de Satanás para o do Senhor, foi confirmado como eleito de Deus para a salvação eterna em Cristo Jesus.
E tem também todo um reino infinito espiritual para lhe ser revelado no espírito, e do qual se dará conta através da sua mente, ainda que ela não possa compreender todas as coisas sobrenaturais que excedem ao entendimento natural.
Devem também os cristãos viver como filhos obedientes a Deus e a toda a Sua vontade, não mais se conformando aos desejos e paixões que tinham antes da sua conversão.
Eles devem deixar efetivamente para trás o seu antigo modo de vida pecaminoso,  no qual viveram quando eram ignorantes da vontade de Deus (v. 15).
Não somente devem deixar o antigo modo de vida, como também se santificarem em todo o seu procedimento, porque Aquele que lhes chamou é inteiramente santo e, a Escritura dá testemunho desta verdade de que Deus é santo (v.15,16).
Ao dizer que devemos ser santos, porque Deus é santo, o apóstolo quis dizer que nós devemos imitar a Deus como filhos amados que somos.
Fomos salvos para este supremo propósito de sermos santos como o nosso Pai é santo.
Sabendo que o nosso Pai é o Juiz de vivos e de mortos, e que julga sem fazer acepção de pessoas, devemos então andar em temor perante Ele, na busca desta santidade de vida, durante todo o tempo da nossa peregrinação neste mundo (v. 17).
E o grande argumento apresentado pelo apóstolo para o temor que devemos ter diante de Deus é o de que fomos comprados por Cristo para Deus, não com prata ou ouro, mas pelo Seu precioso sangue.
Ele nos redimiu pagando com Sua morte na cruz o preço exigido para satisfazer inteiramente à justiça de Deus, para nos livrar da culpa do nosso pecado (v. 18,19).
Pedro havia sido testemunha ocular da ressurreição de Jesus e podia dar tanto o seu testemunho por fé quanto por vista, dAquele que sempre existiu e que foi conhecido nos céus antes da fundação do mundo, e que se manifestou neste tempo final da graça, por amor à humanidade, para que por meio da fé nEle se possa ter uma esperança firme e segura da salvação, porque não temos um Salvador e Senhor que nos tenha sido dado sendo deste mundo, mas Alguém que era do céu e que já existia antes mesmo da fundação do mundo (v. 20, 21).
Já que os cristãos têm um tal Salvador e Senhor por meio do qual puderam ter suas almas purificadas do pecado, pela obediência à verdade que lhes foi pregada, obediência esta que conduz ao amor fraternal verdadeiro, então é seu dever permanecerem neste amor espiritual, amando-se mútua e fervorosamente no Espírito (v. 22).
Os cristãos nasceram de novo pela Palavra da verdade do evangelho, que é qual um princípio vivo e permanente que existe numa semente, pronto para gerar uma nova vida.
Esta semente de vida eterna não pode morrer e sempre gerará vida abundante toda vez que for devidamente semeada no solo de um coração fértil, que tenha sido arado pelas provações.
Esta nova vida recebida do céu é espiritual e eterna.
Ela não é como aquilo que é gerado pela carne e morre, porque o que é nascido da carne é carne, e a carne para nada aproveita para os propósitos eternos de Deus, que se cumprem somente se vivendo no espírito, porque o que é nascido do espírito é espírito, e vive para sempre, porque o espírito é o que vivifica e permanece eternamente.
A glória desta vida espiritual, que é gerada pelo Espírito Santo, não somente aumenta como há de permanecer para sempre.
Mas a glória de tudo o que se faz na carne é passageira, assim como a flor da erva, que cai quando a erva seca.
A palavra que nos salvou há de permanecer para sempre porque ela provém do céu, e nos foi dada por revelação do Espírito Santo.
Tal é o caráter do evangelho, da palavra da fé que pregamos, a qual é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (v. 23 a 25).


“1 Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos peregrinos da Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia.
2 eleitos segundo a presciência de Deus Pai, na santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas.
3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos,
4 para uma herança incorruptível, sem mácula e imarcescível, reservada nos céus para vós,
5 que pelo poder de Deus sois guardados, mediante a fé, para a salvação que está preparada para se revelar no último tempo;
6 na qual exultais, ainda que agora por um pouco de tempo, sendo necessário, estejais contristados por várias provações,
7 para que a prova da vossa fé, mais preciosa do que o ouro que perece, embora provado pelo fogo, redunde para louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo;
8 a quem, sem o terdes visto, amais; no qual, sem agora o verdes, mas crendo, exultais com alegria inefável e cheia de glória,
9 alcançando o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas.
10 Desta salvação inquiriram e indagaram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que para vós era destinada,
11 indagando qual o tempo ou qual a ocasião que o Espírito de Cristo que estava neles indicava, ao predizer os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir.
12 Aos quais foi revelado que não para si mesmos, mas para vós, eles ministravam estas coisas que agora vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho; para as quais coisas os anjos bem desejam atentar.
13 Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos oferece na revelação de Jesus Cristo.
14 Como filhos obedientes, não vos conformeis às concupiscências que antes tínheis na vossa ignorância;
15 mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em todo o vosso procedimento;
16 porquanto está escrito: Sereis santos, porque eu sou santo.
17 E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor durante o tempo da vossa peregrinação,
18 sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes dos vossos pais,
19 mas com precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo,
20 o qual, na verdade, foi conhecido ainda antes da fundação do mundo, mas manifesto no fim dos tempos por amor de vós,
21 que por ele credes em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, de modo que a vossa fé e esperança estivessem em Deus.
22 Já que tendes purificado as vossas almas na obediência à verdade, que leva ao amor fraternal não fingido, de coração amai-vos ardentemente uns aos outros,
23 tendo renascido, não de semente corruptível, mas de incorruptível, pela palavra de Deus, a qual vive e permanece.
24 Porque: Toda a carne é como a erva, e toda a sua glória como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor;
25 mas a palavra do Senhor permanece para sempre. E esta é a palavra que vos foi evangelizada.” (I Pedro 1.1-25)




I Pedro 2

Paciência Vitoriosa no Sofrimento - 1 Pedro 2

Tendo feito a exposição relativa à condição dos cristãos, por estarem em Jesus Cristo, no primeiro capítulo, falando sobre o dever de se santificarem, permanecendo na Palavra que lhes foi evangelizada, Pedro prossegue detalhando neste segundo capitulo, qual é o dever deles para com Deus, em razão da filiação que alcançaram, por meio da sua união com Jesus.
Eles devem deixar definitivamente toda forma de pecado, que o apóstolo resumiu citando as obras da carne que são mais comuns de serem encontradas: malícia, engano, fingimento, inveja e maledicência.
Quando a Bíblia diz que se deve deixar estas coisas, toda forma de impureza, de desejos carnais, orgulho espiritual e todas as demais manifestações do pecado, ela está apresentando uma ordem e um dever, e não algo para ser colocado debaixo da nossa apreciação e opção.
Se alguém pretende ter uma vida de verdadeira e real comunhão com Deus, terá obrigatoriamente que dar este primeiro e grande passo de despojamento do velho homem.
Esta é  a primeira parte do trabalho, mas há ainda uma segunda não menos importante, que diz respeito ao revestimento de Cristo, ou da nova criatura.
Isto se faz, conforme dizer do apóstolo, se desejando o genuíno leite racional, porque é disto que depende o desenvolvimento da nossa salvação, isto é, o nosso amadurecimento espiritual, pelo crescimento na graça, e no conhecimento de Jesus Cristo.
É principalmente pelo conhecimento espiritual progressivo de Jesus Cristo, em que consiste o nosso crescimento e amadurecimento na fé, no amor e na esperança.
Essa palavra “racional” usada por Pedro é muito importante, porque define o modo da vida cristã como sendo algo que pode ser entendido e vivido de modo racional (compreendido pela mente racional), e não sendo meramente um conjunto de experiências místicas sobrenaturais de poder espiritual, muito comuns no exercício dos dons extraordinários do Espírito Santo, e em todas as demais manifestações do Seu poder em milagres, sinais, maravilhas e prodígios.
Há então este amadurecimento espiritual que é melhor definido pelo revestimento das virtudes cristãs, ou fruto permanente (e não dom extraordinário e passageiro) do Espírito Santo, como por exemplo: amor, bondade, longanimidade, misericórdia, paz, alegria, domínio próprio, fé, paciência, benignidade, e todas as demais virtudes que fazem parte da natureza de Deus.
É na obtenção, crescimento e amadurecimento das virtudes citadas,  que consiste a imagem e semelhança com Cristo, pelo conhecimento íntimo e real da Sua pessoa divina, vivendo em nós.
É por isso que a palavra "racional"´(lógikos, no original grego), usada por Pedro no verso 2, é a mesma que Paulo usou em Rom 12.1, quando disse que o nosso culto racional consiste na renovação da nossa mente, por apresentarmos os nossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, a saber, a consagração da nossa vida a Ele, com a  busca de se fazer a Sua vontade para a Sua exclusiva glória e honra, no cumprimento dos deveres que nos são ordenados na Sua Palavra.
Este leite genuíno racional é portanto este revestimento espiritual de Cristo em nosso viver, por uma inteira consagração a Ele, e é por isso que Pedro disse logo adiante que o crescimento para a salvação, que é mediante a nossa alimentação com este leite espiritual, é confirmado pela nossa experiência de provar a bondade do Senhor e da nossa comunhão com Ele (v. 3,4), em nossa própria vida.
Assim, não é apenas conhecer mentalmente a Palavra, mas praticar e experimentar a Palavra, por um viver e andar no Espírito.
O homem natural não pode aceitar este leite racional porque não tendo a habitação do Espírito Santo, não pode receber a implantação do Seu fruto espiritual, porque este exige uma nova natureza, porque como disse nosso Senhor, no reino de Deus não se coloca vinho novo em odre velho (velha natureza).
Não há como se edificar a vida espiritual que procede de Deus, estando desligado de Cristo, porque é somente pela fé nEle que se recebe a habitação do Espírito Santo, porque Ele, e somente Ele é a pedra de esquina eleita e preciosa para Deus (v.4).
É preciso se purificar das obras da carne para que se tenha o poder de Deus.
Não é possível ter o revestimento da vida de Cristo operando eficazmente em nós, enquanto damos acolhida, a qualquer forma de pecado.
Se nos dispusermos a abandonar o pecado, o Senhor nos ajudará e nos revestirá por causa do nosso desejo sincero de fazer a Sua vontade, nos consagrando ao Seu serviço.
Mas, sem isto, apesar de sermos pedras vivas do edifício espiritual de Deus, não poderemos ocupar a nossa posição nesta construção porque ela é santa, e por isso o apóstolo nos exorta insistentemente quanto à nossa necessidade de santificação, para que possamos ser achados na posição em que devemos nos encontrar diante de Deus (v. 5).
Jesus foi colocado por Deus como a pedra angular deste edifício espiritual que está construindo, o qual é a igreja invisível (convertidos e remidos), ao longo da história.
Jesus é uma pedra eleita e preciosa; e apesar de ser rocha de escândalo para os que tropeçam na Palavra, por serem desobedientes, e terem sido conhecidos também nesta condição por Deus em Sua presciência (v. 8b), no entanto esta pedra é uma preciosidade para os que crêem porque é nela que são edificados espiritualmente (v. 7a).
Por isso se diz dos cristãos serem geração eleita, sacerdócio real, nação santa e povo adquirido por Deus para anunciar as virtudes de Cristo, que os transportou das trevas para a sua maravilhosa luz (v. 9), e que fez com que se tornassem família, povo de Deus, quando, antes da sua conversão estavam debaixo da ira de Deus tanto quanto os demais pecadores (v. 10).
Mas os cristãos são agora de Deus porque alcançaram misericórdia para serem salvos dos seus pecados e da condenação eterna.
Assim, se há um edifício a ser construído em santidade. Se há uma pedra angular onde este edifício de pedras vivas está sendo edificado e que é eleita e preciosa; então é esperado consequentemente dos cristãos que eles vivam de modo digno da sua vocação, conforme fora planejada por Deus.
Isto inclui que devem se considerar como peregrinos e forasteiros neste mundo a caminho da sua pátria celestial.
Eles devem saber que estão no mundo mas que não são do mundo, e portanto, não devem se conformar às suas práticas; abstendo-se de todos os desejos da carne que guerreiam contra a alma, procurando trazê-la em sujeição, porque estes desejos a incitam a isto, para praticar o que Deus abomina ou então para se ocupar apenas com aquilo que é terreno (v. 11).
Especialmente em relação àqueles que não pertencem à Igreja e que não conhecem a Deus é necessário ter um procedimento exemplar, de maneira que venham a glorificar a Deus no dia em que forem visitados por Ele, por causa do testemunho das boas obras dos cristãos (v. 12).
Eles glorificarão a Deus porque serão convencidos que as obras que fizeram não foram propriamente pelo seu poder, mas pelo poder da graça do Senhor.
Para o mesmo propósito de se calar os argumentos dos maldizentes que falam contra o evangelho, e para que se faça a vontade de Deus, o cristão deve ser submisso às autoridades (v. 13 a 18).
E ainda que o cristão venha a padecer injustamente, mesmo se mostrando submisso e obediente àqueles que estão constituídos sobre ele, em posição de autoridade, ele deve se gloriar em Deus nestas provações, sabendo que Ele se agrada em ver que apesar de estar sofrendo injustamente, o faz com paciência,por amor a Cristo, e não abandona a prática do bem, seguindo o exemplo que lhe foi deixado pelo Seu Senhor (v. 18 a 25).
O apóstolo diz que foi para isto mesmo que os cristãos foram chamados, a saber, para suportarem com paciência, alegria e gratidão em seus corações, todas as aflições e injustiças que possam sofrer neste mundo, porque isto será uma prova patente da sua confiança total em Deus, para ser o Juiz de todas as suas causas; sabendo que a sua fé estará sendo aperfeiçoada por meio destas aflições.
E não somente isto, porque foi chamado a participar não somente da glória do Senhor Jesus, mas também dos seus sofrimentos, conformando-se com Ele, na Sua morte.
Quando todas estas coisas citadas pelo apóstolo neste capitulo, especialmente as relativas à condição da Igreja, a qual é um edifício espiritual de pedras vivas, são esquecidas, e se procura atuar como igreja  apenas edificando instituições seculares, ou com a forma das organizações que há no mundo, e se deixa estas realidades espirituais de lado, não deveríamos nos enganar chamando de Igreja os nossos edifícios de pedra material com pessoas que se reúnem não com o fim de se edificarem mutuamente na fé.
A Igreja é uma instituição espiritual divina que não pertence a este mundo, e assim, não se pode medir a sua constituição e glória pelos mesmos critérios terrenos, pelos quais são avaliadas as instituições e organizações terrenas.
Isto talvez explique o motivo pelo qual Jesus não manifestou e nem sinalizou qualquer tipo de preocupação relativa à construção de edifícios e elaboração de estatutos para regularem o funcionamento desta maravilhosa agência espiritual do Seu reino, que tem funcionado há cerca de dois mil anos na terra.
Os judeus tiveram o tabernáculo e depois o templo e normas com prescrições terrenas para regular o culto que eles deviam a Deus, mas Jesus mesmo é o templo da Nova Aliança, o templo vivo, no qual é a pedra de esquina, e os cristãos, as pedras vivas que são edificadas sobre o fundamento deste templo que é Cristo.
Nenhuma congregação de cristãos deveria portanto se afligir por não possuir um belo templo de pedra ou de qualquer outro material terreno, para nele se reunir. Vale lembrar que os cristãos na Igreja Primitiva se reuniam em suas próprias residências para cultuarem ao Senhor, e isto durou cerca de três séculos.
Nem mesmo devemos nos iludir com o fato de que estamos vivendo do modo correto, segundo a vontade de Deus, por usarmos um rótulo certo, de bíblico, reformado, evangélico etc.
É preciso verificar mais que o rótulo, se o conteúdo corresponde ao rótulo, uma vez que é possível estar vivendo fora da vontade de Deus, embora se esteja debaixo de títulos que correspondam ao que é verdadeiro.
Mas não fomos chamados a viver em razão dos rótulos e títulos, sob os quais estejamos, mas do senhorio do próprio Cristo, porque é nEle que se cumpre o propósito da nossa eleição, porque Ele veio buscar e salvar as Suas ovelhas, que se haviam perdido por causa do pecado, e é então somente por meio dEle que podemos nos converter, isto é, voltarmos para o Pastor e Bispo das nossas almas, porque foi nosso Senhor Jesus Cristo  quem, juntamente com Deus Pai e o Espírito Santo, planejou, criou, formou e trouxe à existência os nossos espíritos, almas e corpos.


"1 Deixando, pois, toda a malícia, todo o engano, e fingimentos, e invejas, e toda a maledicência,
2 desejai como meninos recém-nascidos, o genuíno leite espiritual, a fim de por ele crescerdes para a salvação,
3 se é que já provastes que o Senhor é bom;
4 e, chegando-vos para ele, pedra viva, rejeitada, na verdade, pelos homens, mas, para com Deus eleita e preciosa,
5 vós também, quais pedras vivas, sois edificados como casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, aceitáveis a Deus por Jesus Cristo.
6 Por isso, na Escritura se diz: Eis que ponho em Sião uma principal pedra angular, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido.
7 E assim para vós, os que credes, é a preciosidade; mas para os descristãos, a pedra que os edificadores rejeitaram, esta foi posta como a principal da esquina,
8 e: Como uma pedra de tropeço e rocha de escândalo; porque tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados.
9 Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
10 vós que outrora nem éreis povo, e agora sois de Deus; vós que não tínheis alcançado misericórdia, e agora a tendes alcançado.
11 Amados, exorto-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências da carne, as quais combatem contra a alma;
12 tendo o vosso procedimento correto entre os gentios, para que naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, observando as vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação.
13 Sujeitai-vos a toda autoridade humana por amor do Senhor, quer ao rei, como soberano,
14 quer aos governadores, como por ele enviados para castigo dos malfeitores, e para louvor dos que fazem o bem.
15 Porque assim é a vontade de Deus, que, fazendo o bem, façais emudecer a ignorância dos homens insensatos,
16 como livres, e não tendo a liberdade como capa da malícia, mas como servos de Deus.
17 Honrai a todos. Amai aos irmãos. Temei a Deus. Honrai ao rei.
18 Vós, servos, sujeitai-vos com todo o temor aos vossos senhores, não somente aos bons e moderados, mas também aos maus.
19 Porque isto é agradável, que alguém, por causa da consciência para com Deus, suporte tristezas, padecendo injustamente.
20 Pois, que glória é essa, se, quando cometeis pecado e sois por isso esbofeteados, sofreis com paciência? Mas se, quando fazeis o bem e sois afligidos, o sofreis com paciência, isso é agradável a Deus.
21 Porque para isso fostes chamados, porquanto também Cristo padeceu por vós, deixando-vos exemplo, para que sigais as suas pisadas.
22 Ele não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano;
23 sendo injuriado, não injuriava, e quando padecia não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente;
24 levando ele mesmo os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro, para que mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.
25 Porque éreis desgarrados, como ovelhas; mas agora tendes voltado ao Pastor e Bispo das vossas almas." (I Pedro 2.1-25)





I Pedro 3

Paciência Vitoriosa no Sofrimento - 1 Pedro 3

Prosseguindo com a descrição dos deveres dos cristãos em seus relacionamentos; tendo falado no capítulo anterior quanto à submissão que é devida às autoridades, quer civis, quer do local de trabalho, o apóstolo cita no início deste terceiro capítulo de sua primeira epístola, os deveres de maridos e de esposas.
Ele destaca a necessidade de harmonia e concordância espiritual entre ambos, para que sejam eficazes em suas orações diante de Deus, e sobre o dever de gentileza e atenção do marido em relação à esposa, e da submissão desta ao marido, com um espírito manso e quieto diante de Deus.
O homem, depois de formado, depois de criado por seu pai e sua mãe, deverá sair de debaixo da autoridade de ambos, para cumprir o desígnio de Deus, de ser agora também autoridade em seu próprio lar, com sua mulher e filhos.
Contudo, não são os cônjuges que fazem o casamento funcionar em unidade. É o próprio Deus que converte o coração do esposo à esposa, e da esposa ao esposo. É neste sentido, principalmente, que Ele edifica o lar, enquanto o construímos firmados na Sua Palavra.
É a busca de um caminhar em retidão com Deus, que produz isto.
É o fato de honrá-lo por meio da obediência aos mandamentos que Ele determinou para o matrimônio, que faz com que Sua mão se estenda e abençoe o casal com harmonia, amor e unidade.
Somente Deus pode produzir isso. A nossa melhor boa vontade sozinha, não conseguirá mais do que uma imitação grosseira e passageira disto.
E a unidade a que nos referimos não é a de que um não perturbe o outro,  de ficar quieto no canto para que o vulcão não seja despertado. Não! É algo muito diferente disto. É alegria mútua que vem do coração.
Era assim com Adão e Eva antes do pecado. Porque a boa mão do Senhor era sobre eles. Tendo se afastado de Deus em razão do pecado, começaram a ter dificuldades no seu relacionamento.
Assim, o sucesso no matrimônio, está proporcionalmente relacionado ao grau da nossa aproximação de Deus e comunhão com Ele.
A partir do verso 8 Pedro passa a fazer exortações gerais quanto aos deveres dos cristãos.
É importante frisar que estas coisas ordenadas devem ser vividas em espírito, porque são graças espirituais, e tudo quanto a alma manifestar em ações através do corpo ou em atitudes relativamente a estas virtudes, deve ser por meio de uma plena submissão ao Espírito.
Ele começa falando da necessidade de unidade entre os cristãos, ao dizer que devem ser de um mesmo sentimento.
Lembramos que esta unidade referida pelo apóstolo é de caráter espiritual, e portanto somente poderá ser vista quando a Igreja andar no Espírito (v. 8).
Ele se refere também à necessidade de compaixão, amor fraternal, misericórdia e humildade.
Os cristãos não devem ser vingativos nem injuriosos, mas devem bendizer aqueles que praticam o mal contra eles, porque a vocação deles para se esforçarem em prol da salvação dos pecadores, demandará tal atitude, e é agindo deste modo que são abençoados por Deus (v. 9).
O apóstolo confirma as palavras do Salmo 34.12-16 como sendo a fórmula da vida abençoada por Deus.
Ali se destaca a necessidade de se refrear a língua da maledicência e do engano; o ato de se separar do mal e praticar o bem, e buscar a paz e permanecer nela (v. 10, 11).
E o motivo de tal necessidade é apresentado como sendo o fato de que os olhos de Deus estão voltados para os justos, e os Seus ouvidos abertos para atender às suas orações, mas o rosto do Senhor é contra aqueles que praticam o mal (v. 12).
E para reforçar o argumento para a prática das coisas que havia ordenado, o apóstolo afirmou que não é comum que alguém se disponha a fazer o mal a quem é zeloso do bem. Revelando com isto que é sendo zeloso do bem que se evita muitos males (v. 13).
Porém, sabendo que há um sofrimento injusto que os cristãos padecem da parte de outros, o qual é permitido por Deus para a provação da fé deles, Pedro diz que os cristãos continuam sendo bem-aventurados aos olhos de Deus quando padecem tais sofrimentos por amor da justiça, e não devem temer as ameaças dos seus inimigos, e nem ficarem com suas mentes e corações turbados por causa deles, mas, permanecerem em santificação com Cristo em seus corações, sujeitando-se ao Seu Senhorio, de maneira que continuem dando um bom testemunho do evangelho, com mansidão em seus corações (v. 14, 15).
Os que sofrem devem ter no entanto uma boa consciência, isto é, eles devem se assegurar que não estão sofrendo por nenhum mau procedimento deles, de maneira que não tenham qualquer sustentação as palavras insidiosas daqueles que falam contra o seu bom procedimento em Cristo (v. 16).
O apóstolo revela que está na esfera da vontade soberana de Deus que passemos por determinadas aflições, apesar de estarmos fazendo o bem.
Cristo havia passado pelo mesmo tipo de sofrimentos para servir de modelo para nós naquilo que sofremos por causa do nosso amor à justiça (v. 17).
E não havia nEle nenhum pecado ou injustiça como há em nós. Mas assim como Ele sofreu até a morte de cruz, para que pudesse quitar a dívida dos nossos pecados, devemos nos armar do mesmo sentimento, estando dispostos a sofrer em favor da salvação do nosso próximo (v. 18).
Cristo morreu na carne, mas não no espírito, e antes de que estivesse num corpo glorificado depois da Sua ressurreição, Ele foi em espírito ao inferno para provavelmente pregar que a condenação daqueles espíritos rebeldes que haviam morrido nas águas do dilúvio, apesar da longanimidade de Deus ter esperado por 120 anos para trazer a destruição, e nem assim eles se converteram com a pregação de Noé.
O Senhor tendo ido a eles depois da Sua morte na cruz,  possivelmente, deve lhes ter revelado que foi a salvação que haveria nEle que eles rejeitaram por terem fechado seus ouvidos e corações à pregação de Noé.
Certamente não foi a possibilidade de salvação de algum deles que Jesus foi lhes pregar, porque estavam presos em cadeias há séculos, e seria impossível que Deus tivesse feito um juízo incorreto em relação a eles.
Pedro citou isto em sua epístola para servir de alerta aos seus leitores; e para que a pregação do evangelho com base nesta passagem da sua epístola, deixasse de modo bastante claro que não se deve abusar da longanimidade de Deus, pela qual adia, mas não suspende o Seu juízo, tal como haviam feito aqueles que morreram no dilúvio, e que não deram o devido crédito à pregação de Noé.
A arca livrou Noé do dilúvio. A arca era uma figura de Cristo, no qual somos salvos pela nossa associação com Ele no nosso batismo tanto na Sua morte, quanto na Sua ressurreição.
Os que dão crédito à pregação do evangelho serão salvos assim como Noé foi salvo, por ter dado crédito à Palavra de Deus (v.19 a 22).


“1 Pe 3.1  Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vosso próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por meio do procedimento de sua esposa,
1Pe 3:2 ao observar o vosso honesto comportamento cheio de temor.
1Pe 3:3 Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário;
1Pe 3:4 seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus.
1Pe 3:5 Pois foi assim também que a si mesmas se ataviaram, outrora, as santas mulheres que esperavam em Deus, estando submissas a seu próprio marido,
1Pe 3:6 como fazia Sara, que obedeceu a Abraão, chamando-lhe senhor, da qual vós vos tornastes filhas, praticando o bem e não temendo perturbação alguma.
1Pe 3:7 Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações.
1Pe 3:8 Finalmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes,
1Pe 3:9 não pagando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, pois para isto mesmo fostes chamados, a fim de receberdes bênção por herança.
1Pe 3:10 Pois quem quer amar a vida e ver dias felizes refreie a língua do mal e evite que os seus lábios falem dolosamente;
1Pe 3:11 aparte-se do mal, pratique o que é bom, busque a paz e empenhe-se por alcançá-la.
1Pe 3:12 Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas, mas o rosto do Senhor está contra aqueles que praticam males.
1Pe 3:13  Ora, quem é que vos há de maltratar, se fordes zelosos do que é bom?
1Pe 3:14 Mas, ainda que venhais a sofrer por causa da justiça, bem-aventurados sois. Não vos amedronteis, portanto, com as suas ameaças, nem fiqueis alarmados;
1Pe 3:15 antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós,
1Pe 3:16 fazendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam contra vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo,
1Pe 3:17 porque, se for da vontade de Deus, é melhor que sofrais por praticardes o que é bom do que praticando o mal.
1Pe 3:18 Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito,
1Pe 3:19 no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão,
1Pe 3:20 os quais, noutro tempo, foram desobedientes quando a longanimidade de Deus aguardava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca, na qual poucos, a saber, oito pessoas, foram salvos, através da água,
1Pe 3:21 a qual, figurando o batismo, agora também vos salva, não sendo a remoção da imundícia da carne, mas a indagação de uma boa consciência para com Deus, por meio da ressurreição de Jesus Cristo;
1Pe 3:22 o qual, depois de ir para o céu, está à destra de Deus, ficando-lhe subordinados anjos, e potestades, e poderes.”






I Pedro 4

Paciência Vitoriosa no Sofrimento - 1 Pedro 4

O Pr John Piper disse acerca dos seis primeiros versículos de I Pedro 4 o seguinte: Armar-se de pensamentos e propósitos ajuda a nos proteger e a adquirir vitórias. E o propósito que Pedro tem em mente é o propósito de sofrer se isto for da vontade de Deus (I Pe 3.17), e por causa da justiça.
Se você escolher este propósito, você está armado com uma poderosa arma que lhe permitirá prosseguir adiante dando corajosamente o bom testemunho de Cristo sem negar a verdade diante das maiores perseguições e oposições. Assim você fica preparado e em guarda para o que vier.
Pedro destaca cinco pontos desta armadura em nossa mente, que nos leva a admitir que é necessário manter o amor à justiça, ainda que em meio a grandes sofrimentos:
Primeiro, Cristo sofreu na carne, e isto não somente aconteceu a Ele. Ele o escolheu (João 10.18).
Jesus, o criador do universo e sustentador de todas as coisas, o Salvador do mundo, perfeitamente Inocente, o Filho de Deus, escolheu o sofrimento como a sua vocação enquanto esteve na carne neste mundo, e nos chama a carregar a nossa cruz e segui-lO, e assim achar a vida eterna. Nosso propósito é sofrer com Ele.
Segundo, quando nós sofremos, nós fazemos uma quebra do pecado para sermos limpos, como se vê na parte b do verso 1: "armai-vos também vós com este pensamento, que aquele que padeceu na carne já cessou do pecado".
Mas quando nos armamos com o pensamento de sofrer por Cristo, nos armamos também do pensamento de perder a nossa vida para achar aquela vida que é infinitamente superior e melhor, que é a vida de Cristo em nós.
E esta é a vontade de Deus para todos os cristãos. Não é algo que lhes seja opcional, mas como Pedro diz no verso 2:
"Para que, no tempo que vos resta na carne, não vivais mais segundo as concupiscências dos homens, mas segundo a vontade de Deus.".
Este é o propósito de se armar do pensamento de escolher o sofrimento em vez de poupar-se. Todo o tempo de vida que um cristão tiver pela frente é para ser gasto com a vontade de Deus, e não segundo as concupiscências dos homens.
Aqui deve também se armar deste pensamento: a quantidade de pecados que foram praticados no passado já foi mais do que bastante. Quer tenha pecado por pouco tempo ou por muitos anos antes da conversão, já foi o bastante. Chega! Diga não ao pecado! Mortifique o pecado pelo poder do Espírito Santo, para que o testemunho não seja anulado, e para que a vontade de Deus não seja transgredida.
Uma forte razão para nos armamos do pensamento que é melhor sofrer por amor a Cristo, e carregarmos pacientemente a nossa cruz, é que aqueles que abraçam o evangelho triunfarão sobre a morte.
É isto que Pedro quis dizer no verso 6, a saber, que aqueles que ouviram o evangelho e morreram (não que ouviram o evangelho depois que morreram), e que foram julgados por Deus enquanto viviam na carne, para não serem condenados juntamente com o mundo (I Cor 11.31,32), estes vivem agora com Deus em espírito, porque já não se encontram mais na carne no céu. Estão ali apenas em espírito, mas justificados pelo sangue de Jesus, porque não viveram segundo a carne, mas segundo o Espírito, mortificando seus pecados, e sendo julgados por Deus enquanto viviam neste mundo.
Este é portanto o triunfo final do evangelho sobre o pecado. Este é o seu grande prêmio para aqueles que escolheram viver piedosamente neste mundo, porque quando o deixarem pela morte, irão diretamente ao encontro de Deus para viverem com Ele para sempre.
(Até aqui as palavras do Pr John Piper).
Como para o Senhor mil anos são como um único dia, no dizer do próprio apóstolo Pedro, ele afirmou no verso 7 que devemos ser sóbrios e vigiar em oração porque já está próximo o fim de todas as coisas (v. 7). Logo, logo, dando cumprimento ao planejamento de Deus, Cristo voltará para ser glorificado nos Seus santos. Todos eles estarão reunidos com Ele em glória, e completamente santificados.
Desta maneira, o modo de se viver neste mundo é se santificando no Espírito, conforme a vontade de Deus para os Seus filhos.
Esta santificação, além de exigir uma vida de vigilância e oração (v. 7), também exige que se viva no amor mútuo, porque o amor verdadeiro e espiritual pelos irmãos é a cobertura para uma multidão de pecados, não para encobri-los de maneira a serem desconsiderados, mas para que sejam perdoados e esquecidos, em vez de agravá-los ou divulgá-los (v. 8).
Além deste dever de se amarem e se perdoarem mutuamente os cristãos devem ser hospitaleiros e praticarem isto sem murmuração, servindo uns aos outros usando os dons recebidos do Espírito, agindo como despenseiros da graça de Deus, que se manifesta de variadas formas em cada um, conforme os dons distribuídos pelo Espírito, conforme Lhe apraz, para fins proveitosos (v. 9, 10).
Consequentemente, toda a conversação entre os cristãos deve ser baseada naquilo que têm conhecido e recebido de Deus; a ministração mútua conforme a força da graça que é concedida a eles pelo Senhor; de maneira que somente Deus seja glorificado, por meio de Jesus Cristo, uma vez que estes dons e serviços foram concedidos aos cristãos em razão da morte e obra de Jesus em favor deles, de maneira que a Ele pertencem a glória e o domínio para todo o sempre (v. 11).
Os cristãos não devem considerar como algo estranho as provações ardentes que experimentam neste mundo, como se fossem algo não condizente com a condição deles de filhos de Deus, porque isto faz parte da sua vocação, de maneira que são chamados a serem aprovados nestas provações pelo ato de se regozijarem por serem participantes das aflições de Cristo, de modo que tendo participado dos seus sofrimentos, sejam também achados dignos de participarem da Sua glória, na qual se regozijarão e exultarão (v. 12, 13).
Assim, se o cristão sofre por causa do Seu amor à justiça, e se é vituperado por causa do nome de Cristo, ele é bem-aventurado porque não será deixado à mercê destas aflições, e não as enfrentará sozinho, porque o Espírito Santo o consolará e fortificará repousando sobre ele (v. 14).
Entretanto nenhum cristão deve sofrer como homicida, ladrão ou malfeitor ou por se intrometer em assuntos dos outros (v. 15).
Mas se sofre como cristão, isto é, por causa do seu bom testemunho em Cristo, não deve se envergonhar, mas permanecer glorificando a Deus enquanto sofre por causa do nome do Senhor (v. 16).
Muito do que os cristãos sofrem neste mundo lhes sobrevém como forma de visitação dos julgamentos de Deus em correções e disciplina para aperfeiçoá-los até que atinjam a semelhança de Cristo.
Não são correções e disciplinas, em grande parte dos casos, como forma de retribuição de transgressões praticadas por eles deliberadamente contra a vontade do Senhor, mas por causa da necessidade de serem aperfeiçoados na fé, e de serem livrados de suas fraquezas e imperfeições.
Pedro chamou a tudo isto de julgamento que começa pela casa de Deus, apesar de serem sofrimentos que os cristãos têm por causa do amor deles à justiça. E se o Senhor julga o seu próprio povo desta maneira, qual será então o fim daqueles que desobedecem o evangelho, senão a condenação eterna? (v.17, 18).
Os cristãos foram salvos mas terão que suportar todas estas dificuldades para o seu aperfeiçoamento espiritual, conforme a justa avaliação que o Senhor faz das suas faltas e necessidades (v. 18).
Deste modo, nenhum cristão deve ficar desanimado por causa das aflições que possa sofrer, mas ao contrário, deve confiar o cuidado de sua alma ao Criador, e permanecer na prática do bem (v. 19), sabendo que todas as coisas estão  cooperando juntamente para a sua santificação, especialmente as tribulações que sofre neste mundo.


I  Pe 4.1 Ora, tendo Cristo sofrido na carne, armai-vos também vós do mesmo pensamento; pois aquele que sofreu na carne deixou o pecado,
1Pe 4:2 para que, no tempo que vos resta na carne, já não vivais de acordo com as paixões dos homens, mas segundo a vontade de Deus.
1Pe 4:3 Porque basta o tempo decorrido para terdes executado a vontade dos gentios, tendo andado em dissoluções, concupiscências, borracheiras, orgias, bebedices e em detestáveis idolatrias.
1Pe 4:4 Por isso, difamando-vos, estranham que não concorrais com eles ao mesmo excesso de devassidão,
1Pe 4:5 os quais hão de prestar contas àquele que é competente para julgar vivos e mortos;
1Pe 4:6 pois, para este fim, foi o evangelho pregado também a mortos, para que, mesmo julgados na carne segundo os homens, vivam no espírito segundo Deus.
1Pe 4:7 Ora, o fim de todas as coisas está próximo; sede, portanto, criteriosos e sóbrios a bem das vossas orações.
1Pe 4:8 Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados.
1Pe 4:9 Sede, mutuamente, hospitaleiros, sem murmuração.
1Pe 4:10 Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.
1Pe 4:11 Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!
1Pe 4:12  Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo;
1Pe 4:13 pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando.
1Pe 4:14 Se, pelo nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus.
1Pe 4:15 Não sofra, porém, nenhum de vós como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se intromete em negócios de outrem;
1Pe 4:16 mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe disso; antes, glorifique a Deus com esse nome.
1Pe 4:17 Porque a ocasião de começar o juízo pela casa de Deus é chegada; ora, se primeiro vem por nós, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus?
1Pe 4:18 E, se é com dificuldade que o justo é salvo, onde vai comparecer o ímpio, sim, o pecador?
1Pe 4:19 Por isso, também os que sofrem segundo a vontade de Deus encomendem a sua alma ao fiel Criador, na prática do bem.







I Pedro 5

Paciência Vitoriosa no Sofrimento - I Pedro 5

Pedro exortou os presbíteros, constituídos pelo Espírito Santo, tal como ele, para apascentarem o rebanho do Senhor, lhes lembrando que ele havia sido testemunha ocular dos sofrimentos de Jesus, sofrimentos estes que Ele havia suportado pacientemente por amor do Seu povo, para que a Sua obra de aperfeiçoamento espiritual pudesse ser realizada neles, que seguindo o exemplo do Seu Mestre, deveriam apascentar as suas ovelhas não por se sentirem forçados a isto, mas voluntariamente, de acordo com a vontade de Deus, e não por ganância, mas de boa vontade, e não sendo dominadores sobre as respectivas ovelhas, mas sendo em tudo exemplo para o rebanho (v. 1 a 3).
Agindo desta maneira eles seriam recompensados pelo Senhor, com a coroa eterna de glória, por ocasião da Sua segunda vinda, quando distribuirá os galardões aos Seus servos (v. 4).
Pedro não reivindicou soberania sobre os demais pastores e Igrejas, nem se nomeou príncipe dos apóstolos, vigário de Cristo, ou cabeça da Igreja, mas se nomeou a eles como sendo um presbítero tal como eles.
Os pastores devem ser modelos para o rebanho praticando a santificação, abnegação, mortificação do pecado, e todos os demais deveres cristãos que eles pregam e recomendam às suas ovelhas.
As ovelhas pertencem ao Supremo Pastor que é Cristo e por isso devem ser tratadas com amor, mansidão e paciência.
Tendo explicado o dever dos pastores, o apóstolo  passou a falar do dever das ovelhas.
Ele falou do dever dos jovens serem submissos aos mais velhos, sendo que todos na Igreja têm o dever de serem humildes no trato de uns para com os outros, uma vez que Deus concede Sua graça somente aos humildes, e  resiste aos soberbos (v. 5).
O orgulho é uma das principais causas de divisões na Igreja e por isso os cristãos devem ter especial cuidado em relação a isto, reconhecendo a necessidade de permanecerem em humildade diante do Senhor e de seus irmãos em Cristo.
 Os cristãos devem sempre ser achados em humildade debaixo da potente mão do Senhor, que opera continuamente em suas vidas, principalmente para o fim de corrigi-los e santificá-los.
É agindo desta maneira que se experimenta a verdadeira exaltação que procede de Deus, uma vez sido tratados pela Sua correção e disciplina (v. 6); porque o fruto destas correções é a mais pura alegria espiritual que se lhes segue.
 Se nada foge do controle do Senhor, especialmente em relação aos Seus filhos, então podemos lançar sobre Ele toda a nossa ansiedade, sabendo deste Seu cuidado permanente por nós (v. 7).
Mas enquanto lançam todos os seus fardos de ansiedade sobre o Senhor, os cristãos devem estar conscientizados do seu dever de vigiarem e serem sóbrios em sua luta contra Satanás, que é o seu Inimigo implacável (v. 8,9).
Assim, além da consagração de suas vidas devem combater contra o Inimigo para permanecerem firmes na fé.
Pedro falou sobre a necessidade de resistir a Satanás com o escudo da fé.
Ao concluir a epístola, o apóstolo mais uma vez reforçaria o argumento que veio utilizando ao longo da mesma, que todos aqueles sofrimentos pelos quais os seus destinatários estavam passando visavam ao aperfeiçoamento, confirmação, fortalecimento e fundamentação deles por Deus, a quem Pedro chamou de Deus de toda a graça, porque este trabalho seria realizado nos cristãos pela Sua graça, com vistas à participação deles na Sua eterna  glória, à qual foram chamados por Ele, por meio de Jesus Cristo (v. 10).
 Ele lhes lembrou que estes sofrimentos são apenas por um tempo, porque  serão suprimidos na glória, quando Deus enxugará de nossos olhos toda lágrima. E muitas de nossas aflições neste mundo também são temporárias porque todas elas estão debaixo do controle do Senhor.
“E o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, confirmar e fortalecer.”  (I Pe 5.10)
Deus nunca usa remendos na transformação de nossas vidas.
Ele sempre demole primeiro o que é do velho homem, e reconstrói tudo novo na nova criatura.
O texto de I Pedro 5.10 bem demonstra esta verdade.
O apóstolo falou primeiro da necessidade de o cristão sofrer por um pouco.
Isto se refere às provações e aflições que teremos que enfrentar enquanto estivermos neste mundo que visam ao nosso aperfeiçoamento espiritual.
Mas como é um trabalho que se refere ao nosso próprio aperfeiçoamento, confirmação e fortalecimento pessoal, isto é, como pessoas que somos, e não simplesmente da nossa fé, é afirmado por Pedro que este trabalho será feito pelo próprio Deus, porque não pode ser efetuado por nós.
O nosso trabalho é esperar com paciência no Senhor enquanto sofremos, porque a nossa leve e momentânea tribulação dos poucos anos de vida que passamos neste mundo, não pode ser comparada com o peso de glória que experimentaremos por toda a eternidade, depois que o Senhor tiver restaurado todas as coisas e tiver vencido o nosso último inimigo, que é a morte.
Isto deve ser feito porque é dito na primeira parte do versículo do nosso texto que: “E o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória...”.
Esta conjunção “e” do início do versículo indica que o que irá ser dito adiante por Pedro tem a sua razão e conexão com o que ele havia afirmado anteriormente em sua epístola.
Sabemos que o tema central desta epístola de I Pedro é o da paciência no sofrimento e nas perseguições, especialmente naquelas que são empreendidas pelo diabo.
Mas somos lembrados pelo apóstolo que devemos olhar para o Deus de toda a graça, que nos chamou e salvou para participarmos da sua eterna glória.
Ele é Deus de graça e de glória.
E temos tanto uma quanto outra em Cristo Jesus.
Isto fala portanto da necessidade de permanecermos nEle para que Ele permaneça em nós.
Jesus disse que isto é feito guardando-se os Seus mandamentos.
Mas para cumprirmos os mandamentos, necessitamos estar santificados. É com santidade nos corações que se pode guardar, verdadeiramente, os mandamentos de Deus.
Então há necessidade deste aperfeiçoamento, confirmação e fortalecimento operados pela graça de Deus, por meio de Jesus Cristo.
Aperfeiçoar é crescer espiritualmente. Ser amadurecido na graça e no conhecimento de Jesus.
Ser confirmado é ser estabelecido firmemente pelo Senhor, de maneira que aprendamos a ser constantes, para que nada venha a nos afastar da presença de Deus, sejam falsas doutrinas, sejam aflições, seja o pecado, o mundo ou o diabo.
E finalmente, ser fortalecido tem a ver com o vigor espiritual, que é resultante do fato de estarmos fortalecidos no Senhor e na força do Seu poder, mediante a operação da Sua graça em nós.
Então, este trabalho inicial de demolição das coisas da nossa velha natureza terrena, tem em vista não nos deixar angustiados e abatidos por causa das aflições, mas nos levar a dar o salto de fé que nos faz louvar, adorar, exaltar e glorificar a Deus nas tribulações.
Isto só pode ser feito se tivermos sido aperfeiçoados, confirmados e fortalecidos.
Daí a necessidade das tribulações, porque é por meio delas que aprendemos a ser  perseverantes na fé.
Glórias a Deus por todas as coisas, porque estão contribuindo juntamente para o nosso amadurecimento espiritual, de modo que possamos andar de modo digno na Sua presença, conforme convém a todos os Seus filhos.
 O domínio será para todo o sempre do Senhor, apesar das aflições que possamos sofrer neste mundo, especialmente aquelas que nos sobrevêm da parte de Satanás (v. 11).
Na parte final da epístola, nos versos 12 a 14 Pedro relatou que havia usado Silvano (Silas) como seu amanuense, e testificou que as coisas que havia escrito nesta epístola são a verdadeira graça de Deus, na qual devemos permanecer firmes.
Nós vimos ao longo de toda a epístola que esta graça que nos foi oferecida em Cristo está repleta de deveres para serem cumpridos pelos cristãos, de maneira que a idéia de que os cristãos nada mais devem fazer pelo fato de estarem em Cristo, não é a verdadeira graça conforme foi revelada aos apóstolos (v. 12).
Pedro faz uma referência à localidade na qual se encontrava quando escreveu a epístola chamando-a de  Babilônia co-eleita.
Muitos têm procurado identificar esta Babilônia como uma forma figurativa que o apóstolo usou para se referir à cidade pagã de Roma.
Outros admitem até mesmo que seja uma referência à Igreja que estava em Jerusalém porque Pedro era apóstolo da circuncisão, e os judeus estavam resistindo furiosamente ao evangelho.
É curioso notar que no mesmo verso 13 ele citou o nome de Marcos, ao qual  Paulo havia solicitado a Timóteo que o trouxesse a Roma, próximo do seu martírio porque era muito útil para o seu ministério.
Assim, é provável que Paulo já tivesse sido martirizado quando Pedro escreveu esta epístola aos cristãos que estavam debaixo da mesma perseguição de Nero na região da Ásia Menor à qual ele destinou sua carta.
No entanto, tudo o que falarmos sobre isto sempre serão meras cogitações.
Pedro encerrou a carta mandando que os seus destinatários se saudassem uns aos outros com ósculo santo (beijo na face), e desejando que a paz do Senhor fosse com todos os que estavam em Cristo, a saber, os cristãos fiéis que permaneciam nEle (v. 14).  


“I Pe 5.1 Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda co-participante da glória que há de ser revelada:
1Pe 5:2 pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade;
1Pe 5:3 nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho.
1Pe 5:4 Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória.
1Pe 5:5 Rogo igualmente aos jovens: sede submissos aos que são mais velhos; outrossim, no trato de uns com os outros, cingi-vos todos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça.
1Pe 5:6 Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte,
1Pe 5:7 lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.
1Pe 5:8 Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar;
1Pe 5:9 resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo.
1Pe 5:10 Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar.
1Pe 5:11 A ele seja o domínio, pelos séculos dos séculos. Amém!
1Pe 5:12  Por meio de Silvano, que para vós outros é fiel irmão, como também o considero, vos escrevo resumidamente, exortando e testificando, de novo, que esta é a genuína graça de Deus; nela estai firmes.
1Pe 5:13 Aquela que se encontra em Babilônia, também eleita, vos saúda, como igualmente meu filho Marcos.
1Pe 5:14 Saudai-vos uns aos outros com ósculo de amor. Paz a todos vós que vos achais em Cristo.”






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