sábado, 17 de outubro de 2015

Marcos 1 a 16

Marcos 1.1-6 - Vide Mateus 3.1-10

Marcos 1.1 Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus.
Marcos 1.2 Conforme está escrito no profeta Isaías: Eis que envio ante a tua face o meu mensageiro, que há de preparar o teu caminho;
Marcos 1.3 voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas;
Marcos 1.4 assim apareceu João, o Batista, no deserto, pregando o batismo de arrependimento para remissão dos pecados.
Marcos 1.5 E saíam a ter com ele toda a terra da Judeia, e todos os moradores de Jerusalém; e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.
Marcos 1.6 Ora, João usava uma veste de pêlos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre.


Marcos 1.7,8 - Vide Mateus 3.11,12

Marcos 1.7 E pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais poderoso do que eu, de quem não sou digno de, inclinando-me, desatar a correia das alparcas.
Marcos 1.8 Eu vos batizei em água; ele, porém, vos batizará no Espírito Santo.


Marcos 1.9-11 Vide Mateus 3.13-17 ou João 1.32-34

Marcos 1.9 E aconteceu naqueles dias que veio Jesus de Nazaré da Galileia, e foi batizado por João no Jordão.
Marcos 1.10 E logo, quando saía da água, viu os céus se abrirem, e o Espírito, qual pomba, a descer sobre ele;
Marcos 1.11 e ouviu-se dos céus esta voz: Tu és meu Filho amado; em ti me comprazo.


Marcos 1.12,13 - Vide Mateus 4.1-11

Marcos 1.12 Imediatamente o Espírito o impeliu para o deserto.
Marcos 1.13 E esteve no deserto quarenta dias sentado tentado por Satanás; estava entre as feras, e os anjos o serviam.


Marcos 1.14,15 - Vide Mateus 4.12-17

Marcos 1.14 Ora, depois que João foi entregue, veio Jesus para a Galileia pregando o evangelho de Deus
Marcos 1.15 e dizendo: O tempo está cumprido, e é chegado o reino de Deus. Arrependei-vos, e crede no evangelho.


Marcos 1.16-20 - Vide Mateus 4.18-22

Marcos 1.16 E, andando junto do mar da Galileia, viu a Simão, e a André, irmão de Simão, os quais lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores.
Marcos 1.17 Disse-lhes Jesus: Vinde após mim, e eu farei que vos torneis pescadores de homens.
Marcos 1.18 Então eles, deixando imediatamente as suas redes, o seguiram.
Marcos 1.19 E ele, passando um pouco adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco, consertando as redes,
Marcos 1.20 e logo os chamou; eles, deixando seu pai Zebedeu no barco com os empregados, o seguiram.


Marcos 1.21-28 - Vide Lucas 4.31-37

Marcos 1.21 Entraram em Cafarnaum; e, logo no sábado, indo ele à sinagoga, pôs-se a ensinar.
Marcos 1.22 E maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas.
Marcos 1.23 Ora, estava na sinagoga um homem possesso dum espírito imundo, o qual gritou:
Marcos 1.24 Que temos nós contigo, Jesus, nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus.
Marcos 1.25 Mas Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te, e sai dele.
Marcos 1.26 Então o espírito imundo, convulsionando-o e clamando com grande voz, saiu dele.
Marcos 1.27 E todos se maravilharam a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é isto? Uma nova doutrina com autoridade! Pois ele ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem!
Marcos 1.28 E logo correu a sua fama por toda a região da Galileia.


Marcos 1.29-31 - Vide Mateus 8.14,15

Marcos 1.29 Em seguida, saiu da sinagoga e foi a casa de Simão e André com Tiago e João.
Marcos 1.30 A sogra de Simão estava de cama com febre, e logo lhe falaram a respeito dela.
Marcos 1.31 Então Jesus, chegando-se e tomando-a pela mão, a levantou; e a febre a deixou, e ela os servia.


Marcos 1.32-34 - Vide Mateus 8.16,17

Marcos 1.32 Sendo já tarde, tendo-se posto o sol, traziam-lhe todos os enfermos, e os endemoninhados;
Marcos 1.33 e toda a cidade estava reunida à porta;
Marcos 1.34 e ele curou muitos doentes atacados de diversas moléstias, e expulsou muitos demônios; mas não permitia que os demônios falassem, porque o conheciam.

Marcos 1

Marcos 1.35-39:

Marcos 1.35 De madrugada, ainda bem escuro, levantou-se, saiu e foi a um lugar deserto, e ali orava.
Marcos 1.36 Foram, pois, Simão e seus companheiros procurá-lo;
Marcos 1.37 quando o encontraram, disseram-lhe: Todos te buscam.
Marcos 1.38 Respondeu-lhes Jesus: Vamos a outras partes, às povoações vizinhas, para que eu pregue ali também; pois para isso é que vim.
Marcos 1.39 Foi, então, por toda a Galileia, pregando nas sinagogas deles e expulsando os demônios.


Marcos 1.40-45 - Vide Mateus 8.1-4

Marcos 1.40 E veio a ele um leproso que, de joelhos, lhe rogava, dizendo: Se quiseres, bem podes tornar-me limpo.
Marcos 1.41 Jesus, pois, compadecido dele, estendendo a mão, tocou-o e disse-lhe: Quero; sê limpo.
Marcos 1.42 Imediatamente desapareceu dele a lepra e ficou limpo.
Marcos 1.43 E Jesus, advertindo-o secretamente, logo o despediu,
Marcos 1.44 dizendo-lhe: Olha, não digas nada a ninguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho.
Marcos 1.45 Ele, porém, saindo dali, começou a publicar o caso por toda parte e a divulgá-lo, de modo que Jesus já não podia entrar abertamente numa cidade, mas conservava-se fora em lugares desertos; e de todos os lados iam ter com ele.







Marcos 2

Marcos 2.1-12 - Vide Mateus 9.1-8

O Paralítico Curado

Marcos 2.1 Alguns dias depois entrou Jesus outra vez em Cafarnaum, e soube-se que ele estava em casa.
Marcos 2.2 Ajuntaram-se, pois, muitos, a ponta de não caberem nem mesmo diante da porta; e ele lhes anunciava a palavra.
Marcos 2.3 Nisso vieram alguns a trazer-lhe um paralítico, carregado por quatro;
Marcos 2.4 e não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão, descobriram o telhado onde estava e, fazendo uma abertura, baixaram o leito em que jazia o paralítico.
Marcos 2.5 E Jesus, vendo-lhes a fé, disse ao paralítico: Filho, perdoados são os teus pecados.
Marcos 2.6 Ora, estavam ali sentados alguns dos escribas, que arrazoavam em seus corações, dizendo:
Marcos 2.7 Por que fala assim este homem? Ele blasfema. Quem pode perdoar pecados senão um só, que é Deus?
Marcos 2.8 Mas Jesus logo percebeu em seu espírito que eles assim arrazoavam dentro de si, e perguntou-lhes: Por que arrazoais desse modo em vossos corações?
Marcos 2.9 Qual é mais fácil? dizer ao paralítico: Perdoados são os teus pecados; ou dizer: Levanta-te, toma o teu leito, e anda?
Marcos 2.10 Ora, para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados ( disse ao paralítico ),
Marcos 2.11 a ti te digo, levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa.
Marcos 2.12 Então ele se levantou e, tomando logo o leito, saiu à vista de todos; de modo que todos pasmavam e glorificavam a Deus, dizendo: Nunca vimos coisa semelhante.

Tudo o que este paralítico pensava receber de Jesus era a restauração da sua saúde física, mas o médico divino curou antes a sua alma, ao lhe ter perdoado todos os seus pecados.
Os religiosos fariseus acusaram Jesus de blasfêmia por ter afirmado que havia perdoado os pecados do paralítico.
Nosso Senhor, sem perder a boa vontade e paciência em abençoar mesmo diante de toda aquela oposição, aproveitou a oportunidade para demonstrar que possuía autoridade para perdoar pecados, quando ordenou logo em seguida que o paralítico se levantasse e fosse andando para casa.
A cura foi operada instantaneamente mediante a Sua palavra de ordem e todos ficaram admirados e davam glória a Deus.
É possível que aquela paralisia, naquele caso em especial,  tenha sido ocasionada por algum pecado ou forma pecaminosa de vida do que ficara paralítico, e é possível que não apenas ele como outras pessoas tivessem uma certa convicção de que aquela enfermidade lhe viera como forma de algum juízo divino.
Ora, uma vez removida a causa, pelo perdão que lhe fora concedido pela graça de Jesus, seria de se esperar que a enfermidade física pudesse também ser curada.
Por isso nosso Senhor disse aos fariseus? “Qual é mais fácil? Dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados, ou dizer: Levanta-te, toma o teu leito e anda?”. Porque com isto comprovou que a palavra que dera sobre o perdão de pecados teve a sua eficácia, assim como teve também a que dera para que o paralítico se levantasse.
Jesus veio a este mundo inaugurar a dispensação da graça, na qual estaria sendo propício para com todos os pecadores que se arrependessem e cressem nele, como o único que pode perdoar e remover nossos pecados e nos curar de todas as nossas enfermidades, quer do corpo, da alma ou do espírito.
Sendo conhecedor desta autoridade de Jesus para efetuar uma cura plena, pois viera a este mundo para curar os que são enfermos, o apóstolo Tiago disse o seguinte:
“Tiago 5:14 Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor.
Tiago 5:15 E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.”


Marcos 2.13,14 - Vide Mateus 9.9

Marcos 2.13 Outra vez saiu Jesus para a beira do mar; e toda a multidão ia ter com ele, e ele os ensinava.
Marcos 2.14 Quando ia passando, viu a Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria, e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu.


Marcos 2.15-17 - Vide Mateus 9.10-13

Marcos 2.15 Ora, estando Jesus à mesa em casa de Levi, estavam também ali reclinados com ele e seus discípulos muitos publicanos e pecadores; pois eram em grande número e o seguiam.
Marcos 2.16 Vendo os escribas dos fariseus que comia com os publicanos e pecadores, perguntavam aos discípulos: Por que é que ele como com os publicanos e pecadores?
Marcos 2.17 Jesus, porém, ouvindo isso, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas sim os enfermos; eu não vim chamar justos, mas pecadores.


Marcos 2.18-22 - Vide Mateus 9.14-17

Marcos 2.18 Ora, os discípulos de João e os fariseus estavam jejuando; e foram perguntar-lhe: Por que jejuam os discípulos de João e os dos fariseus, mas os teus discípulos não jejuam?
Marcos 2.19 Respondeu-lhes Jesus: Podem, porventura, jejuar os convidados às núpcias, enquanto está com eles o noivo? Enquanto têm consigo o noivo não podem jejuar;
Marcos 2.20 dias virão, porém, em que lhes será tirado o noivo; nesses dias, sim hão de jejuar.
Marcos 2.21 Ninguém cose remendo de pano novo em vestido velho; do contrário o remendo novo tira parte do velho, e torna-se maior a rotura.
Marcos 2.22 E ninguém deita vinho novo em odres velhos; do contrário, o vinho novo romperá os odres, e perder-se-á o vinho e também os odres; mas deita-se vinho novo em odres novos.


Marcos 2.23-28 - Vide Mateus 12.1-8

Marcos 2.23 E sucedeu passar ele num dia de sábado pelas searas; e os seus discípulos, caminhando, começaram a colher espigas.
Marcos 2.24 E os fariseus lhe perguntaram: Olha, por que estão fazendo no sábado o que não é lícito?
Marcos 2.25 Respondeu-lhes ele: Acaso nunca lestes o que fez Davi quando se viu em necessidade e teve fome, ele e seus companheiros?
Marcos 2.26 Como entrou na casa de Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu dos pães da proposição, dos quais não era lícito comer senão aos sacerdotes, e deu também aos companheiros?
Marcos 2.27 E prosseguiu: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado.


Marcos 2.28 Pelo que o Filho do homem até do sábado é Senhor.








Marcos 3

Marcos 3.1-12 - Vide texto paralelo em Mateus 12.9-14

"1 De novo, entrou Jesus na sinagoga e estava ali um homem que tinha ressequida uma das mãos.
2 E estavam observando a Jesus para ver se o curaria em dia de sábado, a fim de o acusarem.
3 E disse Jesus ao homem da mão ressequida: Vem para o meio!
4 Então, lhes perguntou: É lícito nos sábados fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou tirá-la? Mas eles ficaram em silêncio.
5 Olhando-os ao redor, indignado e condoído com a dureza do seu coração, disse ao homem: Estende a mão. Estendeu-a, e a mão lhe foi restaurada.
6 Retirando-se os fariseus, conspiravam logo com os herodianos, contra ele, em como lhe tirariam a vida.
7 Retirou-se Jesus com os seus discípulos para os lados do mar. Seguia-o da Galiléia uma grande multidão. Também da Judéia,
8 de Jerusalém, da Iduméia, dalém do Jordão e dos arredores de Tiro e de Sidom uma grande multidão, sabendo quantas coisas Jesus fazia, veio ter com ele.
9 Então, recomendou a seus discípulos que sempre lhe tivessem pronto um barquinho, por causa da multidão, a fim de não o comprimirem.
10 Pois curava a muitos, de modo que todos os que padeciam de qualquer enfermidade se arrojavam a ele para o tocar.
11 Também os espíritos imundos, quando o viam, prostravam-se diante dele e exclamavam: Tu és o Filho de Deus!
12 Mas Jesus lhes advertia severamente que o não expusessem à publicidade." (Marcos 3.1-12)

O Homem com a Mão Atrofiada

“Olhando-os ao redor, indignado e condoído com a dureza do seu coração, disse ao homem: Estende a mão. Estendeu-a, e a mão lhe foi restaurada.
Retirando-se os fariseus, conspiravam logo com os herodianos, contra ele, em como lhe tirariam a vida.
Retirou-se Jesus com os seus discípulos para os lados do mar.“ (Marcos 3.5-7)

O exercício da benevolência é, em si mesmo, projetado para excitar a admiração universal, mas está longe de produzir tal efeito sobre aqueles que estão cegos pelo preconceito ou paixão. Aqueles cuja conduta é reprovada por isto irão aproveitar o momento para expor  ainda mais o seu despeito. Nosso Senhor experimentou isto frequentemente da parte dos fariseus. Um exemplo notável disto está registrado no texto. Vamos,

I. Considerar as circunstâncias do milagre

Os fariseus , observando a intenção de nosso Senhor de curar um homem que tinha uma mão ressequida, questionaram seu direito de fazê-lo no dia de sábado.
Desejando acusá-lo de inconsistência, ou de estar desprezando a lei, eles lhe perguntaram se era lícito curar no dia de sábado? Nosso Senhor mostrou-lhes que sim, Mat 12.11,12. Então lhes perguntou se  enquanto eles o condenaram por fazer uma ação benevolente no sábado, se estavam mais justificados em ceder a propósitos assassinos contra ele no sábado? Eles, incapazes de responder a não ser para a sua própria confusão, “se calaram." Embora convencidos de sua irracionalidade e impiedade, eles não as confessaram.

Nosso Senhor viu sua obstinação com indignação e tristeza

Manso e humilde como era nosso Senhor, ele era suscetível de ira; ainda que a sua ira não era como a paixão que muitas vezes nos agita.
Era perfeitamente justa e santa. O pecado era o objeto contra o qual fora dirigida, e, enquanto ele estava irado com o pecado, ele se entristeceu pelo pecador. Chegará de fato o dia em que a sua ira não será misturada com qualquer misericórdia, mas agora ela está, como a nossa também deveria estar, temperada com compaixão para com as pessoas que nos ofendem.

Não intimidado pela malícia dos fariseus, ele passou a curar a mão atrofiada.

Ele ordenou que o homem ficasse em pé no meio de todos. Certamente tal demonstração de compaixão deveria ter envolvido todos a se interessarem por Cristo, para o benefício de si mesmos. Ele então ordenou que ele estendesse a mão. O homem, apesar de conhecer sua incapacidade de fazê-lo de si mesmo, tentou obedecer, e, na tentativa, recebeu uma cura instantânea e perfeita.

Tendo portanto, mais do que nunca exasperado seus inimigos, Jesus se retirou da ira deles.
Alguém poderia pensar que todos deveriam ter adorado o autor de tal benefício, mas, em vez disso, os fariseus estavam "cheios de loucura, Lucas 6.11. "Ai! Que maldade há no coração humano! Eles se juntaram imediatamente com os herodianos numa conspiração contra sua vida; mas a hora de nosso Senhor ainda não era chegada, e ele se retirou, portanto, de seu poder, e assim derrotou, pelo menos naquela ocasião, os seus esforços contra ele.
Tendo, assim, abordado os principais incidentes no milagre, vamos

II . Deduzir disto algumas observações práticas

Minha primeira observação se refere ao nosso bendito Senhor, que realizou o milagre.

Teria nosso Senhor, desafiando a ira dos Fariseus cumprido o seu dever com coragem, mas, quando viu seus projetos assassinos,  se retirou?
Então, isto pode ser observado, que, embora nunca devamos recusar qualquer dever, por medo do homem, ainda temos a liberdade de evitar as tempestades que não podemos acalmar.

Nada é mais claro do que o dever de afastar de nossos corações todo o medo do homem. "Digo-vos, pois, amigos meus: não temais os que matam o corpo e, depois disso, nada mais podem fazer. Eu, porém, vos mostrarei a quem deveis temer: temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno. Sim, digo-vos, a esse deveis temer.” (Lucas 12.4,5).
De fato é tão óbvio esse dever, que ele é recomendado até mesmo ao mais prejudicado e amargurado.
A própria vida não é para ser de qualquer valor aos nossos olhos, e numa adesão fiel a este princípio; devemos estar prontos para dar a vida por amor a Cristo, ou nunca seríamos  aprovados por ele no dia do juízo.

Mas isso não deve proibir a nossa prudente retirada de cenas de perigo, desde que possamos fazê-lo, sem qualquer comprometimento da nossa fidelidade a Deus. Dos setenta que nosso Senhor enviou para pregar o Evangelho, nos foi dito que, "se fossem perseguidos em uma cidade, eles deveriam fugir para outra".
E Paulo, quando os judeus de Damasco guardavam as portas noite e dia, a fim de matá-lo, foi descido pelo muro da cidade numa  cesta, a fim de que pudesse escapar de ser assassinado. Em muitas ocasiões, o próprio Senhor se retirou do meio daqueles que buscavam tirar a sua vida. E quando Paulo teria ido ao teatro em Éfeso, os discípulos impediram o seu propósito, porque sabiam que ele iria imediatamente ser posto à morte por seus inimigos sedentos de sangue. A verdade é que a vida é um talento a ser melhorado por Deus, e não deve ser descuidadamente jogada fora. Devemos estar dispostos a sacrificá-la, se chamados a fazê-lo, pela providência de Deus. Nem uma fornalha de fogo, nem cova de leões deve portanto nos intimidar, a ponto de causar qualquer violação de nossa integridade. Mas se, de forma consistente com a fidelidade a Deus, nós pudermos preservar a vida, devemos preservá-la para Deus, do que jogá-la fora por uma exposição desnecessária a perigos que não podemos suportar.

Minha próxima observação se refere àquele no qual o milagre foi realizado.

Será que o homem com a mão atrofiada , em conformidade com o mandamento do Senhor, estendeu a sua mão, e nesse ato experimentou a sua cura? Então, nós, embora desesperados de nossa condição, devemos nos esforçar para obedecer os mandamentos de Deus, e nesse ato esperar a sua bênção em nossas almas.

Sem dúvida, somos em nós mesmos tão impotentes quanto o homem com a mão atrofiada. Mas temos, entretanto, a liberdade de sentar sem fazer qualquer esforço para nos salvar? Se aquele homem que tinha uma enfermidade natural tivesse se recusado a fazer o esforço que o Senhor ordenou, ele teria com toda a probabilidade perdido a cura que ele obteve por ter obedecido. Quão mais, então seremos deixados para lamentar a nossa insensatez, se nós, cuja impotência é apenas de natureza moral, desprezarmos os meios que Deus tem ordenado! É nosso dever nos arrependermos; é nosso dever crer em Cristo; é nossa obrigação nos entregarmos sem reservas a Deus. E se, quando chamados a estes esforços, nos desculpamos dizendo que não somos capazes, vamos provocar o Deus Todo-Poderoso para reter de nós as bênçãos que tão grandemente precisamos, e que ele está sempre pronto a derramar sobre nós. Ele nos disse que "seu Espírito deve ajudar em nossas fraquezas.", Romanos 8.26.  Mas como ele vai nos ajudar? Não por nos mover sem qualquer cooperação de nossa parte, mas por segurar a extremidade oposta de um fardo, e carregando-o juntamente conosco.

Apelo então a todos vocês a se arrependerem do pecado, a fugirem para Cristo para achar refúgio para a culpa e do poder da mesma, e para se consagrarem sem reservas a ele. Eu prontamente reconheço, que vocês não são de si mesmos suficientes para estas coisas, mas "a graça de Cristo é, e será, suficiente para vocês".

A minha última observação é que, se, como este homem, você experimentar a poderosa obra do poder de Cristo, você deve, ao longo de todo o restante de sua vida, mostrar a si mesmo como um monumento do seu poder e graça.

(Quão bom e atencioso é nosso Senhor para com as nossas necessidades, pois se antecipa e vem a nós para nos socorrer, como fez no caso do homem da mão ressequida, para nos dar graça, força e toda sorte de curas para o nosso corpo, alma e espírito, esperando tão somente que confiemos nele e nos entreguemos ao seu cuidado, a par de toda a oposição que possa estar havendo ao nosso redor da parte de homens ou demônios, tentando nos impedir de receber a bênção que ele está preparado e pronto para nos conceder pelo seu amor e poder – nota do tradutor.)

Texto de Charles Simeon, em domínio público, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra.


Marcos 3.13-19 - Vide Mateus 10.1-4

Marcos 3.13 Depois subiu ao monte, e chamou a si os que ele mesmo queria; e vieram a ele.
Marcos 3.14 Então designou doze para que estivessem com ele, e os mandasse a pregar;
Marcos 3.15 e para que tivessem autoridade de expulsar os demônios.
Marcos 3.16 Designou, pois, os doze, a saber: Simão, a quem pôs o nome de Pedro;
Marcos 3.17 Tiago, filho de Zebedeu, e João, irmão de Tiago, aos quais pôs o nome de Boanerges, que significa: Filhos do trovão;
Marcos 3.18 André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o cananeu,
Marcos 3.19 e Judas Iscariotes, aquele que o traiu.


Marcos 3.20-30 - Vide Mateus 12.22-32

Marcos 3.20 Depois entrou numa casa. E afluiu outra vez a multidão, de tal modo que nem podiam comer.
Marcos 3.21 Quando os seus ouviram isso, saíram para o prender; porque diziam: Ele está fora de si.
Marcos 3.22 E os escribas que tinham descido de Jerusalém diziam: Ele está possesso de Belzebu; e: É pelo príncipe dos demônios que expulsa os demônios.
Marcos 3.23 Então Jesus os chamou e lhes disse por parábolas: Como pode Satanás expulsar Satanás?
Marcos 3.24 Pois, se um reino se dividir contra si mesmo, tal reino não pode subsistir;
Marcos 3.25 ou, se uma casa se dividir contra si mesma, tal casa não poderá subsistir;
Marcos 3.26 e se Satanás se tem levantado contra si mesmo, e está dividido, tampouco pode ele subsistir; antes tem fim.
Marcos 3.27 Pois ninguém pode entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens, se primeiro não amarrar o valente; e então lhe saqueará a casa.
Marcos 3.28 Em verdade vos digo: Todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, bem como todas as blasfêmias que proferirem;
Marcos 3.29 mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo, nunca mais terá perdão, mas será réu de pecado eterno.
Marcos 3.30 Porquanto eles diziam: Está possesso de um espírito imundo.

O Único Pecado Imperdoável

Os escribas blasfemaram contra o Espírito Santo porque afirmaram que o espírito que operava em Jesus era Belbezu, o maioral dos demônios.
Ora, se é pelo Espírito Santo que somos convencidos do pecado, da justiça e do juízo, para que possamos ser perdoados e justificados por meio da nossa fé em Jesus, como poderemos ser beneficiados por Ele, quando chamamos a sua obra de regeneração e santificação, de obra do diabo?
Quem assim procede demonstra que não tem o menor desejo de ter os seus pecados perdoados, e assim, afirmou nosso Senhor Jesus Cristo que este é o único pecado imperdoável, a saber, aquele que é contra Deus Espírito Santo, por ser o agente ativo da nossa salvação.
 A seguinte citação de Thomas Fuller sobre este assunto merece atenção:
"O pecado contra o Espírito Santo é sempre caracterizado por estes dois sintomas: ausência total de contrição, e falta total de desejo do perdão. Agora, se tu podes realmente dizer que os teus pecados são um fardo para ti e que tu desejas o perdão, e que nada podes fazer de ti mesmo para alcançá-lo, tenha bom ânimo, porque não tens ainda, e, pela graça de Deus, cometido esse pecado imperdoável.”


Marcos 3.31-35 - Vide Mateus 12.46-50

Marcos 3.31 Chegaram então sua mãe e seus irmãos e, ficando da parte de fora, mandaram chamá-lo.
Marcos 3.32 E a multidão estava sentada ao redor dele, e disseram-lhe: Eis que tua mãe e teus irmãos estão lá fora e te procuram.
Marcos 3.33 Respondeu-lhes Jesus, dizendo: Quem é minha mãe e meus irmãos!
Marcos 3.34 E olhando em redor para os que estavam sentados à roda de si, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos!


Marcos 3.35 Pois aquele que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe.








Marcos 4

Marcos 4.1-9 - Vide Mateus 13.1-9

Marcos 4.1 Outra vez começou a ensinar à beira do mar. E reuniu-se a ele tão grande multidão que ele entrou num barco e sentou-se nele, sobre o mar; e todo o povo estava em terra junto do mar.
Marcos 4.2 Então lhes ensinava muitas coisas por parábolas, e lhes dizia no seu ensino:
Marcos 4.3 Ouvi: Eis que o semeador saiu a semear;
Marcos 4.4 e aconteceu que, quando semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram.
Marcos 4.5 Outra caiu no solo pedregoso, onde não havia muita terra: e logo nasceu, porque não tinha terra profunda;
Marcos 4.6 mas, saindo o sol, queimou-se; e, porque não tinha raiz, secou-se.
Marcos 4.7 E outra caiu entre espinhos; e cresceram os espinhos, e a sufocaram; e não deu fruto.
Marcos 4.8 Mas outras caíram em boa terra e, vingando e crescendo, davam fruto; e um grão produzia trinta, outro sessenta, e outro cem.
Marcos 4.9 E disse-lhes: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.


Marcos 4.10-20 - Vide Mateus 13.10-23

Marcos 4.10 Quando se achou só, os que estavam ao redor dele, com os doze, interrogaram-no acerca da parábola.
Marcos 4.11 E ele lhes disse: A vós é confiado o mistério do reino de Deus, mas aos de fora tudo se lhes diz por parábolas;
Marcos 4.12 para que vendo, vejam, e não percebam; e ouvindo, ouçam, e não entendam; para que não se convertam e sejam perdoados.
Marcos 4.13 Disse-lhes ainda: Não percebeis esta parábola? como pois entendereis todas as parábolas?
Marcos 4.14 O semeador semeia a palavra.
Marcos 4.15 E os que estão junto do caminho são aqueles em quem a palavra é semeada; mas, tendo-a eles ouvido, vem logo Satanás e tira a palavra que neles foi semeada.
Marcos 4.16 Do mesmo modo, aqueles que foram semeados nos lugares pedregosos são os que, ouvindo a palavra, imediatamente com alegria a recebem;
Marcos 4.17 mas não têm raiz em si mesmos, antes são de pouca duração; depois, sobrevindo tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam.
Marcos 4.18 Outros ainda são aqueles que foram semeados entre os espinhos; estes são os que ouvem a palavra;
Marcos 4.19 mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e a cobiça doutras coisas, entrando, sufocam a palavra, e ela fica infrutífera.
Marcos 4.20 Aqueles outros que foram semeados em boa terra são os que ouvem a palavra e a recebem, e dão fruto, a trinta, a sessenta, e a cem, por um.


Marcos 4.21-25 - Vide Lucas 8.16-18

Marcos 4.21 Disse-lhes mais: Vem porventura a candeia para se meter debaixo do alqueire, ou debaixo da cama? não é antes para se colocar no velador?
Marcos 4.22 Porque nada está encoberto senão para ser manifesto; e nada foi escondido senão para vir à luz.
Marcos 4.23 Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça.
Marcos 4.24 Também lhes disse: Atendei ao que ouvis. Com a medida com que medis vos medirão a vós, e ainda se vos acrescentará.
Marcos 4.25 Pois ao que tem, ser-lhe-á dado; e ao que não tem, até aquilo que tem ser-lhe-á tirado.


Marcos 4.26-29 -   A Parábola da Semente

Marcos 4.26 Disse também: O reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente à terra,
Marcos 4.27 e dormisse e se levantasse de noite e de dia, e a semente brotasse e crescesse, sem ele saber como.
Marcos 4.28 A terra por si mesma produz fruto, primeiro a erva, depois a espiga, e por último o grão cheio na espiga.
Marcos 4.29 Mas assim que o fruto amadurecer, logo lhe mete a foice, porque é chegada a ceifa.

Há uma rica variedade nas parábolas entregues por nosso Senhor. Quase todas as coisas ao seu redor eram feitas um veículo para o conhecimento divino. A agricultura em especial lhe proporcionou muitas ilustrações de suas doutrinas. Ele usou esse assunto porque era muito familiar aos seus ouvintes. Na passagem diante nós, ele compara o reino de Deus à semente germinando e crescendo no campo. Esta comparação é aplicável à edificação da sua Igreja visível no mundo; mas devemos considerá-la ainda mais como uma referência à obra da graça na alma.
Existe uma semelhança entre a semente num campo, e graça no coração,

I. Na forma do seu crescimento.

Na parábola do semeador, nosso Senhor abrange aquelas pessoas que não recebem a palavra corretamente. Nesta ele se limita àqueles que são verdadeiramente retos. O crescimento da graça em seus corações se assemelha ao do trigo num campo, e isto é,

1. Espontâneo

A semente, quando enterrada na terra, é deixada inteiramente a si. O lavrador "dorme de noite", e prossegue com seu trabalho "durante o dia", sem tentar ajudar o trigo no trabalho de germinação, e por qualquer desejo de fazê-lo, ele se abstém disto por saber que tal esforço seria infrutífero. "A terra deve produzir o fruto de si mesma" ou não. Há um princípio de vida na semente que faz com que germine, nem é isto devido a qualquer coisa, senão às influências bondosas dos céus. Assim se dá com a graça divina, quando semeada no coração do homem. Não queremos dizer que qualquer homem natural e de sua própria vontade, viva para Deus, o que é contrariado por todo o teor das Escrituras, Romanos 8.7; mas a graça é uma semente que tem dentro de si um princípio de vida eterna, I Pedro 1.23, que opera por um poder inerente em si mesma, e depende apenas daquele que lhe deu tal poder, I Cor 15.10; os esforços dos ministros, embora sejam diligentes, não podem fazê-la crescer; isto deve ser deixado para o operação de sua própria energia nativa, Jo 4.14, que irá, em seguida, expressar a sua virtude, através dos feixes revigorantes do Sol da Justiça, e as chuvas refrigerantes do Espírito de Deus.

2. Gradual

A semente não brota instantaneamente num estado apropriado para a ceifa. Ela passa por muitas fases diferentes antes de chegar à maturidade. Assim também, numa obra da graça, a erva, a espiga, e o grão cheio, surgem em sucessão regular. Um cristão em suas primeiras realizações usa uma aparência diferente a partir do que ele já tinha feito antes, ele não é menos transformado do que um grão de trigo quando se coloca diante da "erva", ele se sente como uma criatura pecadora, indefesa, e um ser incompleto; ele se une a Cristo como seu suficiente Salvador, e mostra por todo o seu comportamento que ele foi vivificado da morte; mas ainda assim, ele está propenso a alimentar a esperança de justiça própria, e muitas vezes cede aos temores da incredulidade. Assim, embora seja sincero no coração, suas realizações são pequenas. No decorrer do tempo ele se mostra sólido e esperançoso como "a espiga"; seu conhecimento de si mesmo é mais profundo, e suas visões de Cristo mais preciosas, sua dependência do poder e da graça de Cristo é mais simples e firme.
Assim, apesar de seus conflitos pode ser mais firme, ele é mais capaz de suportá-los, nem há qualquer parte de sua conversação onde seu aproveitamento não seja manifestado. Depois de muita experiência, tanto do bem quanto do mal, ele se torna como "grão cheio na espiga".
Embora suas visões de si mesmo sejam mais humilhantes do que nunca, ele não é desencorajado por elas; pois dão ocasião a viver mais inteiramente pela fé em Cristo; há uma evidente maturação em todos os frutos que ele produz. Acima de tudo, ele vive numa expectativa mais próxima da "colheita". Ele fica livre de todas as preocupações desta vida, e anseia pela época quando ele deve ser recolhido para o  celeiro.

3. Inexplicável

O filósofo mais acurado "não sabe como" a semente germina. Que ela deve morrer antes de brotar, e assim mudar a sua aparência com o surgimento da erva etc, é um mistério que ninguém consegue explicar; assim, as operações da graça na alma do homem também são inexplicáveis. Nós não sabemos como o Espírito de Deus age sobre os poderes da nossa mente; descobrimos que ele faz isso pelos efeitos, mas como, não podemos dizer. Sobre isto, nosso Senhor compara a operação do Espírito ao vento, cujo ponto exato de seu surgimento ou de destino não somos capazes de verificar; nem o mistério dessas mudanças, que nós vemos no mundo natural, jamais foi uma razão para descrermos delas; nem deveríamos pela dificuldade de compreender algumas coisas numa obra da graça nos tornar duvidosos de sua realidade.

Esta semelhança, já tão marcante, pode ser ainda mais vista,

II. No fim para o qual ela cresce.

A semente cresce no campo para o fim da colheita.

O lavrador em cada parte do seu trabalho tem a colheita em vista; ele aduba, e ara, e semeia a sua terra, na esperança de colher no futuro. Em todos os estados sucessivos do trigo, ele aguarda a colheita, e quando é chegada a hora, imediatamente usa a foice.

Assim também a graça brota nas almas dos homens para prepará-los para a glória.

Deus, tendo desde o início escolhido o seu povo para a salvação, ordena cada mínimo incidente para a realização de seu propósito. Todas as dispensações de sua providência concorrem para este fim, todas as operações da sua graça são ajustadas com a mesma visão. A primeira infusão do princípio da vida em nossas almas está ordenado para a nossa felicidade eterna.
Todas as ordenanças, segundo as quais a vida é preservada, são para o mesmo fim; a palavra destila como o orvalho, e as nuvens destilam gordura; por isso, as mesmas coisas que parecem por um tempo retardar seu crescimento, são permitidas; a fria influência sombria de tentação e abandono, são anuladas pelo seu bom final. Quando a alma está madura para a glória, imediatamente a foice será colocada nela. Quando estivermos plenamente prontos para a mansão preparada para nós, Deus irá nos receber nela. Então, Cristo, o grande lavrador, se alegrará com o fruto do seu trabalho; os ministros também, que trabalharam com ele, se alegrarão juntamente com ele; e todas as promessas que o Senhor nos tem dado serão cumpridas plenamente.
Esta é uma rica fonte de conforto para os ministros, e de encorajamento para as pessoas cujas almas estão debaixo do seu cuidado.

Os ministros, assim como o lavrador, estão espalhando as sementes da Palavra de Deus, mas, por causa de impaciência, estão muitas vezes prontos para se queixarem de terem trabalhado em vão. Esquecem-se que a semente fica muito tempo sob os torrões de terra antes de germinar, e que grande parte de sua semente pode brotar, quando eles tiverem cessado os seus labores. Eles ficam muitas vezes também desanimados pela inclinação e aspecto de seu povo; eles gostariam que eles crescessem até um estado de perfeição de uma vez, e atingirem a maturação, sem as mudanças das sucessivas estações, mas é por essas mudanças que eles são trazidos à maturidade. Bem, por conseguinte, podem pois os ministros realizarem o seu trabalho com alegria. Deixando os eventos para Deus, eles devem seguir a orientação dada a eles na Palavra e esperarem que o sucesso prometido apareça no tempo devido.
As pessoas também, em seus variados estados, podem receber muito incentivo; porque estão geralmente prontos a duvidar se a raiz em questão está de fato neles; porque o seu progresso não é tão rápido quanto poderiam desejar, eles estão sujeitos a ficar desalentados. É certo, de fato, que devemos nos examinar se somos dotados de vida, nem devemos descansar satisfeitos com baixos graus de crescimento. Seja qual for a alegria que sintamos ao ver a erva germinando, devemos lamentar se ela não fizer qualquer progresso. Assim, nunca devemos ficar satisfeitos sem nos dirigir à perfeição.
Mas vamos esperar com paciência pelas primeiras e últimas chuvas. Vamos esperar por uma variedade de estações, tanto no mundo espiritual como no natural; vamos nos compromissar com Deus, para que ele possa nos aperfeiçoar em seu próprio caminho. Assim, no devido tempo vamos estar aptos para o celeiro do céu, a foice deverá, então, nos separar de todas as nossas conexões terrestres, e seremos conduzidos em triunfo para o nosso descanso eterno.

Texto de Charles Simeon, em domínio público, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra.


Marcos 4.30-32 - A Parábola da Semente de Mostarda

Marcos 4.30 Disse ainda: A que assemelharemos o reino de Deus? ou com que parábola o representaremos?
Marcos 4.31 É como um grão de mostarda que, quando se semeia, é a menor de todas as sementes que há na terra;
Marcos 4.32 mas, tendo sido semeado, cresce e faz-se a maior de todas as hortaliças e cria grandes ramos, de tal modo que as aves do céu podem aninhar-se à sua sombra.

"Muitas coisas excelentes se dizem de ti , ó cidade de Deus." Não há nada no céu ou na terra que não possa muito bem servir à sombra das tuas excelências. Nosso Senhor já havia ilustrado a natureza de seu Reino por uma grande variedade das mais instrutivas parábolas, e agora estende, por assim dizer, a sua invenção, a fim de encontrar outras semelhanças para torná-lo ainda mais compreensível. Ele aqui compara a sua Igreja e Reino a um grão de mostarda. Devemos,

1. Ilustrar esta comparação.

"O Reino de Deus" significa, neste como numa infinidade de outros lugares, o reino visível de Cristo estabelecido no mundo, e seu reino invisível erguido no coração dos homens. Devemos ilustrar a comparação, por conseguinte,

1. Em referência à Igreja de Cristo no mundo.

O grão de mostarda é a menor de todas as sementes que crescem para qualquer tamanho considerável; e tal era a Igreja de Cristo no início da sua formação no mundo. Consistia de nosso Senhor e os seus doze discípulos, e mesmo depois da ascensão de nosso Senhor, o seu número era de apenas cento e vinte pessoas. Embora tivesse logo estendido as suas ramificações. Como o grão de mostarda, não obstante a sua pequenez, cresce (nos países orientais) até se tornar uma árvore de alguma magnitude, assim também a Igreja, não obstante sua aparência pouco promissora, estendeu seus limites com uma rapidez surpreendente. No espaço de uns poucos anos, encheu, não somente a Judeia, mas todo o Império Romano. Nem tem ainda crescido às suas dimensões totais. Ela se espalhará nos últimos dias por toda a terra. Todos os reinos do mundo passarão a ser os reinos do Senhor e do seu Cristo. E, assim como judeus e gentios já tomaram refúgio sob sua sombra, também as pessoas de todas as nações e línguas no tempo designado por Deus.

2. Em referência à graça de Deus no coração.

A graça, quando pela primeira vez implantada na alma, frequentemente é muito pequena, mostrando-se apenas em algumas visões cintilantes, ligeiras convicções, bons desejos, propósitos e desempenhos fracos. Mas com o decorrer do tempo ela cresce em todas as partes, espalha as suas raízes na alma, e se torna mais forte em todos os seus ramos. A fé que era fraca, é confirmada, a esperança que estava definhando, se faz alegre e abundante, e o amor que era frio e egoísta, exibe-se com pureza e fervor. E todos, que entram na esfera de sua influência, recebem descanso e refrigério de sua sombra salutar, Os 14.7.
Na verdade o seu crescimento integral não pode ser visto neste mundo. Que visão gloriosa, seremos levados a ter no céu, onde cada árvore de justiça floresce com beleza imarcescível e exibe as cores mais brilhantes do poder e da eficácia da Graça Redentora.

Tendo feito a comparação, vamos agora avançar para,

II. Melhorá-la.

As partes de nossa melhoria devem necessariamente se relacionar aos diferentes pontos de vista em que a parábola foi explicada.
Vamos tirar disto, portanto, algumas observações.

1. Para o nosso encorajamento em relação à Igreja em geral.

Isto, pelo espírito de profecia, é belamente descrito como a passagem diante dos olhos do profeta Isaías, e que é impactante para a própria igreja, Is 49.18-21.

É para se lamentar que a infidelidade e profanação tenham corrido o mundo, e que esta árvore que o Senhor tem plantado, tenha sido tão "desperdiçada e devorada pelas feras do campo." Mas ainda assim o estoque permanece, e nunca será desarraigado. Suas raízes ainda brotarão para baixo e frutificará acima. Em várias épocas a Igreja foi confinada dentro de limites muito estreitos, e ainda tem sempre sido preservada. Nos dias de Noé e de Abraão, os ramos foram cortados, e nada restou, mas do mero tronco, ela estendeu ramos novos. Por isso, deve fazê-lo novamente, até que finalmente cubra toda a Terra. Onde não há nada agora, senão idolatria e toda espécie de maldade, haverá um dia "santidade ao Senhor inscrito sobre as próprias campainhas dos cavalos." Reguemos então esta árvore com as nossas orações e lágrimas. Vamos ajudar no seu crescimento por todos os meios ao nosso alcance, e olhar com confiança para aquele período, quando todas as nações do mundo virão e se sentarão à sua sombra benigna.

2. Para nosso consolo sob dúvidas e apreensões pessoais.

Por causa da pequenez das nossas realizações às vezes estamos prontos para duvidar se a pequena semente da graça em nossos corações nunca crescerá para qualquer uso ou benefício. Mas não há um santo no céu cuja graça não tenha sido uma vez relativamente fraca.
Todos eram "como bebês recém-nascidos", nem deixaram de ser isto até que tivessem aprendido muitas lições humilhantes, para que atingissem a idade de jovens e pais, I Jo 2.12,13. Assim, no mundo natural, o maior carvalho foi uma vez uma bolota (como se chama a sua semente), e a maior árvore de mostarda foi uma pequena e desprezível semente. Por que, então, alguém desanimaria por causa das aparências presentes? Por que não deveríamos esperar que no decorrer do tempo nossas graças sejam fortalecidas, e nossos ramos sejam enchidos em grande extensão com frutos?
Nosso Deus nos assegura que ele "não despreza o dia das pequenas coisas", Zac 4.10, por que então deveríamos? Vamos confiar, e não temer. Vamos olhar para o céu para receber as influências do sol e da chuva; e não duvidemos que Deus completará o trabalho que ele começou, e cumprirá em nós todo o beneplácito de sua bondade.

Texto de Charles Simeon, em domínio púbico, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra.


Marcos 4.33,34 - Vide Mateus 13.34,35

Marcos 4.33 E com muitas parábolas tais lhes dirigia a palavra, conforme podiam compreender.
Marcos 4.34 E sem parábola não lhes falava; mas em particular explicava tudo a seus discípulos.


Marcos 4.35-41 - Vide Mateus 8.23-27

Marcos 4.35 Naquele dia, quando já era tarde, disse-lhes: Passemos para o outro lado.
Marcos 4.36 E eles, deixando a multidão, o levaram consigo, assim como estava, no barco; e havia com ele também outros barcos.
Marcos 4.37 E se levantou grande tempestade de vento, e as ondas batiam dentro do barco, de modo que já se enchia.
Marcos 4.38 Ele, porém, estava na popa dormindo sobre a almofada; e despertaram-no, e lhe perguntaram: Mestre, não se te dá que pereçamos?
Marcos 4.39 E ele, levantando-se, repreendeu o vento, e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E cessou o vento, e fez-se grande bonança.
Marcos 4.40 Então lhes perguntou: Por que sois assim tímidos? Ainda não tendes fé?
Marcos 4.41 Encheram-se de grande temor, e diziam uns aos outros: Quem, porventura, é este, que até o vento e o mar lhe obedecem?










Marcos 5

Marcos 5.1-20 - Vide Mateus 8.28-33

Marcos 5.1 Chegaram então ao outro lado do mar, à terra dos gerasenos.
Marcos 5.2 E, logo que Jesus saíra do barco, lhe veio ao encontro, dos sepulcros, um homem com espírito imundo,
Marcos 5.3 o qual tinha a sua morada nos sepulcros; e nem ainda com cadeias podia alguém prendê-lo;
Marcos 5.4 porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram por ele feitas em pedaços, e os grilhões em migalhas; e ninguém o podia domar;
Marcos 5.5 e sempre, de dia e de noite, andava pelos sepulcros e pelos montes, gritando, e ferindo-se com pedras,
Marcos 5.6 Vendo, pois, de longe a Jesus, correu e adorou-o;
Marcos 5.7 e, clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? conjuro-te por Deus que não me atormentes.
Marcos 5.8 Pois Jesus lhe dizia: Sai desse homem, espírito imundo.
Marcos 5.9 E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? Respondeu-lhe ele: Legião é o meu nome, porque somos muitos.
Marcos 5.10 E rogava-lhe muito que não os enviasse para fora da região.
Marcos 5.11 Ora, andava ali pastando no monte uma grande manada de porcos.
Marcos 5.12 Rogaram-lhe, pois, os demônios, dizendo: Manda-nos para aqueles porcos, para que entremos neles.
Marcos 5.13 E ele lho permitiu. Saindo, então, os espíritos imundos, entraram nos porcos; e precipitou-se a manada, que era de uns dois mil, pelo despenhadeiro no mar, onde todos se afogaram.
Marcos 5.14 Nisso fugiram aqueles que os apascentavam, e o anunciaram na cidade e nos campos; e muitos foram ver o que era aquilo que tinha acontecido.
Marcos 5.15 Chegando-se a Jesus, viram o endemoninhado, o que tivera a legião, sentado, vestido, e em perfeito juízo; e temeram.
Marcos 5.16 E os que tinham visto aquilo contaram-lhes como havia acontecido ao endemoninhado, e acerca dos porcos.
Marcos 5.17 Então começaram a rogar-lhe que se retirasse dos seus termos.
Marcos 5.18 E, entrando ele no barco, rogava-lhe o que fora endemoninhado que o deixasse estar com ele.
Marcos 5.19 Jesus, porém, não lho permitiu, mas disse-lhe: Vai para tua casa, para os teus, e anuncia-lhes o quanto o Senhor te fez, e como teve misericórdia de ti.
Marcos 5.20 Ele se retirou, pois, e começou a publicar em Decápolis tudo quanto lhe fizera Jesus; e todos se admiravam.

O Endemoninhado Gadareno

Os milagres de nosso bendito Senhor eram certamente destinados, em primeira instância, para atestar a veracidade de sua missão divina; através da qual ele mesmo frequentemente lhes apelava. Todavia eles também tencionavam obscurecer os benefícios que ele estava conferindo às almas dos homens. Em ambos pontos de vista o milagre diante de nós é merecedor da consideração mais atenta. É verdade que os infiéis têm tentado reduzir este milagre a uma mera cura de uma  epilepsia. Mas é evidente que os demônios foram expulsos dele pelo poder de nosso Senhor, pois foi por eles que a manada de porcos foi impelida a correr para o mar. Um único homem, ou dois homens (conforme Mateus nos diz que havia dois, apesar de Marcos ter registrado apenas a libertação de um), não poderia dirigir dois mil suínos para o mar, que era o número deste rebanho (v. 13); e esta destruição consequente dos porcos em razão da expulsão dos demônios do pobre endemoninhado, mostrou quão grande livramento tinha sido feito para ele, e como todas as hostes do inferno estavam sujeitas completamente ao controle de nosso bendito Senhor.

Para entender estes eventos corretamente, devemos considerá-los,

I. Tal como ocorreu naquela ocasião.

Notamos,

1. O milagre operado.

Satanás naquela época tinha grande poder sobre os corpos dos homens; e uma "legião" de demônios tinha ocupado aquele pobre infeliz, a quem eles dotaram de uma força totalmente sobrenatural, de sorte que nem correntes ou grilhões poderiam prendê-lo. Mas, ao comando de Jesus eles deixaram o seu prisioneiro em perfeita liberdade. Temendo que Jesus os enviaria imediatamente para o abismo do inferno, que é, e para sempre será, sua morada apropriada, os demônios solicitaram permissão para entrarem na manada de porcos, e, tendo ganho a permissão do Senhor, instigaram toda a manada a correr para dentro do mar, onde foram todos destruídos. Provavelmente os demônios esperavam com isso indispor os donos dos porcos contra o Senhor Jesus, e nisto eles conseguiram o que desejaram.

2. Os efeitos produzidos.

O efeito sobre a gadarenos, que perderam o rebanho, foi o de torná-los todos, mesmo toda a cidade, ansiosos, para que nosso Senhor deixasse tanto o local quanto as suas cercanias. Alguém teria suposto que de fato a misericórdia concedida ao endemoninhado devesse fazer os gadarenos mais ansiosos para reter nosso Senhor entre eles, para que pudessem obter semelhantes misericórdias de suas mãos; mas uma preocupação para com seus interesses temporais suplantou qualquer outra consideração, e os uniu a todos em um único pedido: que Jesus "se retirasse dos seus termos".

Mas quão diferente foi o efeito sobre o homem a quem Jesus tinha livrado! Ele seguiu Jesus ao barco, e lhe pediu que permitisse ser seu seguidor. E, quando Jesus, por sábias e graciosas razões, lho proibiu,  disse-lhe, que fosse para casa, para seus amigos e parentes, e lhes dissesse que Deus teve misericórdia dele, e ele foi para casa, e com fidelidade e gratidão proclamou a todos ao seu redor os benefícios que ele tinha recebido de seu adorável Benfeitor.

Mas, para não me debruçar sobre os acontecimentos que, então, tomaram lugar, desejo que você os visualizasse mais particularmente,

II. Como sendo ainda renovadas diariamente diante de nossos olhos essas coisas que podem ser bem certas:

1. Satanás ainda tem poder mais terrível sobre os homens.

Ele já não, eu entendo, possui, como antes, os corpos dos homens; desde que foi despojado com todos os demônios na cruz, mas ele não tem nem um pouco menos de influência do que  tinha sobre suas almas. Veja a que extensão toda a raça humana é sujeitada ao seu controle. Todos os homens sem exceção se levantaram em rebelião contra Deus. Nem se submeterão a qualquer restrição, quer da razão ou da consciência. Cada um segue sua própria vontade e seu próprio caminho, mesmo para o grande prejuízo de todos ao seu redor, e para a certeza da destruição de sua própria alma. Diga aos homens sobre a sua responsabilidade para com Deus, e dos terrores que os esperam no mundo eterno, e dirão, como os demônios neste pobre endemoninhado: "O que temos a ver com essas coisas?" ou como Faraó: "Quem é o Senhor, para que o sirvamos? Não conhecemos o Senhor, nem obedeceremos a sua voz." Nem mesmo este pobre endemoninhado agiu da forma insana que geralmente fazem os que se encontram ao nosso redor: ele feriu o seu corpo, mas estes, por tudo o que eles fazem, ferem e destroem as suas almas imortais; tanto isto é verdade que é visto na declaração de Salomão, " também o coração dos homens está cheio de maldade, nele há desvarios enquanto vivem; depois, rumo aos mortos..", Ec 9.3. E tudo isso é por instigação do diabo, que é "o deus deste mundo", 2 Cor 4.4, e "opera em todas os filhos da desobediência.", Ef 2.2.

2. Mas Jesus ainda exerce o mesmo soberano poder sobre ele.

Verdadeiramente a palavra do Senhor é ainda viva e eficaz, nem pode todos os poderes do inferno resistir à mesma. Nós vemos o efeito, tão visível como jamais os gadarenos viram, da palavra prevalecendo na ministração do Evangelho. Não há mesmo aqui alguém presente que tenha passado da morte para vida, e que tenha sido transportado do poder das trevas para o reino do Filho amado de Deus? O Filho Pródigo nos mostra que mudança ocorre na alma, quando, uma vez é habilitada a se livrar do laço do diabo, e afirmar a sua liberdade. E se nele vemos toda a loucura de uma vida passada sob a influência do diabo, e todo a bem-aventurança de uma vida consagrada ao serviço do Altíssimo, então podemos ver o mesmo em muitos, eu creio, entre nós mesmos, que, pelo evangelho pregado, "foram transportados das trevas para a luz, e do poder de Satanás para Deus”, Atos 26.18.

3. Mas ainda existe a mesma inimizade contra o Salvador nos corações dos homens ímpios.

Quando o poder da graça divina é visto na libertação dos pecadores dos laços de Satanás, deveríamos naturalmente supor que todos os que veem a mudança deveriam se alegrar com isto, e terem o desejo de se tornarem participantes dos mesmos benefícios. Mas o que é muito o contrário disso é encontrado na verdade em todos os lugares, e, como na passagem diante de nós, uma oposição ao Salvador é levantada, e pessoas de todos os tipos se unem num desejo de expulsá-lo. Nisto, Herodes e Pôncio Pilatos se unirão; nisto judeus e gentios concordarão; nisto "mulheres devotadas" serão achadas unidas a "homens perversos e vadios"; o desejo de todas as categorias e ordens de homens ímpios estão em perfeita harmonia sobre este assunto, todos eles exclamam à uma voz: "Apartai-vos de nós, não desejamos o conhecimento dos teus caminhos."

4. No entanto, ainda por parte daqueles que têm experimentado os  benefícios da sua salvação, existe o desejo de glorificar o seu nome.

Comungar com o Salvador, desfrutar de sua presença, cumprir a sua vontade completamente e obter as comunicações mais ricas de sua graça, são os principais desejos de todos os que foram libertados por ele do poder do diabo. Qualquer que seja a sua situação na vida, eles serão "como luzes num mundo de trevas", e será assim feito que “a sua luz brilhe diante dos homens, para que todos que a vejam glorifiquem o nome de Jesus." Eles se sentem compromissados a se levantarem como suas testemunhas, de que ele é "o homem mais forte, o único que pode amarrar o valente armado", e livrar de suas amarras os vassalos que foram feitos cativos à sua vontade. Com um sentimento de gratidão ao seu celeste Benfeitor, eles irão, como o gadareno que foi libertado, recomendá-lo a todos ao seu redor, dizendo com o salmista: "Vinde, e ouvi, todos que temeis a Deus, e lhes direi o que ele tem feito por minha alma."

Texto de Charles Simeon, em domínio público, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra.



Marcos 5.21-24 - Vide Mateus 9.18,19

Marcos 5.21 Tendo Jesus passado de novo no barco para o outro lado, ajuntou-se a ele uma grande multidão; e ele estava à beira do mar.
Marcos 5.22 Chegou um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo e, logo que viu a Jesus, lançou-se-lhe aos pés.
Marcos 5.23 e lhe rogava com instância, dizendo: Minha filhinha está nas últimas; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare e viva.
Marcos 5.24 Jesus foi com ele, e seguia-o uma grande multidão, que o apertava.


Marcos 5.25-34 - Vide Mateus 9.20-22

Marcos 5.25 Ora, certa mulher, que havia doze anos padecia de uma hemorragia,
Marcos 5.26 e que tinha sofrido bastante às mãos de muitos médicos, e despendido tudo quanto possuía sem nada aproveitar, antes indo a pior,
Marcos 5.27 tendo ouvido falar a respeito de Jesus, veio por detrás, entre a multidão, e tocou-lhe o manto;
Marcos 5.28 porque dizia: Se tão-somente tocar-lhe as vestes, ficaria curada.
Marcos 5.29 E imediatamente cessou a sua hemorragia; e sentiu no corpo estar já curada do seu mal.
Marcos 5.30 E logo Jesus, percebendo em si mesmo que saíra dele poder, virou-se no meio da multidão e perguntou: Quem me tocou as vestes?
Marcos 5.31 Responderam-lhe os seus discípulos: Vês que a multidão te aperta, e perguntas: Quem me tocou?
Marcos 5.32 Mas ele olhava em redor para ver a que isto fizera.
Marcos 5.33 Então a mulher, atemorizada e trêmula, cônscia do que nela se havia operado, veio e prostrou-se diante dele, e declarou-lhe toda a verdade.
Marcos 5.34 Disse-lhe ele: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz, e fica livre desse teu mal.


Marcos 5.35-43 - Vide Mateus 9.23-26

Marcos 5.35 Enquanto ele ainda falava, chegaram pessoas da casa do chefe da sinagoga, a quem disseram: A tua filha já morreu; por que ainda incomodas o Mestre?
Marcos 5.36 O que percebendo Jesus, disse ao chefe da sinagoga: Não temas, crê somente.
Marcos 5.37 E não permitiu que ninguém o acompanhasse, senão Pedro, Tiago, e João, irmão de Tiago.
Marcos 5.38 Chegando à casa do chefe da sinagoga, viu Jesus o alvoroço, os que choravam e os que pranteavam muito.
Marcos 5.39 E, entrando, disse-lhes: Por que fazeis alvoroço e chorais? a menina não morreu, mas dorme.
Marcos 5.40 E riam-se dele; porém ele, tendo feito sair a todos, tomou consigo o pai e a mãe da menina, e os que com ele vieram, e entrou onde a menina estava.
Marcos 5.41 E, tomando a mão da menina, disse-lhe: Talita cumi, que, traduzido, é: Menina, a ti te digo, levanta-te.
Marcos 5.42 Imediatamente a menina se levantou, e pôs-se a andar, pois tinha doze anos. E logo foram tomados de grande espanto.


Marcos 5.43 Então ordenou-lhes expressamente que ninguém o soubesse; e mandou que lhe dessem de comer.








Marcos 6

Marcos 6.1-6 - Vide Mateus 13.53-58

Marcos 6.1 Saiu Jesus dali, e foi para a sua terra, e os seus discípulos o seguiam.
Marcos 6.2 Ora, chegando o sábado, começou a ensinar na sinagoga; e muitos, ao ouví-lo, se maravilhavam, dizendo: Donde lhe vêm estas coisas? e que sabedoria é esta que lhe é dada? e como se fazem tais milagres por suas mãos?
Marcos 6.3 Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? e não estão aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se dele.
Marcos 6.4 Então Jesus lhes dizia: Um profeta não fica sem honra senão na sua terra, entre os seus parentes, e na sua própria casa.
Marcos 6.5 E não podia fazer ali nenhum milagre, a não ser curar alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos.
Marcos 6.6 E admirou-se da incredulidade deles. Em seguida percorria as aldeias circunvizinhas, ensinando.


Marcos 6.7-13 - Vide Mateus 10.5-15

Marcos 6.7 E chamou a si os doze, e começou a enviá-los a dois e dois, e dava-lhes poder sobre os espíritos imundos;
Marcos 6.8 ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, senão apenas um bordão; nem pão, nem alforje, nem dinheiro no cinto;
Marcos 6.9 mas que fossem calçados de sandálias, e que não vestissem duas túnicas.
Marcos 6.10 Dizia-lhes mais: Onde quer que entrardes numa casa, ficai nela até sairdes daquele lugar.
Marcos 6.11 E se qualquer lugar não vos receber, nem os homens vos ouvirem, saindo dali, sacudi o pó que estiver debaixo dos vossos pés, em testemunho conta eles.
Marcos 6.12 Então saíram e pregaram que todos se arrependessem;
Marcos 6.13 e expulsavam muitos demônios, e ungiam muitos enfermos com óleo, e os curavam.


Marcos 6.14-29 - Vide Mateus 14.1-12

Marcos 6.14 E soube disso o rei Herodes (porque o nome de Jesus se tornara célebre), e disse: João, o Batista, ressuscitou dos mortos; e por isso estes poderes milagrosos operam nele.
Marcos 6.15 Mas outros diziam: É Elias. E ainda outros diziam: É profeta como um dos profetas.
Marcos 6.16 Herodes, porém, ouvindo isso, dizia: É João, aquele a quem eu mandei degolar: ele ressuscitou.
Marcos 6.17 Porquanto o próprio Herodes mandara prender a João, e encerrá-lo maniatado no cárcere, por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe; porque ele se havia casado com ela.
Marcos 6.18 Pois João dizia a Herodes: Não te é lícito ter a mulher de teu irmão.
Marcos 6.19 Por isso Herodias lhe guardava rancor e queria matá-lo, mas não podia;
Marcos 6.20 porque Herodes temia a João, sabendo que era varão justo e santo, e o guardava em segurança; e, ao ouvi-lo, ficava muito perplexo, contudo de boa mente o escutava.
Marcos 6.21 Chegado, porém, um dia oportuno quando Herodes no seu aniversário natalício ofereceu um banquete aos grandes da sua corte, aos principais da Galileia,
Marcos 6.22 entrou a filha da mesma Herodias e, dançando, agradou a Herodes e aos convivas. Então o rei disse à jovem: Pede-me o que quiseres, e eu to darei.
Marcos 6.23 E jurou-lhe, dizendo: Tudo o que me pedires te darei, ainda que seja metade do meu reino.
Marcos 6.24 Tendo ela saído, perguntou a sua mãe: Que pedirei? Ela respondeu: A cabeça de João, o Batista.
Marcos 6.25 E tornando logo com pressa à presença do rei, pediu, dizendo: Quero que imediatamente me dês num prato a cabeça de João, o Batista.
Marcos 6.26 Ora, entristeceu-se muito o rei; todavia, por causa dos seus juramentos e por causa dos que estavam à mesa, não lha quis negar.
Marcos 6.27 O rei, pois, enviou logo um soldado da sua guarda com ordem de trazer a cabeça de João. Então ele foi e o degolou no cárcere,
Marcos 6.28 e trouxe a cabeça num prato e a deu à jovem, e a jovem a deu à sua mãe.
Marcos 6.29 Quando os seus discípulos ouviram isso, vieram, tomaram o seu corpo e o puseram num sepulcro.


Marcos 6.30-44 - Vide Mateus 14.13-21 ou João 6.1-14

Marcos 6.30 Reuniram-se os apóstolos com Jesus e contaram-lhe tudo o que tinham feito e ensinado.
Marcos 6.31 Ao que ele lhes disse: Vinde vós, à parte, para um lugar deserto, e descansai um pouco. Porque eram muitos os que vinham e iam, e não tinham tempo nem para comer.
Marcos 6.32 Retiraram-se, pois, no barco para um lugar deserto, à parte.
Marcos 6.33 Muitos, porém, os viram partir, e os reconheceram; e para lá correram a pé de todas as cidades, e ali chegaram primeiro do que eles.
Marcos 6.34 E Jesus, ao desembarcar, viu uma grande multidão e compadeceu-se deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor; e começou a ensinar-lhes muitas coisas.
Marcos 6.35 Estando a hora já muito adiantada, aproximaram-se dele seus discípulos e disseram: O lugar é deserto, e a hora já está muito adiantada;
Marcos 6.36 despede-os, para que vão aos sítios e às aldeias, em redor, e comprem para si o que comer.
Marcos 6.37 Ele, porém, lhes respondeu: Dai-lhes vós de comer. Então eles lhe perguntaram: Havemos de ir comprar duzentos denários de pão e dar-lhes de comer?
Marcos 6.38 Ao que ele lhes disse: Quantos pães tendes? Ide ver. E, tendo-se informado, responderam: Cinco pães e dois peixes.
Marcos 6.39 Então lhes ordenou que a todos fizessem reclinar-se, em grupos, sobre a relva verde.
Marcos 6.40 E reclinaram-se em grupos de cem e de cinquenta.
Marcos 6.41 E tomando os cinco pães e os dois peixes, e erguendo os olhos ao céu, os abençoou; partiu os pães e os entregava a seus discípulos para lhos servirem; também repartiu os dois peixes por todos.
Marcos 6.42 E todos comeram e se fartaram.
Marcos 6.43 Em seguida, recolheram doze cestos cheios dos pedaços de pão e de peixe.
Marcos 6.44 Ora, os que comeram os pães eram cinco mil homens.


Marcos 6.45-52 - Vide Mateus 14.22-33

Marcos 6.45 Logo em seguida obrigou os seus discípulos a entrar no barco e passar adiante, para o outro lado, a Betsaida, enquanto ele despedia a multidão.
Marcos 6.46 E, tendo-a despedido, foi ao monte para orar.
Marcos 6.47 Chegada a tardinha, estava o barco no meio do mar, e ele sozinho em terra.
Marcos 6.48 E, vendo-os fatigados a remar, porque o vento lhes era contrário, pela quarta vigília da noite, foi ter com eles, andando sobre o mar; e queria passar-lhes adiante;
Marcos 6.49 eles, porém, ao vê-lo andando sobre o mar, pensaram que era um fantasma e gritaram;
Marcos 6.50 porque todos o viram e se assustaram; mas ele imediatamente falou com eles e disse-lhes: Tende ânimo; sou eu; não temais.
Marcos 6.51 E subiu para junto deles no barco, e o vento cessou; e ficaram, no seu íntimo, grandemente pasmados;
Marcos 6.52 pois não tinham compreendido o milagre dos pães, antes o seu coração estava endurecido.


Marcos 6.53-56 - Vide Mateus 14.34-36

Marcos 6.53 E, terminada a travessia, chegaram à terra em Genezaré, e ali atracaram.
Marcos 6.54 Logo que desembarcaram, o povo reconheceu a Jesus;
Marcos 6.55 e correndo eles por toda aquela região, começaram a levar nos leitos os que se achavam enfermos, para onde ouviam dizer que ele estava.
Marcos 6.56 Onde quer, pois, que entrava, fosse nas aldeias, nas cidades ou nos campos, apresentavam os enfermos nas praças, e rogavam-lhe que os deixasse tocar ao menos a orla do seu manto; e todos os que a tocavam ficavam curados.











Marcos 7

Marcos 7.1-23 - Vide Mateus 15.1-20

Marcos 7.1 Foram ter com Jesus os fariseus, e alguns dos escribas vindos de Jerusalém,
Marcos 7.2 e repararam que alguns dos seus discípulos comiam pão com as mãos impuras, isto é, por lavar.
Marcos 7.3 Pois os fariseus, e todos os judeus, guardando a tradição dos anciãos, não comem sem lavar as mãos cuidadosamente;
Marcos 7.4 e quando voltam do mercado, se não se purificarem, não comem. E muitas outras coisas há que receberam para observar, como a lavagem de copos, de jarros e de vasos de bronze.
Marcos 7.5 Perguntaram-lhe, pois, os fariseus e os escribas: Por que não andam os teus discípulos conforme a tradição dos anciãos, mas comem o pão com as mãos por lavar?
Marcos 7.6 Respondeu-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim;
Marcos 7.7 mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.
Marcos 7.8 Vós deixais o mandamento de Deus, e vos apegais à tradição dos homens.
Marcos 7.9 Disse-lhes ainda: Bem sabeis rejeitar o mandamento de deus, para guardardes a vossa tradição.
Marcos 7.10 Pois Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser ao pai ou à mãe, certamente morrerá.
Marcos 7.11 Mas vós dizeis: Se um homem disser a seu pai ou a sua mãe: Aquilo que poderías aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta ao Senhor,
Marcos 7.12 não mais lhe permitis fazer coisa alguma por seu pai ou por sua mãe,
Marcos 7.13 invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição que vós transmitistes; também muitas outras coisas semelhantes fazeis.
Marcos 7.14 E chamando a si outra vez a multidão, disse-lhes: Ouvi-me vós todos, e entendei.
Marcos 7.15 Nada há fora do homem que, entrando nele, possa contaminá-lo; mas o que sai do homem, isso é que o contamina.
Marcos 7.16 [Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça.]
Marcos 7.17 Depois, quando deixou a multidão e entrou em casa, os seus discípulos o interrogaram acerca da parábola.
Marcos 7.18 Respondeu-lhes ele: Assim também vós estais sem entender? Não compreendeis que tudo o que de fora entra no homem não o pode contaminar,
Marcos 7.19 porque não lhe entra no coração, mas no ventre, e é lançado fora? Assim declarou puros todos os alimentos.
Marcos 7.20 E prosseguiu: O que sai do homem , isso é que o contamina.
Marcos 7.21 Pois é do interior, do coração dos homens, que procedem os maus pensamentos, as prostituições, os furtos, os homicídios, os adultérios,
Marcos 7.22 a cobiça, as maldades, o dolo, a libertinagem, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a insensatez;
Marcos 7.23 todas estas más coisas procedem de dentro e contaminam o homem.


Marcos 7.24-37 - Vide Mateus 15.21-28

Marcos 7.24 Levantando-se dali, foi para as regiões de Tiro e Sidom. E entrando numa casa, não queria que ninguém o soubesse, mas não pode ocultar-se;
Marcos 7.25 porque logo, certa mulher, cuja filha estava possessa de um espírito imundo, ouvindo falar dele, veio e prostrou-se-lhe aos pés;
Marcos 7.26 (ora, a mulher era grega, de origem siro-fenícia) e rogava-lhe que expulsasse de sua filha o demônio.
Marcos 7.27 Respondeu-lhes Jesus: Deixa que primeiro se fartem os filhos; porque não é bom tomar o pão dos filhos e lança-lo aos cachorrinhos.
Marcos 7.28 Ela, porém, replicou, e disse-lhe: Sim, Senhor; mas também os cachorrinhos debaixo da mesa comem das migalhas dos filhos.
Marcos 7.29 Então ele lhe disse: Por essa palavra, vai; o demônio já saiu de tua filha.
Marcos 7.30 E, voltando ela para casa, achou a menina deitada sobre a cama, e que o demônio já havia saído.
Marcos 7.31 Tendo Jesus partido das regiões de Tiro, foi por Sidom até o mar da Galileia, passando pelas regiões de Decápolis.
Marcos 7.32 E trouxeram-lhe um surdo, que falava dificilmente; e rogaram-lhe que pusesse a mão sobre ele.
Marcos 7.33 Jesus, pois, tirou-o de entre a multidão, à parte, meteu-lhe os dedos nos ouvidos e, cuspindo, tocou-lhe na língua;
Marcos 7.34 e erguendo os olhos ao céu, suspirou e disse-lhe: Efatá; isto é Abre-te.
Marcos 7.35 E abriram-se-lhe os ouvidos, a prisão da língua se desfez, e falava perfeitamente.
Marcos 7.36 Então lhes ordenou Jesus que a ninguém o dissessem; mas, quando mais lho proibia, tanto mais o divulgavam.
Marcos 7.37 E se maravilhavam sobremaneira, dizendo: Tudo tem feito bem; faz até os surdos ouvir e os mudos falar.

Do milagre que temos diante de nós, podemos considerar,

I. A maneira pela qual ele foi realizado.

Muitas lições instrutivas podem ser aprendidas a partir de uma pesquisa atenta da conduta de nosso Senhor em cada parte de sua vida. Sua maneira de realizar esse milagre é peculiarmente digna de nota. Ele foi,

Humilde

Ele "levou o homem para além da multidão" que o rodeava; não porque estivesse com medo de ter seus milagres inspecionados e examinados; pois a maior parte deles foi realizada publicamente diante de todos, mas em algumas ocasiões ele achou melhor ocultar as suas obras. Ele não desejava que a inveja dos sacerdotes fosse excitada, ou o ciúme dos governantes. Ele trabalhou também para evitar toda a aparência de ostentação; ele iria nos mostrar através do seu exemplo como nossos atos de beneficência devem ser realizados, e que nunca devem ser pelo amor dos aplausos dos homens. Por isso ele exigiu que esse milagre não fosse divulgado. Ele também " olhou para o céu ", em reconhecimento da participação de seu Pai. Não, porque não tivesse em si mesmo todo o poder para fazer tudo o que quisesse; mas, como Mediador, ele tudo fazia pela intermediação de seu Pai celestial, e, portanto, dirigia os olhos dos homens a ele como a fonte de todo o bem. Assim, ele nos ensina a olhar para o céu para ajuda, mesmo naquelas coisas para as quais poderíamos supor ser suficientes, e a buscar em cada coisa, não a nossa glória, mas a glória de Deus.

Compassivo

Sensibilizado com piedade para o objeto diante dele, "suspirou". Ele não podia sequer ver as presentes misérias produzida pelo pecado, sem comiseração profunda. Assim, ele mostrou como era apto para ser o nosso grande sumo sacerdote, e como devemos sentir em relação aos outros, e para suportar as suas cargas. Nunca deveríamos ver as enfermidades físicas dos outros sem o desejo de aliviá-los; nem, sem gratidão a Deus pelo uso contínuo de nossas próprias faculdades.

Soberano

Embora ele tivesse olhado para o céu, ele operou o milagre por seu próprio poder. Ele tinha somente que emitir o comando: “seja aberto” (Efatá). Aquele que disse uma vez: Haja luz , e houve luz, precisava apenas expressar a sua vontade, a fim de ser obedecida.
Imediatamente o homem recebeu o perfeito uso de suas faculdades; e, embora ordenado a guardar segredo, tornou-se um instrumento ativo para espalhar o louvor a seu Benfeitor.

Misterioso

Nosso Senhor teve o prazer de colocar o seu dedo nos ouvidos do homem, e de tocar a sua língua com o dedo, o qual ele tinha previamente umedecido com sua própria saliva. Qual foi a intenção precisa destes meios, não podemos determinar. Certamente não tinham qualquer conexão necessária com a restauração das faculdades do homem, mas eles não estão sem o seu uso no que respeita a nós. Eles mostram que não há meios, sejam quais forem em si mesmos, que sejam inadequados para o final proposto, que ele não possa fazer uso para a sua própria glória, e que nos levam a nos submeter a qualquer meio pelo qual possa ser do seu agrado para nos transmitir seus benefícios.

Mas, para considerações mais minuciosas, há outras que podem surgir a partir de uma visão mais geral do milagre:

II. A melhoria que devemos fazer dele.

Todos os milagres tinham a intenção de confirmar a doutrina entregue por nosso Senhor.
Podemos muito bem, portanto, considerar isso como,

1. Uma prova de sua missão.

Há muito tempo havia sido predito que o Messias deveria realizar milagres. A restauração dos homens, para o uso de suas faculdades estava entre o número de obras que deveriam ser operadas por ele, Is 35.5,6. Aqui, então, a profecia recebeu uma realização literal.
Nós desfrutamos de fato de tal abundante luz e evidência que não precisamos do apoio de um único milagre; assim todos os milagres coletivamente, ou individualmente, nos asseguram além de qualquer dúvida, que Jesus é o Messias (Cristo).

2. Uma amostra de seu trabalho.

Jesus tinha um trabalho muito maior do que a cura de distúrbios corporais, Ele é o grande médico, cujo ofício é o de curar as almas dos homens. Os sinais que ele fazia nos dias da sua carne eram apenas sombras daqueles que ele tinha sido comissionado para executar. Ele desobstruiu os ouvidos dos homens, de modo que eles possam "ouvir a sua voz, e viver", ele solta a língua de modo que eles possam mostrar o Seu louvor. Isso ele faz pela energia invisível, mas eficaz do seu Espírito. Que aqueles que ainda nunca ouviram a sua voz, implorem pela sua ajuda; que aqueles que ainda não o louvam, supliquem pelo  seu favor. Em breve todas as enfermidades naturais ou adquiridas serão curadas pela sua palavra, e "Efatá" será o início de uma nova vida celestial.

3. Um estímulo para que todos possam recorrer a ele.

O objeto de sua compaixão nada tinha para que fosse recomendado a ele;  o seu desejo de alívio foi suficiente para suscitar a piedade de nosso Senhor. Quem então, deveria permanecer distante de Jesus, por conta de sua indignidade? Devemos fazer de nossas enfermidades uma razão para continuar longe dele? Não deveríamos ter por meio delas ocasião para lhe suplicar mais intensamente? E ele não se alegraria em manifestar o seu poder e amor para conosco?
Que cada um, então, o busque com humildade e fé. Nenhum distúrbio, por mais complicado que seja, poderá resistir à Sua vontade.  O crente suplicante experimentará em breve a eficácia da Sua graça, e terá a oportunidade de adicionar o seu testemunho aos daqueles do passado.



Texto de Charles Simeon, em domínio público, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra.







Marcos 8

Marcos 8.1-10 - Vide Mateus 15.32-39

Marcos 8.1 Naqueles dias, havendo de novo uma grande multidão, e não tendo o que comer, chamou Jesus os discípulos e disse-lhes:
Marcos 8.2 Tenho compaixão da multidão, porque já faz três dias que eles estão comigo, e não têm o que comer.
Marcos 8.3 Se eu os mandar em jejum para suas casas, desfalecerão no caminho; e alguns deles vieram de longe.
Marcos 8.4 E seus discípulos lhe responderam: Donde poderá alguém satisfazê-los de pão aqui no deserto?
Marcos 8.5 Perguntou-lhes Jesus: Quantos pães tendes? Responderam: Sete.
Marcos 8.6 Logo mandou ao povo que se sentasse no chão; e tomando os sete pães e havendo dado graças, partiu-os e os entregava a seus discípulos para que os distribuíssem; e Marcos 8.eles os distribuíram pela multidão.
Marcos 8.7 Tinham também alguns peixinhos, os quais ele abençoou, e mandou que estes também fossem distribuídos.
Marcos 8.8 Comeram, pois, e se fartaram; e dos pedaços que sobejavam levantaram sete alcofas.
Marcos 8.9 Ora, eram cerca de quatro mil homens. E Jesus os despediu.
Marcos 8.10 E, entrando logo no barco com seus discípulos, foi para as regiões de Dalmanuta.


Marcos 8.11-13 - Vide Mateus 16.1-4

Marcos 8.11 Saíram os fariseus e começaram a discutir com ele, pedindo-lhe um sinal do céu, para o experimentarem.
Marcos 8.12 Ele, suspirando profundamente em seu espírito, disse: Por que pede esta geração um sinal? Em verdade vos digo que a esta geração não será dado sinal algum.
Marcos 8.13 E, deixando-os, tornou a embarcar e foi para o outro lado.


Marcos 8.14-21 - Vide Mateus 16-5-12

Marcos 8.14 Ora, eles se esqueceram de levar pão, e no barco não tinham consigo senão um pão.
Marcos 8.15 E Jesus ordenou-lhes, dizendo: Olhai, guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes.
Marcos 8.16 Pelo que eles arrazoavam entre si porque não tinham pão.
Marcos 8.17 E Jesus, percebendo isso, disse-lhes: Por que arrazoais por não terdes pão? não compreendeis ainda, nem entendeis? tendes o vosso coração endurecido?
Marcos 8.18 Tendo olhos, não vedes? e tendo ouvidos, não ouvis? e não vos lembrais?
Marcos 8.19 Quando parti os cinco pães para os cinco mil, quantos cestos cheios de pedaços levantastes? Responderam-lhe: Doze.
Marcos 8.20 E quando parti os sete para os quatro mil, quantas alcofas cheias de pedaços levantastes? Responderam-lhe: Sete.
Marcos 8.21 E ele lhes disse: Não entendeis ainda?


Marcos 8.22-26:

Marcos 8.22 Então chegaram a Betsaída. E trouxeram-lhe um cego, e rogaram-lhe que o tocasse.
Marcos 8.23 Jesus, pois, tomou o cego pela mão, e o levou para fora da aldeia; e cuspindo-lhe nos olhos, e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe: Vês alguma coisa?
Marcos 8.24 E, levantando ele os olhos, disse: Estou vendo os homens; porque como árvores os vejo andando.
Marcos 8.25 Então tornou a pôr-lhe as mãos sobre os olhos; e ele, olhando atentamente, ficou restabelecido, pois já via nitidamente todas as coisas.
Marcos 8.26 Depois o mandou para casa, dizendo: Mas não entres na aldeia.

Esta cura é relacionada somente por Marcos, e há algo singular nas circunstâncias.
Aqui está um homem cego levado a Cristo por seus amigos, com um desejo que ele o tocasse para que fosse curado. A fé dos que o trouxeram era então evidente, mas o próprio cego não mostrou serenidade ou expectativa de que pudesse ser curado.
Então, apesar de já ter sido curado ao primeiro toque do Senhor, sua mente ansiosa não lhe permitia enxergar corretamente, mas esta foi também tratada pelo segundo toque de Jesus, e então ele pôde ver perfeitamente.
É interessante observar que para operar tal milagre nosso Senhor tomando o cego pela mão conduziu-o para fora da aldeia em que se encontrava, e depois de tê-lo curado lhe enviou para casa dizendo que não entrasse na aldeia.
Evidentemente Ele não queria que as pessoas da aldeia testemunhassem o que havia feito, provavelmente pela incredulidade que sabia haver nos habitantes da mesma. Nós vemos em outra passagem, Jesus tendo o cuidado de remover os incrédulos do quarto onde se encontrava a filha de Jairo, para que não vissem a menina sendo ressuscitada por Ele.
Quem não crer no Senhor não é digno de ver não somente suas operações miraculosas, como também tudo o que se refere ao reino de Deus permanece em profundo mistério para eles, porque seus olhos não são abertos para que vejam a verdade.
Não se trata portanto de serem pecadores, pois todos o somos, senão por motivo da sua incredulidade, que lhes impede de atribuir a devida honra a Deus.


Marcos 8.27-30 - Vide Mateus 16.13-20

Marcos 8.27 E saiu Jesus com os seus discípulos para as aldeias de Cesareia de Filipe, e no caminho interrogou os discípulos, dizendo: Quem dizem os homens que eu sou?
Marcos 8.28 Responderam-lhe eles: Uns dizem: João, o Batista; outros: Elias; e ainda outros: Algum dos profetas.
Marcos 8.29 Então lhes perguntou: Mas vós, quem dizeis que eu sou? Respondendo, Pedro lhe disse: Tu és o Cristo.
Marcos 8.30 E ordenou-lhes Jesus que a ninguém dissessem aquilo a respeito dele.


Marcos 8.31-33 - Vide Mateus 16.21-23

Marcos 8.31 Começou então a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do homem padecesse muitas coisas, que fosse rejeitado pelos anciãos e principais sacerdotes e pelos escribas, que fosse morto, e que depois de três dias ressurgisse.
Marcos 8.32 E isso dizia abertamente. Ao que Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo.
Marcos 8.33 Mas ele, virando-se olhando para seus discípulos, repreendeu a Pedro, dizendo: Para trás de mim, Satanás; porque não cuidas das coisas que são de Deus, mas sim das que são dos homens.


Marcos 8.34-38 - Vide Mateus 16.24-28

Marcos 8.34 E chamando a si a multidão com os discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me.
Marcos 8.35 Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, salvá-la-á.
Marcos 8.36 Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida?
Marcos 8.37 Ou que diria o homem em troca da sua vida?
Marcos 8.38 Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também dele se envergonhará o Filho do homem quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos.











Marcos 9

Marcos 9.1

Marcos 9.1 Disse-lhes mais: Em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns há que de modo nenhum provarão a morte até que vejam o reino de Deus já chegando com poder.

Se fôssemos aplicar estas palavras de Jesus ao estabelecimento do reino de Deus em sua forma final por ocasião da sua segunda vinda, certamente não poderíamos entendê-la como se referindo ao não passar pela morte física, pois já se passaram cerca de dois mil anos em que fez tal afirmação e não ocorreu ainda o seu retorno.
Se forem entendidas no sentido espiritual, quanto a não mais estarem mortos espiritualmente os que nele cressem, então o dito é exato porque aquele que crê no Senhor já não morre mais, quer espiritual, quer eternamente.
Todavia, uma melhor interpretação seria a de que o reino de Deus se manifestaria com poder quando o Espírito Santo fosse derramado no dia de Pentecostes, e alguns seriam batizados no Espirito, e pela conversão entrariam no reino de Deus, antes de morrerem fisicamente, pois o reino de Deus não vem com aparência visível e está entre nós e em nós, quando cremos em Cristo.
O reino da graça já é chegado desde que Jesus morreu e ressuscitou, mas aguardamos pelo reino da glória.


Marcos 9.2-8 - Vide Mateus 17.1-8

Marcos 9.2 Seis dias depois tomou Jesus consigo a Pedro, a Tiago, e a João, e os levou à parte sós, a um alto monte; e foi transfigurado diante deles;
Marcos 9.3 as suas vestes tornaram-se resplandecentes, extremamente brancas, tais como nenhum lavandeiro sobre a terra as poderia branquear.
Marcos 9.4 E apareceu-lhes Elias com Moisés, e falavam com Jesus.
Marcos 9.5 Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Mestre, bom é estarmos aqui; façamos, pois, três cabanas, uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias.
Marcos 9.6 Pois não sabia o que havia de dizer, porque ficaram atemorizados.
Marcos 9.7 Nisto veio uma nuvem que os cobriu, e dela saiu uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado; a ele ouvi.
Marcos 9.8 De repente, tendo olhado em redor, não viram mais a ninguém consigo, senão só a Jesus.


Marcos 9.9-13 - Vide Mateus 17.9-13

Marcos 9.9 Enquanto desciam do monte, ordenou-lhes que a ninguém contassem o que tinham visto, até que o Filho do homem ressurgisse dentre os mortos.
Marcos 9.10 E eles guardaram o caso em segredo, indagando entre si o que seria o ressurgir dentre os mortos.
Marcos 9.11 Então lhe perguntaram: Por que dizem os escribas que é necessário que Elias venha primeiro?
Marcos 9.12 Respondeu-lhes Jesus: Na verdade Elias havia de vir primeiro, a restaurar todas as coisas; e como é que está escrito acerca do Filho do homem que ele deva padecer muito a ser aviltado?
Marcos 9.13 Digo-vos, porém, que Elias já veio, e fizeram-lhe tudo quanto quiseram, como dele está escrito.


Marcos 9.14-29 - Vide Mateus 17.14-21

Marcos 9.14 Quando chegaram aonde estavam os discípulos, viram ao redor deles uma grande multidão, e alguns escribas a discutirem com eles.
Marcos 9.15 E logo toda a multidão, vendo a Jesus, ficou grandemente surpreendida; e correndo todos para ele, o saudavam.
Marcos 9.16 Perguntou ele aos escribas: Que é que discutis com eles?
Marcos 9.17 Respondeu-lhe um dentre a multidão: Mestre, eu te trouxe meu filho, que tem um espírito mudo;
Marcos 9.18 e este, onde quer que o apanha, convulsiona-o, de modo que ele espuma, range os dentes, e vai definhando; e eu pedi aos teus discípulos que o expulsassem, e não puderam.
Marcos 9.19 Ao que Jesus lhes respondeu: ç geração incrédula! até quando estarei convosco? até quando vos hei de suportar? Trazei-mo.
Marcos 9.20 Então lho trouxeram; e quando ele viu a Jesus, o espírito imediatamente o convulsionou; e o endemoninhado, caindo por terra, revolvia-se espumando.
Marcos 9.21 E perguntou Jesus ao pai dele: Há quanto tempo sucede-lhe isto? Respondeu ele: Desde a infância;
Marcos 9.22 e muitas vezes o tem lançado no fogo, e na água, para o destruir; mas se podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos.
Marcos 9.23 Ao que lhe disse Jesus: Se podes! - tudo é possível ao que crê.
Marcos 9.24 Imediatamente o pai do menino, clamando, [com lágrimas] disse: Creio! Ajuda a minha incredulidade.
Marcos 9.25 E Jesus, vendo que a multidão, correndo, se aglomerava, repreendeu o espírito imundo, dizendo: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai dele, e nunca mais entres nele.
Marcos 9.26 E ele, gritando, e agitando-o muito, saiu; e ficou o menino como morto, de modo que a maior parte dizia: Morreu.
Marcos 9.27 Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu; e ele ficou em pé.
Marcos 9.28 E quando entrou em casa, seus discípulos lhe perguntaram à parte: Por que não pudemos nós expulsá-lo?
Marcos 9.29 Respondeu-lhes: Esta casta não sai de modo algum, salvo à força de oração [e jejum.]


Marcos 9.30-32 - Vide Mateus 17.22,23

Marcos 9.30 Depois, tendo partido dali, passavam pela Galileia, e ele não queria que ninguém o soubesse;
Marcos 9.31 porque ensinava a seus discípulos, e lhes dizia: O Filho do homem será entregue nas mãos dos homens, que o matarão; e morto ele, depois de três dias ressurgirá.
Marcos 9.32 Mas eles não entendiam esta palavra, e temiam interrogá-lo.


Marcos 9.33-37 - Vide Mateus 18.1-5

Marcos 9.33 Chegaram a Cafarnaum. E estando ele em casa, perguntou-lhes: Que estáveis discutindo pelo caminho?
Marcos 9.34 Mas eles se calaram, porque pelo caminho haviam discutido entre si qual deles era o maior.
Marcos 9.35 E ele, sentando-se, chamou os doze e lhes disse: se alguém quiser ser o primeiro, será o derradeiro de todos e o servo de todos.
Marcos 9.36 Então tomou uma criança, pô-la no meio deles e, abraçando-a, disse-lhes:
Marcos 9.37 Qualquer que em meu nome receber uma destas crianças, a mim me recebe; e qualquer que me recebe a mim, recebe não a mim mas àquele que me enviou.


Marcos 9.38-41 - Vide Lucas 9.49,50

Marcos 9.38 Disse-lhe João: Mestre, vimos um homem que em teu nome expulsava demônios, e nós lho proibimos, porque não nos seguia.
Marcos 9.39 Jesus, porém, respondeu: Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e possa logo depois falar mal de mim;
Marcos 9.40 pois quem não é contra nós, é por nós.
Marcos 9.41 Porquanto qualquer que vos der a beber um copo de água em meu nome, porque sois de Cristo, em verdade vos digo que de modo algum perderá a sua recompensa.


Marcos 9.42-48 - Vide Mateus 18.6-9

Marcos 9.42 Mas qualquer que fizer tropeçar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e que fosse lançado no mar.
Marcos 9.43 E se a tua mão te fizer tropeçar, corta-a; melhor é entrares na vida aleijado, do que, tendo duas mãos, ires para o inferno, para o fogo que nunca se apaga.
Marcos 9.44 [onde o seu verme não morre, e o fogo não se apaga.]
Marcos 9.45 Ou, se o teu pé te fizer tropeçar, corta-o; melhor é entrares coxo na vida, do que, tendo dois pés, seres lançado no inferno.
Marcos 9.46 [onde o seu verme não morre, e o fogo não se apaga.]
Marcos 9.47 Ou, se o teu olho te fizer tropeçar, lança-o fora; melhor é entrares no reino de Deus com um só olho, do que, tendo dois olhos, seres lançado no inferno.
Marcos 9.48 onde o seu verme não morre, e o fogo não se apaga.


Marcos 9.49,50 - Vide Mateus 5.13

Marcos 9.49 Porque cada um será salgado com fogo.


Marcos 9.50 Bom é o sal; mas, se o sal se tornar insípido, com que o haveis de temperar? Tende sal em vós mesmos, e guardai a paz uns com os outros.









Marcos 10

Marcos 10.1 - Vide Mateus 19.1,2

Marcos 10.1 Levantando-se Jesus, partiu dali para os termos da Judeia, e para além do Jordão; e do novo as multidões se reuniram em torno dele; e tornou a ensiná-las, como tinha por costume.


Marcos 10.2-12 - Vide Mateus 19.3-12

Marcos 10.2 Então se aproximaram dele alguns fariseus e, para o experimentarem, lhe perguntaram: É lícito ao homem repudiar sua mulher?
Marcos 10.3 Ele, porém, respondeu-lhes: Que vos ordenou Moisés?
Marcos 10.4 Replicaram eles: Moisés permitiu escrever carta de divórcio, e repudiar a mulher.
Marcos 10.5 Disse-lhes Jesus: Pela dureza dos vossos corações ele vos deixou escrito esse mandamento.
Marcos 10.6 Mas desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher.
Marcos 10.7 Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, [e unir-se-á à sua mulher,]
Marcos 10.8 e serão os dois uma só carne; assim já não são mais dois, mas uma só carne.
Marcos 10.9 Porquanto o que Deus ajuntou, não o separe o homem.
Marcos 10.10 Em casa os discípulos interrogaram-no de novo sobre isso.
Marcos 10.11 Ao que lhes respondeu: Qualquer que repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério contra ela;
Marcos 10.12 e se ela repudiar seu marido e casar com outro, comete adultério.


Marcos 10.13-16 - Vide Mateus 19.13-15

Marcos 10.13 Então lhe traziam algumas crianças para que as tocasse; mas os discípulos o repreenderam.
Marcos 10.14 Jesus, porém, vendo isto, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a mim as crianças, e não as impeçais, porque de tais é o reino de Deus.
Marcos 10.15 Em verdade vos digo que qualquer que não receber o reino de Deus como criança, de maneira nenhuma entrará nele.
Marcos 10.16 E, tomando-as nos seus braços, as abençoou, pondo as mãos sobre elas.


Marcos 10.17-22 - Vide Mateus 19.16-22

Marcos 10.17 Ora, ao sair para se pôr a caminho, correu para ele um homem, o qual se ajoelhou diante dele e lhe perguntou: Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna?
Marcos 10.18 Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? ninguém é bom, senão um que é Deus.
Marcos 10.19 Sabes os mandamentos: Não matarás; não adulterarás; não furtarás; não dirás falso testemunho; a ninguém defraudarás; honra a teu pai e a tua mãe.
Marcos 10.20 Ele, porém, lhe replicou: Mestre, tudo isso tenho guardado desde a minha juventude.
Marcos 10.21 E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: Uma coisa te falta; vai vende tudo quanto tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, segue-me.
Marcos 10.22 Mas ele, pesaroso desta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitos bens.


Marcos 10.23-31 - Vide Mateus 19.23-30

Marcos 10.23 Então Jesus, olhando em redor, disse aos seus discípulos: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!
Marcos 10.24 E os discípulos se maravilharam destas suas palavras; mas Jesus, tornando a falar, disse-lhes: Filhos, quão difícil é [para os que confiam nas riquezas] entrar no reino de Deus!
Marcos 10.25 É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus.
Marcos 10.26 Com isso eles ficaram sobremaneira maravilhados, dizendo entre si: Quem pode, então, ser salvo?
Marcos 10.27 Jesus, fixando os olhos neles, respondeu: Para os homens é impossível, mas não para Deus; porque para Deus tudo é possível.
Marcos 10.28 Pedro começou a dizer-lhe: Eis que nós deixamos tudo e te seguimos.
Marcos 10.29 Respondeu Jesus: Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho,
Marcos 10.30 que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições; e no mundo vindouro a vida eterna.
Marcos 10.31 Mas muitos que são primeiros serão últimos; e muitos que são últimos serão primeiros.


Marcos 10.32-34 - Vide Mateus 20.17-19

Marcos 10.32 Ora, estavam a caminho, subindo para Jerusalém; e Jesus ia adiante deles, e eles se maravilhavam e o seguiam atemorizados. De novo tomou consigo os doze e começou a contar-lhes as coisas que lhe haviam de sobrevir,
Marcos 10.33 dizendo: Eis que subimos a Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas; e eles o condenarão à morte, e o entregarão aos gentios;
Marcos 10.34 e hão de escarnecê-lo e cuspir nele, e açoitá-lo, e matá-lo; e depois de três dias ressurgirá.


Marcos 10.35-45 - Vide Mateus 20.20-28

Marcos 10.35 Nisso aproximaram-se dele Tiago e João, filhos de Zebedeu, dizendo-lhe: Mestre, queremos que nos faças o que te pedirmos.
Marcos 10.36 Ele, pois, lhes perguntou: Que quereis que eu vos faça?
Marcos 10.37 Responderam-lhe: Concede-nos que na tua glória nos sentemos, um à tua direita, e outro à tua esquerda.
Marcos 10.38 Mas Jesus lhes disse: Não sabeis o que pedis; podeis beber o cálice que eu bebo, e ser batizados no batismo em que eu sou batizado?
Marcos 10.39 E lhe responderam: Podemos. Mas Jesus lhes disse: O cálice que eu bebo, haveis de bebê-lo, e no batismo em que eu sou batizado, haveis de ser batizados;
Marcos 10.40 mas o sentar-se à minha direita, ou à minha esquerda, não me pertence concedê-lo; mas isso é para aqueles a quem está reservado.
Marcos 10.41 E ouvindo isso os dez, começaram a indignar-se contra Tiago e João.
Marcos 10.42 Então Jesus chamou-os para junto de si e lhes disse: Sabeis que os que são reconhecidos como governadores dos gentios, deles se assenhoreiam, e que sobre eles os seus grandes exercem autoridade.
Marcos 10.43 Mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva;
Marcos 10.44 e qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos.
Marcos 10.45 Pois também o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.


Marcos 10.46-52 - Vide Mateus 20.29-34

Marcos 10.46 Depois chegaram a Jericó. E, ao sair ele de Jericó com seus discípulos e uma grande multidão, estava sentado junto do caminho um mendigo cego, Bartimeu filho de Timeu.
Marcos 10.47 Este, quando ouviu que era Jesus, o nazareno, começou a clamar, dizendo: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!
Marcos 10.48 E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele clamava ainda mais: Filho de Davi, tem compaixão de mim.
Marcos 10.49 Parou, pois, Jesus e disse: Chamai-o. E chamaram o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, ele te chama.
Marcos 10.50 Nisto, lançando de si a sua capa, de um salto se levantou e foi ter com Jesus.
Marcos 10.51 Perguntou-lhe o cego: Que queres que te faça? Respondeu-lhe o cego: Mestre, que eu veja.
Marcos 10.52 Disse-lhe Jesus: Vai, a tua fé te salvou. E imediatamente recuperou a vista, e foi seguindo pelo caminho.









Marcos 11

Marcos 11.1-11 - Vide Mateus 21.1-11

Marcos 11.1 Ora, quando se aproximavam de Jerusalém, de Betfagé e de Betânia, junto do Monte das Oliveiras, enviou Jesus dois dos seus discípulos
Marcos 11.2 e disse-lhes: Ide à aldeia que está defronte de vós; e logo que nela entrardes, encontrareis preso um jumentinho, em que ainda ninguém montou; desprendei-o e trazei-o.
Marcos 11.3 E se alguém vos perguntar: Por que fazeis isso? respondei: O Senhor precisa dele, e logo tornará a enviá-lo para aqui.
Marcos 11.4 Foram, pois, e acharam o jumentinho preso ao portão do lado de fora na rua, e o desprenderam.
Marcos 11.5 E alguns dos que ali estavam lhes perguntaram: Que fazeis, desprendendo o jumentinho?
Marcos 11.6 Responderam como Jesus lhes tinha mandado; e lho deixaram levar.
Marcos 11.7 Então trouxeram a Jesus o jumentinho e lançaram sobre ele os seus mantos; e Jesus montou nele.
Marcos 11.8 Muitos também estenderam pelo caminho os seus mantos, e outros, ramagens que tinham cortado nos campos.
Marcos 11.9 E tanto os que o precediam como os que o seguiam, clamavam: Hosana! bendito o que vem em nome do Senhor!
Marcos 11.10 Bendito o reino que vem, o reino de nosso pai Davi! Hosana nas alturas!
Marcos 11.11 Tendo Jesus entrado em Jerusalém, foi ao templo; e tendo observado tudo em redor, como já fosse tarde, saiu para Betânia com os doze.


Marcos 11.12-14 - Vide Mateus 21.18-22

Marcos 11.12 No dia seguinte, depois de saírem de Betânia teve fome,
Marcos 11.13 e avistando de longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se, porventura, acharia nela alguma coisa; e chegando a ela, nada achou senão folhas, porque não era tempo de figos.
Marcos 11.14 E Jesus, falando, disse à figueira: Nunca mais coma alguém fruto de ti. E seus discípulos ouviram isso.

Isto é um milagre e uma parábola. É um milagre singular, e é uma parábola impressionante. É uma parábola viva, em que o nosso Senhor nos dá uma lição objetiva. Ele coloca a verdade diante dos olhos dos homens, nesta passagem, para que a lição possa fazer uma impressão profunda na mente e no coração. Eu insistirei muito sobre a observação de que esta é uma parábola, pois, se você não olhar para ela sob esta luz, você pode interpretá-la mal.
Nosso Senhor quis ensinar aos seus discípulos sobre a destruição de Jerusalém. A recepção dada a ele em Jerusalém estava cheia de promessas, mas das quais nada viria. Seus altos hosanas iriam mudar para: "Crucifica-o!"
Quando Jerusalém seria destruída por Nabucodonosor, no tempo oportuno, os profetas não só tinham falado, mas eles tinham usado sinais instrutivos. Mais uma vez, os juízos de Deus estavam às portas da cidade culpada. As Palavras de Jesus tinham sido desperdiçadas, e até mesmo as lágrimas do Salvador tinham sido derramadas em vão, então havia chegado a hora de ser dado um sinal do juízo que estava às portas.
Nosso Senhor viu uma figueira, que por um capricho da natureza, estava coberta com folhas em um momento em que, no curso normal das coisas, não deveria estar assim; pois as figueiras somente se cobrem de folhas quando já têm dado os seus frutos. Nosso Senhor viu nisso uma oportunidade para uma lição muito boa para os seus discípulos. Quando ele viu que não havia qualquer figo naquela figueira, ele ordenou que ela ficasse infrutífera para sempre, e imediatamente começou a secar.
A figueira arruinada era um símile singularmente apto do Estado judeu. A nação havia prometido grandes coisas para Deus. Quando todas as outras nações eram como árvores sem folhas, sem fazer profissão de fidelidade ao verdadeiro Deus, a nação judaica estava coberta com a folhagem da profissão religiosa abundante, mas sem qualquer fruto. Nosso Senhor tinha olhado para o interior do templo, e tinha encontrado a casa de oração senão como um covil de ladrões. Ele condenou portanto, a igreja judaica a permanecer como uma coisa inútil sem vida, e assim foi. A sinagoga permaneceu aberta, mas seu ensino tornou-se uma forma morta. Israel não tinha nenhuma influência sobre as nações. A raça judaica tornou-se, durante séculos, uma árvore seca: não tinha nada, senão profissão externa, exibindo uma pomposa folhagem, mas sem frutos, quando Cristo veio, e essa profissão se mostrou impotente para salvar, mesmo a cidade santa. Cristo não destruiu a organização religiosa dos judeus que ele a deixou permanecer, mas esta se secou a partir da raiz, até que vieram os romanos, e com suas legiões arrancaram o tronco infrutífero.
Que lição é essa para as nações! Elas podem fazer uma profissão religiosa, e ainda podem deixar de expor a justiça que exalta uma nação. Nações podem ser adornadas com toda a folhagem da civilização e da arte, e do progresso, e da religião, mas se não há vida interior de piedade, e nenhum fruto de justiça, elas permanecerão por um tempo, e depois desaparecerão.
Que lição é isto para as igrejas! Há igrejas que têm tido destaque em número e influência, mas a fé, e amor, e santidade não foram mantidos, e o Espírito Santo deixou-os para a exibição vã de uma profissão infrutífera; e há igrejas, com o tronco da organização, e os ramos amplamente estendidos, mas estão mortos, e todos os anos eles se tornam cada vez mais deteriorados.
Podemos ter um grande número de pessoas que vêm para ouvir a Palavra, e um considerável corpo de homens e mulheres que professam ser convertidos, mas a menos que a piedade vital esteja no interior deles, que são estas congregações e igrejas? Podemos ter um ministério valorizado, mas o que seria esse sem o Espírito de Deus? Podemos ter grandes serviços, mas o que são eles sem o espírito de oração, o espírito de fé, o espírito de graça e de consagração?
Há pessoas que parecem desafiar as estações do ano. Ainda não era o momento de figos, mas eles são como esta figueira coberta com aquelas folhas que geralmente indicavam figos maduros. Quando uma figueira está cheia de folhas, você espera encontrar figos nela, e se você não os encontrar é porque ela não vai ter qualquer figo nessa temporada. Esta árvore era uma aberração da natureza, e não um resultado saudável de verdadeiro crescimento. Tais aberrações da natureza ocorrem nas florestas e nas vinhas, e podem ser encontradas também no mundo moral e espiritual.
Alguns homens e mulheres parecem muito excelentes antes daqueles ao redor deles, e nos surpreendem por suas virtudes especiais externas. Eles são melhores do que o melhor, mais somente na aparência. Elas são pessoas muito superiores, cobertas com virtudes, como esta figueira com folhas.
Observe-se, que eles saltam por cima da regra normal de crescimento. Como já lhe disse, a regra é, em primeiro lugar o figo, e depois as folhas da figueira, mas temos visto pessoas que fazem uma profissão antes de terem produzido o menor fruto para justificá-la.
Essas pessoas participam de um encontro de avivamento, e se declaram salvas, embora não tenham sido renovadas no coração, e não possuem nem arrependimento nem fé. Eles vêm para a frente para confessar uma mera emoção. Eles não têm nada melhor do que uma resolução. Agora, eu não me oponho à rapidez da conversão, pelo contrário, a admiro, se é verdadeira, mas eu não posso julgar até que eu veja o fruto e as evidências na vida. Se a mudança de conduta é distinta e verdadeira, eu não me importo o quão rápido o trabalho é feito, mas temos de ver a mudança.
Onde aqueles que são proeminentes vêm a ser tudo o que eles professam ser, eles são uma grande bênção. Teria sido bom se naquela manhã houvesse figos naquela figueira. Teria sido um grande refrigério para o Salvador se tivesse sido alimentados pelo seu fruto.
O primeiro Adão veio à figueira para procurar folhas, mas o segundo Adão procura figos. Ele examina a nossa personalidade por completo, para ver se há alguma fé verdadeira, qualquer amor verdadeiro, qualquer esperança viva, qualquer alegria que é fruto do Espírito, qualquer paciência, qualquer auto-negação, qualquer fervor na oração, qualquer caminhada com Deus, qualquer habitação do Espírito Santo, e se ele não vê essas coisas, ele não fica satisfeito - ir à igreja, reuniões de oração, comunhões, sermões, leituras da Bíblia, pois tudo isso pode não ser mais do que folhagem. Se o Senhor não vê o fruto do Espírito em nós, ele não fica satisfeito conosco, e sua inspeção levará a medidas severas. Observe que o que Jesus procura não é suas palavras, suas resoluções, suas confissões, mas sua sinceridade, sua fé interior, o que está sendo de fato produzido pelo Espírito de Deus para trazer os frutos do seu reino.


Marcos 11.15-19 - Vide Mateus 21.12-17

Marcos 11.15 Chegaram, pois, a Jerusalém. E entrando ele no templo, começou a expulsar os que ali vendiam e compravam; e derribou as mesas dos cambistas, e as cadeiras dos que vendiam pombas;
Marcos 11.16 e não consentia que ninguém atravessasse o templo levando qualquer utensílio;
Marcos 11.17 e ensinava, dizendo-lhes: Não está escrito: A minha casa será chamada casa de oração para todas as nações? Vós, porém, a tendes feito covil de salteadores.
Marcos 11.18 Ora, os principais sacerdotes e os escribas ouviram isto, e procuravam um modo de o matar; pois o temiam, porque toda a multidão se maravilhava da sua doutrina.
Marcos 11.19 Ao cair da tarde, saíam da cidade.


Marcos 11.20-26:

Marcos 11.20 Quando passavam na manhã seguinte, viram que a figueira tinha secado desde as raízes.
Marcos 11.21 Então Pedro, lembrando-se, disse-lhe: Olha, Mestre, secou-se a figueira que amaldiçoaste.
Marcos 11.22 Respondeu-lhes Jesus: Tende fé em Deus.
Marcos 11.23 Em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar; e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, assim lhe será feito.
Marcos 11.24 Por isso vos digo que tudo o que pedirdes em oração, crede que o recebereis, e tê-lo-eis.
Marcos 11.25 Quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que também vosso Pai que está no céu, vos perdoe as vossas ofensas.
Marcos 11.26 [Mas, se vós não perdoardes, também vosso Pai, que está no céu, não vos perdoará as vossas ofensas.]

Através da força e do poder de Deus em Cristo, a maior dificuldade será superada, e pela fé nele tudo o que for necessário será efetuado, ainda que seja a transposição de um monte de lugar.
Por certo, Deus atenderá a toda oração que for feita segundo a Sua vontade e que for inspirada pelo Espírito Santo, assim como foi o caso em que Jesus foi movido a amaldiçoar a figueira, pelos motivos que expomos no comentário dos versículos 12 a 14.
Nada pode impedir a ação da fé, a não ser apenas se houver pecado em nós pelos quais sejamos acusados por nossa consciência e coração, mas para isto também há o remédio do perdão, de forma que somos orientados pelo Senhor a sempre perdoarmos as ofensas dos nossos ofensores, para que sejamos também perdoados por Deus e atendidos por Ele em nossa petições.


Marcos 11.27-33 - Vide Mateus 21.23-27

Marcos 11.27 Vieram de novo a Jerusalém. E andando Jesus pelo templo, aproximaram-se dele os principais sacerdotes, os escribas e os anciãos,
Marcos 11.28 que lhe perguntaram: Com que autoridade fazes tu estas coisas? ou quem te deu autoridade para fazê-las?
Marcos 11.29 Respondeu-lhes Jesus: Eu vos perguntarei uma coisa; respondei-me, pois, e eu vos direi com que autoridade faço estas coisas.
Marcos 11.30 O batismo de João era do céu, ou dos homens? respondei-me.
Marcos 11.31 Ao que eles arrazoavam entre si: Se dissermos: Do céu, ele dirá: Então por que não o crestes?
Marcos 11.32 Mas diremos, porventura: Dos homens? - É que temiam o povo; porque todos verdadeiramente tinham a João como profeta.


Marcos 11.33 Responderam, pois, a Jesus: Não sabemos. Replicou-lhes ele: Nem eu vos digo com que autoridade faço estas coisas.







Marcos 12

Marcos 12.1-12 - Vide Mateus 21.33-46

Marcos 12.1 Então começou Jesus a falar-lhes por parábolas. Um homem plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou um lagar, e edificou uma torre; depois arrendou-a a uns lavradores e ausentou-se do país.
Marcos 12.2 No tempo próprio, enviou um servo aos lavradores para que deles recebesse do fruto da vinha.
Marcos 12.3 Mas estes, apoderando-se dele, o espancaram e o mandaram embora de mãos vazias.
Marcos 12.4 E tornou a enviar-lhes outro servo; e a este feriram na cabeça e o ultrajaram.
Marcos 12.5 Então enviou ainda outro, e a este mataram; e a outros muitos, dos quais a uns espancaram e a outros mataram.
Marcos 12.6 Ora, tinha ele ainda um, o seu filho amado; a este lhes enviou por último, dizendo: A meu filho terão respeito.
Marcos 12.7 Mas aqueles lavradores disseram entre si: Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo, e a herança será nossa.
Marcos 12.8 E, agarrando-o, o mataram, e o lançaram fora da vinha.
Marcos 12.9 Que fará, pois, o senhor da vinha? Virá e destruirá os lavradores, e dará a vinha a outros.
Marcos 12.10 Nunca lestes esta escritura: A pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta como pedra angular;
Marcos 12.11 pelo Senhor foi feito isso, e é maravilhoso aos nossos olhos?
Marcos 12.12 Procuravam então prendê-lo, mas temeram a multidão, pois perceberam que contra eles proferira essa parábola; e, deixando-o, se retiraram.


Marcos 12.13-17 - Vide Mateus 22.15-23

Marcos 12.13 Enviaram-lhe então alguns dos fariseus e dos herodianos, para que o apanhassem em alguma palavra.
Marcos 12.14 Aproximando-se, pois, disseram-lhe: Mestre, sabemos que és verdadeiro, e de ninguém se te dá; porque não olhas à aparência dos homens, mas ensinas segundo a verdade o caminho de Deus; é lícito dar tributo a César, ou não? Daremos, ou não daremos?
Marcos 12.15 Mas Jesus, percebendo a hipocrisia deles, respondeu-lhes: Por que me experimentais? trazei-me um denário para que eu o veja.
Marcos 12.16 E eles lho trouxeram. Perguntou-lhes Jesus: De quem é esta imagem e inscrição? Responderam-lhe: De César.
Marcos 12.17 Disse-lhes Jesus: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. E admiravam-se dele.


Marcos 12.18-27 - Vide Mateus 22.23-33

Marcos 12.18 Então se aproximaram dele alguns dos saduceus, que dizem não haver ressurreição, e lhe perguntaram, dizendo:
Marcos 12.19 Mestre, Moisés nos deixou escrito que se morrer alguém, deixando mulher sem deixar filhos, o irmão dele case com a mulher, e suscite descendência ao irmão.
Marcos 12.20 Ora, havia sete irmãos; o primeiro casou-se e morreu sem deixar descendência;
Marcos 12.21 o segundo casou-se com a viúva, e morreu, não deixando descendência; e da mesma forma, o terceiro; e assim os sete, e não deixaram descendência.
Marcos 12.22 Depois de todos, morreu também a mulher.
Marcos 12.23 Na ressurreição, de qual deles será ela esposa, pois os sete por esposa a tiveram?
Marcos 12.24 Respondeu-lhes Jesus: Porventura não errais vós em razão de não compreenderdes as Escrituras nem o poder de Deus?
Marcos 12.25 Porquanto, ao ressuscitarem dos mortos, nem se casam, nem se dão em casamento; pelo contrário, são como os anjos nos céus.
Marcos 12.26 Quanto aos mortos, porém, serem ressuscitados, não lestes no livro de Moisés, onde se fala da sarça, como Deus lhe disse: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó?
Marcos 12.27 Ora, ele não é Deus de mortos, mas de vivos. Estais em grande erro.


Marcos 12.28-34 - Vide Mateus 22.34-40

Marcos 12.28 Aproximou-se dele um dos escribas que os ouvira discutir e, percebendo que lhes havia respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os mandamentos?
Marcos 12.29 Respondeu Jesus: O primeiro é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.
Marcos 12.30 Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças.
Marcos 12.31 E o segundo é este: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que esses.
Marcos 12.32 Ao que lhe disse o escriba: Muito bem, Mestre; com verdade disseste que ele é um, e fora dele não há outro;
Marcos 12.33 e que amá-lo de todo o coração, de todo o entendimento e de todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios.
Marcos 12.34 E Jesus, vendo que havia respondido sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do reino de Deus. E ninguém ousava mais interrogá-lo.


Marcos 12.35-37 - Vide Mateus 22.41-46

Marcos 12.35 Por sua vez, Jesus, enquanto ensinava no templo, perguntou: Como é que os escribas dizem que o Cristo é filho de Davi?
Marcos 12.36 O próprio Davi falou, movido pelo Espírito Santo: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés.
Marcos 12.37 Davi mesmo lhe chama Senhor; como é ele seu filho? E a grande multidão o ouvia com prazer.


Marcos 12.38-40 - Vide Mateus 23.1-12

Marcos 12.38 E prosseguindo ele no seu ensino, disse: Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar com vestes compridas, e das saudações nas praças,
Marcos 12.39 e dos primeiros assentos nas sinagogas, e dos primeiros lugares nos banquetes,
Marcos 12.40 que devoram as casas das viúvas, e por pretexto fazem longas orações; estes hão de receber muito maior condenação.


Marcos 12.41-44 - Vide Lucas 21.1-4

Marcos 12.41 E sentando-se Jesus defronte do cofre das ofertas, observava como a multidão lançava dinheiro no cofre; e muitos ricos deitavam muito.
Marcos 12.42 Vindo, porém, uma pobre viúva, lançou dois leptos, que valiam um quadrante.
Marcos 12.43 E chamando ele os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deu mais do que todos os que deitavam ofertas no cofre;


Marcos 12.44 porque todos deram daquilo que lhes sobrava; mas esta, da sua pobreza, deu tudo o que tinha, mesmo todo o seu sustento.








Marcos 13

Marcos 13.1,2 - Vide Mateus 24.1,2

Marcos 13.1 Quando saía do templo, disse-lhe um dos seus discípulos: Mestre, olha que pedras e que edifícios!
Marcos 13.2 Ao que Jesus lhe disse: Vês estes grandes edifícios? Não se deixará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada.


Marcos 13.3-13 - Vide Mateus 24.3-14

Marcos 13.3 Depois estando ele sentado no Monte das Oliveiras, defronte do templo, Pedro, Tiago, João e André perguntaram-lhe em particular:
Marcos 13.4 Dize-nos, quando sucederão essas coisas, e que sinal haverá quando todas elas estiverem para se cumprir?
Marcos 13.5 Então Jesus começou a dizer-lhes: Acautelai-vos; ninguém vos engane;
Marcos 13.6 muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu; e a muitos enganarão.
Marcos 13.7 Quando, porém, ouvirdes falar em guerras e rumores de guerras, não vos perturbeis; forçoso é que assim aconteça: mas ainda não é o fim.
Marcos 13.8 Pois se levantará nação contra nação, e reino contra reino; e haverá terremotos em diversos lugares, e haverá fomes. Isso será o princípio das dores.
Marcos 13.9 Mas olhai por vós mesmos; pois por minha causa vos hão de entregar aos sinédrios e às sinagogas, e sereis açoitados; também sereis levados perante governadores e reis, para lhes servir de testemunho.
Marcos 13.10 Mas importa que primeiro o evangelho seja pregado entre todas as nações.
Marcos 13.11 Quando, pois, vos conduzirem para vos entregar, não vos preocupeis com o que haveis de dizer; mas, o que vos for dado naquela hora, isso falai; porque não sois vós que falais, mas sim o Espírito Santo.
Marcos 13.12 Um irmão entregará à morte a seu irmão, e um pai a seu filho; e filhos se levantarão contra os pais e os matarão.
Marcos 13.13 E sereis odiados de todos por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até o fim, esse será salvo.


Marcos 13.14-23 - Vide Mateus 24.15-28

Marcos 13.14 Ora, quando vós virdes a abominação da desolação estar onde não deve estar (quem lê, entenda), então os que estiverem na Judeia fujam para os montes;
Marcos 13.15 quem estiver no eirado não desça, nem entre para tirar alguma coisa da sua casa;
Marcos 13.16 e quem estiver no campo não volte atrás para buscar a sua capa.
Marcos 13.17 Mas ai das que estiverem grávidas, e das que amamentarem naqueles dias!
Marcos 13.18 Orai, pois, para que isto não suceda no inverno;
Marcos 13.19 porque naqueles dias haverá uma tribulação tal, qual nunca houve desde o princípio da criação, que Deus criou, até agora, nem jamais haverá.
Marcos 13.20 Se o Senhor não abreviasse aqueles dias, ninguém se salvaria mas ele, por causa dos eleitos que escolheu, abreviou aqueles dias.
Marcos 13.21 Então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! ou: Ei-lo ali! não acrediteis.
Marcos 13.22 Porque hão de surgir falsos cristos e falsos profetas, e farão sinais e prodígios para enganar, se possível, até os escolhidos.
Marcos 13.23 Ficai vós, pois, de sobreaviso; eis que de antemão vos tenho dito tudo.


Marcos 13.24-27 - Vide Mateus 24.29-31

Marcos 13.24 Mas naqueles dias, depois daquela tribulação, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz;
Marcos 13.25 as estrelas cairão do céu, e os poderes que estão nos céus, serão abalados.
Marcos 13.26 Então verão vir o Filho do homem nas nuvens, com grande poder e glória.
Marcos 13.27 E logo enviará os seus anjos, e ajuntará os seus eleitos, desde os quatro ventos, desde a extremidade da terra até a extremidade do céu.


Marcos 13.28-37 - Vide Mateus 24.32-44

Marcos 13.28 Da figueira, pois, aprendei a parábola: Quando já o seu ramo se torna tenro e brota folhas, sabeis que está próximo o verão.
Marcos 13.29 Assim também vós, quando virdes sucederem essas coisas, sabei que ele está próximo, mesmo às portas.
Marcos 13.30 Em verdade vos digo que não passará esta geração, até que todas essas coisas aconteçam.
Marcos 13.31 Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão.
Marcos 13.32 Quanto, porém, ao dia e à hora, ninguém sabe, nem os anjos no céu nem o Filho, senão o Pai.
Marcos 13.33 Olhai! vigiai! porque não sabeis quando chegará o tempo.
Marcos 13.34 É como se um homem, devendo viajar, ao deixar a sua casa, desse autoridade aos seus servos, a cada um o seu trabalho, e ordenasse também ao porteiro que vigiasse.
Marcos 13.35 Vigiai, pois; porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã;
Marcos 13.36 para que, vindo de improviso, não vos ache dormindo.
Marcos 13.37 O que vos digo a vós, a todos o digo: Vigiai.









Marcos 14

Marcos 14.1,2 - Vide Mateus 26-1-5

Marcos 14.1 Ora, dali a dois dias era a páscoa e a festa dos pães ázimos; e os principais sacerdotes e os escribas andavam buscando como prender Jesus a traição, para o matarem.
Marcos 14.2 Pois eles diziam: Não durante a festa, para que não haja tumulto entre o povo.


Marcos 14.3-9 - Vide Mateus 26.6-13 ou João 12.1-8

Marcos 14.3 Estando ele em Betânia, reclinado à mesa em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher que trazia um vaso de alabastro cheio de bálsamo de nardo puro, de grande preço; e, quebrando o vaso, derramou-lhe sobre a cabeça o bálsamo.
Marcos 14.4 Mas alguns houve que em si mesmos se indignaram e disseram: Para que se fez este desperdício do bálsamo?
Marcos 14.5 Pois podia ser vendido por mais de trezentos denários que se dariam aos pobres. E bramavam contra ela.
Marcos 14.6 Jesus, porém, disse: Deixai-a; por que a molestais? Ela praticou uma boa ação para comigo.
Marcos 14.7 Porquanto os pobres sempre os tendes convosco e, quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem; a mim, porém, nem sempre me tendes.
Marcos 14.8 ela fez o que pode; antecipou-se a ungir o meu corpo para a sepultura.
Marcos 14.9 Em verdade vos digo que, em todo o mundo, onde quer que for pregado o evangelho, também o que ela fez será contado para memória sua.


Marcos 14.10,11 - Vide Mateus 26.14-16

Marcos 14.10 Então Judas Iscariotes, um dos doze, foi ter com os principais sacerdotes para lhes entregar Jesus.
Marcos 14.11 Ouvindo-o eles, alegraram-se, e prometeram dar-lhe dinheiro. E buscava como o entregaria em ocasião oportuna.


Marcos 14.12-16 - Vide Mateus 26.17-19

Marcos 14.12 Ora, no primeiro dia dos pães ázimos, quando imolavam a páscoa, disseram-lhe seus discípulos: Aonde queres que vamos fazer os preparativos para comeres a páscoa?
Marcos 14.13 Enviou, pois, dois dos seus discípulos, e disse-lhes: Ide à cidade, e vos sairá ao encontro um homem levando um cântaro de água; seguí-o;
Marcos 14.14 e, onde ele entrar, dizei ao dono da casa: O Mestre manda perguntar: Onde está o meu aposento em que hei de comer a páscoa com os meus discípulos?
Marcos 14.15 E ele vos mostrará um grande cenáculo mobiliado e pronto; aí fazei-nos os preparativos.
Marcos 14.16 Partindo, pois, os discípulos, foram à cidade, onde acharam tudo como ele lhes dissera, e prepararam a páscoa.


Marcos 14.17-21 - Vide Mateus 26.20-25

Marcos 14.17 Ao anoitecer chegou ele com os doze.
Marcos 14.18 E, quando estavam reclinados à mesa e comiam, disse Jesus: Em verdade vos digo que um de vós, que comigo come, há de trair-me.
Marcos 14.19 Ao que eles começaram a entristecer-se e a perguntar-lhe um após outro: Porventura sou eu?
Marcos 14.20 Respondeu-lhes: É um dos doze, que mete comigo a mão no prato.
Marcos 14.21 Pois o Filho do homem vai, conforme está escrito a seu respeito; mas ai daquele por quem o Filho do homem é traído! bom seria para esse homem se não houvera nascido.


Marcos 14.22-26 - Vide Mateus 26.26-30

Marcos 14.22 Enquanto comiam, Jesus tomou pão e, abençoando-o, o partiu e deu-lho, dizendo: Tomai; isto é o meu corpo.
Marcos 14.23 E tomando um cálice, rendeu graças e deu-lho; e todos beberam dele.
Marcos 14.24 E disse-lhes: Isto é o meu sangue, o sangue do pacto, que por muitos é derramado.
Marcos 14.25 Em verdade vos digo que não beberei mais do fruto da videira, até aquele dia em que o beber, novo, no reino de Deus.
Marcos 14.26 E, tendo cantado um hino, saíram para o Monte das Oliveiras.


Marcos 14.27-31 - Vide Mateus 26.31-35

Marcos 14.27 Disse-lhes então Jesus: Todos vós vos escandalizareis; porque escrito está: Ferirei o pastor, e as ovelhas se dispersarão.
Marcos 14.28 Todavia, depois que eu ressurgir, irei adiante de vós para a Galileia.
Marcos 14.29 Ao que Pedro lhe disse: Ainda que todos se escandalizem, nunca, porém, eu.
Marcos 14.30 Replicou-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje, nesta noite, antes que o galo cante duas vezes, três vezes tu me negarás.
Marcos 14.31 Mas ele repetia com veemência: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de modo nenhum te negarei. Assim também diziam todos.


Marcos 14.32-42 - Vide Mateus 26.36-46

Marcos 14.32 Então chegaram a um lugar chamado Getsêmane, e disse Jesus a seus discípulos: Sentai-vos aqui, enquanto eu oro.
Marcos 14.33 E levou consigo a Pedro, a Tiago e a João, e começou a ter pavor e a angustiar-se;
Marcos 14.34 e disse-lhes: A minha alma está triste até a morte; ficai aqui e vigiai.
Marcos 14.35 E adiantando-se um pouco, prostrou-se em terra; e orava para que, se fosse possível, passasse dele aquela hora.
Marcos 14.36 E dizia: Aba, Pai, tudo te é possível; afasta de mim este cálice; todavia não seja o que eu quero, mas o que tu queres.
Marcos 14.37 Voltando, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Simão, dormes? não pudeste vigiar uma hora?
Marcos 14.38 Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.
Marcos 14.39 Retirou-se de novo e orou, dizendo as mesmas palavras.
Marcos 14.40 E voltando outra vez, achou-os dormindo, porque seus olhos estavam carregados; e não sabiam o que lhe responder.
Marcos 14.41 Ao voltar pela terceira vez, disse-lhes: Dormi agora e descansai. - Basta; é chegada a hora. Eis que o Filho do homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores.
Marcos 14.42 Levantai-vos, vamo-nos; eis que é chegado aquele que me trai.


Marcos 14.43-50 - Vide Mateus 26.47-56

Marcos 14.43 E logo, enquanto ele ainda falava, chegou Judas, um dos doze, e com ele uma multidão com espadas e varapaus, vinda da parte dos principais sacerdotes, dos escribas e dos anciãos.
Marcos 14.44 Ora, o que o traía lhes havia dado um sinal, dizendo: Aquele que eu beijar, esse é; prendei-o e levai-o com segurança.
Marcos 14.45 E, logo que chegou, aproximando-se de Jesus, disse: Rabi! E o beijou.
Marcos 14.46 Ao que eles lhes lançaram as mãos, e o prenderam.
Marcos 14.47 Mas um dos que ali estavam, puxando da espada, feriu o servo do sumo sacerdote e cortou-lhe uma orelha.
Marcos 14.48 Disse-lhes Jesus: Saístes com espadas e varapaus para me prender, como a um salteador?
Marcos 14.49 Todos os dias estava convosco no templo, a ensinar, e não me prendestes; mas isto é para que se cumpram as Escrituras.
Marcos 14.50 Nisto, todos o deixaram e fugiram.


Marcos 14.51,52:

Marcos 14.51 Ora, seguia-o certo jovem envolto em um lençol sobre o corpo nu; e o agarraram.
Marcos 14.52 Mas ele, largando o lençol, fugiu despido.

Somente Marcos faz o registro do que sucedeu a um rapaz que se encontrava no monte no momento em que Jesus foi preso. Provavelmente um curioso que ao ouvir o movimento dos soldados, levantou-se àquela hora da noite apenas se cobrindo com lençol para não perder tempo com o ato de vestir-se.
A ação dos soldados relatada por Marcos atesta a determinação e a violência que havia naqueles soldados que haviam sido enviados pelos sacerdotes para prenderem a Jesus.


Marcos 14.53-65 - Vide Mateus 26.57-68

Marcos 14.53 Levaram Jesus ao sumo sacerdote, e ajuntaram-se todos os principais sacerdotes, os anciãos e os escribas.
Marcos 14.54 E Pedro o seguiu de longe até dentro do pátio do sumo sacerdote, e estava sentado com os guardas, aquentando-se ao fogo.
Marcos 14.55 Os principais sacerdotes procuravam testemunho contra Jesus para o matar, e não o achavam.
Marcos 14.56 Porque contra ele muitos depunham falsamente, mas os testemunhos não concordavam.
Marcos 14.57 Levantaram-se por fim alguns que depunham falsamente contra ele, dizendo:
Marcos 14.58 Nós o ouvimos dizer: Eu destruirei este santuário, construído por mãos de homens, e em três dias edificarei outro, não feito por mãos de homens.
Marcos 14.59 E nem assim concordava o seu testemunho.
Marcos 14.60 Levantou-se então o sumo sacerdote no meio e perguntou a Jesus: Não respondes coisa alguma? Que é que estes depõem conta ti?
Marcos 14.61 Ele, porém, permaneceu calado, e nada respondeu. Tornou o sumo sacerdote a interrogá-lo, perguntando-lhe: És tu o Cristo, o Filho do Deus bendito?
Marcos 14.62 Respondeu Jesus: Eu o sou; e vereis o Filho do homem assentado à direita do Poder e vindo com as nuvens do céu.
Marcos 14.63 Então o sumo sacerdote, rasgando as suas vestes, disse: Para que precisamos ainda de testemunhas?
Marcos 14.64 Acabais de ouvir a blasfêmia; que vos parece? E todos o condenaram como réu de morte.
Marcos 14.65 E alguns começaram a cuspir nele, e a cobrir-lhe o rosto, e a dar-lhe socos, e a dizer-lhe: Profetiza. E os guardas receberam-no a bofetadas.


Marcos 14.66-72 - Vide Mateus 26.69-75 ou João 18.15-18, 25-27

Marcos 14.66 Ora, estando Pedro em baixo, no átrio, chegou uma das criadas do sumo sacerdote
Marcos 14.67 e, vendo a Pedro, que se estava aquentando, encarou-o e disse: Tu também estavas com o nazareno, esse Jesus.
Marcos 14.68 Mas ele o negou, dizendo: Não sei nem compreendo o que dizes. E saiu para o alpendre.
Marcos 14.69 E a criada, vendo-o, começou de novo a dizer aos que ali estavam: Esse é um deles.
Marcos 14.70 Mas ele o negou outra vez. E pouco depois os que ali estavam disseram novamente a Pedro: Certamente tu és um deles; pois és também galileu.
Marcos 14.71 Ele, porém, começou a praguejar e a jurar: Não conheço esse homem de quem falais.


Marcos 14.72 Nesse instante o galo cantou pela segunda vez. E Pedro lembrou-se da palavra que lhe dissera Jesus: Antes que o galo cante duas vezes, três vezes me negarás. E caindo em si, começou a chorar.









Marcos 15

Marcos 15.1-15 - Vide Mateus 27.1,2,11-26 ou João 18.28-19.16

Marcos 15.1 Logo de manhã tiveram conselho os principais sacerdotes com os anciãos, os escribas e todo o sinédrio; e maniatando a Jesus, o levaram e o entregaram a Pilatos.
Marcos 15.2 Pilatos lhe perguntou: És tu o rei dos judeus? Respondeu-lhe Jesus: É como dizes.
Marcos 15.3 e os principais dos sacerdotes o acusavam de muitas coisas.
Marcos 15.4 Tornou Pilatos a interrogá-lo, dizendo: Não respondes nada? Vê quantas acusações te fazem.
Marcos 15.5 Mas Jesus nada mais respondeu, de maneira que Pilatos se admirava.
Marcos 15.6 Ora, por ocasião da festa costumava soltar-lhes um preso qualquer que eles pedissem.
Marcos 15.7 E havia um, chamado Barrabás, preso com outros sediciosos, os quais num motim haviam cometido um homicídio.
Marcos 15.8 E a multidão subiu e começou a pedir o que lhe costumava fazer.
Marcos 15.9 Ao que Pilatos lhes perguntou: Quereis que vos solte o rei dos judeus?
Marcos 15.10 Pois ele sabia que por inveja os principais sacerdotes lho haviam entregado.
Marcos 15.11 Mas os principais sacerdotes incitaram a multidão a pedir que lhes soltasse antes a Barrabás.
Marcos 15.12 E Pilatos, tornando a falar, perguntou-lhes: Que farei então daquele a quem chamais reis dos judeus?
Marcos 15.13 Novamente clamaram eles: Crucifica-o!
Marcos 15.14 Disse-lhes Pilatos: Mas que mal fez ele? Ao que eles clamaram ainda mais: Crucifica-o!
Marcos 15.15 Então Pilatos, querendo satisfazer a multidão, soltou-lhe Barrabás; e tendo mandado açoitar a Jesus, o entregou para ser crucificado.


Marcos 15.16-20 - Vide Mateus 27.27-31

Marcos 15.16 Os soldados, pois, levaram-no para dentro, ao pátio, que é o pretório, e convocaram toda a coorte;
Marcos 15.17 vestiram-no de púrpura e puseram-lhe na cabeça uma coroa de espinhos que haviam tecido;
Marcos 15.18 e começaram a saudá-lo: Salve, rei dos judeus!
Marcos 15.19 Davam-lhe com uma cana na cabeça, cuspiam nele e, postos de joelhos, o adoravam.
Marcos 15.20 Depois de o terem assim escarnecido, despiram-lhe a púrpura, e lhe puseram as vestes. Então o levaram para fora, a fim de o crucificarem.


Marcos 15.21 - Vide Mateus 27.32

Marcos 15.21 E obrigaram certo Simão, cireneu, pai de Alexandre e de Rufo, que por ali passava, vindo do campo, a carregar-lhe a cruz.


Marcos 15.22-32 - Vide Mateus 27.33-44 ou João 19.17-27

Marcos 15.22 Levaram-no, pois, ao lugar do Gólgota, que quer dizer, lugar da Caveira.
Marcos 15.23 E ofereciam-lhe vinho misturado com mirra; mas ele não o tomou.
Marcos 15.24 Então o crucificaram, e repartiram entre si as vestes dele, lançando sortes sobre elas para ver o que cada um levaria.
Marcos 15.25 E era a hora terceira quando o crucificaram.
Marcos 15.26 Por cima dele estava escrito o título da sua acusação: O REI DOS JUDEUS.
Marcos 15.27 Também, com ele, crucificaram dois salteadores, um à sua direita, e outro à esquerda.
Marcos 15.28 [E cumpriu-se a escritura que diz: E com os malfeitores foi contado.]
Marcos 15.29 E os que iam passando blasfemavam dele, meneando a cabeça e dizendo: Ah! tu que destróis o santuário e em três dias o reedificas.
Marcos 15.30 salva-te a ti mesmo, descendo da cruz.
Marcos 15.31 De igual modo também os principais sacerdotes, com os escribas, escarnecendo-o, diziam entre si: A outros salvou; a si mesmo não pode salvar;
Marcos 15.32 desça agora da cruz o Cristo, o rei de Israel, para que vejamos e creiamos, Também os que com ele foram crucificados o injuriavam.


Marcos 15.33-41

Marcos 15.33 E, chegada a hora sexta, houve trevas sobre a terra, até a hora nona.
Marcos 15.34 E, à hora nona, bradou Jesus em alta voz: Eloí, Eloí, lamá, sabactani? que, traduzido, é: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
Marcos 15.35 Alguns dos que ali estavam, ouvindo isso, diziam: Eis que chama por Elias.
Marcos 15.36 Correu um deles, ensopou uma esponja em vinagre e, pondo-a numa cana, dava-lhe de beber, dizendo: Deixai, vejamos se Elias virá tirá-lo.
Marcos 15.37 Mas Jesus, dando um grande brado, expirou.
Marcos 15.38 Então o véu do santuário se rasgou em dois, de alto a baixo.
Marcos 15.39 Ora, o centurião, que estava defronte dele, vendo-o assim expirar, disse: Verdadeiramente este homem era filho de Deus.
Marcos 15.40 Também ali estavam algumas mulheres olhando de longe, entre elas Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago o Menor e de José, e Salomé;
Marcos 15.41 as quais o seguiam e o serviam quando ele estava na Galileia; e muitas outras que tinham subido com ele a Jerusalém.

  Aqui nós temos um relato de morte de Cristo, como seus inimigos abusaram dele, e como Deus honrou-o em sua morte.
Houve uma espessa escuridão sobre toda a terra (alguns pensam sobre toda a terra), durante três horas, a partir do meio-dia.
Os judeus tinham muitas vezes exigido de Cristo um sinal do céu; e agora eles tinham um, mas eles não podiam entender o seu significado em razão da sua cegueira espiritual. Era um sinal de que a hora da escuridão havia chegado sobre a igreja judaica, pois o sistema que eles defendiam legalisticamente de forma tão arraigada seria substituído pelo sol da justiça que se levantaria depois da morte de Jesus Cristo, com a implantação da dispensação da graça.
Os abusos que nosso Senhor experimentou da parte dos pecadores, mesmo na hora da sua agonia na cruz, foram apenas parte dos sofrimentos que ele teve que experimentar em nosso lugar para que pudesse nos trazer a paz pela nossa identificação com ele, pela fé, em sua morte sacrificial.
O seu brado na cruz referindo-se ao desamparo do Pai naquela hora, comprova que de fato estava sendo castigado em nosso lugar e carregando sobre Si os nossos pecados, pois foi nEle que Deus despejou a ira da Sua justiça, como que ferindo a nós, e não a Ele, que não tinha pecado algum, mas assim foi reputado pelo Pai, para que tomando o nosso lugar, pudesse nos justificar pela fé nEle, uma vez que havia quitado a nossa dívida para com Deus e removido a nossa culpa.
Uma outra evidência da aniquilação do sistema judaico, para ser substituído por uma Nova Aliança instituída no sangue de Jesus, além da escuridão que cobriu toda a terra, foi que no momento da Sua morte o véu do templo foi rasgado de cima abaixo, indicando que o caminho para o Santo dos Santos havia sido aberto para todos aqueles que na nova dispensação são considerados por Deus como sendo sacerdotes para Cristo.
Somente o sumo sacerdote de Israel podia adentrar o Santo dos Santos, atravessando o pesado véu que o separava do Lugar Santo, e não sem que apresentasse o sangue do sacrifício de animais. E tudo isto era uma figura do que estava acontecendo naquele momento da morte do Senhor na cruz, pois como Sumo Sacerdote ofereceria o seu próprio sangue,e de uma vez para sempre, para que fôssemos também perdoados para sempre de nossos pecados por Deus.


Marcos 15.42-47 - Vide Mateus 27.57-61 ou João 19.38-42

Marcos 15.42 Ao cair da tarde, como era o dia da preparação, isto é, a véspera do sábado,
Marcos 15.43 José de Arimateia, ilustre membro do sinédrio, que também esperava o reino de Deus, cobrando ânimo foi Pilatos e pediu o corpo de Jesus.
Marcos 15.44 Admirou-se Pilatos de que já tivesse morrido; e chamando o centurião, perguntou-lhe se, de fato, havia morrido.
Marcos 15.45 E, depois que o soube do centurião, cedeu o cadáver a José;
Marcos 15.46 o qual, tendo comprado um pano de linho, tirou da cruz o corpo, envolveu-o no pano e o depositou num sepulcro aberto em rocha; e rolou uma pedra para a porta do sepulcro.
Marcos 15.47 E Maria Madalena e Maria, mãe de José, observavam onde fora posto.








Marcos 16

Marcos 16.1-8 - Vide Mateus 28.1-10

Marcos 16.1 Ora, passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo.
Marcos 16.2 E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro muito cedo, ao levantar do sol.
Marcos 16.3 E diziam umas às outras: Quem nos revolverá a pedra da porta do sepulcro?
Marcos 16.4 Mas, levantando os olhos, notaram que a pedra, que era muito grande, já estava revolvida;
Marcos 16.5 e entrando no sepulcro, viram um moço sentado à direita, vestido de alvo manto; e ficaram atemorizadas.
Marcos 16.6 Ele, porém, lhes disse: Não vos atemorizeis; buscais a Jesus, o nazareno, que foi crucificado; ele ressurgiu; não está aqui; eis o lugar onde o puseram.
Marcos 16.7 Mas ide, dizei a seus discípulos, e a Pedro, que ele vai adiante de vós para a Galileia; ali o vereis, como ele vos disse.
Marcos 16.8 E, saindo elas, fugiram do sepulcro, porque estavam possuídas de medo e assombro; e não disseram nada a ninguém, porque temiam.


Marcos 16.9-11 - Vide João 20.11-18

Marcos 16.9 [Ora, havendo Jesus ressurgido cedo no primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios.
Marcos 16.10 Foi ela anunciá-lo aos que haviam andado com ele, os quais estavam tristes e chorando;
Marcos 16.11 e ouvindo eles que vivia, e que tinha sido visto por ela, não o creram.


Marcos 16.12,13 - Vide Lucas 24.13-35

Marcos 16.12 Depois disso manifestou-se sob outra forma a dois deles que iam de caminho para o campo,
Marcos 16.13 os quais foram anunciá-lo aos outros; mas nem a estes deram crédito.


Marcos 16.14-18:

Marcos 16.14 Por último, então, apareceu aos onze, estando eles reclinados à mesa, e lançou-lhes em rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem dado crédito aos que o tinham visto já ressurgido.
Marcos 16.15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura.
Marcos 16.16 Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.
Marcos 16.17 E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas;
Marcos 16.18 pegarão em serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e estes serão curados.

A citação aos sinais que Jesus disse que acompanhariam os que cressem nele é exclusiva ao evangelho de Marcos, não constando nos demais evangelhos.
É preciso cautela e discernimento para interpretar tais palavras sobretudo quanto à parte em que afirma que os que cressem pegariam em serpentes, e se bebessem alguma coisa mortífera, não lhes faria dano algum, pois não temos aqui uma indicação de que todo crente poderia fazê-lo para demonstrar a sua fé, senão que eventualmente, no corpo de crentes, seriam vistas operações miraculosas como estas, da parte de Deus caso fossem submetidos a algum tio de martírio por tais processos, ou então por acidente. Por exemplo, temos o caso de Paulo que sendo atacado por uma víbora na ilha de Malta não sofreu dano algum, e também sabemos pela tradição da Igreja que tentaram matar o apóstolo João por envenenamento e não conseguiram atingir o seu objetivo.
Com estas palavras, nosso Senhor tencionava encorajar os discípulos a testemunharem sem nada temer pois estariam sob a proteção de Deus, e caso algo de mal lhes ocorresse, como temos vários relatos não só no Novo Testamento como ao longo da história da Igreja, poderiam estar certos de que isto estaria debaixo do controle de Deus e que nada prejudicaria o seu espírito e herança eterna, conforme já lhes havia instruído anteriormente a não temerem os que somente podem matar o corpo.
Pelo mesmo critério interpretativo podemos entender também as palavras do Senhor quanto ao ato de expulsar demônios, falar novas línguas, e curar enfermos, pois é bem sabido que isto não é concedido a todos os crentes, pois no dizer de Paulo nem todos falam novas línguas, nem todos têm dons de curar, de modo que é o Espírito Santo que distribui estes dons extraordinários conforme Lhe apraz.


Marcos 16.19,20 - Vide Lucas 24.50-53

Marcos 16.19 Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus.
Marcos 16.20 Eles, pois, saindo, pregaram por toda parte, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que os acompanhavam.]













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