sábado, 17 de outubro de 2015

Tiago 1 a 5

Tiago 1

O Propósito das Provações – Tiago 1

Tiago demonstra quão vazias estão de uma verdadeira religiosidade as obras que são praticadas sem que se tenha uma vida verdadeiramente santificada por Deus, a qual pode ser avaliada por alguns critérios que ele vai apresentar nesta sua epístola.  
 Tiago não escreveu somente para demonstrar como é o modo de um viver santificado, como também para mostrar que a verdadeira fé que justifica e regenera, na conversão, nunca está só, porque sempre será acompanhada pela santificação, a qual consiste num caminhar diário obediente à vontade de Deus.
Tiago quer alertar os cristãos quanto às evidências que devem acompanhar uma genuína salvação, e como é que todos eles devem viver para Deus, conforme ele foi ensinado pelo próprio Senhor Jesus e pelo Espírito Santo.
Tiago saudou os destinatários da epístola com a palavra kaíro, traduzida no nosso texto por saúde, mas cujo significado no original grego tem o sentido de alegrai-vos.
Era uma saudação muito comum na Igreja Primitiva para estimular os cristãos e lhes lembrar o dever de estarem sempre alegres no Senhor.
Tiago chamou os destinatários de “doze tribos que andam dispersas”. Esta é uma referência comum a judeus, como se vê em Mt 19:28 e At 26:7, os quais estavam espalhados fora dos termos de Israel. A dispersão (Diáspora) se referia aos judeus que viviam fora da Palestina.
 A causa imediata desta dispersão se deveu provavelmente à perseguição que aconteceu depois do martírio de Estevão, como se vê em At 8:1; 11:19, e Tiago escreve agora àqueles cristãos judeus por ser ele o líder da Igreja em Jerusalém.
Depois da saudação inicial, ele mostrou aos cristãos  como é que devem se comportar quando debaixo da cruz.
São recomendadas várias graças e deveres, para aqueles que estão suportando tentações e aflições, bem como é proferida uma recompensa gloriosa para aquele que suportar pacientemente a provação, no verso 12.
Ele diz que, na verdade, a paciência cristã é aprendida com as provações da fé, e uma vez que há um fruto espiritual resultante de toda demonstração de fé nas provações, então estas devem ser acolhidas com grande alegria e não com tristeza, porque são oportunidades para glorificarmos o nome de Deus, e experimentarmos Seu poder consolador e libertador, através delas, em crescimento rumo à nossa maturidade espiritual.
Deste modo, o alvo da provação é muito mais do que simplesmente confirmar e aperfeiçoar a nossa fé, pois se refere, sobretudo ao nosso amadurecimento espiritual.
Assim, a paciência é algo para ser aprendido e também para ser aplicado na hora da provação.
Dificuldades e aflições dolorosas pode ser a porção até mesmo dos melhores cristãos, e é isto que o Espírito nos ensina pelas palavras do apóstolo
Mais do que uma vida para vivermos neste mundo há um testemunho e uma obra que devemos fazer para Deus.
Ele nos criou para o louvor da glória da Sua graça, e a única maneira de atendermos a este objetivo da nossa  criação é santificando e honrando Seu nome em toda e qualquer circunstância.
Como há muita eficácia na disponibilidade da graça quando somos enfraquecidos pelas lutas e aflições, o apóstolo nos adverte a não recuarmos na fé na hora do sofrimento, mas, ao contrário, aproveitar a grande oportunidade que Ele nos dá para intensificar nosso testemunho, porque quando somos enfraquecidos no nosso ego, a graça se manifesta poderosa em nosso viver, em demonstrações de amor, de intercessões e de pregação do evangelho no poder do Espírito Santo.
Esta epístola não é, portanto um manual de auto-ajuda psicológica para os que estão sofrendo ou se sentindo  com baixa estima pessoal, mas um toque de trombeta que nos convoca a prosseguirmos adiante corajosamente em nosso empenho no bom combate da fé, ainda que estejamos feridos pelas muitas setas que são deferidas contra nós pelo Inimigo de nossas almas, Satanás, o diabo.
O apóstolo nos esclarece então, que as provações não são avisos para que recuemos na fé, mas meios que visam ao nosso amadurecimento espiritual, de forma que sejamos aperfeiçoados por Deus para a batalha da fé que temos que travar com o pecado, com o diabo e com o mundo de pecado, para resgatar as almas daqueles que se encontram nas trevas, para que possam caminhar na luz.
Mas há um tempo de preparo e cozimento na fornalha da aflição de Deus, que nos apresentará amadurecidos e aprovados, para podermos realizar Sua obra, porque uma obra verdadeira de Deus tem muitas oposições e sofre variados tipos de resistências, que poderão ser vencidos somente por aqueles que foram adestrados para a batalha espiritual, por terem aprendido a serem pacientes, mansos, humildes, longânimos e perseverantes, diante das dificuldades que terão que enfrentar.    
Há um regozijo nas tribulações que é concedido por Deus àqueles que O servem fielmente.
O valor da nossa fé será revelado pelo fogo da provação.
Por meio da nossa reação diante da provação, nós saberemos se temos amado de fato ao Senhor ou se apenas à nossa própria vida e conforto.
Nós devemos orar para ter uma vida quieta e mansa, que é agradável a Deus, mas se a provação vier bater à nossa porta, nós não teremos motivo para perder  nossa mansidão e tranquilidade de mente e espírito, porque sabemos que a graça do Senhor nos capacitará a isto.
Cristãos amadurecidos não vivem, portanto temerosos quanto ao que lhes possa reservar o futuro.
Esta é a vitória que vence o mundo, a saber, a fé madura que eles têm no Seu Deus.
Pelo aumento da fé eles aprenderão que Deus é uma Pessoa real, um Amigo fiel e poderoso, em cujas mãos eles se encontram perfeitamente protegidos de todo mal.  
Deus tem reservado galardões e a coroa da vida para aqueles cuja fé é aprovada no fogo da tribulação, em demonstração de um verdadeiro amor por Ele e pela Sua obra, acima do amor que eles têm por sua própria vida, tal como este exemplo nos foi deixado por Jesus e Seus apóstolos.
A nossa fé, enquanto está sendo purificada através das tentações, produz um poder que nos permite viver debaixo de pressões.
Isto não é uma resignação passiva a uma situação difícil, mas uma posição confiante quando se está rodeado por situações opressivas.
É aquela tenacidade de espírito que resiste debaixo da pressão enquanto espera o tempo de Deus para recompensa ou livramento.
Para evitar o perigo que há quando começamos a olhar para um modo de escapar da provação, em vez de apreciar o que Deus está fazendo por meio dela,  Tiago dá um mandamento para permitir que a paciência tenha seu trabalho perfeito.
O produzir perseverança na vida não é o fim, mas parte do que Deus usa para realizar Seu propósito na vida do cristão.
Tiago, como irmão de Jesus, havia certamente aprendido isto diretamente do Mestre.
 Os contristamentos a que somos submetidos, se necessário for, ainda que por breve tempo, não têm como alvo final simplesmente nos ensinar a sermos perseverantes e pacientes na fé, mas que venhamos a ser amadurecidos espiritualmente, para estarmos habilitados para fazer a obra de Deus.
A paciência é um requisito necessário à obra, porque haverá necessidade de se vencer resistências  e oposições espírituais, que nos virão da parte dos principados e potestades do mal.
É a isso que Tiago se refere ao dizer que a paciência na provação deve ter sua obra perfeita.
Provações não são, portanto, uma ocasião para reclamação e desânimo.
Nós devemos aprender a ficar firmes, e a sofrer, ainda que em silêncio, na presença do Senhor, aguardando pela manifestação do Seu poder e livramento.
Não admira que seja necessária sabedoria espiritual, para não somente discernir os tipos de provações que sofremos, quanto o propósito delas.
Uma mente carnal jamais poderá reagir do modo esperado por Deus diante das provações.
À medida que crescermos espiritualmente aprenderemos, tal como Paulo e todos os demais apóstolos, a ter por motivo de toda alegria passarmos por várias provações; a sentirmos prazer nas injúrias, perseguições, necessidades, fraquezas e angústias, por amor de Cristo, porque Seu poder se aperfeiçoa justamente em nossa fraqueza.
É preciso fazer Seu trabalho na força da Sua graça e não com a nossa própria força natural.
O cristão deve buscar discernir espiritualmente, ao que Tiago chama de pedir sabedoria a Deus, qual é o propósito das suas provações, para que possa cooperar com o trabalho do Senhor, e não colocar qualquer obstáculo a ele, por falta de sabedoria espiritual quanto ao propósito divino.
Deus não nos repreenderá e envergonhará pelo fato de sermos ignorantes da Sua vontade, quando formos a Ele buscando entendimento para a forma como devemos proceder nas situações que nos afligem.
Ele se compadece de nossas misérias, fraquezas e ignorância, por isso nos chama ao arrependimento para que possa nos curar com Sua graça.
Se O amarmos, Ele prosseguirá com Seu trabalho para a nossa santificação, apesar de toda nossa inabilidade e condição de pessoas imperfeitas que somos.      
Podemos ter a certeza e a convicção da fé de que Ele nos ouvirá, se O buscarmos em nada duvidando, porque sem fé é impossível agradar-Lhe e Ele não se disporá a honrar a quem não Lhe honra, por não confiar nEle, e não crer que de fato queira nos atender nas nossas horas de aflição.
Se Ele não resolver a situação, Ele nos fará privar da Sua companhia, nos confortará e aliviará com Sua graça e amizade, não nos deixando sós, abandonados, entregues à própria sorte e aos ataques que o Inimigo desferir contra a nossa alma.
E para poroteger nossa mente de pensamentos que poderão ser uma tentação para enfraquecermos na fé, Tiago destacou, por exemplo, que apesar da pobreza ser uma fonte que nos expõe a tentações, ela não é em si mesma nenhuma causa para estar triste e abatido, uma vez que além de o Senhor ser um fiel provedor de todas as nossas necessidades, não há nenhuma desonra ou desvantagem perante Ele pelo simples fato de sermos pobres.
Ao contrário, a muito maiores tentações estão expostos os ricos, que apesar de nada serem diante de Deus, tal quanto os pobres, podem pensar que não dependem tanto dEle quanto estes.
Um cristão pobre pode ser exaltado pelo Senhor e se gloriar com alegria nEle que é a Sua força, do mesmo modo que um rico pode ser abatido em sua exaltação, porque Deus abate a quem se exalta.
O rico está constantemente exposto à tentação de se exaltar, sem saber que passará como a flor da erva, e tudo o que tiver juntado neste mundo perecerá.
Não há, portanto nenhuma vantagem em ser rico ou pobre, mas suportar a tentação e ser aprovado por Deus, porque são estes que receberão a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que O amam.
Outra coisa que devemos saber quanto às tentações, é quanto à sua fonte, porque nenhuma delas procede diretamente de Deus, porque Ele não pode ser tentado pelo mal para que venha tentar alguém, como também em Sua própria natureza bondosa e perfeita a ninguém pode tentar, isto é, Deus jamais atuará para conduzir qualquer pessoa à prática do pecado, a transgredir a Sua vontade ou enfraquecer na fé.
Por isso Ele deu aos cristãos, não um Espírito desanimador, mas um Espírito consolador.
Deus nunca agirá para desanimar Seus filhos, senão para animá-los; por este motivo lhes ordena que tenham bom ânimo em suas aflições, porque Ele mesmo está sempre pronto a animá-los para que sustentem um firme e bom testemunho de coragem e fé, mesmo quando se encontrarem nas condições mais extremas de fraqueza.
Ele sempre procurará nos livrar da condição de abatimento pela concessão da Sua graça.
A fonte da tentação é tanto interior quanto exterior.
A interior está na nossa própria natureza terrena decaída no pecado, que nos leva a cobiçar e a pecar.
Até mesmo as tentações que recebemos do exterior, da parte de Satanás e do mundo, nos vêm como ações, sobre esta fonte interior da nossa própria cobiça.
De maneira que estas ações exteriores nada mais fazem do que estimular o mal que habita em nossa própria carne.
De Deus só podemos esperar toda boa dádiva e todo dom perfeito, sem qualquer variação nos Seus propósitos eternos, porque Ele mesmo não muda, e tem determinado formar um povo exclusivamente Seu; zeloso de boas obras.
Isto não exclui evidentemente Suas ações corretivas e Seus juízos contra o pecado.
Não pensemos de Deus sendo perfeitamente bom, porque não permita ou consinta que soframos qualquer tipo de correção.
O Seu caráter justo não permitirá que Sua justiça seja apagada ou encoberta.
Exatamente por ser bom, nos corrigirá para que possamos participar da Sua bondade e santidade.
É com um Deus justo que temos que tratar todos os dias, e é por isso que se exige santidade, temor e tremor para andarmos na Sua presença.
Na verdade, muitas das provações que experimentamos ou são correções de Deus ou aplicação de disciplina para melhorar nosso caráter e modo de caminhar diante dEle.
Se há tanto para aprender de Deus deveríamos sempre, ser prontos para ouvir, especialmente as coisas que o Senhor tem para nos ensinar.
Por outro lado deveríamos ser tardios tanto para falar quanto para nos irar, sabendo que há um Juiz perfeito no céu, que tudo julga consoante a Sua verdade.
É Ele mesmo que nos julga em nosso procedimento como também as nossas causas quanto ao que sofremos da parte de outros.
Tudo isto deve ser avaliado e praticado para um real viver na fé.
A verdadeira fé é constante e firme. Ela alça vôo à presença de Deus, elevando-se mais e mais.
É assim que o cristão deve se exercitar na sua confiança no Senhor.
Ele não deve ser como a onda do mar que é agitada pelos ventos, que aqui representam as tribulações que lhe sobrevêm. Numa hora está em cima, noutra, embaixo. Num momento crê, noutro duvida.
A vida do cristão não deve ser como a onda. Ele não deve se deixar dominar pela dúvida na fidelidade de Deus, sendo impelido para lá e para cá pelo sopro das tribulações.
Ele deve permanecer firme na prática de tudo aquilo que tem aprendido pela Palavra, como sendo a vontade de Deus, e não se deixar arrastar pelas pressões que são exercidas sobre sua vida, quer externas, quer internas.

Todas as bênçãos que Deus tem designado para nós, e toda mudança de nosso caráter segundo à semelhança ao de Cristo, Ele tem dado à fé.
Não à nossa própria inteligência pessoal, não às nossas habilidades, mas simplesmente à nossa fé nEle.
Uma grande fé é o que está sendo trabalhado pelas tribulações, e somente uma grande fé pode fazer uma pessoa permanecer fiel à verdade de Deus em meio a todo tipo de pressão que possa ter que suportar.
Assim, aquele que duvida e não crê, nada obterá do Senhor quando lhe pede em oração por sabedoria.
Podemos pedir com a nossa boca, mas não com o coração. É no coração que se crê para a salvação.
A fé não é de meras palavras, mas daquilo que se crê no coração.
 É, portanto vã a expectativa de se receber alguma coisa de Deus quando lhe pedimos algo em oração, mas sem crer de fato, que o receberemos.
Jesus ensinou isto claramente em seu ministério terreno. E disse que nada é impossível ao que crê.
Tiago repreende o cristão de ânimo dobre, isto é, o homem vacilante. No grego, dipsikos, que significa irresoluto, de espírito vacilante.
A fé requer não somente confiança em Deus, mas ousadia para se colocar em prática o que Ele tem ordenado.
Um homem irresoluto é um homem que não se posiciona e não age para resolver as coisas que são necessárias à obra de Deus. Mas temos que reconhecer francamente, que isto não é uma coisa fácil para quem não tem intimidade com o Senhor.
Daí ser fundamental obedecê-lO e cultivar nossa comunhão espiritual com Ele diariamente, para que conheçamos o Deus ao qual temos nos dirigido em oração.
Tiago aponta que a maneira de vermos atendidas as nossas necessidades é lançando-nos sobre Deus com a firme disposição de tudo vencer por meio da Sua graça.
Contudo, Tiago não resume a questão da fé ao simples ato de abrir a boca e fazer petições a Deus.
Ele vai detalhar em outras partes desta epístola, que uma fé autêntica demanda muitas atitudes cristãs, especialmente em obediência e prática efetiva da Palavra do Senhor.
Tiago também nos diz que pedir para atender os próprios interesses é pedir mal, para não ser atendido por Deus, como veremos mais adiante.
Há uma tendência moderna de se buscar a Deus para atendimento de prazeres, e não a pessoa do próprio Deus; porque afinal a Bíblia afirma que nos últimos dias os homens seriam mais amantes dos prazeres do que de Deus; isto é, seu prazer não se encontra somente no Senhor, mas nas coisas que são terrenas e mundanas.
Tiago aponta a necessidade de uma vida verdadeiramente piedosa, na demonstração de amor e cuidado, especialmente pelos irmãos necessitados.
Uma vida santificada que resista resolutamente às corrupções do mundo, e que refreia a sua língua do mal.
Enfim, são as pessoas que vivem desta maneira que podem contar com a amizade de Deus, com a Sua assistência, Seu socorro, e capacitação para fazerem Sua obra e viverem de modo agradável a Ele.
As oposições, tribulações e aflições, somente cooperam para aumentar os laços de amor em Cristo, e o poder eficaz de nossas orações, no poder do Espírito.    
A fé que não inclui estas coisas referidas nada mais é do que a fé dos demônios.
É uma fé morta que não pode ser acompanhada pelas obras de Deus, porque somente uma fé viva e genuína pode ter a eficácia de um Deus justo e santo.
Então, não é aos cristãos de coração dobre, que são inconstantes em todos os seus caminhos, que Tiago está se referindo como aqueles que têm sido aperfeiçoados pelas provações.
Um cristão inconstante, que não se aplica a agradar inteiramente a Deus, em todo o tempo e em todas as coisas que lhe são apontadas pela Palavra quanto ao seu comportamento, não pode contar em receber a sabedoria que vem do alto, para iluminar seu entendimento, dar-lhe poder pela graça e assistência do Espírito Santo, para prevalecer em sua caminhada neste mundo, ainda que em meio de muitas provações.
Mas, as provações não podem deter o cristão que é constante na fé em sua caminhada, porque ele triunfa pelo poder e sabedoria do Senhor sobre elas, e verifica que sua fé está ficando cada vez mais amadurecida e forte, como também sua confiança no Seu Deus tem aumentado, de maneira que ele pode ter por motivo de toda a alegria o passar por várias provações, conforme se diz em Tg 1.2.
Ele vive isto, porque em cada provação suportada com fé, tem aprendido a perseverar e a fazer a vontade de Deus em toda e qualquer circunstância, sabendo que é exatamente isto que é do agrado do Senhor: o testemunho de uma fé que tudo suporta com grande alegria.  
Ser bem-aventurado, portanto, segundo Deus não significa ausência de tentações, mas perseverar fielmente em fazer Sua vontade, ainda que debaixo de fortes tentações.
Perseverar, não significa que o cristão nunca possa falhar ou tropeçar, mas que ele se manterá firme, sem vacilar e sem se render no seu propósito de fazer a vontade de Deus.
Quando a fé for refinada e nós formos aprovados, o processo estará completo, então, nós seremos apresentados na glória na presença do Senhor; santos, inculpáveis e irrepreensíveis. Aí nos será dada a coroa da vida na presença de nosso Deus.
Devemos ser longânimos para com as faltas dos outros, assim como Deus é longânimo para conosco.
Por isso Tiago diz no verso 21 o seguinte:
“Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei com mansidão a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar as vossa almas.”
 Este verso faz a conclusão do que ele há pouco havia dito.
É preciso fazer algumas mudanças, de forma que possamos dar boas-vindas à Palavra em nossas vidas e podermos ver cumpridos os propósitos de Deus.
 “Despojando-vos”, isto é, “apartando-vos” de toda imundície e impureza - devem ser removidas certas coisas e estar disposto a isto.
O quadro aqui é o de se lançar fora certas roupas, de forma que possamos vestir roupas apropriadas; isto é, tirar a roupa suja e colocar a limpa; tirar a roupa suja da própria justiça e vestir-se com as vestes gloriosas da justiça do próprio Cristo.
Note que toda a imundície deve ser removida.
Nós devemos levar muito a sério a ordenança bíblica de deixarmos toda forma de impureza, porque somente corações puros podem ver a Deus.
Por mais que doa deixar certos hábitos impuros, que se transformaram até mesmo em entretenimentos, se faz necessário abandoná-los a ponto de não se ter mais saudade deles, senão nojo.
É quando fazemos esta faxina na casa do nosso coração, que Jesus se disporá a nos visitar com frequência e a sentir-Se bem e alegre em nossa companhia.
Corações podem estar quebrados, mas desde que estejam limpos são muito agradáveis a Deus; porém, corações ainda que inteiros, mas sujos e endurecidos, são uma abominação para Ele.
 Tiago diz que todo “acúmulo de maldade” deve ser lançado fora, isto é, não se deve como é comum  acontecer, ficarmos juntando impureza a impureza, maldade a maldade. Tudo deve ser cortado pela raiz.
A fonte de onde procede o pecado deve ser crucificada, isto é,  nossa natureza carnal.
O velho homem deve ser levado diariamente à cruz, e nosso ego deve ser negado em seus desejos e paixões que nos impeçam de estar em comunhão com Deus.
Em vez de ocuparmos nossas mentes com as coisas que nos contaminam, devemos ocupá-las com a oração e a Palavra de Deus, que nos purificam.
Tudo tem que ser removido, porque somos agora, novas criaturas em Cristo conforme se afirma em 2 Cor 5:17; Ef 4:22-25,31; Cl 3:8-10.
É por isso que Tiago diz que a Palavra deve ser acolhida com mansidão, a saber, com submissão e humildade, dando-lhe boa receptividade.
Tiago fala da “palavra implantada em vós” - Esta é a Palavra como foi implantada no coração. A Palavra foi implantada nos corações dos cristãos na hora do novo nascimento. Mas isso era o começo de um processo, não o fim.
A questão básica é se voltar do pecado e se submeter à Palavra que Deus colocou dentro de nós. O propósito de Deus é que essa Palavra possa crescer, enquanto produzindo o Seu caráter divino dentro de nós.
É esta Palavra, que segundo Tiago, “é poderosa para salvar as vossas almas.” - é a Palavra de Deus que ativa a salvação, porque produz o novo nascimento.
Também é a Palavra que efetua nosso crescimento espiritual, ao que Paulo chama de desenvolver a salvação em 1 Cor 1:18 e 2 Cor 3:18, porque é por meio dela que os cristãos são santificados, como se vê em Jo 17.17.
Os cristãos devem continuar praticando a Palavra e não serem praticantes ocasionais como pessoas que obedecem determinados mandamentos nos momentos que julgam que devem fazer isto. Mas, praticantes permanentes, em todo o tempo, e de todas as coisas ordenadas. É isto que Deus espera dos Seus filhos.
A expressão “Não somente ouvintes”, usada por Tiago, indica que o mandamento para ser praticante, não diminui a importância do mandamento de ouvir a Palavra. O perigo é que nós paramos no ouvir.
O ouvir, o ler a Palavra é importante para o conhecimento dela, de forma que possamos praticá-la. Como faremos o que não conhecemos?
Algumas pessoas agem como se estivessem examinando o estudo da Palavra.
Eles assistem, escutam, e frequentemente acumulam muito conhecimento, mas não assumem nenhuma responsabilidade em colocá-la em prática.
Eles assumem a posição de juízes e julgam a Palavra, em vez de se colocarem na posição de quem deve ser julgado por ela, porque é afinal a boca de Deus nos falando através dela.
Quem age desta forma está se iludindo, e por isso Tiago diz “enganando-vos”, isto é, que se ilude a si mesmo.
A palavra aqui significa enganar ou enganar através de falso raciocínio.
Por um processo de raciocínio defeituoso, eles se enganam; pensam que ouvindo a Palavra, talvez até mesmo com grande atenção, é tudo o que é necessário.
Devemos a todo o custo evitar o que Tiago nos diz:
“Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla num espelho o seu rosto natural.”
Tiago primeiro retrata a pessoa que ouve a Palavra, mas não a pratica.
Esta pessoa olha o seu aspecto natural num espelho. O verbo olhar pode indicar que esta é a atividade habitual ou característica deste indivíduo.
Esta pessoa pode ser alguém que gasta algum tempo escutando a Palavra e tentando entender o que está sendo ensinado, mas no final “a si mesmo se contempla e se retira, e logo se esquece de como era a sua aparência.”
 Note os três passos aqui: olhar... ir embora... esquecer-se. Longe da vista, fora da mente.
Esta pessoa esqueceu o que viu e as mudanças que precisavam ser feitas.
Ela não ouviu com a disposição de ser transformada, de ser visitada por Deus, de mudar hábitos formados trocando-os por hábitos de santidade.
Ela viu a sua condição de pecado, das coisas que a Palavra mostrou que necessitavam ser mudadas em sua vida, mas fez isto como quem olha para um espelho, porque uma vez que virou suas costas ficou completamente esquecida de tudo o que viu a respeito de Deus e de si mesma.
Não houve um trabalho do Espírito em seu coração, em convencimento de pecado, em renovação espiritual, em lavagem e purificação de pecados e hábitos, e de enchimento na nova vida do céu.
Quão triste é ter um coração como este, que é como solo estéril e seco onde a Palavra da vida eterna não encontra boas condições para poder germinar e gerar vida.
Mas quão felizes são aqueles que se encaixam na condição citada por Tiago no verso 25:
“Mas aquele que considera atentamente na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar.”
“Na lei perfeita” - A referência à lei aqui, corresponde à "palavra da verdade", como se vê no verso 18; "a palavra implantada" do verso 21; e "a palavra" citada no verso 22. Tiago a chama de lei, porque é a mensagem autorizada de Deus que requer nossa obediência.
É a verdade relativa a Cristo como contida no Novo Testamento. Isto se ajusta com a ênfase de Tiago em praticar a Palavra.
A palavra perfeita usada aqui por Tiago vem do grego teleios, que significa total, completo. Esta revelação de Deus está completa, conforme os propósitos de Deus. Toda a revelação anterior apontava para este fim. Isto tinha sido profetizado no Velho Testamento em Jer 31:33 e cumpre todo o Velho Testamento, como se afirma em Mt 5:17.
  “Lei da liberdade” - Esta é a lei que provê liberdade àqueles que a  obedecem, como vemos em Jo 8:31 a 36 e Rm 8:2. Dentro dos limites da lei de Deus o homem é livre do pecado, da morte, do diabo, do mundo.
Tiago nos diz ainda:
“Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a sua língua, antes enganando o próprio coração, a sua religião é vã.”
Tiago tem em mente uma pessoa que pensa que é religiosa. Esta pessoa não é uma hipócrita que está tentando enganar as pessoas de propósito. A indicação é que ele pensa que é verdadeiramente uma pessoa religiosa.
   Esta pessoa é diligente em atividades como oração, jejum, e frequência aos cultos de adoração.
No entanto, ela “não refreia a sua língua” - A palavra aqui (chalinagogeo) significa “guiar" e “conter com uma rédea."
A língua desta pessoa está como um cavalo selvagem que está descontrolado. (Esta analogia será reenfocada e desenvolvida em Tg 3:2-12).
 Isto indica claramente, que a língua pode e deveria ser controlada. Nós devemos ter controle sobre tudo o que dizemos.
Então, esta pessoa religiosa “engana seu próprio coração” - Esta é a terceira vez que Tiago advertiu seus leitores  sobre se enganar.
Mas, a “sua religião é vã”, isto é, inútil (mataios) - Esta palavra traz a idéia de não alcançar seu resultado, seu alvo, sua meta. Uma religião que não efetua mudanças decisivas em áreas chaves de conduta, não pode fazer com que uma pessoa agrade a Deus.
Então Tiago diz que:
“A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deu e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo.”
 Tiago indica que há dois ingredientes necessários na verdadeira religião:
Serviço amoroso ao próximo; que é o comportamento previsto pela Palavra, que devemos ter em relação às demais pessoas.
Aquele que estiver de fato unido em espírito ao Senhor e andando com Ele, será movido pelo próprio Espírito Santo a amar o seu próximo.
Além disso, uma verdadeira religião despertará e fará com que se desenvolva em nós uma grande aplicação para nos santificarmos em todas as áreas de nossa vida (espírito, alma e corpo, como se vê em I Tes 5.23).
Isto consistirá principalmente, no cultivo de um coração puro e sem mácula.
Um coração livre de malícia; de qualquer domínio do pecado, em todas as suas formas que são resultantes da carne e que Paulo chama de obras da carne em Gál 5.  
Deus tem fixado o padrão da verdadeira religiosidade na Sua Palavra, e qualquer atividade religiosa que não satisfaça  o padrão de Deus é realmente inútil.
 Algumas pessoas têm a idéia errada de que Deus é obrigado a aceitar tudo o que se faça no reino religioso.
E estas pessoas geralmente ficam muito contrariadas quando lhes é dito que sua atividade religiosa não tem nenhum valor diante de Deus; porque Deus nos revelou o que é aceitável diante dEle.
 Tiago destaca alguns exemplos de uma verdadeira religião como, por exemplo, “visitar” os órfãos e as viúvas.
A referência aqui não é a de um mero encontro social, nem visitar um necessitado ou enfermo como se lhe estivesse fazendo um grande favor, ou então para marcar um ponto com Deus, mas fazê-lo por amor, movido pelo amor do próprio Cristo, e para efetivamente, que através dEle venha a suprir as necessidades deles.
Esta é uma lembrança forte para nós, para que estejamos procurando o necessitado entre nós, para que possamos auxiliá-lo e satisfazer suas necessidades.
Note que a ênfase está em fazer isto a outros. Muito frequentemente nós lemos isto com uma intenção egoísta. Quem satisfaz minhas necessidades? Minha preocupação é estar satisfazendo as necessidades de outros.
Muitos deixam a Igreja alegando que não foram amados, assistidos, visitados.
No entanto a ordenança bíblica não é a de que esperem isto, mas que façam isto a outros.
Pessoas que pensam deste modo têm ainda um coração endurecido, não tratado por Deus para que sinta amor ao próximo.
Uma das principais características de um verdadeiro religioso é citada por Tiago como sendo a atitude de "a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo”, isto é, “manter a si mesmo puro do mundo” - eu tenho uma responsabilidade diante de Deus para manter o meu coração puro.
Tiago diz: “Manter a si mesmo”, porque no final das contas somente Deus é o guardião do Seu povo, mas eu sou responsável em exercitar minha vontade submetendo-me a Ele e permitir que o Espírito Santo me mantenha puro diante dEle.  


“1 Tiago, servo de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que andam dispersas, saúde.
2 Meus irmãos, tende grande alegria por passardes por várias tentações;
3 Sabendo que a prova da vossa fé opera a paciência.
4 Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma.
5 E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada.
6 Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte.
7 Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa.
8 O homem de coração dobre é inconstante em todos os seus caminhos.
9 Mas glorie-se o irmão abatido na sua exaltação,
10 E o rico em seu abatimento; porque ele passará como a flor da erva.
11 Porque sai o sol com ardor, e a erva seca, e a sua flor cai, e a formosa aparência do seu aspecto perece; assim se murchará também o rico em seus caminhos.
12 Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.
13 Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta.
14 Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.
15 Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.” (Tiago 1.1.15)
16 Não erreis, meus amados irmãos.
17 Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.
18 Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas.
19 Portanto, meus amados irmãos, todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar.
20 Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus.
21 Por isso, rejeitando toda a imundícia e acúmulo de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar as vossas almas.
22 E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos.
23 Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural;
24 Porque se contempla a si mesmo, e vai-se, e logo se esquece de como era.
25 Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecidiço, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito.
26 Se alguém entre vós cuida ser religioso, e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a religião desse é vã.
27 A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo.”





Tiago 2

As Evidências de Uma Fé Viva - Tiago 2

Antes de tecermos qualquer comentário sobre este segundo capítulo da epístola de Tiago, julgamos conveniente apresentar qual foi a decisão dos apóstolos reunidos com a Igreja de Jerusalém para tratarem sobre o assunto da salvação somente pela graça e mediante a fé, inclusive com parecer do próprio Tiago, conforme registro que encontramos em Atos 15:

O Problema que deu ocasião à reunião:

"Ats 15:1 Alguns indivíduos que desceram da Judeia ensinavam aos irmãos: Se não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podeis ser salvos.

Parte do parecer de Pedro:

"Ats 15:8 Ora, Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, concedendo o Espírito Santo a eles, como também a nós nos concedera.
Ats 15:9 E não estabeleceu distinção alguma entre nós e eles, purificando-lhes pela fé o coração.
Ats 15:10 Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais puderam suportar, nem nós?

Ats 15:11 Mas cremos que fomos salvos pela graça do Senhor Jesus, como também aqueles o foram."

Parecer de Tiago:

"Ats 15:13 Depois que eles terminaram, falou Tiago, dizendo: Irmãos, atentai nas minhas palavras:
Ats 15:14 expôs Simão como Deus, primeiramente, visitou os gentios, a fim de constituir dentre eles um povo para o seu nome.
Ats 15:15 Conferem com isto as palavras dos profetas, como está escrito:
Ats 15:16 Cumpridas estas coisas, voltarei e reedificarei o tabernáculo caído de Davi; e, levantando-o de suas ruínas, restaurá-lo-ei.
Ats 15:17 Para que os demais homens busquem o Senhor, e também todos os gentios sobre os quais tem sido invocado o meu nome,
Ats 15:18 diz o Senhor, que faz estas coisas conhecidas desde séculos.
Ats 15:19 Pelo que, julgo eu, não devemos perturbar aqueles que, dentre os gentios, se convertem a Deus,
Ats 15:20 mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, bem como das relações sexuais ilícitas, da carne de animais sufocados e do sangue.
Ats 15:21 Porque Moisés tem, em cada cidade, desde tempos antigos, os que o pregam nas sinagogas, onde é lido todos os sábados."

Estas palavras que atestam que a salvação de judeus ou gentios é somente pela graça e mediante a fé em nosso Senhor Jesus Cristo, foram registradas em cartas para serem enviadas as gentios para que eles não dessem crédito aos judaizantes que iam ter com eles ensinando contra o ensino do evangelho que era necessário guardar também toda a lei civil e cerimonial de Moisés para que fossem salvos, quando nem mesmo é por meio do cumprimento da lei moral que alguém é salvo, porque Deus não nos justifica por meio da lei, mas sempre por graça, e por meio da fé.
O parecer de Tiago não somente validou o parecer de Pedro a este respeito, como também ele próprio o confirmou.

Então, é conveniente que se tenha em mente a postura de Tiago em Atos 15, sempre  sempre que formos ler a parte final deste segundo capítulo da sua epístola, no qual ele faz referência à justificação por meio da fé, e evidenciada por obras.

Passemos então ao comentário da epístola propriamente dito:

Tiago estava zelando pela manutenção da manifestação do poder e do amor de Deus na comunhão de todos os cristãos reunidos na congregação para a adoração pública.
Ele advertiu para o grande perigo que há em se fazer acepção de pessoas, especialmente em razão da condição social delas.
Em Cristo caíram todas as barreiras ditadas por preconceitos raciais, sociais ou de qualquer outra natureza, de maneira que um escravo com seu senhor numa mesma congregação deveriam receber o mesmo tratamento em Cristo, e não permitirem que a comunhão deles na Igreja fosse prejudicada pela distância imposta pela condição social de ambos.    
Como não é próprio da natureza terrena lembrar-se dos pobres e dar atenção a eles, senão aos ricos e poderosos, Tiago advertiu a Igreja para evitar o grande pecado de se dar preeminência aos ricos em detrimento dos pobres.
É por isso que se ordena aos que são ricos segundo o mundo, que se amoldem às coisas humildes e deem a devida atenção aos seus irmãos que vivem em baixas circunstâncias, porque eles são agora ricos em Cristo, e não é raro, que o Senhor distribua a estes até maiores dons e graças espirituais para poderem servir com eles a todos, inclusive os próprios ricos.  
Igrejas verdadeiramente cheias do Espírito, cujos cristãos vivam de fato de maneira piedosa, dificilmente necessitarão atender à exortação de Tiago, porque amarão indistintamente tanto o rico quanto o pobre, e os ricos demonstrarão até mesmo um cuidado maior com os pobres, por saberem que são colocados neste mundo, especialmente para que a sua generosidade seja colocada à prova por Deus.
A riqueza de bens terrenos não é necessariamente um sinal do favor de Deus, assim como a pobreza não é um sinal do Seu desagrado.
Então, os cristãos não devem julgar segundo a aparência externa, mas segundo a reta justiça.
Não é pelo simples fato de alguém ser rico que deve ser digno de receber uma atenção especial e diferenciada da Igreja; porque é até muito comum que pelo fato de que é comum que os ricos não tenham temor de Deus e sejam opressivos em relação aos pobres, tal como o Senhor Jesus havia padecido nas mãos dos abastados sacerdotes e fariseus de Jerusalém.
Além disso, por um mistério que somente Deus conhece, não são de fato muitos os que são de nobre nascimento e que são ricos segundo o mundo, que são os eleitos de Deus, porque aprouve a Ele fazer os Seus eleitos, pobres em sua grande maioria, neste mundo, não somente para que ninguém se glorie na Sua presença, como também para abater a todo espírito exaltado.
  Não devemos desprezar a nenhum rico, antes, temos o dever de amá-los como a qualquer outro, mas não devemos nos intimidar com a aparência deles, porque são afinal pecadores necessitados de salvação, e de serem aperfeiçoados em santificação.
Que praga devastadora é para qualquer congregação um irmão que tenha muitos bens deste mundo e viva para se gloriar disto diante dos demais.
Isto não é apenas um insulto na face destes, como na do próprio Deus, que a alguns provê com mais bens e talentos naturais para prova de generosidade e para assistirem àqueles aos quais forem dirigidos pelo Espírito, ao invés de viverem com um comportamento perverso, impiedoso, orgulhoso e arrogante, em razão dos muitos bens terrenos e talentos que possuem.
Todos os homens, sejam ricos ou pobres, são mendigos da graça de Deus, porque tudo Lhe pertence e é dEle que todas coisas provêm. Como pode então, o homem gloriar-se em si mesmo?
E, se algum cristão mostra uma deferência exagerada a um rico, ele está consequentemente diminuindo e tendo em pouca conta a única glória verdadeira e permanente, que é a de nosso Senhor Jesus Cristo.  
É preciso, portanto vigiar constantemente contra este pecado odioso de dar honra ao rico, e menosprezar o pobre.
Devemos lembrar que nos dias do ministério terreno de Jesus, Deus não pôs em honra apostólica a nenhum rico sacerdote ou escriba, mas a homens iletrados, pescadores e publicanos.
Não devemos nos deixar levar pela aparência exterior do traje, formação intelectual ou de qualquer outra coisa que o mundo considere elevada, senão avaliar o justo valor espiritual que cada pessoa tem diante de Deus.
 As riquezas terrenas passarão, e ao sairmos deste mundo nada poderemos levar conosco, de maneira que os ricos fariam bem em atender à ordenança que o apóstolo Paulo dirigiu a eles em I Tim 6.9,10, 17 a 19.
As autoridades de Israel, nos dias em que Tiago escreveu sua epístola, continuavam ainda perseguindo os cristãos e arrastando-os para os tribunais.
Aqueles que confessavam a Jesus eram expulsos das sinagogas, e as autoridades blasfemavam o nome do Senhor.
Como poderiam, portanto ser dignos de honra, em detrimento dos cristãos pobres, quando alguns deles se dirigiam à reunião pública de adoração promovida pela Igreja?
Quem não honra ao Filho de Deus não honra ao próprio Deus. E como podemos dar honra a quem não honra a Cristo?
Como podemos dizer que Deus está satisfeito e aprovando o comportamento daqueles que O desonram abertamente?
Como o ministério da Palavra deve não somente advertir, repreender, admoestar contra o pecado, mas também ensinar e instruir na verdade, Tiago passou a dar instruções específicas quanto às coisas que devem ser cultivadas e vistas na vida de cada cristão.
Ele começa então, com a principal graça que deve existir na Igreja, que é o amor de Cristo.
Ele chama o amor de lei real e lei da liberdade, porque sem esta lei espiritual governando nossos corações pelo Espírito, não podemos nem sequer imaginar de longe a que ele está se referindo.
Tiago parte do ponto de partida da necessidade de uma estrita aplicação em se viver em verdadeira obediência à vontade de Deus, na disposição de se cumprir de fato todos os Seus mandamentos. Dizemos disposição porque enquanto estivermos vivendo deste outro lado do céu, nunca atingiremos este alvo, nem de perto, em perfeição.
Mas se impõe, que nos esforcemos com toda a diligência para sermos misericordiosos e perfeitos, assim como Deus é perfeito e misericordioso, pois há um real crescimento espiritual envolvido nisto, uma vez que à medida que o crente vai ficando mais amadurecido em seu caminhar com Cristo, mais ele terá o pecado sendo mortificado e enfraquecido em sua vida, e a graça e as virtudes de Cristo crescendo e se multiplicando.
Como cristãos, seremos julgados segundo a lei do amor e da misericórdia que deveríamos ter demonstrado para com o nosso próximo, em demonstração real, prática e espiritual do nosso amor e misericórdia para com eles.
A graça e a misericórdia que estão disponibilizadas pelo Senhor na presente dispensação livram efetivamente do juízo vindouro; os cristãos devem ter plena convicção da grande importância do valor eterno do trabalho que fazem para Deus, empenhando-se em prol da salvação de almas por suas orações, pregação e testemunho do evangelho.
Isto deve ser feito em demonstração de uma fé autêntica, que se comprove pelos seus resultados nas vidas.
Tudo será vão, caso não sejamos movidos por uma fé viva.
Uma fé morta pode ser representada no ato de declararmos a quem tem fome e frio, que deve ter confiança, que será aquecido e alimentado.
Se dissermos que fizemos uma oração por ele, quando se achava em nosso poder as condições materiais necessárias para matar a fome e cobrir a nudez daquela pessoa necessitada, na verdade cometemos grave pecado, porque nosso coração estava endurecido, vazio do amor de Deus, falto da verdadeira fé, porque se estivéssemos sendo movidos por Deus, nós discerniríamos e cumpriríamos nosso dever de atendê-lo de maneira prática, em obediência à vontade do Senhor.
Tiago mostra de modo muito claro que uma fé que não é acompanhada pelas boas obras que Deus preparou de antemão para que andássemos nelas, é na verdade uma fé morta.
Tiago nos ajuda a entender que a verdadeira fé que salva, a verdadeira e única fé genuína que nos é dada como um dom de Deus, não é uma simples questão de afirmar: Eu creio! Eu creio! Mas que ela se demonstra no modo de vida santa e obediente a Deus que é produzida em nós, e que nos transforma em pessoas misericordiosas, sensíveis ao toque do Espírito e capacitadas a discernir a vontade de Deus.
Sabemos que temos uma fé justificadora, tal como a de Abraão, quando fazemos as obras de Abraão. É a isto que Tiago quis se referir ao dizer que uma pessoa não é justificada somente por fé, mas também por obras, ou seja, a verdadeira fé é vista na obra transformadora que Deus realizou em nossas vidas, e que nos leva a falar, pensar e agir de modo santo, ou pelo menos, estarmos sendo dirigidos a nos ocuparmos com esta forma de viver segundo a instrução e direção do Espírito Santo.
Sabemos que temos sido justificados pela fé, quando vivemos cheios das obras de justiça do evangelho;  quando sustentamos nosso testemunho de confiança total em Deus, tal como fizera Raabe nos dias de Josué.
Quando Tiago diz que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé, no verso 24, ele não quer dizer que Deus estabeleceu dois caminhos diferentes pelos quais podemos ser justificados, mas que a verdadeira fé nunca estará sozinha, porque se comprovará em evidência pelas boas obras da fé: em demonstração que de fato possuímos uma fé que é genuína e não morta, ou então como a fé dos demônios que creem em Deus, e tremem.
Contudo, qual boa obra os demônios podem fazer? No entanto eles creem em Deus.
Mas não possuem a verdadeira fé, e não possuem uma natureza justificada, regenerada e santificada, que possuem somente aqueles que passaram a amar a Deus em sua justificação, e que se inclinam a honrar e a guardar  Seus mandamentos, por causa da fé que lhes foi dada como um dom pelo próprio Senhor, não para que somente creiam nEle como também possam viver do modo pelo qual importa viver perante Ele, porque devemos viver não por vista, mas por fé, na prática das boas obras que Deus preparou de antemão para que andássemos nelas.      


“1 Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas.
2 Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com trajes preciosos, e entrar também algum pobre com sórdido traje,
3 E atentardes para o que traz o traje precioso, e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé, ou assenta-te abaixo do meu estrado,
4 Porventura não fizestes distinção entre vós mesmos, e não vos fizestes juízes de maus pensamentos?
5 Ouvi, meus amados irmãos: Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?
6 Mas vós desonrastes o pobre. Porventura não vos oprimem os ricos, e não vos arrastam aos tribunais?
7 Porventura não blasfemam eles o bom nome que sobre vós foi invocado?
8 Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis.
9 Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois redargüidos pela lei como transgressores.
10 Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos.
11 Porque aquele que disse: Não cometerás adultério, também disse: Não matarás. Se tu pois não cometeres adultério, mas matares, estás feito transgressor da lei.
12 Assim falai, e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade.
13 Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa do juízo.
14 Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?
15 E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano,
16 E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?
17 Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.
18 Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.
19 Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o creem, e estremecem.
20 Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?
21 Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque?
22 Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada.
23 E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus.
24 Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé.
25 E de igual modo Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando recolheu os emissários, e os despediu por outro caminho?
26 Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.”






Tiago 3

A Integridade no Viver - Tiago 3

Tiago sabia como a natureza terrena aprecia se gabar de grandes feitos, como ama desenvolver teorias com o fim de se mostrar esclarecida e sábia.
Então, ele começa este capítulo pondo logo um antídoto contra este mal e uma séria advertência quanto ao perigo que há em especular com a verdade revelada por Deus, para se obter a reputação de mestre.
Ele diz que Deus julgará com maior rigor aqueles que se entregarem a especular sobre a verdade e que no final nada alcançaram em termos de uma vida piedosa, senão uma língua eloquente e falta de verdadeiro entendimento espiritual e verdadeira santificação.
Afinal, a verdade não foi dada para ser especulada, mas para ser obedecida e vivida.
Coisas espirituais se discernem espiritualmente, e com a mente de Cristo; e não propriamente com nossa mente natural, corrompida pelo pecado.
A assertiva de Tiago que o simples conhecimento intelectual das coisas de Deus sem um viver piedoso e dirigido pelo Espírito, está exposto a muitos juízos; se comprova em que não há nenhum valor em falar da verdadeira doutrina, de se bendizer a Deus, de orar a Ele, e ao mesmo tempo amaldiçoarmos os homens criados à Sua semelhança.
Uma obra misturada com bênção e maldição; com acertos e com erros, não pode contar com a aprovação do Senhor.
Tal vida não pode ser útil ao Seu serviço e não dará um bom testemunho da nossa condição de sermos filhos de Deus.
A nossa fonte deve jorrar permanente e somente águas vivas através de nós.
Esta água é cristalina, limpa, doce, potável, apropriada para gerar e manter a vida eterna.
Logo, o que deve fluir de nós são águas limpas e somente águas limpas, que procedem do trono de Deus.
A nossa árvore deve dar apenas bons frutos.
A verdadeira sabedoria e conhecimento da vontade de Deus são demonstrados quando se vive em submissão (mansidão) à Sua vontade.
Sem consagração ao Senhor não pode haver um trabalho de disciplina do Espírito para a crucificação das paixões e desejos da nossa carne, de maneira que as obras da carne sejam destruídas, e o lugar delas seja ocupado pelo fruto correspondente do Espírito, como por exemplo, o orgulho substituído pela humildade; o rancor pelo amor; a falsidade pela verdade; a hipocrisia pela sinceridade; a falta de zelo pelo fervor; a dissensão e a ira pela paz e tudo o mais que importa que sejamos despojados do velho homem, para sermos revestidos pelo que é da nova criatura em Cristo Jesus.
Cristãos não podem abrigar, nem se deixarem governar por sentimentos facciosos em seus corações, especialmente contra a própria obra do Senhor e daqueles que têm andado no Espírito.
Não devem viver em inveja amarga por não estarem contentes com aquilo que são, nem com as coisas que têm recebido do Senhor.
Tiago nos adverte em última instância, neste capítulo, que devemos estar muito vigilantes quanto ao uso que fazemos da nossa língua, estando conscientes de que ela poderá ser usada de modo muito contrário à vontade de Deus, tanto por falta de sabedoria, quanto por um uso impróprio pecaminoso, uma vez que temos uma natureza terrena que foi corrompida pelo pecado e que deve ser crucificada e renovada pelo Espírito.
Ele não nos alerta para apenas sabermos que temos tal natureza, mas para nos lembrar do dever que temos de fazer um uso santo e edificante em todo o nosso falar.
Se nossa conversação não é santa e edificante, a nossa religião é vã e temos nos enganado a nós mesmos.
Porque aquele que estiver sendo de fato santificado pelo Espírito, e por estar enriquecido com a Palavra de Cristo, haverá de demonstrar isto na sua maneira de conversar e falar.
A língua deve ser uma boa serva do nosso espírito e não como um cavalo desgovernado.
O fogo, quando é servo é de grande utilidade, mas quando se torna senhor pode fazer uma grande devastação. Enquanto sob domínio será útil, mas sem domínio é destruidor.
De igual maneira quando um cavalo é dócil, ele é muito útil, mas caso se desgoverne e entre em disparada saindo de debaixo do controle daquele que o dirigia, ele poderá produzir sérios danos e acidentes.
Assim, importa que o cristão traga sua língua debaixo do domínio do Espírito Santo, e que exerça efetivamente um governo sobre ela, de maneira que profira palavras que sejam boas somente para a edificação dos ouvintes.
Nenhum homem pode domesticar a língua sem a ajuda e graça sobrenatural do Espírito.
Não é uma coisa fácil conseguir tal governo sobre a língua, porque importa antes deixar que Deus transforme nosso coração, de onde de fato procedem todos os males, inclusive o da maledicência.                  

“1 Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.
2 Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito, e poderoso para também refrear todo o corpo.
3 Ora, nós pomos freio nas bocas dos cavalos, para que nos obedeçam; e conseguimos dirigir todo o seu corpo.
4 Vede também as naus que, sendo tão grandes, e levadas de impetuosos ventos, se viram com um bem pequeno leme para onde quer a vontade daquele que as governa.
5 Assim também a língua é um pequeno membro, e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia.
6 A língua também é um fogo; como mundo de iniquidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno.
7 Porque toda a natureza, tanto de bestas feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana;
8 Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal.
9 Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus.
10 De uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim.
11 Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa?
12 Meus irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas, ou a videira figos? Assim tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce.
13 Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria.
14 Mas, se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade.
15 Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica.
16 Porque onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa.
17 Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia.
“18 Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz.”







Tiago 4

Purificando o Coração - Tiago 4

Esta epístola de Tiago é bastante oportuna para nossa época, em que tantos cristãos se têm feito merecedores das repreensões que ele proferiu pelo Espírito.
A condição de dissensões entre os cristãos, das disputas carnais que existiam entre eles são porventura incomuns em nossos dias?
O apóstolo nos dá o diagnóstico divino deste mal, e o único remédio que pode curá-lo.
A falsa convicção religiosa, o orgulho espiritual cega o cristão de tal maneira que ele fica impossibilitado de aceitar e entender que a prática da iniquidade impede que nossas orações sejam ouvidas por Deus, que nossos jejuns e todo o serviço que fazemos em Seu nome não sejam aceitáveis por Ele, conforme o próprio Deus afirma em Is 58.4:
“Eis que para contendas e rixas jejuais, e para ferirdes com punho iníquo! Jejuando vós assim como hoje, a vossa voz não se fará ouvir no alto.”
Parece que Tiago retirou desta passagem suas palavras nos versos 1 a 3, do quarto capítulo da sua epístola, onde revela que a causa de não terem alguns cristãos suas orações respondidas por Deus é devido ao fato de viverem em falta de unidade espiritual, em disputas que são originadas de suas cobiças carnais, e não se permitem viver reconciliados pela paz de Cristo, senão em constantes disputas causadas por ódio, inveja e contendas.
Assim, não podem conhecer qual seja a boa, perfeita e agradável vontade de Deus; e quando oram,  nada fazem além de pedir ao Senhor aquilo que vise ao próprio deleite e interesse pessoal.
Nem sequer lhes passa de longe pelas suas mentes a necessidade de se importarem com o reino de Deus e a Sua justiça.
Pensam somente em si mesmos, e quando muito, em seus familiares segundo a carne, mas não da forma como convém; de se importarem antes de tudo, com o estado esterno de seus espíritos.
Não conseguem ver os interesses de Cristo relativos à Sua Igreja, pelos quais deveriam não somente orar, mas também se empenhar para vê-los cumpridos para a glória de Deus.
Eles se deixam dominar pelas atrações do mundo e se tornam mundanos e conformados ao mundo, esquecidos de que, quem se faz amigo do mundo se torna inimigo de Deus, e que não podem ter Seu amor divino sendo derramado em suas vidas.
No entanto, o cristão não pertence mais ao mundo, apesar de estar no mundo.
Ele não é do mundo assim como o Senhor não é do mundo.
O cristão foi comprado por um alto preço, a saber, pelo sangue de Jesus, para não viver mais para si mesmo, mas para Aquele que o resgatou do pecado e da morte.
Como pode, portanto pretender permanecer ligado com seus afetos ao Egito quando foi libertado por Cristo para rumar para a Canaã celestial?
O cristão deve viver como peregrino e forasteiro no mundo, sabendo que sua pátria eterna está no céu, onde Cristo está assentado à direita do Pai.
Este viver mundano é segundo a carne, e por isso o Espírito Santo que habita no cristão sempre lutará contra a carne, e esta contra o Espírito.
A carne procurando trazer o cristão de volta à sua antiga vida, e o Espírito procurando transformar o cristão para viver segundo a nova vida que recebeu do céu.
Se o cristão se endurecer e resistir ao Espírito Santo, ele acabará apagando o Seu fogo purificador e renovador, e ficará desprovido da graça de Jesus que lhe seria concedida para fortalecê-lo caso fosse humilde, submetendo-se ao trabalho do Espírito Santo, através do arrependimento e volta à prática da verdade.
Quando o cristão se sujeita a Deus em humildade, e se levanta com o escudo da fé e a espada do Espírito Santo, que é a Palavra de Deus, para resistir às tentações de Satanás, o resultado será que o diabo baterá em retirada.
Uma vez restaurada a comunhão com o Senhor, e reconciliado de novo a Ele pela obediência à verdade, por uma verdadeira busca de consagração de sua vida a Deus, o cristão deve ter ousadia para se aproximar dEle, confiado no poder purificador do sangue de Jesus, e da eficácia da expiação que fez da nossa culpa e pecado.
Devemos lembrar que apesar de o Seu sangue ser sempre a base da nossa aproximação dEle, no entanto, estabeleceu condições para que Sua graça se manifeste realmente de modo eficaz.
E, uma destas principais condições é o nosso arrependimento, que inclui a tristeza pelos nossos pecados e pelo modo desordenado como vínhamos caminhando diante dEle.
Também devemos deixar de lado toda forma de presunção orgulhosa que nos leve a julgar erroneamente, que podemos como cristãos deliberar sobre todas as decisões de nossas vidas, sem procurarmos saber qual seja a vontade de Deus para nós.
Isto soa como um escravo que faz todas as coisas sem se importar em saber e cumprir a vontade do seu senhor.
Tiago diz que tal tipo de presunção é maligna, a saber, ela não procede do Senhor, mas do inferno.
Afinal, Jesus é Senhor e importa ser obedecido e reconhecido em todas as áreas da nossa vida, como o Senhor de nosso tempo, vontade, ações e tudo o mais.
Ele nos ensinará a viver fazendo o bem que é segundo a Sua vontade, e se não o fizermos, estamos cometendo pecado.
Não admira, que alguém que está vivendo em pecado não possa contar com a amizade do Senhor, porque Ele disse claramente que somos Seus amigos quando fazemos o que Ele nos tem ordenado, e quando guardamos Seus mandamentos.



“1 De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?
2 Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis.
3 Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.
4 Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.
5 Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?
6 Antes, ele dá maior graça. Portanto diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.
7 Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.
8 Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações.
9 Senti as vossas misérias, e lamentai e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo em tristeza.
10 Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará.
11 Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão, e julga a seu irmão, fala mal da lei, e julga a lei; e, se tu julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz.
12 Há só um legislador que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?
13 Eia agora vós, que dizeis: Hoje, ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos;
14 Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece.
15 Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo.
16 Mas agora vos gloriais em vossas presunções; toda a glória tal como esta é maligna.


17 Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado.”. (Tiago 4.1-17)







Tiago 5

Paciência Cristã - Tiago 5

Tantas e variadas eram as opressões que os servos de Deus, e não somente eles, como os demais homens de condição humilde sofriam da parte dos homens poderosos e ricos nos dias de Tiago, que poderia parecer a muitos servos do Senhor que Ele não investigava a causa da justiça ou então, que pouco ou nada se importava com o comportamento injusto, especialmente daqueles que exploravam seus servos, e que até mesmo tiravam suas vidas pelos motivos mais caprichosos.
Fortunas foram acumuladas e ainda têm sido acumuladas neste mundo à custa da miséria e do sangue de muitos.
Os que acumulavam tais fortunas viviam em deleite, enquanto aqueles que eram usados para juntá-las para eles viviam em extrema miséria.
Então qual seria a resposta de Deus para os Seus servos quanto a isto?
Que eles fizessem uma revolução?
Que se insurgissem contra seus senhores?
Nós aprendemos na epístola de Pedro, que é coisa agradável a Deus que alguém suporte injustiças pacientemente, entregando em Suas mãos todas as suas causas, por confiarem que Ele é realmente o Grande Juiz que passará em revista as ações de todos os homens, sejam eles grandes ou pequenos, ricos ou pobres, senhores ou servos.
As riquezas acumuladas pelos poderosos injustos não poderão livrá-los no dia do Juízo.
Tudo o que eles entesouraram de modo injusto será consumido pelo fogo do juízo divino.
Em vez de se regalarem e rirem eles deveriam chorar e lamentar pelas misérias que certamente lhes sobrevirão da parte do justo Juiz.
Os salários injustos e não pagos e todo o sofrimento que causaram aos seus empregados estão devidamente registrados na memória do Senhor para o devido ajuste de contas.
O Senhor é um Juiz perfeito, que não deixará sequer de julgar até mesmo palavras ociosas que foram proferidas, quanto mais atos de injustiça praticados pelos homens.
Todas as delícias que eles viveram na terra à custa do sofrimento alheio trarão um juízo ainda maior, quando o Senhor se levantar para julgar tanto vivos quanto mortos.
Então, Tiago proferiu este ai contra os poderosos injustos, para consolar os cristãos que estavam padecendo injustiças da parte deles, e  para que soubessem que o Senhor não é um Juiz que está indiferente às coisas que sofremos neste mundo.
Deus não abrevia logo o Juízo, nem o aplica direta e imediatamente a cada injustiça praticada contra Seus filhos, porque através destas aflições, como Tiago já havia ensinado no primeiro capítulo da sua epístola, Deus está aperfeiçoando a cada um deles em paciência e perseverança, de maneira que sejam amadurecidos na fé, para darem o bom testemunho de continuarem na prática do bem, ainda que debaixo de senhores maus e perversos; tudo fazendo, não como para homens, mas por amor a Deus e à justiça do evangelho, que nos ordena a amarmos e perdoarmos os nossos ofensores e inimigos, na expectativa de que se arrependam e venham a ser abençoados por Deus.
Jesus sofreu grandes injustiças para poder pagar o preço exigido para nos resgatar do poder da morte e da maldição.
Com os nossos sofrimentos pelo evangelho temos também a oportunidade de valorizar o preço que Ele teve que pagar por nós.
Além disso, não somos pessoas perfeitamente justas, senão também pecadores, e de algum modo, ainda que não para expiação do nosso pecado, que foi feita totalmente por Jesus, podemos também experimentar que Deus nos corrige e disciplina, porque é um Pai zeloso que não deixará nenhum de seus filhos sem o conhecimento de que por causa do pecado vivemos num mundo de sofrimentos e dores.
Também aprendemos que este é de fato um mundo de trevas ao qual não devemos ficar apegados, ao contrário, do qual devemos nos desarraigar e desmamar.
Além disso, há muita glória e graças ao nome do Senhor quando por nossa paciência e orações cooperamos com o Espírito Santo para que alguém seja livrado das trevas para poder vir para a luz.
Por isso Tiago diz que devemos ser pacientes até à vinda do Senhor, tal como o lavrador é paciente esperando o fruto precioso da terra.
Assim como o lavrador aguarda com paciência a chuva temporã e serôdia, nós devemos também esperar que o Senhor derrame a chuva do Espírito Santo, pela qual poderemos colher os preciosos frutos espirituais do nosso testemunho de trabalho paciente na lavoura de Deus, para a colheita de almas.
Tiago indica qual é o modo como devemos ser pacientes na obra do Senhor e nas tribulações que sofremos neste mundo, a saber, “fortalecendo os nossos corações” e sabendo que a vinda do Senhor está próxima.
Quando estivermos com Cristo, todas estas lutas e injustiças cessarão para sempre.
Ocorrerá o fortalecimento do nosso coração, não com a nossa própria força, mas com a força operante do poder de Deus que é mediante a graça de Jesus, que é derramada em nossos corações.
Jesus virá como Juiz, portanto importa deixar toda forma de julgamento nas Suas mãos.
Não devemos viver a nos queixar uns contra os outros, porque o Senhor tudo julgará no Seu tribunal.
Se fizermos o papel de juízes seremos condenados por termos sentado no lugar que pertence ao Senhor, não para uma condenação eterna, mas para a perda de galardão e para sofrer o dano a que Paulo se refere quanto à obra que se queimar pelo fogo da provação de Deus.
Importa sermos longânimos e pacientes, seguindo o exemplo de paciência na aflição, que nos foi deixado pelos profetas do Senhor.
Tiago estava basicamente dizendo, que os cristãos não concentrassem sua atenção nas injustiças que estavam sofrendo, nem mesmo naqueles que as estavam praticando, mas que ao contrário, olhassem para o exemplo daqueles que haviam sofrido com paciência por causa do Senhor, tal como foi o caso de Jó.
Ele lhes lembrou, que todos os que sofreram com a mesma paciência de Jó e dos profetas foram bem-aventurados, porque o Senhor lhes deu um fim abençoado, pois o Senhor é muito misericordioso e piedoso.
Então, a condição de se enfrentar tribulações, aflições, enfermidades, é orando a Deus.
E, quando se experimentar o contentamento que provém da parte do Senhor, devemos cantar louvores ao Seu nome; exaltando-O pelo Seu cuidado por nós.
No caso específico de enfermidades, os pastores devem ser chamados para orarem pelo enfermo, ungindo-o com azeite em nome do Senhor.
A oração que é feita com fé e no poder do Espírito curará o doente, e a força do Senhor o levantará, e em sendo curado por ter buscado auxílio no Senhor, pela fé nEle, caso a causa da sua enfermidade tenha sido pecados, estes ser-lhe-ão também perdoados.
Assim, os cristãos devem se exortar mutuamente à santificação, e devem orar uns pelos outros, confessando as  culpas de possíveis pecados que tenham cometido contra seus irmãos, para que sejam perdoados por eles e pelo Senhor.
Muitas enfermidades são curadas quando procuramos o irmão contra o qual pecamos e lhe pedimos perdão.
Se forem irmãos amados e santos, que vivam de forma piedosa e justa diante do Senhor nós podemos estar certos de que as intercessões deles por nós serão ouvidas por Deus, porque as orações de tais cristãos espirituais são muito eficazes em seus efeitos.
Elias era um destes homens piedosos e justos que andavam permanentemente diante de Deus. No entanto era um homem tal como nós.
Assim, devemos nos estimular pelo seu exemplo, e buscarmos assim como ele, consagrar nossas vidas a Deus, porque poderemos ser como Elias, também poderosos em nossas orações.
Ele prevaleceu de tal maneira com Deus na oração que fez vir fogo do céu; ressuscitou um menino; as chuvas foram retidas por três anos e meio, e somente voltaria a chover quando ele tornasse a orar, bem como muitos outros milagres foram feitos por Deus atendendo às orações do profeta.
Quanto mais não deveríamos nós, a quem têm chegado o fim dos tempos, e a quem Deus confiou o glorioso evangelho de Cristo para ser pregado para a salvação dos pecadores, nos aplicarmos à santificação de nossas vidas para que sejamos pessoas poderosas na intercessão em favor da conversão daqueles que têm se desviado da verdade.
Pelas nossas orações e testemunho de vidas santificadas, Deus poderá nos usar para salvar almas e cobrir multidão de pecados.
Jesus consumou Sua obra perfeitamente na cruz do Calvário, mas Ele necessita de obreiros aprovados para a Sua seara.
Para tanto, é preciso ser íntegro e irrepreensível diante de Deus, sendo o nosso falar sim, sim, e não, não.
Sendo retos em nosso procedimento e confiáveis em tudo pelo aperfeiçoamento do nosso caráter pelo Espírito Santo de Deus.


“1 Eia, pois, agora vós, ricos, chorai e pranteai, por vossas misérias, que sobre vós hão de vir.
2 As vossas riquezas estão apodrecidas, e as vossas vestes estão comidas de traça.
3 O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram; e a sua ferrugem dará testemunho contra vós, e comerá como fogo a vossa carne. Entesourastes para os últimos dias.
4 Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras, e que por vós foi diminuído, clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos exércitos.
5 Deliciosamente vivestes sobre a terra, e vos deleitastes; cevastes os vossos corações, como num dia de matança.
6 Condenastes e matastes o justo; ele não vos resistiu.
7 Sede pois, irmãos, pacientes até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e serôdia.
8 Sede vós também pacientes, fortalecei os vossos corações; porque já a vinda do Senhor está próxima.
9 Irmãos, não vos queixeis uns contra os outros, para que não sejais condenados. Eis que o juiz está à porta.
10 Meus irmãos, tomai por exemplo de aflição e paciência os profetas que falaram em nome do Senhor.
11 Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso.
12 Mas, sobretudo, meus irmãos, não jureis, nem pelo céu, nem pela terra, nem façais qualquer outro juramento; mas que a vossa palavra seja sim, sim, e não, não; para que não caiais em condenação.
13 Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente? Cante louvores.
14 Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da Igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor;
15 E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.
16 Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.
17 Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra.
18 E orou outra vez, e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto.
19 Irmãos, se algum dentre vós se tem desviado da verdade, e alguém o converter,
20 Saiba que aquele que fizer converter do erro do seu caminho um pecador, salvará da morte uma alma, e cobrirá uma multidão de pecados.”.










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